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INGLATERRA - O governo britânico decidiu, na segunda-feira (16), bloquear uma lei escocesa que facilita a mudança de gênero, uma decisão que pode desencadear uma disputa judicial com Edimburgo, que denunciou um "ataque frontal" às instituições locais.

A lei escocesa, adotada em 22 de dezembro no Parlamento local após intensos debates, permite a mudança de gênero a pessoas de 16 e 17 anos, apesar dos esforços de alguns legisladores regionais em manter a idade em 18 anos.

O ministro britânico para a Escócia, Alister Jack, justificou a decisão de bloquear a lei com a preocupação de que afete de maneira negativa a legislação sobre a igualdade no Reino Unido.

Depois de examinar a lei, o ministro explicou que decidiu recorrer a uma disposição que permite impedir que o texto obtenha a concordância do rei e entre em vigor.

"Minha decisão de hoje tem a ver com as consequências da legislação sobre o funcionamento da proteção da igualdade", destacou.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, denunciou no Twitter um "ataque frontal" contra o Parlamento local "eleito democraticamente e sua capacidade de tomar decisões próprias".

O governo escocês "defenderá esta lei" e "o Parlamento escocês", acrescentou.

Sturgeon, confrontada com o governo britânico por impedir um referendo sobre a independência, denunciou um "veto de Westminster".

Horas antes, ela havia avisado que defenderia os poderes do Parlamento regional na Justiça caso Londres tentasse bloquear a norma.

"Defenderemos a legislação de forma absoluta, robusta e rigorosa e com grau de confiança muito, muito, muito alto", afirmou.

O primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, tornou-se o primeiro chefe de Governo britânico a usar o mecanismo de bloqueio de uma decisão de competência regional, o que poderia dar mais argumentos aos defensores da independência.

A decisão do Executivo britânico ameaça agravar as tensas relações entre ambos os governo dois meses depois que o Partido Nacional Escocês (SNP) de Sturgeon viu o Tribunal Supremo britânico frustrar seus esforços para celebrar um novo referendo de independência ao qual Londres se opõe ferrenhamente.

Apesar de a autoridade autônoma ter competência na matéria, amparada em normas de descentralização que levaram à criação do Parlamento escocês em 1999, Londres pode vetar a legislação se o Executivo central considerar que terá um "efeito adverso no funcionamento da lei".

A lei escocesa facilita e agiliza a mudança oficial de gênero, eliminando o requisito de um diagnóstico médico de disforia de gênero.

 

 

AFP

INGLATERRA - As semifinais da Copa da Liga Inglesa foram definidas em sorteio realizado na noite desta quarta-feira. O Manchester United vai enfrentar o Nottingham Forest, e o Newcastle pegará o Southampton. Os jogos da ida serão disputados nos dias 24 e 25 de janeiro, e os da volta, nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro.

Pela ordem do sorteio, o Manchester United e o Newcastle farão o segundo jogo em casa.

O Manchester United surge como principal favorito entre os quatro remanescentes. Os Diabos Vermelhos estrearam com vitória sobre o Aston Villa, em novembro; passaram pelo Burnley nas oitavas de final, em dezembro; e golearam o Charlton nas quartas de final, nesta terça-feira.

O Nottingham Forest tem como chamativo o triunfo sobre o Tottenham na terceira fase, depois de ter estreado com vitória sobre o Grimsby Town. Na sequência, os Reds passaram pelo Blackburn nas oitavas e eliminaram o Wolverhampton, nos pênaltis, nas quartas.

O Newcastle teve poucos desafios, sendo superior a Tranmere Rovers, Crystal Palace (nos pênaltis), Bournemouth nas oitavas e Leicester nas quartas.

O Southampton chega com moral depois de tirar o Manchester City da competição nas quartas de final. O Saints antes ganharam de Cambridge United, Sheffiled Wednesday (nos pênaltis) e Lincoln City nas oitavas.

A final da Copa da Liga Inglesa está marcada para o dia 26 de fevereiro, em Wembley.

 

 

Por Redação do ge

INGLATERRA - Pesquisadores da Open University, do Reino Unido, trabalham para desenvolver métodos capazes de realizar uma tarefa aparentemente impossível: a de extrair água de rochas lunares.

Observações apontam a existência de gelo nos polos do satélite natural. Mas de acordo com uma reportagem do The Guardian, a abordagem feita pelo time de pesquisadores liderado pelo professor Mahesh Anand segue um caminho indireto para a obtenção de água.

A partir de estudos com rochas lunares coletadas durante as missões Apollo, da Nasa, nos anos 1960 e 1970, Anand destaca que o material tem um alto teor de oxigênio, permitindo a produção da água a partir da adição de hidrogênio e do aquecimento do solo.

O projeto tem como objetivo facilitar a ocupação permanente da Lua, já que o transporte de água para uma possível base lunar seria proibitivo do ponto de vista financeiro.

 

 

TechBreak

INGLATERRA - O crescimento da economia britânica recuperou 0,5% em Outubro passado, após uma contração de 0,6% em Setembro, de acordo com o Office for National Statistics (ONS).

Contudo, o gabinete de estatística do Reino Unido advertiu que as estimativas para Setembro de 2022 foram afetadas pelo funeral estatal da Rainha Isabel II, quando algumas empresas podem ter fechado ou operado de forma diferente nesse dia.

Como tal, o PIB mensal do Reino Unido é estimado em 0,4% acima do nível de Fevereiro de 2020, antes da introdução de restrições devido à pandemia do coronavírus.

Em comparação com o mesmo mês em 2021, o PIB mensal cresceu 1,5% em Outubro de 2022. Para comparação, o PIB mensal cresceu 1,3% entre Setembro de 2022 e Setembro de 2021.

Entretanto, a média móvel trimestral até Outubro registou uma contração do PIB de 0,3% em relação aos três meses até Julho de 2022.

O sector dos serviços cresceu 0,6% em Outubro de 2022, após uma queda de 0,8% em Setembro, enquanto que a produção permaneceu praticamente estável em Outubro, após um crescimento de 0,2% no mês anterior.

Do mesmo modo, o sector da construção cresceu 0,8% em Outubro de 2022; este é o seu quarto aumento consecutivo depois de ter aumentado 0,4% em Setembro, 0,6% em Agosto e 0,2% em Julho de 2022.

 

 

por Pedro Santos / NEWS 360

CATAR - Em um jogo emocionante até o fim, a França derrotou a Inglaterra por 2 a 1, no estádio Al Bayt, e garantiu presença na semifinal da Copa do Mundo do Catar. O próximo adversário será Marrocos, que venceu Portugal por 1 a 0 na outra partida do dia.

Os primeiros dez minutos foram equilibrados, com as equipes se estudando e buscando espaços para atacar, mas sem se expor muito. A primeira boa chance foi da França, aos onze minutos. Cruzamento pela direita de Dembelé que Giroud finalizou de cabeça para a boa defesa de Pickford.

Aos 16 minutos, a França tratou de deixar o jogo mais aberto. Após troca de passes, Tchouaméni dominou na intermediária e soltou um petardo de perna direita, no cantinho direito de Pickford, que não alcançou.

Atrás no placar, a Inglaterra se lançou ao ataque e passou a levar mais perigo. Aos 21 minutos, Harry Kane entrou cara a cara com Lloris, quase na pequena área, mas o atacante chutou em cima do goleiro. Três minutos depois, Kane foi derrubado na entrada da grande área, mas o árbitro brasileiro Wilton Pereira Sampaio, com o auxílio do VAR, não assinalou.

A pressão inglesa continuou com seu principal jogador. Aos 28 minutos, Kane arriscou de fora da área e obrigou Lloris a fazer bela defesa no ângulo esquerdo. A França conseguiu acertar a marcação e não sofreu mais com as investidas do adversário na primeira etapa, mas também não ameaçou.

Sem tempo a perder, a Inglaterra voltou para o segundo tempo pressionando. Com um minuto de jogo, Bellingham soltou a bomba de fora da área e Lloris salvou, espalmando para escanteio. Na cobrança, o goleiro francês acabou saindo errado, mas a cabeçada foi em cima de Lloris.

Não demorou muito para o empate. Aos seis minutos, Saka fez linda jogada individual e foi derrubado por Tchouméni. Desta vez Wilton Pereira Sampaio não titubeou e assinalou o pênalti. Harry Kane cobrou com perfeição no ângulo direito de Lloris, que pulou para o outro lado.

A França acordou e quase fez o segundo praticamente na saída de bola. Rabiot recebeu lançamento e apareceu sozinho na frente de Pickford. O francês bateu forte, mas o goleiro defendeu.

Depois do susto, a Inglaterra se reorganizou e voltou a incomodar. O gol da virada quase veio aos 24 minutos. Após cobrança de falta pela direita, Maguire subiu sozinho e, de cabeça, acertou a trave direita. No minuto seguinte, Shaw avançou pela linha de fundo e encontrou Saka na entrada da pequena área. Ele completou de primeira e a bola passou raspando a trave.

Quando parecia que a virada seria inevitável, a França mostrou sua força. Aos 31 minutos, Giroud completou cruzamento pela direita e Pickford fez uma defesa milagrosa, colocando para escanteio. Na segunda bola alçada consecutiva, o goleiro nada pode fazer. Giroud completou, de cabeça, passe de Griezmann e colocou os franceses novamente na frente.

Mas o melhor jogo da Copa do Mundo do Catar até aqui reservava mais emoção. Aos 36 minutos, Theo Hernández derrubou Mason Mount por trás e a Inglaterra pediu pênalti. O árbitro Wilton Pereira Sampaio mandou seguir. O VAR, no entanto, recomendou a revisão e o pênalti foi marcado. Harry Kane foi para a cobrança, mas isolou. O camisa 9 cobrou forte, mas a bola foi muito alta. Foi o sexto pênalti perdido na Copa do Catar dentro dos 90 minutos de cada partida.

A Inglaterra ainda teve a chance de empate no último lance do jogo. Falta frontal na entrada da meia-lua e Rashford foi para a cobrança, mas a bola foi por cima do gol de Lloris.

A França enfrenta Marrocos na quarta-feira (14), às 16h (horário de Brasília), no estádio Al Bayt, na cidade de Al Khor.

 

 

Por Maurício Costa - Repórter da EBC

AGÊNCIA BRASIL

 

Se a França mostrou suas credenciais mais cedo para se qualificar às quartas de final, a futura adversária dos atuais campeões não ficou para trás. Em uma atuação segura, a Inglaterra não teve dificuldades para passar por Senegal pelo placar de 3 a 0, neste domingo (4) no Estádio Al Bayt, pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar. Os ingleses retornam ao mesmo local para encarar os franceses no próximo sábado (10), às 16h (horário de Brasília).

O destaque na classificação ficou por conta das belas atuações do jovem Jude Bellingham, de apenas 19 anos e que participou dos dois primeiros gols, e de Harry Kane, artilheiro da Copa da Rússia há quatro anos e que finalmente desencantou marcando pela primeira vez no Catar.

Sterling é desfalque de última hora

Pouco antes da partida, a Federação Inglesa de Futebol divulgou que o atacante Raheem Sterling estava de fora do duelo para tratar de uma questão familiar. Ele vinha sendo titular no time inglês. Vale lembrar que o zagueiro Ben White já havia deixado a delegação do país por razões pessoais.

Com Saka, Foden e Kane no ataque, a seleção inglesa imprimiu um estilo de controle de jogo que surtiu pouco efeito nos primeiros 30 minutos. A primeira boa chance da partida foi de Senegal, quando Dia foi lançado dentro da área e chutou forte para difícil defesa de Pickford com o braço esquerdo.

No entanto, pouco depois a Inglaterra deu início a uma faixa do jogo que se mostrou decisiva. Aos 38, Bellingham recebeu belo passe de Kane por dentro da defesa senegalesa, avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para Jordan Henderson, que apareceu de surpresa na área para completar de primeira e marcar.

No começo dos acréscimos, Bellingham puxou contra-ataque para a Inglaterra, escapou das faltas e acionou Foden, que encontrou Kane completamente livre. O centroavante avançou até a área e fuzilou o goleiro Mendy, ampliando o placar.

Duelo resolvido antes dos 15 do 2º tempo

Na volta do intervalo, a Inglaterra não quis saber de cozinhar o jogo e praticamente definiu a classificação aos 12 minutos. De forma rápida, a roubada de bola no campo de defesa chegou ao ataque e Foden surgiu livre pelo lado esquerdo. O passe rasteiro para dentro da área foi preciso e Saka, com apenas um leve toque, tirou de Mendy para fazer 3 a 0.

Daí em diante, o time inglês (que soma 12 gols em quatro partidas) não correu mais riscos e assegurou o triunfo sem maiores problemas.

O próximo compromisso é delicado. Os franceses, atuais campeões mundiais, serão os adversários, num duelo que nunca aconteceu em fases eliminatórias da Copa. Tanto em 1966 quanto em 1982, em jogos válidos pela fase de grupos, os ingleses saíram vencedores.

 

 

Por Igor Santos - Repórter da TV Brasil

AGÊNCIA BRASIL

INGLATERRA - Uma semana depois dos funerais de Elizabeth II, o Palácio de Buckingham apresentou na segunda-feira (26) o novo monograma real - as iniciais de Charles III - que será visto, entre outros, nos edifícios do governo, em caixas de correio e documentos oficiais.

Durante o reinado de Elizabeth II, o monograma era "EIIR", de Elizabeth II Regina (rainha em latim).

Durante o de seu seu filho, o monograma será "CIIIR", ou seja, Carlos III Rex (rei em latim). Nas imagens do monograma revelado pelo Palácio de Buckingham, o C e o R se entrelaçam e uma cora paira sobre as iniciais.

O novo monograma foi criado pelo "College of Arms", fundado em 1484 para desenvolver novos escudos de armas e conservar os registros genealógicos oficiais.

As cartas que saírem do Palácio de Buckingham terão o novo símbolo, "CIIIR", a partir da terça-feira, dia que marca o fim do luto real pela rainha, morta em 8 de setembro, aos 96 anos.

Pelo escritório postal de Buckingham passam cerca de 2.000 pacotes e cartas por ano, entre convites, respostas a cartas ou correspondências oficiais.

O novo monograma faz parte das muitas mudanças trazidas pela ascensão ao trono de Charles III.

O hino nacional foi modificado e os britânicos agora cantam "God Save The King".

O rosto do rei vai substituir pouco a pouco o da soberana nas notas de libras. E o passaporte também será modificado no Reino Unido e nos outros 14 países da Commonwealth, onde Charles III é o chefe de Estado.

 

 

AFP

REINO UNIDO - Multidões saíram às ruas do Reino Unido para se despedir uma última vez da rainha Elizabeth 2ª na segunda-feira (19), data de seu funeral e de seu enterro, em Londres e Windsor. Os eventos marcaram os últimos ritos de um longo adeus iniciado no último dia 8, quando foi anunciada a morte da soberana, aos 96 anos.

As demonstrações de luto começaram naquele mesmo dia, com o povo britânico deixando flores, cartas, pôsteres e até ursinhos de pelúcia nos portões de várias residências da família real. Depois, a protocolar jornada do corpo da rainha do local de sua morte, em Balmoral, na Escócia, foi acompanhada de perto pelo público até a sua chegada à capital inglesa, na terça passada.

O caixão foi exibido por cinco dias no Salão de Westminster, e milhares de britânicos enfrentaram filas gigantescas por uma chance de homenagear pessoalmente a soberana. Era ali que o corpo da rainha repousava até as 6h40 desta segunda quando, ao ser erguido pelos chamados carregadores reais, deu-se início ao funeral de Estado.

Como em procissões anteriores, o caixão foi coberto por uma bandeira com o estandarte real, a Coroa Imperial do Estado e um arranjo com flores de vários jardins da realeza sustentável a pedido do rei Charles 3º, historicamente engajado no ativismo ambiental. A novidade era um cartão visível entre as plantas e assinado pelo monarca, com os dizeres "em memória amorosa e dedicada".

O ataúde foi colocado sobre uma carruagem da Marinha Real, e 142 marinheiros escoltaram o trajeto do coche entre o salão e a abadia de mesmo nome. Atrás dele, estavam os quatro filhos da rainha, o rei Charles e seus irmãos, Anne, Andrew e Edward. E dois dos netos de Elizabeth, os príncipes William e Harry.

A maioria dos membros da realeza presentes usava uniformes. As exceções eram Harry, que renunciou aos seus títulos militares ao romper com a família real no ano passado, e Andrew, que no início do ano foi acusado de abusar de uma adolescente envolvida no esquema de tráfico sexual de Jeffrey Epstein.

Na entrada da abadia, juntaram-se ao cortejo a rainha consorte, Camilla; a esposa de William e princesa de Gales, Kate Middleton; e a mulher de Harry e duquesa de Sussex, Meghan Markle.

Os dois filhos mais velhos de William, o príncipe George, 9, e a princesa Charlotte, 7, também participaram da procissão, marcando a primeira vez que bisnetos de um monarca desempenharam uma função oficial em um funeral de Estado. Segundo a imprensa britânica, a decisão tinha como objetivo mostrar a estabilidade da Coroa, uma vez que George se tornou o segundo na linha de sucessão com a morte de Elizabeth. O caçula de William, Louis, 4, e os filhos de Harry e Meghan, de 3 e 1 ano, não compareceram.

O caixão da rainha encontrou os cerca de 2.000 convidados para o evento, cem deles chefes de Estado como Joe Biden e Emmanuel Macron, já sentados em seus lugares.

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, também estava presente, e voltou a falar com dezenas de apoiadores que o aguardavam ao se dirigir à cerimônia pela manhã. Irritado com questionamentos sobre o ato eleitoral que promoveu na véspera —e pelo qual foi criticado nacional e internacionalmente—, o presidente voltou a chamar o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ladrão e a criticar investigações que apuram esquemas de corrupção envolvendo sua família.

O funeral foi conduzido pelo reverendo David Hoyle, e líderes religiosos e políticos fizeram leituras, incluindo a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Também houve sermão do arcebispo de Canterbury, Justin Welby.

"Nossa falecida majestade declarou, na transmissão do seu 21º aniversário, que toda sua vida seria dedicada a servir a nação. Raramente uma promessa como essa é tão bem cumprida", disse Welby. Ele também citou uma fala da rainha durante o período de isolamento social causado pela pandemia. "A transmissão da falecida majestade durante a quarentena da Covid-19 terminava com 'nos encontraremos novamente'. Uma palavra de esperança. Todos os que seguem o exemplo da rainha e inspiram confiança e fé em Deus podem dizer com ela: 'Nos encontraremos novamente'."

Perto do fim das solenidades, às 11h58 (7h58 em Brasília), a cerimônia foi interrompida, e dois minutos de silêncio foram feitos em todo o Reino Unido.

A quietude foi respeitada inclusive pelas dezenas de cidadãos que optaram por assistir ao funeral em telões erguidos em locais públicos, junto de seus compatriotas. Este foi o primeiro funeral de Estado a ser televisionado no país, numa síntese simbólica das intensas transformações pelas quais o mundo passou durante o longo reinado de Elizabeth —ela também foi a primeira soberana a ter sua coroação transmitida pela TV.

Depois do funeral, o caixão foi levado por marinheiros por Londres em um dos maiores cortejos militares já vistos em Londres, com dezenas de membros das Forças Armadas trajando figurinos cerimoniais. Eles marchavam de acordo com a melodia fúnebre tocada pela banda marcial ao mesmo tempo que o Big Ben marcava os minutos ao fundo.

Ao redor, o público escalava postes e subia portões e escadas para tentar avistar a procissão. Alguns usavam roupas formais, como ternos e vestidos pretos, enquanto outros vestiam moletons e roupas de ginástica.

A procissão foi encerrada com a chegada do corpo de Elizabeth 2ª ao Arco de Wellington, monumento construído no Hyde Park no século 19 para comemorar as vitórias do Reino Unido contra Napoleão. Dali, o caixão viajou em um carro fúnebre até o Castelo de Windsor, a oeste de Londres, onde a rainha seria enterrada ao lado de seu marido, Philip. A rota foi mais uma vez acompanhada de perto pelo povo, que batia palmas e jogava flores sobre o veículo.

Uma última cerimônia oficial ainda foi realizada em Windsor, na Capela de Saint George. Ao final dela, a congregação cantou o hino nacional em sua forma atualizada, God Save The King, ou "Deus Salve o Rei" —a versão personalizada para Charles da frase que dá título ao hino nacional britânico e que se tornou uma espécie de slogan da monarquia.

"Em meio ao nosso mundo em mudança rápida e frequentemente conturbada, a presença digna e calma [de Elizabeth 2ª] nos deu confiança para enfrentar o futuro, como ela fazia, com coragem e esperança", afirmou David Conner, que conduziu o serviço, para membros emocionados da realeza.

O enterro de fato foi restrito à monarquia, um dos raros momentos dos vários dias de cerimônia em que a família teve sua privacidade preservada.

Quando Diana morreu, em 1997, uma das imagens que correram o mundo foi a de Charles e seus dois filhos ainda adolescentes olhando cabisbaixos o caixão com o corpo da princesa. Quando, no ano passado, o príncipe Philip morreu aos 99 anos em meio à pandemia, foi a imagem de Elizabeth em luto, sozinha na capela do Castelo de Windsor, que comoveu os britânicos.

Agora que o Reino Unido deu seu último adeus à rainha mais duradoura de sua história, talvez a imagem que fique é a de seu filho, o novo rei, parecendo tentar conter as lágrimas.

 

 

IVAN FINOTTI / FOLHA de S.PAULO

INGLATERRA - Ícone de uma era, Elizabeth II, que morreu após 70 anos de reinado histórico, foi solenemente levada à Abadia de Westminster nesta segunda-feira (19) para um funeral de Estado na presença de líderes de todo o mundo, antes de ser enterrada em Windsor.

Iniciando o último adeus à monarca mais antiga do Reino Unido, o caixão, coberto com a coroa, o cetro e o orbe -símbolos da rainha-, foi transferido em um carro da Royal Navy puxado por dezenas de marinheiros.

Ao som de gaitas de foles, foi seguido a pé pelo seu herdeiro, o rei Charles III, e outros membros da família real britânica, incluindo o príncipe George e a princesa Charlotte, filhos de William, acompanhado por soldados de três regimentos próximos da rainha até à imponente igreja gótica no centro de Londres.

"Adeus à nossa gloriosa rainha", "uma vida de serviço", afirmam as manchetes dos jornais britânicos, que elogiam a dedicação de Elizabeth à coroa.

Após 10 dias de luto nacional, homenagens e rituais de grande pompa, quase 2.000 pessoas, incluindo centenas de governantes e monarcas, comparecem à cerimônia religiosa na Abadia de Westminster, que começará às 11H00 locais (7H00 de Brasília).

Do presidente americano Joe Biden ao brasileiro Jair Bolsonaro, passando pelo rei da Espanha, Felipe VI, e o imperador japonês Naruhito, quase 500 líderes e monarcas estão convidados para a cerimônia, que representa o maior "desafio" de segurança para o Reino Unido.

Nos últimos cinco dias, centenas de milhares de pessoas passaram pela capela instalada na área mais antiga do Parlamento britânico, após uma espera que chegou a 24 horas em alguns momentos, em uma fila de vários quilômetros no centro de Londres.

Chrissy Heerey, integrante da ativa da Força Aérea britânica (RAF), foi a última pessoa a passar pelo local. "Quando me disseram: 'Você é a última pessoa', eu respondi: De verdade?", afirmou à AFP a britânica, que enfrentou duas vezes na fila.

A partir das 10H35 (6H35 de Brasília), o caixão será levado em procissão até a Abadia de Westminster, seguido a pé pelo novo rei Charles III e outros integrantes da família real britânica, para um funeral que promete ser grandioso.

"A rainha não queria cerimônias longas e cansativas, não haverá tédio, as pessoas serão transportadas para a glória ao ouvir o serviço", disse à BBC o ex-arcebispo de York, John Sentamu.

O deão de Westminster, David Hoyle, vai comandar a cerimônia religiosa e o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, pronunciará o sermão.

 

Milhares de pessoas nas ruas -

A rainha mais longeva da história do Reino Unido faleceu em 8 de setembro aos 96 anos, em sua residência escocesa de Balmoral.

A morte de uma monarca que parecia eterna provocou grande comoção no país e no mundo.

O Reino Unido a homenageou com 10 dias de luto nacional, cortejos e procissões, com uma carga de emoção popular tão grande que tornou quase imperceptíveis os protestos da minoria de republicanos.

Seu filho mais velho, de 73 anos, a sucedeu como Charles III. Até então um dos membros menos apreciados da família real britânica, sua popularidade subiu nos últimos dias.

Com capacidade para 2.200 pessoas, a imponente Abadia de Westminster não pode receber a multidão que deseja acompanhar sua rainha até o fim.

Durante a manhã, milhares de pessoas de todas as idades aguardavam na famosa avenida Mall, diante do Palácio de Buckingham.

Muitos passaram uma ou várias noites ao ar livre para reservar um lugar no trajeto do cortejo fúnebre.

Depois de sair da Abadia de Westminster, uma carruagem levará o caixão pelo centro de Londres até o Wellington Arch, no Hyde Park Corner. A partir deste ponto, um carro fúnebre transportará o caixão até o Castelo de Windsor, que será a última morada da rainha.

 

- Reunida com os pais e o marido -

Símbolo de uma era de grandes mudanças, Elizabeth II assumiu o trono em 1952, em um Reino Unido ainda abalado pelo pós-guerra, e faleceu em 2022, no pós-pandemia e Brexit.

Ela conheceu 15 primeiros-ministros, de Winston Churchill à atual Liz Truss, assim como figuras históricas que incluem o soviético Nikita Khrushchev), a madre Teresa de Calcutá e o sul-africano Nelson Mandela.

Em Windsor, o caixão será levado para a Capela de St. George. Nesta igreja do século XV, conhecida por ter sido cenário dos últimos casamentos reais, será organizada mais uma cerimônia religiosa com 800 convidados, incluindo funcionários do castelo.

Depois, em uma última cerimônia privada, reservada aos familiares mais próximas, a rainha será sepultada no "Memorial George VI", um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret.

O caixão de seu marido, o príncipe Philip, será enterrado ao lado dela, depois de ser transferido da cripta real, onde está desde sua morte em abril de 2021.

 

 

AFP

INGLATERRA - Como filho mais velho da rainha Elizabeth 2ª e, portanto, próximo na linha sucessória ao reino britânico, Charles passou os 70 anos do reinado da monarca se preparando para ser rei. Ele foi o herdeiro do trono britânico que mais esperou para assumi-lo. Após a morte da mãe, ele é também o herdeiro mais velho a iniciar um reinado, aos 73 anos, passando a ser chamado de rei Charles 3º.

À frente da coroa, Charles 3° terá pela frente a missão de conquistar a mesma popularidade da mãe, que por sete décadas foi encarada como um símbolo de estabilidade e unidade, ajudando a manter a instituição da monarquia sem muitos questionamentos decisivos.

Para Charles, não deve ser uma tarefa tao simples. Uma pesquisa divulgada no primeiro semestre apontou que 75% dos britânicos avaliavam positivamente Elizabeth. A porcentagem foi de 42% para Charles, mais baixa que a do seu filho William, que aparece com 66%.

Pesquisa do YouGov do segundo trimestre deste ano mostra que, enquanto 75% dos britânicos tinham uma opinião positiva de Elizabeth 2ª, o índice para Charles é de 42%. Seu filho William, primeiro na linha de sucessão, tem 66%.

"A posse é cuidadosamente planejada, assim como os preparativos para o funeral da rainha, então de início a transição será suave. Depois, muito dependerá da reação do público à coroação, de como o próprio Charles se comporta, e do apoio que o governo lhe der", avalia Robert Hazell, professor de governo e Constituição no University College London.

O novo rei do Reino Unido teve bastante tempo para se acostumar à vida no foco do interesse público. Nos últimos anos, ele já vinha assumindo várias funções protocolares da mãe, conforme a saúde de Elizabeth entrava em declínio. Agora, a esposa de Charles, Camilla, deve receber o título de rainha consorte.

Filantropo e defensor do clima

Charles se formou no Trinity College de Cambridge em 1970, antes de embarcar numa carreira militar que culminou com o comando do navio caça-minas HMS Bronington.

No verão de 1981, casou-se com Diana Spencer, na época com 20 anos de idade, em parte de sangue real, em meio a enorme fanfarra midiática e entusiasmo popular. Lady Di, como ficou conhecida, era intensamente popular e acompanhada com curiosidade.

Anos de fofocas e escândalos levaram ao divórcio em 1996. Na época, consta que Charles haveria lhe dito: "Você seriamente espera que eu seja o primeiro príncipe de Gales a não ter uma amante?" – uma referência a seu amor de longa data, Camilla Parker Bowles, com quem se casaria em 2005. Diana morreu num acidente de automóvel em 1997.

Para além da vida amorosa, Charles se destaca como filantropo: ao lado da The Prince's Trust, ele tem apoiado diversas outras instituições de caridade, patrocinado programas educacionais e fundado iniciativas de arte. Como rei, espera-se que seguirá promovendo diversidade religiosa e a natureza cultural da Inglaterra moderna.

Sua principal paixão, contudo, é o meio ambiente e o combate à mudança climática. Em 2007, fundou o Prince's Rainforest Project, uma iniciativa global para conscientizar e promover ações contra o desflorestamento tropical, com o respaldo de corporações, políticos e celebridades.

Envolvimento na política

Charles não herdou da mãe, a rainha Elizabeth 2ª, o instinto para se manter imparcial em questões políticas e sociais – o que tem suas vantagens e desvantagens: no passado ele não fez segredo de suas opiniões. A neutralidade política voou janela afora, por exemplo, no caso dos memorandos "aranha negra" – assim chamados devido à escrita garranchada do príncipe.

Publicados em 2015 pelo jornal The Guardian, após longa batalha legal, os documentos revelaram como ele praticara lobismo intenso com os ministros e políticos do governo britânico, em assuntos que iam da preservação de espécies de peixes ameaçadas e encomendas de equipamento militar para as tropas no Iraque, a pressionar pelo abate de texugos, a fim de sustar a propagação da tuberculose bovina.

Como rei, Charles terá que conter tais inclinações, antecipou Hazell. "O monarca deve ser escrupulosamente neutro em todos os assuntos políticos, como tem sido a rainha."

"Charles terá ocasião de expressar seus pontos de vista na audiência semanal com o primeiro-ministro, exercendo seu trio de direitos, de acordo com [Walter] Bagehot [autor da Constituição britânica]: ser consultado, encorajar e advertir." Caso vá além disso, "conto com que o governo lhe vá recordar os deveres de um monarca constitucional", comenta o professor do University College.

Escândalos passados

Em 2017, Charles se viu envolvido no vazamento dos assim chamados "Paradise Papers", que revelaram nomes de personalidades mundiais implicadas em investimentos offshore duvidosos. Seu caso supostamente envolvia negócios realizados nas ilhas Bermudas.

Emergiram relatos de que, ao pressionar por reformas na política de combate à mudança climática, em 2007, Charles se abstivera de divulgar que lucraria com as emendas através de seus empreendimentos no exterior. De sua parte, afirmou não ter qualquer envolvimento na conta offshore.

Mais recentemente, novas revelações sobre o escândalo real de "cash-for-honors" (dinheiro por honrarias). Alega-se que ricaços estrangeiros teriam obtido títulos de nobreza em troca de contribuições para The Prince's Foundation, instituição benemerente criada por Charles.

Em um dos casos, um magnata saudita teria sido ordenado cavaleiro por suas doações; em outro, um encontro com o príncipe teria sido prometido a um banqueiro russo. As revelações resultaram nas renúncias de três funcionários-chave da fundação, enquanto o príncipe nega ter tido conhecimento de tais práticas.

Segundo observadores, enquanto rei, será importante que Charles evite armadilhas desse tipo se deseja ter a opinião pública do seu lado.

 

 

 

Autor: Robert Mudge / dw

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