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JAPÃO - A realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio conforme planejado em julho pode depender do apoio dos Estados Unidos e de seu novo presidente, afirmou o integrante do Comitê Organizador de Tóquio Haruyuki Takahashi em uma entrevista ao Wall Street Journal (WSJ).

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e os organizadores japoneses estão cada vez mais otimistas de que o evento irá acontecer, apesar da queda do apoio público e do aumento dos casos do novo coronavírus (covid-19).

No entanto, Takahashi acredita que o futuro da Olimpíada pode depender do apoio do presidente dos EUA, Joe Biden.

"O sr. Biden está lidando com uma situação difícil com o coronavírus", disse Takahashi ao WSJ em artigo publicado nesta quarta-feira. "Mas se ele fizer uma declaração positiva sobre a Olimpíada, nós ganharemos um forte impulso". "Depende dos EUA. Eu detesto dizer isso, mas [o presidente do COI] Thomas Bach e o COI não são os que podem tomar a decisão sobre os Jogos", acrescentou. "Eles não têm esse nível de liderança."

Biden não falou publicamente sobre a Olimpíada desde que se tornou presidente na semana passada. Os Estados Unidos levam o maior contingente de atletas a qualquer Olimpíada e também garantem ao COI o mais lucrativo acordo para a televisão.

Em resposta aos comentários de Takahashi, o COI disse ao WSJ que "os comentários dele são obsoletos". "É lamentável que o Sr. Takahashi não conheça os fatos", afirmou o comunicado do COI.

 

 

*Por Jack Tarrant / REUTERS

ARGENTINA - O governo da Argentina pediu nessa 3ª feira (26) que as companhias aéreas reduzam pela metade os voos que tenham como origem ou destino o Brasil e um corte de 30% em voos de e para Estados Unidos, México e Europa.

A medida, que entrará em vigor em 1º de fevereiro, é resultado de uma solicitação do Ministério da Saúde, pasta liderada por Ginés González García, com base na situação epidemiológica dos diferentes países. A Argentina tenta controlar o número de casos de covid-19 e evitar uma nova onda da doença.

A pasta informou que fará “uma revisão periódica da situação epidemiológica, com vista a repor os rendimentos o mais rapidamente possível”.

Em 21 de dezembro, a Argentina fechou as fronteiras com a Grã-Bretanha, por causa de eventual disseminação em território argentino da nova cepa do coronavírus. Além disso, decidiu rever toda a política migratória com o Brasil e os demais países vizinhos, mas, até agora, nenhuma ação específica havia sido tomada.

A Aerolíneas Argentinas indicou que já vem reduzindo o número de voos internacionais nas últimas semanas, como resultado da queda na demanda ocorrida pela ordem obrigatória de teste RT-PCR para entrar nos Estados Unidos e por causa do alto número de contágios na Europa.

Além disso, na semana passada, a KLM anunciou que estava suspendendo temporariamente os voos entre Argentina e Amsterdã, na Holanda. O último voo dessa rota aconteceu na 6ª feira (22).

Os passageiros que têm voos comprados para outras datas foram realocados para voos da Air France -dona da KLM- mas agora esse esquema terá que ser revisto novamente pelas restrições do governo argentino.

A companhia Alitalia também informou que reduziu os voos de fevereiro e março da rota Roma/Ezeiza/Roma e retomará as operações a partir de abril.

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou uma ordem executiva na última segunda-feira, 25, para ampliar a compra de bens produzidos nos Estados Unidos pelo governo federal.

“Como esta pandemia deixou claro, nós nunca mais podemos depender de um país estrangeiro que não compartilhe dos nossos interesses nacionais para proteger o nosso povo em uma emergência”, disse Biden, em um discurso de defesa da indústria nacional.

A medida é uma das 30 ordens assinadas pelo presidente em seus primeiros dias de governo e acontece em meio ao seu maior teste nas relações com o Congresso: a negociação do pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão enviado pela Casa Branca aos parlamentares. O plano é crucial para tirar do papel o alívio econômico prometido a trabalhadores e empregadores, em uma nova rodada de socorro para amenizar as consequências da pandemia de coronavírus. Medidas de saúde, como recursos aos Estados para organizar a distribuição das vacinas, também dependem da aprovação do pacote.

Na segunda-feira, Biden admitiu que as negociações devem levar algumas semanas e disse que quer um apoio bipartidário à medida.

“Prefiro que essas coisas sejam bipartidárias porque estou tentando gerar algum consenso”, afirmou Biden, conhecido por sua trajetória política de busca de consenso.

Enquanto as negociações com republicanos e democratas sobre o pacote dominam o debate em Washington, Biden tem avançado com as medidas executivas. Na ordem assinada, chamada de Buy American, o presidente aumentou a quantidade de componentes americanos que devem existir em um produto para que ele seja considerado como produzido no país.

Uma parte dos gastos do governo com infraestrutura, veículos e equipamentos é limitada a bens produzidos nos EUA. Há brechas, no entanto, para a classificação de um produto como americano, a depender do material ou da quantidade que o governo precisa, por exemplo. A medida atual muda os critérios de classificação de um bem como produzido nos EUA, para incentivar a compra de conteúdo doméstico.

 

 

*Por: Beatriz Bulla / ESTADÃO

PEQUIM - Os Estados Unidos frequentemente enviam navios e aeronaves ao Mar da China Meridional para "flexionar seus músculos" e isso não é bom para a paz, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na segunda-feira, depois que um grupo de porta-aviões dos EUA navegou para a disputada hidrovia.

O estratégico Mar da China Meridional, por meio do qual trilhões de dólares em fluxos comerciais a cada ano, há muito é um foco de contenção entre Pequim e Washington, com a China particularmente irritada com a atividade militar dos EUA naquele país.

O grupo de porta-aviões norte-americano liderado pelo USS Theodore Roosevelt e acompanhado por três navios de guerra, entrou na hidrovia no sábado para promover a “liberdade dos mares”, disseram os militares americanos, poucos dias depois de Joe Biden se tornar presidente dos Estados Unidos.

“Os Estados Unidos freqüentemente enviam aeronaves e navios ao Mar da China Meridional para exercitar seus músculos”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a repórteres, em resposta à missão dos EUA.

“Isso não conduz à paz e estabilidade na região.”

A China tem se queixado repetidamente de navios da Marinha dos EUA chegando perto das ilhas que ocupa no Mar da China Meridional, onde Vietnã, Malásia, Filipinas, Brunei e Taiwan têm reivindicações concorrentes.

O grupo de porta-aviões entrou no Mar da China Meridional ao mesmo tempo em que Taiwan relatou incursões de jatos da força aérea chinesa na parte sudoeste de sua zona de identificação de defesa aérea, gerando preocupação em Washington.

A China não comentou o que sua força aérea estava fazendo e Zhao encaminhou as questões ao ministério da defesa.

Ele reiterou a posição da China de que Taiwan é uma parte inalienável da China e que os Estados Unidos devem obedecer ao princípio de “uma China”.

O presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, visitou uma base de radar no norte da ilha na segunda-feira e elogiou sua capacidade de rastrear as forças chinesas, disse seu gabinete.

“Desde o ano passado até agora, nossa estação de radar detectou cerca de 2.000 aeronaves comunistas e mais de 400 navios comunistas, permitindo-nos monitorá-los e afastá-los rapidamente e proteger totalmente o mar e o espaço aéreo”, disse ela aos oficiais.

O novo governo de Biden diz que o compromisso dos Estados Unidos com Taiwan é “sólido como uma rocha”.

Os Estados Unidos, como a maioria dos países, não têm laços diplomáticos formais com Taiwan, mas são o mais importante financiador internacional da ilha democrática e o principal fornecedor de armas, para raiva da China.

 

 

*Reportagem de Cate Cadell / REUTERS

EUA - Um único bilhete premiado da loteria Mega Millions de 1,05 bilhão de dólares, o terceiro maior prêmio da história dos Estados Unidos, foi vendido em um supermercado em um subúrbio de Detroit, disseram os organizadores da loteria neste último sábado.

O titular do bilhete vencedor, ao custo de 2 dólares, ainda não havia contatado a loteria na manhã de sábado após o sorteio de sexta-feira à noite, disse a Mega Millions em comunicado. O bilhete foi comprado em um supermercado Kroger em Novi, no Michigan, segundo a nota.

O vencedor pode optar por receber o prêmio em pagamentos anuais ao longo de 29 anos, embora 24% terão que ser dados em impostos para o Internal Revenue Service, ou, em vez disso, solicitar um pagamento único em dinheiro, recebendo 530 milhões de dólares após os impostos.

O prêmio cresceu ao longo de quatro meses após 36 sorteios anteriores não produzirem nenhum vencedor.

O maior prêmio de loteria de todos os tempos nos EUA foi 1,586 bilhão de dólares acumulado em janeiro de 2016 na Powerball, outra loteria multiestadual do país.

 

 

 

*Reportagem de Jonathan Allen / REUTERS

EUA - A NBA (liga de basquete profissional dos Estados Unidos) anunciou nesta quinta-feira (21) que os três próximos jogos do Memphis Grizzlies foram adiados em razão dos protocolos de saúde e segurança da competição.

Assim, os jogos dos Grizzlies em Portland, nesta sexta-feira (22), e em Sacramento, nos próximos domingo (24) e segunda-feira (25), terão as datas mudadas.

“Os jogos foram adiados por causa do número de jogadores do Grizzlies disponíveis e pelo rastreamento de contato para outros membros da lista, e para garantir a saúde e segurança dos jogadores em ambas as equipes”, diz o comunicado da liga norte-americana.

 

 

*Por Agência Brasil

MUNDO - A Amazon ofereceu nessa última 4ª feira (20), dia da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, seu sistema operacional para ajudar a vacinar a população norte-americana. A meta de Biden é imunizar 100 milhões de pessoas nos primeiros 100 dias de mandato.

O chefe de negócios internacionais da Amazon, Dave Clark, enviou uma carta a Biden para pedir que seus funcionários sejam vacinados o quanto antes. A Amazon é o 2º maior empregador do país. A empresa tem 800 mil funcionários e a maioria é de trabalhadores essenciais, que não podem fazer o trabalho de casa.

Na carta, a empresa oferece recursos para ajudar no plano nacional de vacinação.

“Estamos comprometidos a ajudar seu governo nos esforços de vacinação, enquanto trabalhamos juntos para proteger nossos funcionários e continuamos oferecendo serviços essenciais durante a pandemia”, diz o texto.

A Uber também ofereceu apoio logístico para ajudar na campanha. Em dezembro, o chefe executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, pediu aos governos estaduais que os motoristas sejam rapidamente vacinados para que possam colaborar mais com o plano de distribuição de vacinas.

Além de vacinar pelo menos 100 milhões de pessoas até 30 de abril, Biden prometeu aprovar um pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão para reduzir impacto econômico e social da pandemia.

No dia 14 de janeiro, ao apresentar o plano de resgate econômico, Biden considerou que a distribuição da vacina “tem sido um fracasso” e ressaltou que eles “não têm tempo a perder” para enfrentar a situação atual.

Antecipando as críticas de que esse novo plano poderia aumentar o endividamento do país e prejudicar as finanças públicas, o presidente norte-americano destacou que “o retorno dos investimentos em termos de emprego evitará prejuízos econômicos no longo prazo”.

 

 

*Por: PODER360

BRASÍLIA/DF - Após perder seu principal e talvez único aliado internacional, o presidente Jair Bolsonaro deu dois passos atrás e hasteou uma bandeira branca para Joe Biden, recém-empossado presidente nos Estados Unidos que substitui Donald Trump. Em carta enviada ao novo presidente, Bolsonaro fez o primeiro gesto para evitar que o Brasil se isole mais internacionalmente, num momento em que o Governo está sob pressão interna por falhar na “diplomacia da vacina” com a China e a Índia. Desejou êxito ao democrata e demonstrou que o país está preocupado com a manutenção do Acordo de Paris, o acordo global contra a crise climática que Biden acaba de retomar após a retirada determinada por Trump. Bolsonaro e equipe sempre demonstraram pouco apreço pelo trato que prevê que os países devam cumprir metas para frear o aquecimento global.

“Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado. Noto, a propósito, que o Brasil demonstrou compromisso com o Acordo de Paris com a apresentação de suas novas metas nacionais”, disse Bolsonaro.

Ao citar a política ambiental, o mandatário brasileiro muda o tom empregado em boa parte de sua gestão. No ano passado, após um debate entre Biden e Trump, no qual o democrata criticou o desmatamento e prometeu angariar 20 bilhões de dólares para o Brasil não queimar mais a Amazônia, Bolsonaro reagiu de maneira contundente. Considerou o comentário lamentável e desastroso. A questão ambiental, a economia verde, são questões centrais na agenda de Biden.

Nos últimos dias, o EL PAÍS ouviu de diplomatas europeus e asiáticos que os chanceleres de países europeus, principalmente, darão suporte a qualquer veto ou restrição que Biden fizer ao Brasil por conta política ambiental, daí a preocupação de Bolsonaro. De acordo com esses interlocutores, os europeus já pediram que o presidente americano faça essa pressão.

Na carta, Bolsonaro também demonstrou que espera um “excelente futuro para a parceria Brasil-EUA”. A carta foi publicada na íntegra em suas redes sociais. No documento, o brasileiro ainda expressou que espera que Biden cumpra um compromisso feito por seu antecessor, o de apoiar o ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Na OCDE, com o apoio dos EUA, o Brasil espera poder dar contribuição mais efetiva e aumentar a representatividade da organização. Nosso processo de acessão terá, também, impacto fundamental para as reformas econômicas e sociais em curso em nosso país”.

A entrada na OCDE foi debatida por Bolsonaro e Trump, mas o americano deixou o tema apenas nos discursos. A carta entregue nesta quarta-feira tenta reparar a demora que o presidente brasileiro teve em reconhecer a vitória de Biden. Ele levou quase um mês para admitir que o democrata havia derrotado seu preferido declarado nas urnas. Ainda assim, aderiu, até o início de janeiro, à teoria infundada de Trump de que as eleições foram fraudadas e, ao contrário de vários líderes mundiais e de vizinhos, como o argentino Alberto Fernández, não criticou o ataque ao Capitólio.

Ampla crise diplomática

Para um futuro de algum sucesso entre os dois países a partir de agora era esperado esse primeiro gesto do Brasil para tentar acalmar os ânimos. A nova gestão democrata é considerada pragmática na seara internacional e não se espera que se atue para exacerbar conflitos, nem mesmo para com o Planalto. A guinada de Bolsonaro acenando a Biden e publicando nas redes sociais, sua principal correia de transmissão com sua base radical, é feita em um momento em que a política de relações exteriores do Brasil tem sido colocada em xeque. Nas últimas semanas, o Brasil fracassou em importar 2 milhões de doses da vacina de um laboratório Índia e não obteve aprovação para comprar insumos da China para produzir o imunizante em solo brasileiro. Enquanto isso, vê a Argentina obter acordo parecido.

Ideologizada, a política externa brasileira tem cometido vários deslizes. Em vários momentos seus protagonistas são personagens-chaves que deveriam apaziguar ao invés de estressar o relacionamento. Só com a China já houve sinais negativos enviados pelo próprio presidente, pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pelo deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, e pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub.

Diante da atual crise com os chineses, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, interveio e se encontrou com o embaixador do país em Brasília. Encontro que foi celebrado pelo embaixador Yang Wanming. O que forçou o Governo brasileiro a emitir uma nota dizendo que representantes do Itamaraty, da Saúde, da Agricultura e das Comunicações debateram o tema com a embaixada chinesa. E ainda ressaltou que “o Governo Federal é o único interlocutor oficial com o Governo chinês”.

 

 

*Por: Afonso Benites / EL PAÍS

MUNDO - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, nesta quarta-feira (20), o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris. Biden prometeu colocar os Estados Unidos no caminho do saldo zero em emissões de gases de efeito estufa até 2050. Biden e a vice-presidente Kamala Harris tomaram posse na tarde de ontem, 20.

Biden também revogou uma licença que era essencial para o projeto de oleoduto Keustone XL e uma moratória a atividades de exploração de óleo e gás no Refúgio Nacional da Vida Selvagem no Ártico.

O presidente também assinou pelo menos seis decretos relacionados à imigração. Entre os decretos, está a suspensão imediata da proibição da entrada nos Estados Unidos de pessoas oriundas de diversos países, principalmente muçulmanos ou africanos, interromper a construção de um muro na fronteira com o México e reverter uma ordem do ex-presidente Donald Trump que impedia que imigrantes ilegais fossem contados na próxima redefinição dos distritos eleitorais para o Congresso dos EUA.

Biden ainda assinou um memorando direcionando o Departamento de Segurança Nacional e o procurador-geral dos EUA a preservar o programa Daca, que protege de deportação imigrantes que chegaram ao país como crianças, e para reverter a ordem executiva de Trump que pede fiscalização interna mais rígida à imigração.

O presidente também enviou ao Congresso um projeto de lei de imigração que abre caminho para a cidadania de imigrantes que vivem ilegalmente no país.

 

 

* Com informações da Agência Reuters

*Por Agência Brasil

EUA - Joe Biden assume nesta quarta-feira (20) como o 46º presidente dos Estados Unidos em uma cerimônia com limitações provocadas pela pandemia do novo coronavírus e com segurança reforçada, após o ataque ao Capitólio no início do mês. Acompanhado pela vice-presidente Kamala Harris eles tomam posse às 12h (14h no horário de Brasilia).

Devido à pandemia, a cerimônia de posse do democrata terá poucos convidados e não terá público, ao contrário do que tradicionalmente ocorre.

A equipe de transição de Biden já previa um evento limitado devido à covid-19, que nos Estados Unidos matou mais de 400 mil pessoas, mas o ataque ao Capitólio no dia 6 de janeiro fez com que a prefeitura de Washington reforçasse a segurança da cidade. Na tarde ontem, 25 mil membros da Guarda Nacional aguardavam a chegada de Biden, mais que o dobro do efetivo de cerimônias passadas.

A posse de Biden e Kamala Harris não terá desfile, multidões ou baile, mas estão previstos atos virtuais e televisionados para compensar a falta de público. O atual presidente, Donald Trump, não vai comparecer à posse e será substituído pelo vice, Mike Pence.

O número de convidados será limitado. Além de congressistas e dos membros do governo, estarão presentes os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, acompanhados de suas esposas, e o vice-presidente Mike Pence. Segundo os organizadores, serão colocadas 200 mil bandeiras dos estados para representar aqueles que não poderão participar do ato.

Biden fará o juramento em uma Bíblia que está com sua família desde o século 19 e o padre jesuíta Leo O'Donovan, amigo de Biden, fará a oração inaugural. O juramento à bandeira será feita por uma chefe dos bombeiros de South Fulton (Geórgia) e Lady Gaga vai cantar o Hino Nacional.

Segundo a mídia local, a poetisa Amanda Gorman lerá um poema e haverá apresentações musicais de Jennifer López e de Garth Brooks.

Na conclusão da cerimônia, Biben fará a tradicional inspeção das tropas como novo comandante-chefe do país. O desfile até a Casa Branca, no entanto, será substituído por um desfile virtual com a participação de pessoas de todo os EUA, segundo informaram os organizadores. Já o baile foi substituído por um especial de 90 minutos apresentado pelo ator Tom Hanks com a participação de vários artistas como Justin Timberlake, Bruce Springsteen, Bon Jovi e Demi Lovato. O evento será transmitido em vários canais, além das redes sociais.

 

Donald Trump

Ontem (19), Donald Trump exibiu um vídeo com seu discurso de despedida, divulgado no canal da Casa Branca no YouTube. Trump disse que encerra seu mandato como 45º presidente dos EUA orgulhoso de sua gestão. "Nós fizemos o que viemos aqui para fazer - e muito mais".

Trump desejou que a administração de Joe Biden mantenha “a América a salvo e próspera". "Nós estendemos nossos melhores desejos e também queremos que eles tenham sorte - uma palavra muito importante."

O presidente também falou sobre o ataque ao Capitólio. "Todos os americanos ficaram horrorizados com o ataque ao nosso Capitólio. Violência política é um ataque a tudo que celebramos como americanos. Nunca pode ser tolerada."

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retorna à Casa Branca depois que a mídia declarou o candidato democrata dos Estados Unidos à presidência, Joe Biden, como o vencedor das eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2020, em

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em discurso que encerra seu mandato como 45º presidente dos EUA orgulhoso de sua gestão - Reuters/Carlos Barria/Direitos Reservados

 

 

Invasão do Capitólio

A vitória de Biden foi confirmada pelo Congresso norte-americano no dia 7 de janeiro. Biden teve 306 votos confirmados contra 232 para Donald Trump.

No dia anterior, logo após o início da sessão para confirmação dos votos, o Capitólio, sede do Parlamento norte-americano, foi invadido por manifestantes, em uma ação que resultou na morte de cinco pessoas, sendo uma delas um policial, e mais de 50 detidos. A Guarda Nacional precisou intervir para que a sessão conjunta entre Câmara e Senado, que foi suspensa com a invasão, pudesse ser retomada. Washington declarou toque de recolher.

Donald Trump chegou a afirmar por meio das redes sociais que a transição desta quarta-feira será pacífica, apesar de novamente falar em fraude no processo eleitoral. No dia 13, Trump foi acusado formalmente de incitar uma insurreição contra o governo dos Estados Unidos e a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) abriu um processo de impeachment contra presidente sete dias antes dele deixar o cargo.

As eleições americanas ocorreram no dia 24 de outubro, mas, este ano, a disputa foi acirrada e o resultado oficial ocorreu praticamente com a confirmação do resultado pelo Congresso. Nos Estados Unidos, cada estado tem autonomia e o anúncio oficial de cada uma das unidades federativas deve ser feito até dia 14 de dezembro, quando o Colégio Eleitoral confirma um vencedor a partir da somatória do número de delegados de cada estado – que varia de 3 a 55 – são esses delegados que escolhem o vencedor do pleito. Os votos de delegados vão para o partido que receber 50% dos votos mais um.

Tradicionalmente, os principais veículos de mídia dos Estados Unidos antecipam o vencedor e, normalmente, os próprios candidatos “confiam” nesta apuração informal e “aceitam” a derrota ou “comemoram” a vitória.

Donald Trump sustentou desde a divulgação desse resultado preliminar que houve fraude nas eleições e apresentou diversos recursos e ações judiciais para recontagem em vários estados alegando, por exemplo, que os votos enviados pelo correio estariam sujeitos a adulterações. No entanto, Trump não conseguiu nem uma vitória nos tribunais.

 

Apioadores do presidente Donald Trump fizeram protesto em frente ao Congresso norte-americano.

Os protestos e a invasão ao Capitólio marcaram as eleições de 2020 e a história dos Estados Unidos - Reuters/Direitos Reservados©

 

Internacionalmente alguns chefes de estado preferiram esperar uma definição mais clara da situação eleitoral para cumprimentar Biden, como foi o caso da China, da Rússia e do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

O comunicado de Bolsonaro ocorreu um dia depois da votação do Colégio Eleitoral que confirmou a eleição do democrata como próximo presidente norte-americano.

“Estarei pronto a trabalhar com vossa excelência e dar continuidade à construção de uma aliança Brasil-EUA, na defesa da soberania, da democracia e da liberdade em todo o mundo, assim como na integração econômico-comercial em benefício dos nossos povos", disse Bolsonaro.

 

Relação Brasil-EUA

Para o professor Relações Internacionais da UnB, Juliano Cortinhas, a vitória de Biden nos Estados Unidos representará mais pragmatismo na relação entre os dois países e mais cobrança em relação a temas como o meio ambiente e direitos humanos.

"O pragmatismo me parece, do lado dos Estados Unidos, que será a palavra chave para a gente entender como eles vão olhar o Brasil. O Brasil está longe de ser prioridade para os Estados Unidos e vai continuar longe de ser. E certamente haverá muito mais cobranças em relação ao meio ambiente e em relação a direitos humanos."

Para Cortinhas, o Brasil precisa fazer a "lição de casa" para mostrar ao governo Biden que é um país importante com o qual os EUA tem interesse e legitimidade para negociar. "Hoje o que eu vejo nessa relação bilateral será muito mais cobranças vindas de lá. O foco [tende a ser] nos grandes parceiros dos Estados Unidos, [como] China, União Europeia principalmente, e outros países com os quais eles têm parcerias mais estratégicas."

Para o professor o Brasil terá um cenário diferente e bastante difícil pela frente.

 

 

 

* Com informações de agências internacionais

Por Agência Brasil*

 

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