MUNDO - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na noite deste sábado que os eleitores lhe deram uma vitória "convincente" após a projeção de que ele teria derrotado Donald Trump.
"Esta é a hora de cicatrizar na América", disse um entusiasmado Biden a apoiadores em um comício ao ar livre em sua cidade natal, Wilmington, Delaware.
"Prometo ser um presidente que não busca dividir, mas unificar", disse Biden, traçando um forte contraste com os quase quatro anos polarizadores de Trump.
Reconhecendo a decepção dos apoiadores de Trump, Biden disse deles: "Eles não são nossos inimigos. Eles são americanos".
"Deixem essa era de demonização na América começar a terminar aqui", convocou.
"Busquei este cargo para restaurar a alma da América, reconstruir a espinha dorsal desta nação, a classe média, e fazer com que a América seja respeitada em todo o mundo novamente", acrescentou.
Biden estava visivelmente otimista ao se dirigir à multidão socialmente distanciada, correndo pelo palco após uma introdução da vice-presidente eleita Kamala Harris ao som de "We Take Care of Our Own" de Bruce Springsteen.
"Pessoal, o povo desta nação falou. Nos deu uma vitória clara, uma vitória convincente", comemorou.
Biden prometeu nomear um grupo de cientistas importantes para sua força-tarefa contra o coronavírus já na segunda-feira.
"Na segunda-feira, nomearei um grupo de cientistas e especialistas importantes como conselheiros de transição para ajudar a pegar o plano Biden-Harris e convertê-lo em um projeto real que começará em 20 de janeiro de 2021".
*Por: AFP
MUNDO - O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, declarou vitória na eleição presidencial norte-americana do país, apesar de os resultados ainda não estarem claros e dos milhões de votos ainda não apurados. Seu rival, o democrata Joe Biden, manifestou confiança em vencer uma disputa que não estará resolvida até que alguns estados completem a contagem dos votos nas próximas horas ou dias.
"Francamente, nós vencemos esta eleição", disse Trump ao alegar que venceu em vários estados cruciais onde a apuração ainda estava em andamento.
"Isso é uma fraude contra o povo americano", afirmou ele, sem apresentar qualquer evidência que respaldasse a alegação. As leis eleitorais dos EUA determinam que todos os votos devem ser contados. Mais votos precisam ser apurados neste ano do que no passado, devido à grande votação por correio em meio à pandemia do novo coronavírus.
Trump venceu nos estados-chave da Flórida, Ohio e Texas, afastando as esperanças de Biden de uma vitória decisiva no início da apuração, mas Biden disse que caminhava para vencer a eleição com vitórias em três estados da região do Cinturão da Ferrugem.
Biden, de 77 anos, quer vencer nos estados do chamado "muro azul" - Michigan, Wisconsin e Pensilvânia - que levaram Trump, de 74 anos, para a Casa Branca em 2016.
"Nos sentimos bem onde estamos", disse Biden no estado de Delaware, onde mora, recebendo como resposta as buzinas dos carros de apoiadores que o ouviam. "Acreditamos que estamos a caminho de vencer esta eleição."
Trump tem repetido, sem apresentar provas, que o aumento na votação pelo correio levará a um aumento na fraude, embora especialistas em eleições afirmem que fraudes sejam raras e que a votação pelo correio é algo comum há tempos nas eleições nos Estados Unidos.
*Por Trevor Hunnicutt e John Whitesides - Repórteres da Reuters
MUNDO - A eleição presidencial dos Estados Unidos (EUA) nesta terça-feira (3) tem todos os ingredientes para uma prolongada batalha jurídica pelo seu resultado: um eleitorado altamente polarizado, um número recorde de votos pelo correio e alguns ministros da Suprema Corte que parecem prontos para intervir se a disputa for acirrada e contestada.
O único elemento que falta, que levaria os dois lados ao tribunal, seria um resultado apertado em um Estado-pêndulo, onde a preferência da maioria do eleitorado oscila entre um partido e outro.
“Se o resultado final depender da Pensilvânia ou da Flórida, eu acho que teremos a batalha jurídica das nossas vidas”, disse Jessica Levinson, professora de lei eleitoral da Loyola Law School, de Los Angeles.
Disputas eleitorais não são incomuns, mas elas geralmente acontecem em eleições locais ou estaduais, segundo especialistas em lei eleitoral.
Este ano, nos meses anteriores ao pleito de 3 de novembro entre o presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden, a pandemia do novo coronavírus alimentou centenas de desafios legais, envolvendo de assinaturas de testemunhas a carimbos postais e uso de caixas postais para depositar as cédulas.
Duas decisões judiciais recentes sobre o prazo para a contagem dos votos pelo correio aumentaram a probabilidade de uma batalha legal pós-eleição se o resultado na Pensilvânia ou em Minnesota, outro estado crucial, for apertado, dizem especialistas em lei eleitoral.
A 8ª Corte de Apelação dos EUA decidiu, em 29 de outubro, que o plano de Minnesota para estender o prazo para a contagem das cédulas enviadas pelo correio era uma manobra inconstitucional do secretário de Estado local, o democrata Steve Simon.
Autoridades de Minnesota foram instruídas a “segregar” cédulas recebidas depois de 3 de novembro.
Simon afirmou que as autoridades não apelariam à Suprema Corte, mas mais litígios nos tribunais inferiores determinarão se essas cédulas serão contadas.
Enquanto isso, em 28 de outubro, a Suprema Corte manteve uma decisão do tribunal superior da Pensilvânia, que permitiu que as autoridades contassem cédulas enviadas pelo correio postadas no dia da eleição e recebidas até três dias depois.
Os juízes disseram que não havia tempo suficiente para revisar a decisão. Como em Minnesota, autoridades da Pensilvânia segregarão essas cédulas, preparando uma potencial batalha legal se a eleição for acirrada.
Qualquer batalha legal disputada diante da Suprema Corte terá maioria conservadora de 6 x 3 após a confirmação de Amy Coney Barrett, em 26 de outubro. Três dos ministros foram indicados por Trump.
O presidente disse, em setembro, que queria sua indicada confirmada porque a eleição acabaria na Suprema Corte. "Acho que é muito importante que tenhamos nove ministros”.
*Por Tom Hals - Repórter da Reuters
MUNDO - De capuz na cabeça, Keturah Heron caminha pela rua com o punho no ar. A máscara traz estampada, em inglês, "Justiça para Breonna Taylor", lembrando a paramédica de 26 anos que foi morta a tiros pela polícia em março durante uma batida policial em seu apartamento.
Está frio e ventoso em Louisville, Kentucky, neste sábado de outubro. No entanto, várias centenas de manifestantes compareceram à passeata. "Diga o nome dela", eles gritam. "Breonna Taylor!"
Herron quer justiça pela morte de Taylor, mas não só justiça. Depois de meses de protestos em todo o país contra a violência policial de fundo racista e num período de eleições, a manifestação do movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) em Louisville também tem uma mensagem política. Eles e muitos outros ativistas não querem que o presidente Donald Trump seja reeleito. Eles culpam o chefe de governo pela divisão cada vez maior no país.
Nas ruas de Louisville, eles concordam com uma coisa: Trump é abertamente racista, se recusa a condenar a violência policial contra os negros e ainda elogia milícias armadas de direita que "zelam pela ordem" em meio aos protestos do Black Lives Matter – como, por exemplo, em agosto em Kenosha, no estado de Wisconsin, quando um apoiador de Trump de 17 anos matou a tiros dois manifestantes.
Trump o defendeu e falou em "autodefesa" contra "radicais de esquerda", que ele repetidamente tem associado ao movimento Black Lives Matter.
Alta participação eleitoral
Na verdade, Trump vem despencando cada vez mais nas pesquisas há algum tempo. Uma razão para isso está no movimento de protesto Black Lives Matter.
Entretanto, a posição geral dos eleitores negros não é tão clara como na manifestação em Louisville. Uma pesquisa da American University em Washington mostra que muitos jovens negros também são críticos em relação ao candidato democrata Joe Biden. De acordo com a sondagem, um a cada dois eleitores negros com menos de 30 anos em seis estados importantes ainda está indeciso – muitos deles nem mesmo querem votar.
Entre aqueles com mais de 30 anos de idade, no entanto, uma clara maioria de 70% apoia Biden. Robert Patterson, professor de estudos afro-americanos da Universidade de Georgetown, em Washington, prevê que Biden, ao contrário de Hillary Clinton em 2016, pode ter certeza do apoio da maioria do eleitorado negro.
Embora os eleitores negros de Trump que votam nos republicanos por razões de ideologia econômica dificilmente mudem de ideia, ao contrário de 2016, os eleitores negros sabem hoje exatamente "o que está em jogo", segundo o pesquisador.
Entre pandemia e protestos
A ira dos manifestantes em relação ao presidente Trump pôde ser sentida, por exemplo, em Washington no final de agosto. Milhares foram à capital americana para uma nova edição da histórica Marcha sobre Washington. Muitos deles foram à Casa Branca e zombaram do presidente exibindo caricaturas gigantescas de Trump.
Aqueles que participaram do ato o fizeram em memória de Martin Luther King que, 57 anos atrás, reivindicou igualdade para todos em seu famoso discurso "I have a dream" (eu tenho um sonho). No entanto, entre a pandemia e os protestos, o ano de 2020 prova que "nada mudou" desde o discurso de King, de acordo com um jovem manifestante na multidão, que culpa o presidente pelo "racismo branco" e diz que a agitação no país é "uma consequência dele".
Biden depende dos votos dos negros, razão pela qual escolheu a negra Kamala Harris como candidata ao cargo de vice-presidente. Mas só isso não basta. "Trump não é bom para a causa negra, Mas eu voto nele mesmo assim, porque ele é o homem do dinheiro", afirma o jovem negro que diz se chamar "TS", morador do problemático bairro de Compton, em Los Angeles.
Patterson atribui essas posições à falta de educação e ao desencanto com a história. Ele deixa claro que, no final das contas, o que importa é o comparecimento às urnas. O movimento estaria contribuindo principalmente para uma maior participação dos eleitores negros, conforme o pesquisador. E eles apoiam em maior parte Biden.
A ativista do movimento Black Lives Matter de Louisville Keturah Herron está pronta para votar. Quando Barack Obama se tornou o primeiro presidente negro do país, por um curto período ela acreditou que algo realmente iria mudar. Agora, ela acha que é diferentes. "Para nós, negros, será a escolha mais importante de nossas vidas."
*Por: Oliver Sallet / DW
MUNDO - O negócio de Dung Trans está crescendo. “No ano passado, adicionamos um segundo andar à nossa fábrica. E agora procuramos um novo local quatro vezes maior do que o atual”, diz o empresário. Para sua companhia, a fabricante de eletrônicos Spartronics, a disputa comercial entre China e os Estados Unidos tem sido uma bênção. E ele não está sozinho.
Os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma disputa comercial há mais de dois anos. Entre julho de 2018 e setembro de 2019, os EUA impuseram tarifas de até 25% sobre quase todas as importações da China.
As tarifas tiveram um impacto profundo. Antes do início da disputa, 23% de todas as importações dos EUA vinham da China –mais de 526 bilhões de dólares apenas em 2017. No final de 2019, esse valor caiu para 18% –uma redução de mais de 26 bilhões de dólares.
“Os dois maiores perdedores com o conflito são os próprios Estados Unidos e a China“, avalia Yasuyuki Sawada, economista-chefe do ADB (Banco de Desenvolvimento Asiático). Uma análise do ADB em 2020 conclui que o PIB (Produto Interno Bruto) e as taxas de emprego em ambos os países serão afetados devido ao conflito.
Para os consumidores dos EUA, a disputa fez com que muitos tivessem que pagar preços mais altos pelos produtos chineses, enquanto para a China, isso levou principalmente a uma perda no valor das exportações, de acordo com uma análise da ONU de novembro de 2019.
Um olhar sobre as maiores exportações chinesas para os EUA confirma que as empresas americanas estavam adquirindo substancialmente menos telefones celulares, computadores e móveis da potência econômica asiática no final de 2019 do que no final de 2017, antes de a guerra comercial começar.
Trégua comercial e pandemia
Em janeiro de 2020, os EUA e a China assinaram a “fase 1” do acordo, visando diminuir as tensões comerciais. Convidou a China a comprar bilhões a mais em produtos americanos, a fim de reduzir o superávit comercial chinês com os EUA. A condição foi considerada irreal antes mesmo de o acordo entrar em vigor. A pandemia piorou a situação.
“As exigências para importações adicionais de produtos americanos parecem muito, muito desafiadoras, dado que o crescimento da economia chinesa será muito mais lento do que o previsto em janeiro”, diz Yasuyuki Sawada. Além disso, o acordo manteve as tarifas existentes em vigor, efetivamente paralisando o conflito em vez de resolvê-lo.
A pandemia que se seguiu efetivamente interrompeu as cadeias de abastecimento globais. Mas a economia da China conseguiu se recuperar a partir do 2º trimestre de 2020. Como uma das primeiras grandes economias a sair do bloqueio, o país foi capaz de fornecer a nações como os EUA os produtos de que precisam.
“Parte disso se deveu ao aumento das exportações de suprimentos e equipamentos de saúde“, ressalta Sawada. As importações de máscaras da China para os Estados Unidos, por exemplo, aumentaram mais de 10 vezes.
Isso foi ajudado pelas muitas exceções tarifárias concedidas pelos Estados Unidos nos últimos meses em relação a produtos como luvas cirúrgicas e máscaras, mas também muitos itens eletrônicos, peças automotivas e outros. Tudo isso impulsionou o comércio entre os EUA e a China quase de volta aos níveis anteriores à disputa.
Mas os efeitos da guerra comercial ainda estão sendo sentidos. Enquanto os preços das importações chinesas subiram durante a disputa, a demanda americana por celulares, computadores, lâmpadas ou impressoras não cessou. Como resultado, os consumidores e fabricantes dos EUA estão mudando para outros países para obter os produtos de que precisam.
Sudeste Asiático e México se beneficiaram
Para alguns, os ganhos desse redirecionamento comercial podem até superar os efeitos negativos da disputa. “Para economias emergentes não chinesas, o impacto positivo predomina“, alerta Sawada. “O ganho parece ser maior para países que podem produzir produtos semelhantes aos fabricados na China.”
Entre os que mais se beneficiaram está o vizinho dos Estados Unidos, o México: entre 2017 e 2019, o país exportou cerca de 4,7 bilhões de dólares a mais para os EUA em decorrência da disputa comercial.
Os bilhões faturados adicionalmente são especialmente significativos para países com PIBs mais baixos, como Vietnã, Malásia ou Taiwan. Entre eles, o Vietnã é o vencedor claro: os 6,4 bilhões de dólares adicionais ganhos durante os 2 anos do conflito são correspondem a quase o dobro de todos os gastos anuais com saúde do país.
Este é o resultado de uma análise DW a partir das importações dos EUA entre 2017 e 2019, visando descobrir quais os países e quais setores, em particular, se beneficiaram mais. Uma pista para a importância de um exportador é a participação de mercado que seus produtos conquistam entre todos os importados por seu parceiro comercial.
Por exemplo, a China fornecia 62% dos computadores importados pelos EUA. No final de 2019, esse valor caiu para 44%, uma perda de mais de 5 bilhões de dólares.
Mas a perda da China foi o ganho de Taiwan e do México: cada um deles ganhou cerca de seis pontos percentuais em participação de mercado. Ao final de 2019, forneciam, respectivamente, 10% e 25% de todos os computadores importados pelos EUA.
Para o México, porém, a pandemia interrompeu os ganhos obtidos nos últimos 2 anos. As importações do México para os EUA despencaram. Até menos produtos chegam do México para os EUA agora do que antes do início da disputa comercial.
Mas, até agora, o Vietnã e outras economias do Sudeste Asiático conseguiram manter seus ganhos. Alguns, como Vietnã e Taiwan, até aumentaram ainda mais suas exportações para os Estados Unidos.
Isso se deve em parte ao fato de países como o Vietnã há muito tempo terem começado a se posicionar como alternativas para a China. “O Vietnã aumentou progressivamente a fabricação, atraindo investidores estrangeiros e aumentando as exportações para os EUA“, diz Khiem Vu, gerente no Vietnã da Global Resources, que agência que conecta empresas a fornecedores na Ásia.
A disputa comercial acelerou a decisão de multinacionais de se mudarem da China, segundo ele. “Muitos forçaram seus atuais fabricantes chineses a transferir a produção para o Vietnã. Por exemplo, o fabricantes chineses que produzem sandálias Crocs construíram fábricas empregando vários milhares de trabalhadores em Phu Tho, para atender apenas o mercado dos Estados Unidos“, frisa.
Demanda por eletrônicos do Vietnã
A Crocs não é a única empresa de calçados fazendo essa mudança. O Vietnã exportou 30% a mais em calçados para os Estados Unidos no final de 2019 do que há dois anos, enquanto as exportações da China diminuíram 15%. “Produtos de mão de obra intensiva com altas tarifas na China, como bolsas, malas, óculos, roupas, móveis e eletrônicos, podem tornar os fornecedores vietnamitas mais competitivos do que nunca“, sublinha Khiem Vu.
A maior mudança é registrada no setor de itens eletrônicos, como os fabricados na Spartronics, assim como celulares e computadores. O Vietnã mais que dobrou suas exportações de celulares para os Estados Unidos entre o final de 2017 e 2019.
Para a Spartronics, a pandemia apenas acelerou o crescimento. “Temos sorte de estar no lugar certo na hora certa“, comemora Dung Tran. Parte de seu negócio vem da fabricação de produtos médicos, como ventiladores e kits de teste para covid-19. “Está crescendo incrivelmente. Nosso superávit está compensando os desafios que enfrentamos em nossos outros segmentos.”
Dung Tran diz que tudo isso trouxe mudanças visíveis no Vietnã. “Eu morava no Vale do Silício, Califórnia. Posso comparar o que estamos experimentando no Vietnã com o boom das pontocom naquela época. Se você já esteve no Vietnã antes e você voltar agora, verá mais prédios, mais arranha-céus.”
A questão, segundo ele, é com que rapidez o país pode ampliar sua infraestrutura para lidar com o crescimento. “De repente, você tem congestionamentos em aeroportos e portos devido ao grande volume de produtos que chegam. O governo está muito empenhado em fazer melhorias, mas vai levar tempo.” E, no momento, é difícil dizer o que os próximos anos trarão.
Esperança de fim da guerra comercial
Ele está confiante de que as mudanças que viu em seus negócios e em todo o Vietnã vieram para ficar. “Acho que o Sudeste Asiático e o Vietnã continuarão crescendo, independentemente dessas questões comerciais.” Mesmo assim, ele prefere o fim da disputa comercial. “Não podemos viver sem a China”, pondera. “Precisamos depender uns dos outros de maneira justa. Isso é muito importante.”
Como mostra esta análise, uma disputa comercial entre dois grandes países hoje quase sempre afeta outros também. “Ipads, Iphones e gadgets agora são produzidos usando redes de cadeia de suprimentos muito complicadas e estreitamente conectadas“, diz Yasuyuki Sawada. “Produtos chineses que enfrentam uma produção mais baixa afetarão os fornecedores de produtos intermediários. Isso vai gerar grandes efeitos colaterais negativos nos países e economias asiáticas.”
Ele também espera o fim das tensões comerciais entre EUA e China. “A região do Pacífico Asiático se beneficiou muito com o comércio aberto nas últimas décadas. Acho que é muito importante, se possível, voltar para antes da era de tensões comerciais EUA-China”.
*Deutsche Welle
MUNDO - O fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, expressou na quinta-feira sua preocupação com a possibilidade de uma onda de violência nos Estados Unidos após as eleições de 3 de novembro.
"Eu estou preocupado que, com nossa nação tão dividida e os resultados das eleições potencialmente levando dias ou semanas para serem finalizados, exista o risco de distúrbios civis", disse Zuckerberg durante uma conferência com analistas sobre os resultados trimestrais de sua empresa.
A pandemia de coronavírus provocou o crescimento exponencial do voto por correio, o que gera temores de que a apuração demore mais do que o habitual.
De acordo com o Projeto Eleitoral dos Estados Unidos, um centro de estudos da Universidade da Flórida, até quarta-feira mais de 81 milhões de eleitores já haviam votado. As autoridades acreditam que 150 milhões de pessoas votarão na eleição presidencial.
Nestas circunstâncias, empresas como o Facebook "precisam ir muito além do que já fizemos" para consolidar a confiança no processo eleitoral e evitar que as plataformas sejam utilizadas para proclamar a vitória com antecedência de algum candidato ou para convocar manifestações violentas nas ruas.
Zuckerberg recordou algumas salvaguardas implementadas por sua rede social, como a proibição de qualquer publicidade sobre temas sociais ou políticos em suas plataformas nos Estados Unidos após o fechamento dos locais de votação, para reduzir os riscos de "confusão ou abuso" durante o tempo que for necessário.
"A próxima semana vai ser um teste para o Facebook, mas estou orgulhoso do trabalho que fizemos", completou, com o desejo de demonstra que sua empresa aprendeu as lições de 2016, quando as eleições foram marcadas por grandes campanhas de desinformação, algumas delas orquestradas a partir da Rússia.
Esta semana a proibição de novos anúncios políticos durante os últimos sete dias de campanha gerou fortes controvérsias.
O Facebook foi acusado de permitir anúncios da campanha do presidente Donald Trump direcionados a estados chaves.
As declarações de Zuckerberg aconteceram de maneira simultânea ao anúncio do Walmart sobre a retirada temporária de armas e munições das prateleiras de seus supermercados.
A empresa tomou a decisão como forma de precaução após os protestos violentos na Filadélfia e em um contexto de elevadas tensões políticas que, em várias ocasiões, resultados em atos de violência em diversas cidades nos últimos meses.
No centro de Washington, vários edifícios e lojas começaram na quarta-feira a proteger portas e vitrines com a previsão de eventuais manifestações após a eleição de 3 de novembro.
*Por: AFP
MUNDO - O governo Donald Trump impôs nesta última segunda-feira (26) novas sanções ao setor de petróleo do Irã, incluindo vendas para Síria e Venezuela, reduzindo a margem de manobra do candidato democrata à Presidência, Joe Biden, caso ele vença as eleições na próxima semana.
Desde 2018, o governo Trump impõe sanções abrangentes com o objetivo de encerrar todas as exportações de petróleo do Irã, punindo qualquer país que comprar o produto de seu rival.
O governo informou que designou a Companhia Nacional de Petróleo do Irã, o Ministério do Petróleo do Irã e a Companhia Nacional de Petroleiros do Irã sob uma autoridade antiterrorismo, o que significa que qualquer futuro governo terá que tomar medidas legais para reverter a decisão.
O Departamento do Tesouro emitiu as sanções ligando as três entidades à Força Qods dos Guardiões da Revolução, de elite, anteriormente designada como organização terrorista pelos Estados Unidos e cujo comandante, Qasem Soleimani, foi morto em um ataque norte-americano ao aeroporto de Bagdá. em janeiro.
"O regime iraniano continua priorizando seu apoio a entidades terroristas e seu programa nuclear em detrimento das necessidades do povo iraniano", disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em um comunicado.
Biden, que lidera as pesquisas de intenção de voto antes para as eleições da próxima terça-feira, apoia a diplomacia com o Irã e um acordo negociado sob o governo de Barack Obama, segundo o qual Teerã cortou drasticamente suas atividades nucleares em troca de promessas de alívio das sanções.
O Departamento do Tesouro disse que uma rede apoiada pela Força Qods enviou mais de uma dúzia de petroleiros na primavera de 2019, principalmente para a Síria, onde o Irã é um dos principais apoiadores do presidente Bashar al Assad emergindo de uma guerra civil.
Além das designações de terrorismo, o Departamento do Tesouro impôs sanções a um empresário iraniano baseado no Reino Unido, Mahmoud Madanipour, e a empresas relacionadas a transações com a Venezuela.
O Departamento do Tesouro o acusou de organizar o embarque de dezenas de milhares de toneladas de gasolina para a Venezuela, onde Trump tentou sem sucesso depor o presidente Nicolás Maduro.
Os Estados Unidos também impuseram sanções ao governo Maduro e, no início deste ano, conseguiram apreender cargas de combustível de quatro navios iranianos com destino à Venezuela, que sofre com uma significativa escassez de gasolina e energia, apesar de seu petróleo abundante.
*Por: AFP
MUNDO - O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (26) a nomeação da juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo presidente Donald Trump, para ocupar uma cadeira na Suprema Corte do país.
Apesar de os democratas terem feito oposição feroz à nomeação da jurista conservadora, os companheiros republicanos de Trump têm uma vantagem de 53 a 47 no Senado e alcançaram votos suficientes para confirmar a nomeação.
A nomeação foi aprovada por 52 a 48.
A Casa Branca planeja realizar um evento de comemoração após a aprovação, um mês depois que um evento semelhante foi relacionado a um surto de covid-19 em que o próprio Trump foi infectado.
Trump pressionou o Senado a confirmar Barrett antes da eleição de 3 de novembro e a aprovação vai criar uma maioria conservadora de 6 a3 no principal órgão judicial dos EUA.
Barrett, uma juiza federal de apelações, é a terceira escolha de Trump para o tribunal desde que assumiu o cargo em 2017.
*Por Steve Holland e Lawrence Hurley - Repórter da Reuters
Probabilidade do democrata Joe Biden vencer eleição presidencial dos EUA diminuiu para 66% após o debate, enquanto a de Trump subiu para 34%
MUNDO - As chances de reeleição do Donald Trump aumentaram, de acordo com a Betfair.net, após seu desempenho contra Joe Biden no segundo e último debate da campanha presidencial dos Estados Unidos.
O candidato democrata, no entanto, ainda lidera as probabilidades de vitória. Antes do início do evento, Trump tinha 32% de chance de vencer a eleição de 2020, e a probabilidade subiu para 34% de chance, enquanto Biden caiu de 68% para 66% na análise da Betfair.net.
Um porta-voz da Betfair.net declarou: “Ambos os candidatos alegarão ter vencido o debate, mas as ações falam mais alto que palavras e de acordo com a Betfair.net, as chances de Donald Trump aumentaram ligeiramente após o debate, enquanto as chances de Biden diminuíram de 68% a 66%”.
De acordo com Paul Krishnamurty, especialista em eleições da Betfair.net, “Este foi o melhor desempenho em debate de Donald Trump, de longe. Ele foi muito mais disciplinado e isso foi recompensado por coisas que se moviam a seu favor. Dito isso, Biden ficará bastante feliz. Ele atingiu seu objetivo principal - evitar desastres. Ele parecia passional e bem preparado”.
O que é o Swing-O-Meter da Betfair.net?
O Swing-O-Meter da Betfair.net fornece uma indicação em tempo real das chances de Donald Trump e Joe Biden de vencer a eleição de 2020 nos EUA usando os dados da Betfair.net.
MUNDO - Israel e Sudão aceitaram nesta última 6ª feira (23) adotar medidas para normalizar as relações entre os países. O acordo foi mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Eles [Israel e Sudão] estão escolhendo 1 futuro no qual árabes e israelenses, muçulmanos, judeus e cristãos possam viver juntos, orar juntos e sonhar juntos, lado a lado, em harmonia, comunidade e paz“, disse Trump no salão oval da Casa Branca.
Em comunicado, o governo norte-americano afirmou que “nas próximas semanas, os 2 países iniciarão negociações sobre acordos de cooperação nas áreas de agricultura, economia, comércio, aviação, migração e outras áreas de benefício mútuo”.
No começo da semana, o presidente dos EUA retirou o Sudão de uma lista de patrocinadores estatais do terrorismo, abrindo caminho para o entendimento com Israel.
“O governo de transição sudanês demonstrou tremenda coragem e compromisso com o combate ao terrorismo, construindo suas instituições democráticas e melhorando suas relações com seus vizinhos”, afirmou a Casa Branca.
Trump conversou por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e com o premiê sudanês, Abdalla Hamdok.
No telefonema com Netanyahu, transmitido da Casa Branca por canais de televisão norte-americanos, o premiê israelense disse que o acordo será “registrado nos livros de história”.
Omar Gamareldin, o ministro das Relações Exteriores do Sudão, disse à televisão estatal do país que “o acordo sobre a normalização com Israel será decidido depois da conclusão das instituições constitucionais por meio da formação do conselho legislativo”.
EMIRADOS ÁRABES E BAHREIN
Israel e Emirados Árabes assinaram em 13 de agosto 1 acordo de paz que normaliza as relações diplomática entre ambos os países. Esse acordo também foi feito com o intermédio dos Estados Unidos.
Os Acordos de Abraham (ou Acordos de Abraão), como o documento foi batizado, foram realizados por telefone pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed Bin Zayed e pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Como parte do tratado, israelenses não poderão anexar áreas da Cisjordânia e devem reconhecer a soberania do território, segundo a Casa Branca.
O acordo entre Israel e Bahrein, mais uma vez com mediação do governo Trump, foi firmado em 18 de setembro. Os países assinaram memorandos de entendimento nas áreas econômica, comercial, aérea e tecnológica.
*Por: Marina Ferraz / PODER360
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