DINAMARCA - Relatório divulgado nesta 3ª feira (28) pela AEE (Agência Europeia para o Meio Ambiente) mostra que 10% dos casos de câncer identificados na Europa estão relacionados à contaminação de diversas formas. Entre elas, poluição do ar, fumo passivo, raios ultravioleta e exposição ao amianto e a produtos químicos.
Os riscos, segundo a agência, “podem ser reduzidos ao se diminuir a poluição e mudar comportamentos”.
De acordo com o órgão europeu, são 3 milhões de novos casos de câncer e 1,3 milhão de mortes devido à doença por ano na UE (União Europeia).
“O relatório da AEE destaca que muitos casos de câncer têm uma causa ambiental subjacente. A boa notícia é que podemos agir agora para reduzir a poluição e evitar mortes”, declarou Virginijus Sinkevičius, comissário da UE para o Meio Ambiente, Pescas e Oceanos.
Conforme o relatório, a poluição do ar –tanto interior como exterior– está associada a 1% dos casos de câncer na Europa e a 2% das mortes pela doença no continente. Ao se considerar apenas o câncer de pulmão, a percentagem de mortes é elevada para 9%.
“Estudos recentes detectaram associações entre a exposição de longo prazo ao material particulado, um importante poluente do ar, e leucemia em adultos e crianças”, declarou a agência.
A exposição interna ao radônio –gás radioativo natural que pode surgir em locais pouco arejados– está ligada a até 2% dos casos da doença e a 1 em cada 10 casos de câncer de pulmão na Europa. Já a radiação ultravioleta natural é responsável por até 4% dos casos de câncer. “Em particular, a incidência de melanoma, uma forma grave de câncer de pele que aumentou em toda a Europa nas últimas décadas”, disse a AEE.
Segundo a agência, a exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco de todos os cânceres em até 16% em pessoas que nunca foram fumantes. A AEE calcula que em torno de 31% dos europeus estejam expostos ao fumo passivo do tabaco.
“Certos produtos químicos usados nos locais de trabalho da Europa e liberados no meio ambiente são cancerígenos e contribuem para o aparecimento do câncer”, informou a agência. Entre eles, chumbo, arsênico, cromo, cádmio, acrilamida, pesticidas, bisfenol A e as chamadas PFAS (substâncias perfluoroalquiladas).
“O longo período de latência de diversos cânceres significa que muitos casos futuros serão devidos à poluição e à exposição ocupacional que ocorrem hoje”, declarou a AEE.