SÃO CARLOS/SP - O Sistema Único de Saúde (SUS) é o único sistema de saúde pública do mundo que contempla mais de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele para qualquer atendimento de saúde.
Os serviços oferecidos pelo SUS incluem consultas, exames, vacinas, cirurgias, transplantes de órgãos, doação de sangue, doação de leite humano, quimioterapia, entre outros.
Mas você sabia que é possível fazer cirurgia plástica pelo SUS?
O cirurgião plástico e membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Dr. Daniel Sundfeld Spiga Real, explica que o Sistema Único de Saúde realiza apenas os denominados procedimentos reparadores, principalmente aqueles que podem gerar algum sofrimento ou dificuldade física para as pessoas.
“As cirurgias plásticas feitas pelo SUS estão arregimentadas no SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS), uma lista aberta à consulta de qualquer cidadão. Dentre tais procedimentos podemos citar reconstrução mamária após retirada de câncer, reconstituição de lábio leporino e malformação das orelhas, pálpebras ou do músculo peitoral”, exemplifica.
Dr. Daniel Sundfeld salienta que pacientes pós-bariátricos com grande perda de massa corporal podem passar por cirurgia de correção de abdômen, mas para isso, o paciente deve apresentar excesso de tecido cutâneo que recobre toda a região pubiana.
“Algumas cirurgias consideradas estéticas também podem ser realizadas pelo SUS, como redução mamária e abdominoplastia, porém somente em locais que possuem residência médica em Cirurgia Plástica”, lembra.
Ainda de acordo com o médico Dr. Daniel Sundfeld Spiga Real, os procedimentos são realizados por um cirurgião plástico credenciado, sem que haja uma forma especial de solicitação. O paciente deve seguir o fluxo padrão do SUS, passar em avaliação pelo médico da Unidade Básica (UBS/USF), que fará a avaliação e encaminhará ao especialista adequado.
“Como todas as cirurgias do SUS, há uma enorme demanda para uma pequena oferta, seja por falta de profissionais, seja por falta de recursos e materiais nos hospitais. Assim, geralmente, a espera é longa, principalmente para cirurgias sem urgência, sendo priorizadas as cirurgias aos pacientes oncológicos”, completa.