SÃO PAULO/SP - São variados os obstáculos, de efeitos e duração igualmente variados, que a economia paulista e a nacional precisam superar para retomar ou acelerar o crescimento em 2021. As projeções para ambas é de expansão superior a 3% no ano. Embora o desempenho deva ser pior do que o da maioria dos países, se alcançado será um resultado bem melhor do que o do ano passado, quando o PIB brasileiro encolheu 4,1% e o paulista cresceu 0,3%.
No Estado de São Paulo, a recuperação, ainda que lenta, tem sido contínua, com pequena tendência de aceleração. Assim podem ser descritos os números apresentados pela Fundação Seade para avaliar o desempenho até agora e projetar o resultado ao longo de 2021.
Entre dezembro e janeiro, o PIB paulista cresceu 0,5%, puxado pelo desempenho da indústria, que cresceu 2,5%. Na comparação com janeiro de 2020, a expansão é de 3,9%.
Para aferir as tendências da economia paulista, a Fundação Seade criou um indicador chamado PIB+30, que acompanha a evolução de 97% de tudo o que se produz no Estado e permite antecipar em um mês o resultado completo. Esse indicador utiliza os dados efetivamente aferidos até o momento de sua montagem e acrescenta dados preliminares para atualizá-los.
Por esse indicador, o PIB do Estado de São Paulo cresceu novamente entre janeiro e fevereiro, numa velocidade maior (expansão de 1,1%). Na comparação com fevereiro de 2020, o aumento foi de 5,3%, um resultado expressivo, visto que, no mês de comparação, a covid-19 ainda não havia sido detectada no País.
Para todo o ano, o crescimento da economia paulista deve ficar entre 3,6%, na previsão mais pessimista, e 6,7%, na mais otimista, com média de 5,4%. É um resultado melhor do que o previsto para a economia brasileira, com crescimento inferior a 4%.
São muitas, porém, as nuvens que cobrem o cenário e podem deteriorá-lo ao longo de 2021. Há o agravamento da pandemia, que exige mais medidas restritivas, as quais afetam a atividade econômica. A recuperação dos investimentos e da produção industrial depende da normalidade dos estoques e da superação das dificuldades de suprimento observadas agora. A aceleração da inflação exige aperto da política monetária e a economia mundial e a brasileira podem ser afetadas pela lentidão da vacinação da população contra a covid-19.
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