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SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal realizará nesta sexta-feira (22) uma sessão solene para entrega do título de “Cidadão Honorário de São Carlos” ao Professor Doutor Luiz Alberto Colnago, pesquisador da Embrapa Instrumentação e professor do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto de Química e Instituto de Física de São Carlos (IQSC e IFSC) da USP, em reconhecimento às ações desenvolvidas em benefício do município.

A sessão solene terá início às 19h na sala das sessões do Edifício Euclides da Cunha e terá transmissão ao vivo pelo canal 20 da Net, pelo canal 49.3 – TV aberta digital, Canal 31 da Desktop/C.Lig, online via Facebook e canal do Youtube, por meio da página oficial da Câmara Municipal.

Luiz Alberto Colnago possui graduação em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica do Espírito Santo (1976), mestrado em Química pelo Instituto Militar de Engenharia-RJ e doutorado em Química pelo Instituto Militar de Engenharia-RJ pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia, Filadélfia, EUA, de 1983 a 1985 e de 1991 a 1992. Foi Professor adjunto da Universidade Nuno Lisboa (RJ) de 1980 a 1983 e do Instituto Militar de Engenharia, RJ, de 1985 a julho de 1986. Desde agosto de 1986 é pesquisador da Embrapa Instrumentação onde também foi chefe de Pesquisa e Desenvolvimento por duas gestões.

Liderou mais de 30 projetos de pesquisa financiados pela FAPESP, CNPq, FINEP, CAPES, Embrapa, e empresas privadas, somando captação de recursos superiores a 20 milhões de reais. Foi o criador da área de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) da Embrapa Instrumentação onde coordena trabalhos de desenvolvimento de instrumentação e de novos métodos analíticos para produtos agroindustriais. Parte desses desenvolvimentos gerou tecnologia de ressonância magnética nuclear, que foi transferida para a Empresa Fine Instruments Technology (FIT- São Carlos), que já a comercializou para mais de 20 países, em todos os continentes.

Desde 1993 é orientador dos programas de pós graduação dos Institutos de Química e Física de São Carlos (IQSC e IFSC) da USP, onde orientou 17 alunos de mestrados e 21 doutorados, supervisionou 18 pós-doutorandos, além de mais de 5 dezenas de alunos de graduação. Possui 8 patentes sendo 1 delas no exterior e mais de 600 trabalhos e resumos publicados em congressos e similares, tendo sido também o organizador de vários eventos científicos. Publicou 237 trabalhos em revistas especializadas e 22 capítulos de livro, com mais de 4100 citações e fator H=34 na base de dados Web of Science.

O professor possui dezenas de premiações, sendo as mais recentes o Prêmio Capes de Tese edição 2019, na área de Química, cuja entrega ocorreu em Brasília, o Prêmio Tese de destaque USP - 11a edição, Categoria Orientador 2022 da área de Ciências Exatas e da Terra, e o Prêmio Ciência e tecnologia de São Carlos - Categoria pesquisador Sênior.

SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos realizará nesta sexta-feira (18), às 15h, uma sessão solene em comemoração aos 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A homenagem foi proposta pelo presidente do Legislativo, vereador Marquinho Amaral, por meio de requerimento aprovado por unanimidade em plenário.

Em São Carlos, a Embrapa se faz presente em duas unidades: a Embrapa Pecuária Sudeste, criada em 1975, e a Embrapa Instrumentação, fundada em 1984.

A sessão vai ser realizada nas dependências da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada na Fazenda Canchim, com acesso pela Rodovia Washington Luiz, Km 234.

Marquinho destaca que a Embrapa é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), criada em 1973 para desenvolver a base tecnológica de um modelo de agricultura e pecuária genuinamente tropical. A iniciativa tem o desafio constante de garantir ao Brasil segurança alimentar e posição de destaque no mercado internacional de alimentos, fibras e energia. 

Como empresa pública de pesquisa, desenvolvimento e inovação, a Embrapa gera informações e conhecimentos que contribuem para a formulação, o aprimoramento e a implementação de políticas públicas sobre temas de interesse da agropecuária nacional.

SÃO CARLOS/SP - Converter lodo de estação de tratamento de água (ETA) em matéria-prima para produção de fertilizantes de liberação controlada é o desafio que vai unir esforços e competências de três centros de pesquisa da Embrapa e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O estudo vai desenvolver rotas tecnológicas alternativas, com o uso de nanotecnologia, para driblar as dificuldades características do lodo de ETA, altamente variáveis.

O convênio de cooperação científica e tecnológica celebrado prevê o desenvolvimento de um produto a partir de lodos de ETA para vinculação ou incorporação de formulações ativas de microrganismos, com ação benéfica às plantas, em grânulos ou pellets de fertilizantes, com múltiplas funcionalidades de fornecimento de nutrientes.

Três unidades da Embrapa – Instrumentação e Pecuária Sudeste, localizadas em São Carlos (SP), e Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), com saberes de diferentes áreas do conhecimento vão trabalhar para definir uma rota de produção de concentrados zeolíticos a partir de lodos de ETA característicos.

Além disso, vão identificar diferentes microrganismos benéficos; desenvolver e avaliar técnicas de produção; de encapsulamento das suspensões de microrganismos, além de avaliar a eficiência agronômica dos fertilizantes bioativos.

O estudo, aprovado na 3ª chamada de propostas PITE (Programa Fapesp de Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica)-Sabesp para apoiar projetos de pesquisa voltados à modernização do setor de saneamento,  espera  integrar diferentes estratégias para proporcionar maior eficiência agronômica e competitividade ao reaproveitamento dos resíduos.

Com prazo de execução de 60 meses e com recursos financeiros de mais de R$ 2,7 milhões, a proposta é também otimizar o uso de microrganismos bioagentes na agricultura.

Nesta quarta-feira (06), Iara Regina Soares Chao e Fernanda Koga Tovar, engenheiras civis do Departamento de Prospecção Tecnológica e Propriedade Intelectual da Sabesp, visitaram os laboratórios da Embrapa Instrumentação e da Embrapa Pecuária Sudeste, associados ao projeto.

“Fiquei muito impactada, gostei demais de conhecer os laboratórios e toda a infraestrutura instalada das duas unidades da Embrapa em São Carlos. São laboratórios modernos, com tecnologias de ponta. A gente se sente muito orgulhoso por estar desenvolvendo este trabalho em parceria com a Embrapa”, diz Iara Chao.

Complexidade do lodo de ETA

A destinação do lodo de estação de tratamento de água é um desafio devido às suas características, entre elas, variabilidade de composição, baixo teor de matéria orgânica e, principalmente, altos teores de sais de alumínio, além de outros fatores que limitam consideravelmente sua aplicação em solos agrícolas.

O engenheiro do Departamento de Execução de Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Sabesp, Marcelo Kenji Miki, explica que o desafio do lodo de ETA é um tanto mais exigente. “Há pouca literatura disponível e cada lodo de ETA tem uma característica um tanto única, devido a variabilidade das condições do manancial”, explica o engenheiro.

Além da complexidade das características do lodo de estações de tratamento, os altos volumes e o custo envolvido no descarte tornam esse resíduo um problema. As disposições são diversas, desde retorno ao próprio corpo de captação de água até aterros comuns.

No entanto, o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Caue Ribeiro, coordenador do projeto, acredita que a estrutura mineral do lodo de ETA poderia, em princípio, ser base para a produção de peletizados- material compactado -, que atuariam como condicionadores de solo ou como adjuvantes para sistemas de liberação controlada de fertilizantes.

Assim, o produto poderia ser uma alternativa de alto consumo em volume do resíduo. “Rotas tecnológicas que imobilizassem os sais de alumínio em estruturas não solúveis poderiam, aliadas a tecnologias de formulação, habilitar condições de uso agrícola deste resíduo”, afirma o engenheiro de materiais, coordenador da Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio (Rede AgroNano).

Segundo o especialista em sistemas nanoestruturados de liberação lenta e controlada de insumos agrícolas, a proposta é desenvolver uma rota de produção de concentrados zeolóticos a partir de reações com hidróxido de potássio (KOH), que possam ser formulados como grânulos de fertilizantes extrudados utilizando amido plastificado com ureia para compor um fertilizante NK de liberação lenta.

“Não há no mercado, ainda, um produto com esse conceito integrado -fertilização e proteção biológica. A utilização agrícola dos lodos de ETA poderia ser solução adequada, pela alta demanda de insumos e tolerância dos sistemas a condições variadas de composição de solo de vários cultivos”, diz Ribeiro.

Benefícios econômicos e ambientais

Para o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Alberto Carlos Campos Bernardi, o estudo será uma alternativa de utilização do resíduo das ETAs, que deixariam de ser um passivo ambiental para ter valor agregado e funcionar como uma fonte mais eficiente de nutrientes.

Segundo ele, o cenário atual de baixa disponibilidade de matérias-primas e alta de preços pode comprometer seriamente, e até inviabilizar, alguns setores da agropecuária nacional a médio prazo.

“Por isso, o desenvolvimento e a validação de fontes de nutrientes e fertilizantes utilizando matérias-primas disponíveis no país e de novas tecnologias, que apresentem alta eficiência nos sistemas de produção tropicais, pode representar uma grande contribuição ao agronegócio, reduzindo o problema ambiental do resíduo e agregando valor a ele como fonte de nutrientes”, avalia o agrônomo.

De acordo com a Sabesp, o custo da destinação do lodo de ETA em aterro é estimado atualmente em R$ 300,00 a tonelada, um valor passivo, ou seja, não há retorno do valor investido. Mas no projeto proposto, o fertilizante poderá ser comercializado e poderá ter custo similar aos dos fertilizantes organominerais, em torno de R$ 250,00 a tonelada.

A ETA de Cubatão, por exemplo, produz diariamente 75 toneladas de lodo, contendo 25% de sólidos, o que significa um custo diário de R$ 5.6 mil para esta estação, enquanto a estação de Taiassupeba produz 225 toneladas por dia.

“Espera-se que a resolução deste problema possa vir de diferentes campos do conhecimento e, muitas vezes, de instituições não tão afins do setor. Assim, vemos com bons olhos este projeto de pesquisa pelos desafios apresentados pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação, e com o desejo de trazermos contribuições relevantes em nosso setor”, adianta o engenheiro Miki.

Para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Wagner Bettiol, a inovadora estratégia empregada no complexo problema busca viabilizar o aproveitamento dos resíduos da ETA, considerando as propriedades de composição desses materiais. 

“Na Embrapa Meio Ambiente vamos avaliar os possíveis efeitos do lodo gerado para controlar a murcha da bananeira, a mais importante doença da cultura. Para isso, inicialmente, o resíduo será avaliado sobre possível fitotoxicidade às plantas”, adianta o pesquisador. Testes também serão realizados com alface e rúcula, hortaliças folhosas naturalmente potencialmente fitotóxicas.

 

Joana Silva 

SÃO CARLOS/SP - A Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) vai promover na quarta-feira, dia 15, às 10 horas, um webinar de lançamento do curso “Saneamento Básico Rural”, que será gratuito e de forma virtual pela primeira vez. O webinar, com especialistas do setor e com transmissão ao vivo pelo canal da Embrapa no Youtube, vai discutir os impactos sociais, econômicos e ambientais da ausência ou da adoção de sistemas de saneamento básico rural, que ainda é um desafio no País.

Para se ter uma ideia, dos cerca de 39 milhões de habitantes morando no campo, apenas 20,5 % têm acesso a serviços adequados de coleta e tratamento de esgoto, de acordo com dados do Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR, 2019).

Portanto, cerca de 31,5 milhões de brasileiros ainda sofrem com o problema crônico e grave da falta de coleta e tratamento de esgoto. Segundo o Instituto Trata Brasil (ITB, 2019), existem quase 5 milhões de brasileiros que não possuem banheiro, ou seja, defecam ao ar livre. Os dados mostram o tamanho do desafio e a necessidade de ações visando a universalização do saneamento.

Clique aqui para acompanhar a discussão do tema no webinar com o diretor de Negócio do Interior da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Helder dos Santos Cortez, a presidente- executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, e o pesquisador da Embrapa Instrumentação, responsável pelas tecnologias de saneamento básico rural e um dos instrutores do curso, Wilson Tadeu Lopes da Silva.

Formação de multiplicadores

O curso “Saneamento Básico Rural” é destinado à capacitação e formação de agentes multiplicadores de instituições públicas, privadas e terceiro setor. O acesso ao conteúdo do curso poderá ser realizado a partir do dia 15, de forma gratuita, pela plataforma e-Campo, Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) da Embrapa.

Neste ambiente, o interessado encontrará informações gerais do curso, que é autoinstrucional e autoexplicativo, ou seja, não existe tutoria, e instruções de como proceder, caso ainda não seja cadastrado na plataforma de cursos a distância da Embrapa. Para acessar a plataforma, entre aqui.

Wilson Tadeu explica que a proposta do curso, que está sendo realizado com o apoio de emenda parlamentar do deputado federal Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva, é capacitar os multiplicadores para que sejam capazes de identificar as características do saneamento básico rural.

Outro objetivo é que eles possam reconhecer uma água de qualidade e sua relação com a saúde humana, bem como os diferentes processos existentes de tratamento de água e esgoto, incluindo os sistemas individualizados de tratamento.

“Esperamos que com a capacitação eles estejam aptos a identificar as características e benefícios das tecnologias sociais desenvolvidas para o saneamento rural. Além disso, espera-se que os multiplicadores consigam reconhecer as principais políticas públicas vigentes para o saneamento rural no Brasil, identificando estratégias para a gestão e monitoramento dos sistemas e cases de sucesso implementados pela Embrapa e parceiros”, afirma o pesquisador.

Estrutura do curso

De acordo com Wilson Tadeu, o curso foi pensado de modo a fornecer material didático de fácil compreensão, com viodeoaulas de curta duração, entre 15 e 20 minutos, e com diversos recursos gráficos para facilitar a visualização e o aprendizado.

Ao final de cada módulo, o inscrito terá acesso a um arquivo com material compactado da aula, bem como exercícios de fixação do conteúdo. Ao concluir o curso, os participantes receberão automaticamente um certificado de participação.

O conteúdo da capacitação virtual está estruturado em três módulos com carga total de 20 horas. As videoaulas serão apresentadas pelo pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva, pelo analista e engenheiro civil Carlos Renato Marmo e palestrantes convidados de instituições como a Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), ONGs e de prefeituras municipais.

O módulo 1 vai tratar dos recursos hídricos e conceitos do saneamento básico, enquanto o módulo 2 vai focar especificamente nas tecnologias sociais - Fossa Séptica Biodigestora, Jardim Filtrante e Clorador Embrapa - desenvolvidas pela Embrapa para saneamento básico rural, entre outras, bem como o reuso seguro do efluente do esgoto tratado. O último módulo vai abordar os aspectos sociais, transferência de tecnologias, gestão e políticas públicas em saneamento rural, entre outros assuntos.

Pioneirismo em saneamento rural

A Embrapa Instrumentação atua desde 2001 com tecnologias sociais destinadas à promoção do saneamento básico em áreas rurais, periurbanas e comunidades isoladas. Ao longo de duas décadas tem realizado capacitações e instalado soluções tecnológicas de saneamento de Norte a Sul do país, além de cursos presenciais na sede do centro de pesquisa em São Carlos.

A Fossa Séptica Biodigestora, destinada ao tratamento do esgoto sanitário já gera benefícios para mais de 57 mil pessoas em cerca de 250 municípios das cinco regiões do país. Mas para universalizar os serviços de esgotamento sanitário no país, é preciso um esforço coletivo para que 99% da população tenha água potável e 90% tenha coleta e tratamento de esgoto até 2033, conforme preconiza o atual Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026/2020).

O sistema de saneamento básico rural é composto, além da Fossa Séptica Biodigestora, pelo Jardim Filtrante, destinado ao tratamento da água cinza, oriunda de chuveiros, tanques e pias, e o Clorador Embrapa que auxilia na descontaminação da água.

Joana Silva (MTb 19554)

Total de R$ 30 milhões em recursos

 

SÃO CARLOS/SP - A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) é uma instituição governamental cujo foco é apoiar as instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira. Ao auxiliar a modernizar as empresas através de produtos e/ou processos, a ação da EMBRAPII tem como principal meta fazer com que as empresas sejam mais competitivas, trazendo para a sociedade brasileira as soluções para os seus problemas cotidianos.

Criada em julho de 2017, a Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) dedica-se a transformar a ciência produzida em tecnologias nas áreas da óptica, robôtica, instrumentação e novos fármacos. Com mais de sessenta projetos executados e/ou em execução, contemplando um elevado número de empresas - desde as startups até às já consolidadas -, o principal foco da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP está relacionada com a saúde humana, animal, vegetal e na defesa do meio ambiente. Os projetos já entregues (38) resultaram em diversos produtos e processos já presentes no mercado.

Uma centena de empresas trabalha com tecnologias desenvolvidas no IFSC/USP

Entre as empresas que têm projetos EMBRAPII, sediadas em todo o território nacional, e outras que nasceram no Instituto de Física de São Carlos - perto de quarenta -, existe cerca de uma centena que trabalha com tecnologias que foram desenvolvidas no próprio Grupo de Óptica do IFSC/USP e no Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), um CEPID que se encontra alocado no Instituto, todas elas tendo em consideração as necessidades sociais. “Como a Unidade EMBRAPII do IFSC/USP trabalha com pequenas e médias empresas, é óbvio que o nosso foco seja desenvolver equipamentos que resolvam alguns dos principais problemas do país. Um dos exemplos é um equipamento desenvolvido em nossos laboratórios, que tem a missão de realizar exames do solo para determinar a sua qualidade, tendo em vista melhorar a produtividade”, sublinha o Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da Unidade EMBRAPII do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP). Contudo, as pesquisas realizadas pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP e pelo CEPOF são bastante diversificadas, abrangendo outras áreas importantes, tendo sido desenvolvidos, até agora, outros equipamentos, principalmente na área médica - lasers terapêuticos, microscopia, análises clínicas e instrumentação cirúrgica, entre outros -, produtos que já estão disponíveis nas diversas necessidades do mercado, com a particularidade de serem de baixo custo.

Novos horizontes: colaboração internacional mais intensa e destaque para a saúde pública

Embora o sucesso da Unidade EMBRAPII do IFSC/USP seja claramente visível, a intenção do Prof. Vanderlei Bagnato é atingir uma nova etapa com a intensificação da colaboração internacional, atendendo ao sucesso alcançado até agora, sendo necessário ultrapassar as fronteiras nacionais e trazer recursos e empresas diretamente da Europa e dos Estados Unidos. Segundo Bagnato, já se encontram em curso ações no âmbito do programa europeu “Eureka” que deverão gerar parcerias entre empresas brasileiras e europeias não apenas determinando novas tecnologias para o mundo, como também contribuindo para a inserção do know-how brasileiro na Europa. “Além desse programa, a participação no projeto “Global Health” também se mostra de vital importância, já que ela deverá gerar produtos e processos relacionados com um dos tipos de câncer mais recorrente no mundo - câncer de colo de útero -, projeto que pretende melhorar os procedimentos para o tratamento das lesões colo-uterinas em países que necessitam de alta tecnologia com baixo custo. Como vê, temos projetos para produzir melhores medicamentos, para treinar profissionais e, principalmente, para preparar melhor as empresas a produzirem o máximo no país”, diz Bagnato. No IFSC e na EESC a Unidade EMBRAPII conta com mais de dez professores participando e cerca de quarenta bolsistas desenvolvendo os projetos. Uma característica importante é que a Unidade EMBRAPPI do IFSC/USP procura ter uma participação ativa das empresas parceiras em todos os projetos, sendo que isso simplifica e cria o compromisso para se alcançar ainda mais sucesso.

Trabalhar mais com startups, promover a formação de novas empresas e incentivando-as a apoiar as áreas mais deficitárias do país, é uma das apostas de Bagnato. “Um dos projetos mais importantes que temos em desenvolvimento é dedicado à área de descontaminação ambiental de espaços fechados, incluindo áreas hospitalares. Trata-se de um combate a fungos e bactérias, algo que se tornou recentemente um dos grandes desafios da saúde pública mundial”, enfatiza o pesquisador. Neste contexto e também na área da saúde pública está sendo desenvolvido, em parceria com uma empresa, um sistema portátil dedicado ao tratamento da pneumonia resistente a antibióticos, de forma não-invasiva e de baixo custo, equipamento que em um futuro próximo poderá estar disponível nos consultórios médicos, postos de saúde e hospitais.

SÃO CARLOS/SP - Abordagem, discussão e apresentação de propostas para a abertura de novos caminhos rumo ao desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Estes foram os objetivos centrais que levaram a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação (EMBRAPII) a elaborar e publicar o livro subordinado ao título “Ciência para Prosperidade - Sustentável e Socialmente Justa”, já disponível ao público.

Nele, são expostas as análises, visão e críticas, no âmbito dessas temáticas, de alguns dos mais importantes cientistas nacionais que foram convidados pela EMBRAPII a exporem seus pontos de vista, tendo como meta uma contribuição importante rumo a um país mais moderno, sustentável e socialmente justo.

A abordagem de áreas estratégicas nacionais, como o agronegócio, bioeconomia, transformação digital, saúde e bem estar, e transição energética, constitui um dos capítulos com maior destaque nesta publicação, que abre espaço para a discussão e reflexão sobre como passar para uma nova fronteira, especialmente tendo em vistas ações para a redução das desigualdades.

Entre os autores, estão os docentes e pesquisadores de nosso Instituto, Profs. Adriano Andricopulo e Glaucius Oliva.

Para acessar o livro, no formato PDF, vá em https://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2022/10/CI%C3%8ANCIA-PARA-PROSPERIDADE-compactado.pdf

SÃO CARLOS/SP - Cinco pesquisadores da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) integram o ranking dos 2% mais influentes do mundo, de acordo com o estudo realizado pela Universidade de Stanford (Estados Unidos) e publicado no site da editora holandesa Elsevier BV no dia 10 de outubro. Ao todo, a Embrapa participa da lista com 21 pesquisadores de 13 centros de pesquisa.

O estudo utilizou as citações da base de dados Scopus para avaliar o impacto dos pesquisadores ao longo de suas carreiras (de 1996 até o final de 2021) e durante todo o ano passado. Eles são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos, entre os 200 mil mais influentes.

O levantamento traz informações padronizadas sobre citações - índice h (métrica amplamente utilizada em todo o mundo para quantificar a produtividade e o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados) e índice h ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto.

Área de atuação

O estudo contempla duas avaliações dos pesquisadores. A primeira lista é composta pelos pesquisadores mais influentes conforme o impacto das pesquisas durante toda a carreira acadêmica, enquanto a segunda traz os mais citados no último ano – 2021.

Entre os mais influentes ao longo da carreira estão a engenheira de alimentos, Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo, dois engenheiros de materiais, Luiz Henrique Caparelli Mattoso e Caue Ribeiro, e uma engenheira química, Cristiane Farinas. Entre os mais influentes de 2021, além deste grupo, está o pesquisador Daniel Souza Corrêa, engenheiro de materiais de formação.

Corrêa e Ribeiro integram o ranking pela primeira vez. “Fiquei impressionado com a notícia. Me sinto muito agradecido à Embrapa por saber que esse reconhecimento não é meu, mas da instituição na qual fiz praticamente toda a minha carreira científica após doutorado. Foram os desafios e oportunidades proporcionados pela Embrapa que são ali reconhecidos”, afirma Ribeiro, inserido nas duas listas.

Para Corrêa, o ranking evidencia que os resultados obtidos pelos cientistas da Embrapa Instrumentação e seus parceiros estão sendo utilizados e citados por pesquisadores de outras instituições de PD&I do Brasil e do mundo.

“Foi uma surpresa e uma felicidade ter o nome incluído nesta prestigiosa lista publicada pela Elsevier. A Embrapa possibilita um ambiente muito favorável ao trabalho em equipe e em áreas de atuação interdisciplinares, que favorecem entregas de resultados de impacto para o agronegócio com sustentabilidade, beneficiando toda a sociedade”, disse o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, incluído na lista de 2021. 

A produção científica dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação, classificados como os mais influentes, envolve trabalhos desenvolvidos nos diversos programas de pós-graduação de cinco universidades, onde são credenciados para ministrar aulas e orientar alunos. 

Entre as instituições estão a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde são credenciados.

Fundação de Apoio gerencia 15 projetos vinculados à Embrapa e 39 projetos vinculados ao IFSP

 

SÃO CARLOS/SP - O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) aprovou por unanimidade a renovação de autorização da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) para continuar dando suporte a projetos de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidos pelo Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de São Paulo (IFSP) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "O aval da Universidade é necessário já que a Fundação é credenciada para apoiar a UFSCar. A renovação da autorização pelo Consuni é um dos requisitos para que a solicitação seja encaminhada ao Grupo de Apoio Técnico (GAT), junto aos Ministérios da Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação. O Conselho Deliberativo da própria FAI também aprovou a decisão", relata Marcelo Garzon, Gerente Jurídico da Fundação.
Hoje em dia, a Fundação de Apoio gerencia 15 projetos vinculados à Embrapa e 39 projetos vinculados ao IFSP. Criado em 2008, o Instituto oferta Educação Profissional e Tecnológica, com cursos de formação inicial e continuada (extensão), qualificações de nível técnico e superior, de forma presencial e a distância (licenciatura e bacharelado), além de programas especiais de formação pedagógica, sobretudo nas áreas de Ciências e da Matemática e pós-graduação lato sensu (especialização) e strictu senso (mestrado). São 37 campi ativos e mais de 62 mil estudantes matriculados.
Já a Embrapa, criada em 26 de abril de 1973, atua desenvolvendo pesquisas para superar as barreiras que limitam a produção de alimentos, fibras e energia no Brasil. Esse esforço ajudou a transformar o País, que tem hoje uma agropecuária que é uma das mais eficientes e sustentáveis do planeta, saindo de uma condição de importador de alimentos básicos para a condição de um dos maiores produtores e exportadores mundiais. Com foco em inovação, a Embrapa trabalha com uma extensa agenda de temas estratégicos, antecipando cenários e soluções. Trata-se de uma empresa de pesquisa, desenvolvimento e inovação focada na geração de conhecimentos que se traduzem em produtos, processos e serviços. A Embrapa ainda apoia tecnicamente a formulação, execução e monitoramento de políticas públicas de forma alinhada à sua missão.
"A FAI tem sido uma parceira estratégica para o Instituto Federal de São Paulo na concretização de projetos, muitos deles fechados em cooperação com outras entidades e empresas. A Fundação tem ajudado tanto na gestão dos recursos, quanto no ajustamento de termos jurídicos. O conhecimento que a equipe da FAI já possui nesse tipo de atividade tem sido um diferencial para encontrarmos os melhores caminhos. O IFSP tem a missão de promover o desenvolvimento territorial de onde está inserido e a Fundação de Apoio tem colaborado no cumprimento desse objetivo. Torcemos para que essa colaboração siga por um longo caminho", afirma Eder Sacconi, diretor executivo da Agência de Inovação do IFSP.
"A FAI tem nos apoiado fortemente no desenvolvimento de projetos de inovação junto com empresas privadas, chamados de Tipo III na Embrapa. Como a parceria é recente, os processos estão sendo construídos em conjunto e a equipe da Fundação tem se mostrado sempre muito disponível para nos explicar as normas, realizar as adequações necessárias e buscar soluções que atendam às nossas necessidades, cumprindo todas as exigências legais. Tem sido uma experiência muito gratificante trabalhar com a FAI e esperamos que essa parceria prospere e gere ainda mais resultados de excelência", conclui Suzane Ellen Bertoni, Supervisora do Núcleo de Apoio à Programação da Embrapa Instrumentação.

SÃO CARLOS/SP - Esta é a conclusão da primeira pesquisa realizada no sistema on farm em cultura de algodão no país. O estudo, conduzido pela Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, em parceria com o setor produtivo em fazendas do Centro-Oeste brasileiro, constatou que é possível reduzir custos em até 13% aplicando taxas variadas de insumos na produção da planta.

Experimentos no sistema on farm ocorrem na área de produção, enquanto a cultura é desenvolvida, sem alterar a rotina da propriedade.

Os pesquisadores avaliaram a variabilidade espacial e temporal da área agrícola na safra 2019-2020 com o uso de técnicas da agricultura de precisão (AP) para encontrar a dosagem ideal de insumos que seria aplicada na cultura. 

O sistema de gerenciamento agrícola, conceito da AP, permite acompanhar, coletar e analisar informações por meio de tecnologias que facilitam a tomada de decisão por produtores e trabalhadores.

Com o uso de AP é possível utilizar os insumos de forma mais racional, no momento, local, aplicação de doses adequadas, com potencial de geração de benefícios econômicos e ambientais para o produtor.

A geração desses benefícios, com impactos diretos no custo de produção, integra resultados de pesquisas propostas pela Rede AP, criada em 2009 com a participação de mais de 200 pesquisadores da Embrapa, universidades, instituições de ciência e tecnologia e empresas.

Em sua terceira e última fase, a ser finalizada até o final do ano, o projeto propunha, entre outras soluções, a entrega de tecnologias habilitadoras validadas e experiências geradas, como um modelo de aplicação para a implementação rápida e eficaz da agricultura de precisão no sistema produtivo do algodão em Mato grosso.

A partir dos resultados com os experimentos on farm, os pesquisadores esperam consolidar práticas de AP com aplicabilidade em diferentes sistemas de produção em todo o Brasil.

Doses combinadas

De grande importância econômica para o Brasil, quinto maior produtor mundial, a cultura do algodão é também considerada muito exigente, por apresentar riscos e investimentos maiores.

No entanto, o aumento nos investimentos na cultura não é proporcional ao aumento da produtividade esperada. Por isso, o Instituto Mato-Grossense do Algodão vem apostando no uso de ferramentas de agricultura de precisão, de forma mais intensa, para reduzir custos e aumentar a produtividade.

Para tentar equacionar o desequilíbrio entre os gastos e os rendimentos, um grupo de 16 profissionais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Embrapa Agricultura Digital (Campinas – SP), Embrapa Soja (Londrina – PR) e do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), uniram esforços e competências para que a pesquisa fosse viabilizada.

Os resultados dos experimentos on farm, com aplicação da taxa variada de insumos foram apresentados pelo pesquisador da Embrapa Soja, Júlio Franchini, no dia 23, na Famato Embrapa Show, realizada de 22 a 24, em Cuiabá (MT). Franchini participou de todo o processo de concepção do estudo, avaliação e interpretação, entre outras fases do projeto.

De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador da Embrapa Instrumentação, Carlos Manoel Pedro Vaz, a proposta do experimento on-farm consistiu em encontrar a combinação ideal de dosagens dos insumos avaliados, que propiciassem a maior produtividade.

“Neste modelo, é possível gerar curvas de resposta para aplicação de insumos, importantes para apoiar a definição de estratégias, quando se trata de taxa variável”, afirma Vaz.

Além disso, a pesquisa também objetivou motivar os produtores a realizarem experimentos on-farm para avaliar a produtividade e os custos da lavoura, usando o potencial das máquinas disponíveis na propriedade, que já vêm com ferramentas de AP embarcadas.

O primeiro passo consistiu na avaliação da variabilidade espacial de três talhões de duas fazendas no Mato Grosso quanto aos índices de vegetação da cultura, condutividade elétrica, altimetria-declividade e textura do solo. Todas as camadas de dados obtidas, então, foram correlacionadas com os mapas de produtividade dos respectivos talhões.

No estudo, os pesquisadores utilizaram métodos e ferramentas de AP já consolidados como o analisador granulométrico, desenvolvido por Vaz, empregado na obtenção dos dados das propriedades do solo dos talhões. A análise das propriedades é fundamental para o diagnóstico da sua fertilidade.

Veículos aéreos não tripulados, conhecidos como vants ou drones, integraram o conjunto de ferramentas utilizadas para captação de imagens, além de satélites e dos recursos já embarcados nas próprias máquinas agrícolas.

Os dados foram processados e avaliados para a definição das parcelas virtuais georreferenciadas, representativas dos três talhões de cerca de 200 hectares, e a instalação dos experimentos on farm na fazenda Três Lagoas, do grupo Scheffer, e fazenda Tucunaré, do grupo Amaggi. As propriedades estão localizadas no município de Sapezal, no Chapadão do Parecis, a 480 quilômetros de Cuiabá, capital do estado mato-grossense.

Segundo Vaz, foram criadas, então, combinações aleatórias de populações de sementes, dose de regulador de crescimento e nitrogênio, para aplicação à taxa variada, conforme as dimensões dos talhões virtuais gerados e embarcados nas máquinas agrícolas, para que elas executassem a tarefa.

O pesquisador explicou que os talhões da fazenda Três Lagoas foram divididos em 144 parcelas virtuais, de 0,8 hectares cada, enquanto na fazenda Tucunaré a divisão foi por zona de manejo, com 192 parcelas virtuais, de 0,2 hectares. As divisões virtuais existem apenas na programação das máquinas que aplicam os insumos e nos mapas de produtividade gerados pelas colheitadeiras.

A aplicação dos insumos foi realizada de acordo com as informações obtidas das análises de condutividade elétrica, índice de vegetação, textura do solo, entre outras, e conforme a arquitetura das parcelas virtuais, cuja quantidade foi relativa ao número de combinações propostas.

Ou seja, foram aplicadas 4 dosagens de nitrogênio, 3 populações de sementes e 3 dosagens do regulador de crescimento para os dois talhões da Fazenda Três Lagoas, com 4 repetições, resultando em 144 parcelas virtuais.

Já no talhão da fazenda Tucunaré, foram 4 dosagens de nitrogênio, 4 populações de sementes e uma dosagem de regulador crescimento específica para cada uma das 3 zonas de manejo definidas para o estudo.

De acordo com o estudo, as combinações compostas para os dois talhões da fazenda Três Lagoas resultaram em ganho de 13% e 11% em relação à produtividade média das unidades de cultivo.

Resultados expressivos

“No caso do talhão, com ganho de 13% de produtividade, a combinação de insumos que proporcionará maior lucratividade resultará da aplicação de 13 sementes por metro, 564 mililitros (mL) de regulador de crescimento por e aplicação de 200 kg de nitrogênio por hectare, resultando em produtividade de 343,4 arrobas por hectare”, explicou Vaz. Uma arroba equivale a 15 kg.

A análise do talhão da fazenda Tucunaré, realizada por zona de manejo, apontou que a produtividade atingiu 320 arrobas por hectare, considerando que a média era de 285,3 arrobas/ha. Vaz calculou que o ganho foi de 12% com a aplicação de 8 sementes por metro, 200 kg de nitrogênio e 220 mL de regulador de crescimento por hectare.

Numa análise comparativa de gastos com insumos, o pesquisador disse que, nos dois talhões da fazenda Três Lagoas, o custo com a aplicação do regulador de crescimento, por exemplo, média de 600 mililitros por hectare, representou R$ 13.560.

“Se consideramos que o litro do regulador na região de Mato Grosso é de cerca de R$ 113, uma economia desse insumo com aumento de produtividade se torna muito interessante para o produtor. Por exemplo, em um dos talhões o melhor desempenho foi obtido com 80% da dose de regulador de crescimento recomendada pela fazenda, portanto resultando em economia de 20% deste agroquímico”, calculou o físico Carlos Vaz.

O pesquisador lembra que dados de 2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontaram o elevado custo de produção de algodão. Os agroquímicos, categoria que contempla o regulador de crescimento, somado aos fertilizantes e sementes representaram 87,1% dos custos. O regulador de crescimento é importante para monitorar a altura da planta, que sem o uso do insumo pode chegar até dois metros, quando o ideal é ficar em torno de 1.30 m.

Para o líder da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa, Ricardo Inamasu, a pesquisa mostrou a importância do processo colaborativo junto aos produtores na construção de métodos, conhecimentos e de procedimentos.

“A AP trouxe desafios para refinar recomendações adequadas ao uso local. A experimentação on farm viabiliza uma resposta rápida e uma recomendação apropriada ao processo de produção, utilizando máquinas e equipamentos disponíveis nas propriedades”, afirma o pesquisador da Embrapa Instrumentação.

O presidente do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), Álvaro Salles, diz que a realização de validação de técnicas de agricultura de precisão, como aplicação de taxa variável em função da necessidade da planta, além demonstrar o benefício direto de economia de recursos ao produtor, traz outro benefício essencial à sustentabilidade, uma vez que se aplicam apenas as dosagens necessárias em cada parte da lavoura.

“A Embrapa, em parceria com outras instituições, deverá levar ao campo de forma mais intensa as ferramentas de AP, para que o produtor possa avaliar e adotar essas tecnologias, que deverão estar cada vez mais presentes no cotidiano agrícola”, afirma Salles.

O presidente do IMAmt acredita que as soluções adotadas atualmente por grandes produtores, logo serão adaptadas e permitirão que pequenos e médios produtores, de diferentes culturas, também as utilizem. “Isso certamente trará muito mais eficiência e produtividade para todos”, avalia.

 

 

Joana Silva

SÃO CARLOS/SP - A Embrapa chega a 27ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) com soluções para diversas cadeias produtivas do agro brasileiro, entre elas, a da carne, piscicultura e a de insumos. Os visitantes poderão ver demonstrações, ao vivo, de análises de carne por ressonância magnética nuclear (RMN), da qualidade da água de tanques de criação de peixes, e de solos, conhecer fertilizantes à base de nanotecnologia, para agricultura familiar, práticas agrícolas para criação de abelhas-sem-ferrão e bioinsumo para reduzir os efeitos da seca, entre outras.

As tecnologias serão apresentadas no período de 25 a 29 de abril, no estande localizado na E14a1 do mapa da feira, em Ribeirão Preto (SP), por três unidades de pesquisa, Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ).

A Embrapa Instrumentação leva para a Agrishow resultados consolidados de pesquisas desenvolvidas em parceria com startups, que fazem parte do seu ecossistema de inovação, e já com impactos positivos no mercado nacional e internacional. Pelo menos quatro das seis tecnologias que serão apresentadas contaram com a participação de agtechs, sediadas em São Carlos, cidade do interior paulista com forte vocação para o empreendedorismo.

SpecFit é uma delas. A tecnologia realiza análise de carne por ressonância magnética nucelar (RMN) em segundos. Desenvolvido em parceria com a startup Fine Instrument Technology (FIT) para análise de produtos da agroindústria, o SpecFit fará análise de carne, ao vivo, na Agrishow, utilizando a RMN. A técnica foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Association of Official Agricultural Chemists (AOAC) para avaliação do teor de lipídeos em carnes, produtos cárneos e pescados. O equipamento, presente em mais de 20 países, nos quais está sendo utilizado para medir o teor de óleo de frutos de dendê, permite a geração de informações precisas na carne e em produtos processados e industrializados à base de proteína animal. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da startup estarão no estande para fornecer outros detalhes. Mais informações em: https://www.fitinstrument.com/FITbr/FineInstrumentTechnology.html

Sonda Multiparâmetros Aqua Probe – Fundamental na criação de peixes, a qualidade da água pode ser a causa do sucesso ou fracasso do negócio. Para ajudar os piscicultores, a Embrapa Instrumentação e a startup Acqua Nativa desenvolveram a Sonda Multiparâmetros Acqua Probe, capaz de aferir em tempo real e de forma remota – por meio de celular, tablet ou computador – as propriedades da água de viveiros destinados ao cultivo de organismos aquáticos, como peixes e crustáceos. Entre os 12 parâmetros que a tecnologia é capaz de monitorar estão níveis de pH, temperatura, oxigênio dissolvido, potencial de oxirredução, turbidez da água, além da clorofila-a e condutividade elétrica. O equipamento nacional, que custa um quarto do valor do importado, integra o Projeto BRS Acqua, liderado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), que está sendo executado com o objetivo de fortalecer e ampliar a aquicultura. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/48378253/sonda-brasileira-avalia-parametros-da-agua-com-custo-quatro-vezes-menor-do-que-o-da-importada

Plataforma IA AGLIBS é outra tecnologia que tem a assinatura de uma startup no desenvolvimento, a Agrorobótica. A tecnologia faz a mensuração, reporte, verificação e comercialização (MRVC) de carbono na agricultura e a digitalização da fertilidade e textura do solo, sendo a mesma tecnologia - hardware e software - utilizada pela Nasa em seus robôs para explorar os solos do Planeta Marte. O AGLIBS utiliza a espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS) e está sendo empregada de forma pioneira no Brasil e no Mundo. A plataforma IA AGLIBS auxilia os agricultores a resolver grandes problemas do Planeta Terra como mitigação das mudanças climáticas e segurança alimentar. A geração de valor para o agricultor que utiliza a tecnologia consiste em sustentabilidade, agregação de valor nas commodities carbono neutro; aumento da rentabilidade - redução de custos com corretivos e fertilizantes. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/33742934/tecnologia-usa-laser-e-inteligencia-artificial-para-analise-de-solos-em-larga-escala-de-forma-limpa

Nanocristais de celulose – Semelhantes a grãos de arroz ou agulhas, porém com espessura cerca de 200 mil vezes menor, os nanocristais extraídos de fontes renováveis e sustentáveis, conhecidos como green materials (materiais verdes), têm atraído a indústria do mundo todo. De olho nesse mercado, a startup BioNano e a Embrapa Instrumentação unem esforços na extração de nanocristais para aplicações diversas, que vão da confecção de papéis especiais a cosméticos. A produção já saiu da escala-piloto, quando se produzia apenas alguns gramas para cerca de 5 quilos diários, em experimentos realizados na empresa. Pequenas amostras de nanocristais extraídos de algodão, bem como em suspensão, também estarão no estande. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/46702222/producao-de-nanocristais-de-celulose-se-aproxima-da-escala-industrial

Insumos agrícolas

Biofertilizante para agricultura familiar – Gerado a partir do tratamento do esgoto doméstico pela Fossa Séptica Séptica Biodigestora, o adubo orgânico pode substituir a aplicação do nitrogênio sintético na adubação de pequenas lavouras e pode ser uma excelente alternativa para produtores que não têm acesso a nenhum tipo de fertilizante químico. Em experimentos com milho para silagem conduzidos por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, o biofertilizante, acrescido de fósforo e potássio, demonstrou resultados de produções semelhantes de grãos, comparadas às áreas com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK). Na feira, o produtor rural poderá conhecer o adubo orgânico e ver as diferenças entre plantas de milho adubadas com e sem o insumo. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/39759154/efluente-tratado-de-fossa-biodigestora-serve-de-adubo-para-pequenos-produtores

Sachê biodegradável – Desenvolvido à base de produtos naturais entre a Embrapa Instrumentação e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o sachê de liberação controlada de agroquímicos, solúvel em água, consiste em um material selado por prensagem, que contém em seu interior o insumo desejado. O sachê é formado por uma mistura de materiais poliméricos com elevada biodegradabilidade, ao ser inserido no solo, libera o conteúdo de forma gradual, conforme vai se decompondo. Entre as vantagens da inovação estão a diminuição da quantidade de insumos para a mesma atividade agrícola, além de prevenir danos à saúde do produtor rural, porque o agroquímico é inserido no interior do sachê. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/5930639/sache-biodegradavel-libera-agroquimicos-de-forma-controlada

Boas Práticas agrícolas

Boas Práticas para Instalação e Manejo de Colônias de Abelhas sem Ferrão – A Embrapa Meio Ambiente investe no desenvolvimento de tecnologias para criação e uso sustentável das abelhas-sem-ferrão. Seu objetivo é gerar renda a partir da biodiversidade brasileira de abelhas e aumentar a produtividade dos cultivos dependentes delas para polinização. A produção de mel e polinização de diversas espécies de culturas é uma grande contribuição das abelhas nativas sem ferrão para a agricultura brasileira. A Kombi da A.B.E.L.HA. (Associação Brasileira de Estudos das Abelhas) com a qual a Embrapa Meio Ambiente mantém parceria no desenvolvimento de tecnologias para criação e uso sustentável das abelhas sem ferrão, estará na feira com abelhas nativas para mostrar os benefícios delas para a sociedade. Mais informações em: https://www.embrapa.br/meio-ambiente/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/7326/multiplicacao-de-colonias-de-abelhas-sem-ferrao-em-escala-comercial-para-uso-na-polinizacao-agricola

Produção Integrada de Morango – A Produção Integrada de Morango (PIMo) permite ao agricultor utilizar cerca de dez vezes menos defensivos químicos, aumenta a produtividade por planta e ainda gera um fruto mais valorizado pelo mercado consumidor. Esse sistema de produção segue o princípio das boas práticas agrícolas e observa regras estabelecidas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), que coordena nacionalmente o Programa de Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil), enquanto a Embrapa Meio Ambiente coordena o Programa Produção Integrada de Morango, iniciado em 2006. A Staw Agricultura é uma das propriedades que utiliza a PIMo e possui o Selo Brasil Certificado desde 2019, o primeiro morango do estado do Paraná a receber esse selo pela adoção da produção integrada. A Staw também recebeu o Certificado de Conformidade Orgânica para produção de morango in natura, morango congelado e morango liofilizado, pela Ecocert Brasil Certificado. https://www.embrapa.br/meio-ambiente/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/6121/producao-integrada-de-morango

Mitigação da Seca por Bactérias Benéficas – O Auras é um bioinsumo produzido a partir da rizobactéria Bacillus aryabhattai, extraída das raízes do mandacaru (Cereus jamacaru), para ser aplicado em lavouras, principalmente milho para aumentar a resiliência e a capacidade de adaptação das plantas ao estresse hídrico, promovendo o crescimento da cultura mesmo em condições de seca. A solução da Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a NOOA Ciência e Tecnologia Agrícola, é resultado de mais de 12 anos de pesquisa. O AURAS® além de propiciar maior segurança no ambiente de produção, promove também maior estabilidade no ambiente biológico e otimiza o uso da água pela planta. O bioinsumo é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e expressando o verdadeiro potencial das lavouras. Na Agrishow informações sobre o correto uso do Auras serão repassadas pelos técnicos da Embrapa e da NOOA e o produto industrializado será demonstrado pela empresa. Mais informações em: https://digital.nooabrasil.com.br/auras

https://www.embrapa.br/meio-ambiente/busca-de-noticias/-/noticia/60941801/bacteria-encontrada-no-mandacaru-vira-bioproduto-que-promove-tolerancia-a-seca-em-plantas?p_auth=IRGYeIFP

Pacote tecnológico

SpecSolo - O pacote tecnológico, conhecido como SpecSolo®, é uma tecnologia inovadora destinada à análise de solos por espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) que faz uso de técnicas de Big Data e Inteligência Artificial, desenvolvidas com o auxílio de um robusto banco de dados com mais de 1 milhão de amostras de solos representativos do Brasil. Desenvolvido pela Embrapa Solos, em parceria com a iniciativa privada, tem a vantagem de analisar as amostras de solo de forma não destrutiva, rápida e econômica. Dezenas de parâmetros de fertilidade (carbono orgânico do solo, pH, cálcio, magnésio, fósforo, potássio dentre outros) e física do solo (argila, silte e areia) podem ser analisados simultaneamente em apenas 30 segundos. A análise convencional demora dias para apresentar os mesmos parâmetros. Pesquisadores da Embrapa Solos vão demonstrar o modo de funcionamento (incidência da luz infravermelha sobre as amostras de solo). Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/17162564/tecnologia-inovadora-analisa-solos-em-apenas-30-segundos

Corredor de Inovação e Caravana Fert Brasil

Além das tecnologias no estande, a Embrapa vai participar da Agrishow com outras ações. 

No dia 25, às 15 horas, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa e Sebrae-SP, vão celebrar a parceria para implantação do Corredor de Inovação Agropecuária do Estado de São Paulo, que visa integrar os polos de desenvolvimento das regiões de Jaguariúna, Campinas, Piracicaba, São Carlos e Ribeirão Preto.

Estudo coordenado pelo Mapa e a Embrapa Agricultura Digital para apoiar o projeto aponta que o Corredor tem potencial para se posicionar entre os cinco maiores em agricultura e o primeiro em agricultura tropical no mundo. Saiba mais aqui (https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inovacao/agrohub-brasil/ecossistemas/corredor-agrotecnologico-de-sao-paulo-sp).

Além do lançamento do Corredor de Inovação, haverá ainda um workshop, a partir das 16h, para discutir ações estratégicas para consolidação da iniciativa. O evento será realizado no Espaço Gastronomia, estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na Agrishow.

 No dia 26, às 16 horas, na Arena do Conhecimento, o pesquisador da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, fará uma palestra sobre a “Caravana Embrapa Fert Brasil”.

Ele vai apresentar detalhes sobre o cronograma e as regiões que serão visitadas, além de aspectos que serão abordados pelos pesquisadores junto aos produtores rurais. Mais informações em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/69330719/caravana-embrapa-fertbrasil-percorrera-48-polos-produtivos-a-partir-de-abril.

Representantes da Embrapa Agroenergia (Brasília, DF), Embrapa Territorial (Campinas, SP), Embrapa Acre (Rio Branco, AC), Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) e equipe de Relações Institucionais e Governamentais da Embrapa (Brasília – DF) estarão na feira para realizar prospecções e articulações com stakeholders.

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