BOGOTÁ - Um cessar-fogo de seis meses entre o governo da Colômbia e o grupo rebelde Exército de Libertação Nacional (ELN) começou nesta quinta-feira, representando o progresso mais sólido até agora nos planos ambiciosos do presidente Gustavo Petro de acabar com o conflito de 60 anos no país.
O cessar-fogo, previsto para vigorar até fevereiro, é o resultado das negociações de paz em andamento entre o ELN e o governo, que recomeçaram no ano passado na esperança de acabar com a participação do grupo no conflito, que matou pelo menos 450 mil pessoas.
"O comando central do ELN ordena a todas as unidades que suspendam as operações ofensivas contra as Forças Armadas, policiais e organizações de segurança do Estado colombiano", disse o principal comandante do grupo, Eliecer Herlinto Chamorro - mais conhecido por seu nome de guerra Antonio Garcia - em um vídeo na segunda-feira.
O ELN continuará se defendendo durante o cessar-fogo, se necessário, acrescentou Garcia.
O alto comissário de paz do governo, Danilo Rueda, disse na terça-feira que o cessar-fogo impediria violência e abusos dos direitos humanos, como sequestros.
"A população civil pode ficar tranquila durante o período de cessar-fogo", afirmou Rueda.
Petro e as equipes de negociação devem inaugurar uma comissão para garantir a presença da sociedade civil nas negociações ainda nesta quinta-feira.
As negociações do ELN avançaram mais do que qualquer outro esforço de construção da paz de Petro.
O governo cancelou um cessar-fogo com a organização criminosa Clã del Golfo - também conhecida como Força de Autodefesa Gaitanista da Colômbia (AGC) - em março devido ao suposto envolvimento do grupo em protestos violentos de garimpeiros informais.
Por Luis Jaime Acosta / REUTERS