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SÃO CARLOS/SP - O Centro de Atendimento à Infecções Crônicas (CAIC),em virtude da baixa procura pela vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV4) para pessoas de 15 a 45 anos que tomam Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), reforça que o imunizante continua disponível em todas as unidades básicas de saúde (UBS’s), nas unidades de saúde da família (USF’s) e no próprio CAIC.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível associada ao desenvolvimento de cânceres como colo do útero, ânus, vulva, pênis e orofaringe. A transmissão pode ocorrer mesmo sem penetração e infecções persistentes aumentam o risco de neoplasias.

Estudos mostram que a vacina HPV4 é altamente eficaz na prevenção das complicações do HPV, incluindo câncer cervical. Reduz significativamente a prevalência e lesões genitais, com eficácia comprovada em diferentes grupos populacionais.

Usuários de PrEP não vacinados devem receber o esquema completo da vacina composto por três doses do imunizante. A vacina é contraindicada para gestantes e pessoas alérgicas a seus componentes.

Guilherme Angelicio, supervisor do Centro de Atendimento à Infecções Crônicas (CAIC), relata que 526 pessoas estão registradas no Sistema Único de Saúde (SUS) em uso de PrEP e realizam acompanhamento regular de saúde no CAIC, sendo que a maioria está apta a receber a HPV4, porém somente 27 pessoas procuraram as unidades para receber o imunizante

“Para receber a vacina somente é necessário comprovação de uso de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV como o formulário de prescrição do imunizante, cartão de acompanhamento ou receita médica.  Com a ampliação, será possível ajudar ainda mais na prevenção e tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e cânceres causados pela doença”, afirma Denise Martins, diretora de Vigilância em Saúde.

No CAIC, localizado na Rua José de Alencar, nº 36, esquina com a Avenida São Carlos, no Parque Arnold Schimidt, a vacina é disponibilizada de segunda a sexta das 8h às 11h. Já nas unidades básicas de saúde (UBS’s) e unidades de saúde da família (USF’s), com exceção da UBS da Vila São José e da USF Aracy - Equipe II, que passam por reforma, a vacinação também é realizada de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.

Outras informações sobre a vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV4) podem ser obtidas pelos telefones do CAIC (16) 3419-8240 ou (16) 3419- 8250.

EUA - Linda Inez Leccese, 30 anos, foi detida no dia 14 de maio de 2024, acusada de solicitação, após ter sido diagnosticada com HIV, vírus causador da Aids. A prisão ocorreu no Condado de Washington, em Ohio, Estados Unidos.

De acordo com o The Independent, Linda teve relações sexuais com 211 clientes de vários estados desde 1º de janeiro de 2022, data em que ela fez o teste e descobriu sua condição. A maioria desses encontros ocorreu na Market Street, na pequena cidade de Marietta. A investigação revelou que não havia garantia de sexo protegido, e pessoas possivelmente infectadas podem estar espalhadas por toda a Costa Oeste dos Estados Unidos.

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Mark Warden, vice-chefe do Gabinete do Xerife do Condado de Washington, afirmou que sua equipe está contatando indivíduos locais específicos, incentivando qualquer pessoa que tenha tido relações sexuais com Linda a procurar as autoridades e ser "brutalmente honesta".

Barbara Bradley, administradora do Departamento de Saúde de Marietta e Belpre, declarou que o Departamento de Saúde oferece um ambiente livre de julgamentos, com total confidencialidade, encorajando as pessoas a buscarem ajuda e fazerem exames.

 

 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL

BRASÍLIA/DF - O Ministério da Saúde informou ter concluído a distribuição de 5,6 milhões de comprimidos de um novo medicamento para o tratamento de pacientes com aids ou HIV. O remédio foi repassado a estados e ao Distrito Federal.

O medicamento une em um único comprimido dois antirretrovirais: dolutegravir e lamivudina. 

“Antes, o tratamento do HIV envolvia exclusivamente combinações de vários medicamentos de diferentes classes para suprimir efetivamente o vírus e retardar a progressão da doença. Com o novo remédio, os usuários ganham a possibilidade de utilizar um tratamento com uma única dose diária”, diz nota publicada pela pasta.  

Quem poderá tomar  

De acordo com o ministério, a terapia de dois comprimidos para um será feita de forma gradual e contínua para pacientes com idade igual ou acima de 50 anos, adesão regular, carga viral menor que 50 cópias/ml no último exame e que iniciou a terapia dupla (dois comprimidos) até o dia 30 de novembro de 2023.  

“Os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede”, informa. 

Entre 2017 e 2021, a doença provocou a morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil.  

 

 

Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil

Durante a visita os técnicos da Equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde conheceram as dependências do hospital

 

SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa de São Carlos recebeu nesta sexta-feira (10), a Equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde para o processo de certificação do Selo Prata de Boas Práticas da eliminação da transmissão vertical do HIV, que o município está pleiteando.

A visita faz parte da programação realizada pela Equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde, que também esteve na Prefeitura e em outras unidades de saúde do município nesta semana. Durante a visita, os técnicos foram recebidos pela Diretora de Práticas Assistenciais, Carolina Toniolo Zenatti, pela Coordenadora da Maternidade, Dra. Bruna Parreira, e outros profissionais do hospital, e conheceram às dependências da Santa Casa Clínicas e da Maternidade, onde colheram informações para validação da certificação.

A proposta de certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis abrange municípios com 100 mil ou mais habitantes e estados que cumpram e mantenham critérios mínimos, além de alcançar as metas de eliminação por meio dos indicadores estabelecidos.

O objetivo é aprimorar as ações de prevenção, de diagnóstico, de assistência e de tratamento das gestantes e das crianças. Além disso, busca garantir a qualificação da Vigilância Epidemiológica e dos sistemas de informação, monitoramento e avaliação contínua das políticas públicas voltadas à eliminação da transmissão vertical do HIV. “Esse é um importante momento para mostramos a qualidade dos serviços de assistência no pré-natal, parto e puerpério, que prestamos no município. Essa certificação será mais um passo conquistado no combate dessas doenças”, destacou a Dra. Carolina Zenatti.

Após análise dos dados, o Selo Prata será entregue em dezembro aos municípios que alcançaram os critérios estabelecidos, em uma cerimônia a ser realizada em Brasília. Também participaram da visita, a secretária de Saúde, Jôra Porfírio, e as diretoras de Vigilância em Saúde, Denise Martins e da Gestão do Cuidado Ambulatorial, Crislaine Mestre.

SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, concluiu as ações de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) relativa à campanha do Dia dos Namorados. A iniciativa durou cerca de duas semanas e foi coordenada pelo Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC).
Neste período, foram realizadas ações como testagem de HIV e sífilis, distribuição de preservativos e de auto testes e panfletagem de conscientização sobre o tema. As equipes do CAIC fizeram plantões na Praça do Mercado Municipal e no Terminal Rodoviário e distribuíram materiais onde namorados costumam se encontrar, como bares, restaurantes e centros de compras. Também foi feito um pedágio na Avenida Dr. Carlos Botelho, esquina com a Avenida São Carlos, abordando motoristas e pedestres e, na sede do CAIC, foi promovida uma palestra sobre a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao HIV.
Além disso, uma parceria firmada com a concessionária do Terminal Rodoviário possibilitará a disponibilização de preservativos masculinos no local. A oferta atende à Nota Técnica nº 107/2023, do Ministério da Saúde, que, entre outras deliberações, recomenda a disponibilidade de preservativos em espaços de transporte.
A supervisora do CAIC, Eliza Costa, destacou a relevância de ações como as quase 200 testagens rápidas de HIV e sífilis efetuadas nos dias de campanha. “Com a testagem rápida, permite-se agilizar a resposta aos usuários, encaminhar com brevidade à assistência médica e iniciar os tratamentos necessários, bem como ampliar o acesso ao diagnóstico. Saber precocemente sobre o contágio das ISTs melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão”, comenta Eliza.
Vale lembrar que, além das ações de Dia dos Namorados, a Prefeitura de São Carlos efetiva campanhas permanentes de combate às ISTs. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e Unidades de Saúde da Família (USF’s), por exemplo, dispõem de preservativos gratuitos para retirada pela população, enquanto o próprio CAIC realiza testagens e tratamentos contra o HIV.

SÃO PAULO/SP - Hoje, cerca de 920 mil brasileiros vivem com HIV, segundo o Ministério da Saúde. Deste total, 89% foram diagnosticados, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas que fazem o tratamento já não transmitem o HIV, por terem atingido a carga viral indetectável.

A boa notícia é que, com o vírus sob controle, pacientes soropositivos podem realizar a cirurgia de implantes dentários com tranquilidade. “Desde que a pessoa tenha acompanhamento médico rotineiro e esteja fazendo o uso correto das medicações, os implantes dentários podem ser realizados com segurança”, diz o Dr. Sergio Lago, Implantodontista, Mestre em Periodontia e embaixador da S.I.N. Implant System. “Inclusive, com índices de sucesso semelhantes aos dos pacientes que não têm o vírus”, completa.

O especialista destaca também que o HIV aumenta a probabilidade para o desenvolvimento de problemas de saúde bucal. Estes pacientes ficam mais suscetíveis a cáries, xerostomia (boca seca), candidíase oral, leucoplasia (ocorrência de placas brancas na cavidade oral) e doenças periodontais, entre outras. “Nestes casos, é preciso, primeiramente, tratar estas condições para, então, ser possível planejar a cirurgia de implantes”, diz o Dr. Lago. 

Ainda segundo o Dr. Lago, antes do paciente com HIV ser submetido ao procedimento de implantes, é recomendável que o Implantodontista faça uma consulta em conjunto com o infectologista responsável, para que todos os riscos sejam avaliados em profundidade. “Como regra geral, o acompanhamento rotineiro pelo dentista somado à correta higienização dos implantes tem potencial para trazer excelentes resultados”, conclui o especialista. 

Sobre a S.I.N. Implant System: referência mundial em produtos para implantes dentários, a S.I.N Implant System tem DNA brasileiro e está no mercado desde 2003. Hoje, seu parque fabril de última geração entrega mais de 5 milhões de produtos acabados todos os anos, com presença em 22 países. Com uma trajetória de conquistas apoiada nos princípios da simplicidade, inovação e nanotecnologia, a S.I.N. Implant System oferece as melhores linhas de implantes dentários do mundo, além de componentes protéticos. A empresa tem como visão oferecer o que há de melhor e mais seguro na área de implantodontia, utilizando, para isso, tecnologia de ponta e equipamentos de última geração, que passam por rigoroso controle de processos. A excelência em qualidade de seus produtos é garantida e comprovada por meio de certificações nacionais e internacionais. O sonho de restaurar sorrisos, iniciado com a Sra. Neide e o Dr. Ariel Lenharo, continua vivo. Em tempo: Ariel Lenharo foi o primeiro doutor em implantodontia do Estado de São Paulo, tendo também realizado sua pós-graduação nos Estados Unidos, no Pankey Institute. A Sra. Neide e o Dr. Lenharo estiveram à frente da companhia até 2009, quando o controle acionário da S.I.N passou para o fundo de investimentos Southern Cross Group, equity firm líder e mais antigo dedicado ao mercado latino-americano, com mais de U$ 2,8 bilhões investidos em 38 empresas em todo o continente. Mais informações em www.sinimplantsystem.com.br.

CHICAGO - Uma paciente norte-americana com leucemia se tornou a primeira mulher e a terceira pessoa a ser curada do HIV depois de receber um transplante de células-tronco de um doador que era naturalmente resistente ao vírus que causa a Aids, afirmaram pesquisadores nesta terça-feira, 15.

O caso de uma mulher de meia-idade, apresentado na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Denver, também é o primeiro envolvendo sangue de cordão umbilical, uma nova abordagem que pode tornar o tratamento disponível para mais pessoas.

Desde que recebeu o sangue do cordão umbilical para tratar sua leucemia mieloide aguda --um câncer que começa nas células formadoras de sangue na medula óssea-- a mulher está em remissão e livre do vírus há 14 meses, sem a necessidade de tratamentos potentes para o HIV, conhecidos como terapia antirretroviral.

Os dois casos anteriores ocorreram em homens --um branco e um latino-- que receberam células-tronco adultas, que são mais frequentemente usadas em transplantes de medula óssea.

"Este é agora o terceiro relato de cura neste cenário, e o primeiro de uma mulher vivendo com HIV", disse Sharon Lewin, presidente eleita da Sociedade Internacional de Aids, em um comunicado

O caso faz parte de um estudo maior, apoiado pelos Estados Unidos, liderado pela Dra. Yvonne Bryson, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), e pela Dra. Deborah Persaud, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. O objetivo é acompanhar 25 pessoas com HIV que se submetem a um transplante com células-tronco retiradas do sangue do cordão umbilical para o tratamento de câncer e outras doenças graves.

Os pacientes do estudo primeiro passam por quimioterapia para matar as células imunológicas cancerígenas. Os médicos então transplantam células-tronco de indivíduos com uma mutação genética específica na qual não possuem receptores usados ​​pelo vírus para infectar células.

Os cientistas acreditam que esses indivíduos desenvolvem um sistema imunológico resistente ao HIV.

BRASÍLIA/DF - O presidente Jair Bolsonaro sancionou, na terça-feira (4), a lei nº 14.289/22, que torna obrigatória a preservação do sigilo sobre a condição de pessoas que convivem com HIV, hanseníase, tuberculose e hepatites virais crônicas. A medida foi publicada no DOU (Diário Oficial da União).

Pela lei, agentes públicos ou privados estão proibidos de divulgar informações que permitam identificar essas pessoas em serviços de saúde, estabelecimentos de ensino, locais de trabalho, administração pública, segurança pública, processos judiciais e mídia escrita e audiovisual.

A legislação garante ainda que o sigilo profissional sobre a condição dessas pessoas só poderá ser quebrado nos casos determinados por lei, por justa causa ou por autorização expressa da pessoa acometida. Nos casos de menores de idade, a autorização deverá ser dada pelo responsável legal, mediante assinatura de termo de consentimento.

O agente público ou privado que descumprir a legislação estará sujeito às sanções previstas no artigo 52 da lei nº 13.709/2018, a chamada LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Além disso, deverá indenizar a vítima por danos materiais e morais.

 

Sigilo

Os serviços de saúde, públicos ou privados, e as operadoras de planos privados de assistência à saúde também estão obrigados a proteger as informações relativas a essas pessoas, bem como a garantir o sigilo das informações que eventualmente permitam a identificação da condição.

A obrigatoriedade de preservação do sigilo recai sobre todos os profissionais de saúde e os trabalhadores da área de saúde.

 

Inquéritos

De acordo com a lei sancionada, os inquéritos ou os processos judiciais que envolvem pessoas que vivem com as doenças citadas na legislação devem prover os meios necessários para garantir o sigilo das informações.

Qualquer divulgação a respeito de fato que seja objeto de investigação ou de julgamento não poderá fornecer informações que permitam a identificação. No caso dos julgamentos em que não for possível manter o sigilo, o acesso às sessões somente será permitido às partes diretamente interessadas e aos respectivos advogados.

 

 

Priscila Mendes, do R7

A Campanha visa incentivar a população a realizar testes rápidos para identificação precoce da doença

 

SÃO CARLOS/SP – A Santa Casa participa da Campanha Fique Sabendo, de Prevenção ao HIV e Sífilis, que começa nesta quarta-feira (1). A Campanha marca o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, celebrado todos os anos no dia 1 de dezembro.

“A Santa Casa fez questão de participar porque somos uma unidade hospitalar integrada à rede de saúde do município e no cuidado com os pacientes. Nesse sentido, é nossa responsabilidade participar de ações preventivas de saúde como essa. Além disso, somos um ponto de referência e de fácil acesso para a população”, afirma a Diretora de Práticas Assistenciais e Infectologista do Serviço de Controle de Infecção em Assistência à Saúde (SCIRAS) da Santa Casa, Carolina Toniolo Zenatti.

Na Santa Casa, os testes rápidos vão ser aplicados na antiga recepção do Pronto-Socorro do hospital, das 9h às 14h. Para fazer o teste, basta apresentar um documento oficial com foto.

“O objetivo da campanha é testar o maior número de pessoas para se chegar a um diagnóstico precoce. Isso ajuda a melhorar o tratamento de quem for identificado com a doença, além de ser uma prevenção à transmissão”, afirma a Coordenadora do Programa Municipal DST/AIDS e Hepatites, Cintia Ruggiero.

Além da Santa Casa, os testes também vão ser aplicados em outras unidades de saúde.

Equipe de profissionais do Centro De Atendimento De Infecções Crônicas – Foto: Arquivo Pessoal

PROGRAMAÇÃO:

Todas as UBS – 1 a 7/12 – Horário de funcionamento normal

1 e 2/12 – CAIC (Centro De Atendimento De Infecções Crônicas) - Av. São Carlos, 3392 – Tijuco Preto – 9h às 14h

6/12 – Santa Casa – Rua Paulino Botelho de Abreu Sampaio (entrada pelo Pronto-Socorro)  - 9h às 14h

Parceria entre UFSCar e Universidade do Minho analisou distribuição dos subtipos B e C no Brasil

 

SÃO CARLOS/SP - Artigo científico publicado na segunda-feira (29/11) no periódico Scientific Reports, do grupo Nature (acessível em www.nature.com/articles/s41598-021-02428-3), apresenta novas explicações para as diferenças geográficas na distribuição das linhagens - ou subtipos - que causam mais infecções por HIV no mundo. O trabalho, em conjunto com investigações anteriores, indica que não podemos encarar a pandemia de HIV como igual em todo o mundo e nos diferentes contextos socioeconômicos, recomendando pesquisas e práticas de prevenção e tratamento que considerem especificidades locais e regionais.
A pesquisa foi realizada em uma parceria entre o Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Escola de Medicina da Universidade do Minho (UMinho). O grupo estudou os subtipos B e C, mais disseminados em todo o mundo, sendo o B mais prevalente na Europa e na América do Norte e o C na África do Sul, Etiópia e Índia. No Brasil, a região Sul do País é dominada pelo subtipo C, com as demais regiões apresentando maior prevalência do subtipo B. 
Foram analisadas, por meio de diferentes ferramentas de Bioinformática, informações de mais de 2.500 pessoas com HIV no Brasil, com dados clínicos e sequências virais coletados antes do início do tratamento. Nuno Osório, coordenador do estudo na UMinho, destaca a particularidade do contexto brasileiro, que permitiu a comparação e, assim, a identificação de diferenças importantes entre os subtipos B e C. "O Brasil conjuga regiões que são fronteiriças e têm prevalências diferentes desses subtipos. Isso, junto com o bom nível de informação que é possível recolher no nível nacional, permitiu a oportunidade de criar este trabalho, e condições deste gênero não existem em muitos locais do mundo", afirma. "A maior parte da investigação científica é focada no subtipo B - por ser o mais prevalente na Europa e América do Norte -, mas os resultados não serão sempre necessariamente aplicáveis ao subtipo C, o mais comum no mundo em desenvolvimento", complementa.
A análise mostrou que ambos os subtipos são capazes de atingir cargas virais elevadas nas pessoas infectadas sem tratamento, mas o subtipo B causa mais rapidamente deficiência imune que o C. Com isso, os pesquisadores sugerem que o subtipo C pode se beneficiar de períodos assintomáticos mais longos para maximizar a sua transmissão.
As diferenças não ficam por aqui. O subtipo C é também mais frequente em mulheres e pessoas jovens, podendo estar mais adaptado a esses hospedeiros ou a vias de transmissão envolvendo homens e mulheres ou mulheres e crianças, o que justifica a construção de políticas públicas de prevenção específicas, para que possam ser mais eficazes. Os pesquisadores apontam que não só as características do vírus, mas também aspectos culturais e socioeconômicos devem ser considerados no desenho dessas políticas.
"Compreender questões culturais e sociais, sua relação com o modo de transmissão do HIV e o quanto esse modo de transmissão pode influenciar na prevalência de cada subtipo tem implicações importantes para as políticas públicas", registra Bernardino Geraldo Alves Souto, da UFSCar, destacando sobretudo assimetrias de gênero como possível explicação para a prevalência do tipo C no Sul do Brasil. O pesquisador, que atuou como médico nessa região, afirma que uma cultura de submissão da mulher e de naturalização de relacionamentos extraconjugais do homem pode favorecer a transmissão do subtipo mais adaptado à via de transmissão entre homem e mulher - e, consequentemente, da mulher para o bebê -, enquanto em regiões com maior tolerância aos relacionamentos sexuais entre homens, por exemplo, o subtipo prevalente é o B, como é o caso da região Sudeste.
Outro fator a se considerar é a ocorrência, especialmente em regiões menos urbanizadas, da prática do aleitamento cruzado, que aumenta os riscos de transmissão materno-infantil especialmente em áreas onde a prevalência de infecções pelo subtipo C envolvendo mulheres é proporcionalmente mais elevada.
Assim, a partir dos resultados apresentados, os pesquisadores apontam a importância de políticas públicas que busquem ainda mais a proteção das mulheres nos cenários dominados pelo subtipo C, com campanhas de prevenção, políticas de diagnóstico e tratamento precoces e, também, cuidado especial com o ciclo gravidez-puerpério. "As diferenças que apontamos podem ajudar a focar as prioridades das políticas que já existem, mas podem ser aprimoradas com base nesse conhecimento", afirma Osório.
Souto, da UFSCar, destaca que o conhecimento do grupo português em diferentes vertentes da Bioinformática foi essencial à possibilidade de realização do trabalho. Na mesma direção, Osório valoriza a possibilidade de acesso aos bancos de dados brasileiros e, sobretudo, a relevância do conhecimento sobre a realidade local na possibilidade de interpretação dos resultados encontrados. "A colaboração foi fundamental para que o trabalho pudesse ser feito. Nenhum dos grupos poderia ter feito isso sozinho, é uma complementaridade muito boa de conhecimentos, técnicas e experiências", conclui Osório.

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