SÃO PAULO/SP - Anualmente, no dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, data essa que simboliza uma luta histórica das mulheres por direitos iguais e melhores condições de trabalho e, atualmente, também pelo fim do machismo, da violência contra mulher, do assédio e do feminicídio.
Com o passar dos anos, vimos que a figura da mulher tem ganhado cada vez mais força e destaque na sociedade, o que reforça a importância do mês de março para celebrarmos essas conquistas. Entretanto, mesmo com grandes avanços, o machismo ainda é presente nos nossos dias, principalmente, em profissões dominadas pelo sexo masculino, o que acontece também no mundo do empreendedorismo.
Determinadas áreas ainda possuem certa resistência sobre mulheres ocupando grandes cargos, ou que gerenciam sua própria carreira, como é o caso das mulheres empreendedoras. Empreender não é tarefa fácil, ainda mais quando se é mulher, um verdadeiro paradoxo, pois uma vez que somos consideradas multifunções e polivalentes, ao invés de as empresas olharem isso como uma qualidade para o mercado de trabalho, geralmente, olham com desconfiança, acreditando que as mulheres não darão conta de tantas funções, e, por isso, somos desacreditadas.
E se geralmente já conseguimos fazer do limão uma limonada, a pandemia só aflorou essa virtude. Diversas empresas faliram em consequência do isolamento social, o que fez com que muitas famílias perdessem total ou parcialmente suas rendas. Além disso, muitas famílias tiveram que buscar rendas extras para superar essa fase e driblar a crise, então, seja por necessidade ou vocação, as mulheres resolveram empreender, e acreditem, segundo dados da Rede de Mulheres Empreendedoras, o número de brasileiras à frente do próprio negócio cresceu 40% em 2020.
E nós, como sociedade, devemos reconhecer e fortalecer cada vez mais a importância do sexo feminino nos mais diversos espaços e que nós somos igualmente capazes e inteligentes como os homens. E isso é perceptível. A pandemia fez com que parte da população começasse a trabalhar em home office, o que trouxe ainda mais tarefas para todas. Em grande parte, muitas são mães, cuidam da casa, dos filhos, e no caso das empreendedoras, gerenciar seu próprio negócio é uma grande responsabilidade e lidar com tudo nem sempre é tarefa fácil.
As mulheres também devem reconhecer e valorizar essa força e importância em si mesma, algo complicado por vivermos em uma sociedade onde o questionamento sobre nossa capacidade é constante. Autoestima e autoconhecimento são fundamentais para nos dar confiança, todos os dias, mesmo diante das diversidades.
Por isso, além do mês de março, é preciso que tenhamos esse olhar cuidadoso e celebrar nossas pequenas e grandes conquistas diariamente, pois de degrau em degrau vamos ganhando nosso espaço e conquistando um mundo igualitário para todos.
Que no mês da mulher tenhamos mais consciência, empatia e sororidade a todas que estão se desdobrando para cuidar de tudo em meio a essa pandemia.
*Dora Ramos é consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.