MÉXICO - Após a cotação das ações do Nubank ter dobrado em 2023, o CEO e cofundador do banco digital, David Vélez, considera que o mercado ainda subestima potenciais importantes da operação. Segundo ele, ainda não recebem o devido valor as possibilidades de geração de receitas da base de clientes, de crescimento no México e a combinação de fatores como a operação digital e a satisfação dos clientes.
De acordo com ele, embora 85 milhões de brasileiros sejam clientes do Nubank e os índices de satisfação (NPS, na sigla em inglês) sejam os mais altos do setor, a participação de mercado do Nubank é relativamente baixa - 14% em cartões de crédito, 6% em crédito pessoal e 3% em depósitos.
"Portanto, nossa oportunidade de ganhar participação em cada uma dessas verticais é gigantesca, e o nosso histórico nos últimos 24 meses registra essa tendência muito clara: ganhamos participação de mercado de forma constante em todas as verticais em que atuamos nos últimos cinco anos", diz Vélez, em carta trimestral da gestora Dynamo, em que alguns executivos foram questionados sobre aquilo que consideram que o mercado deixa de ver nas empresas que comandam.
Um exemplo disso, segundo ele, é a receita média mensal por usuário ativo (ARPAC, em inglês): nos clientes que utilizam o cartão, a conta digital e o crédito pessoal do Nubank, é de US$ 37, enquanto na média da base de clientes, está em US$ 10. Ao mesmo tempo, Vélez acredita que o custo para atender a cada um desses clientes deve se manter em cerca de US$ 1 ao mês, dada a eficiência da plataforma da fintech.
No caso do México, ele afirma que o país pode ser "um outro Brasil para o Nubank, embora com um risco de execução significativo (nosso tipo de risco favorito)". Vélez menciona que embora seja menos populoso que o Brasil, o México tem renda per capita 30% maior, uma população mais jovem e menor presença de serviços bancários no dia a dia dos habitantes.
"Nos últimos três anos, nos tornamos um dos principais emissores de cartões de crédito no México, com mais de 4 milhões de clientes de cartões de crédito e com mais de 1 milhão de clientes abrindo contas de poupança nas primeiras quatro semanas de seu lançamento", afirma o CEO do Nubank. Ele afirma que o crescimento não deve ser linear, mas que em cinco anos, o Nu está confiante de que se tornará "a empresa mais bem posicionada" para capturar o crescimento do mercado bancário mexicano.
O executivo menciona ainda uma combinação de fatores que, segundo ele, criam espaço para possíveis ganhos não previstos. São eles a base de clientes exclusivamente digital, a alta satisfação dos clientes e a confiança na marca, a equipe de tecnologia e ciência analítica, uma cultura forte e "uma das mais sofisticadas infraestruturas de análise de dados da América Latina".
Ao longo do ano passado, o mercado reavaliou o Nubank diante da perspectiva de início da queda dos juros no Brasil, com investidores apostando que a fintech será uma das principais beneficiárias. Também entrou na conta a chegada da fintech ao lucro, mesmo diante de um cenário de juros altos e inadimplência subindo no crédito para pessoas físicas.
Entretanto, os fatores mencionados por Vélez têm sido citados por algumas casas. Em outubro, o Morgan Stanley afirmou que o Nubank pode chegar a um valor de mercado de US$ 100 bilhões até 2026 graças às oportunidades de venda cruzada no Brasil e de crescimento das operações do México e da Colômbia.
POR ESTADAO CONTEUDO
MÉXICO - O México tem sido inundado por investimentos chineses ultimamente. Somente no mês passado, dois foram notáveis. O governo do Estado de Nuevo León, no norte, próximo à fronteira com os Estados Unidos, anunciou que grupo chinês Lingong Machinery, que produz escavadeiras e outros equipamentos de construção, construirá uma fábrica que, esperam as autoridades mexicanas, gerará US$ 5 bilhões em investimentos.
No mesmo dia, a Trina Solar, uma fabricante de painéis solares, afirmou que investirá até US$ 1 bilhão no Estado. Ambas as empresas e suas corporações compatriotas podem agora encontrar um lar fora de casa em Hofusan, um parque industrial sino-mexicano em Nuevo León.
O interesse incrementado de empresas chinesas no México data de 2018, quando o então presidente americano, Donald Trump, lançou uma guerra comercial que incluiu a elevação de tarifas sobre importações da China. Seu sucessor, Joe Biden, manteve as tarifas. As políticas “EUA em 1.º lugar” de Biden, como a Lei de Redução da Inflação, estão encorajando empresas a considerar “nearshoring” na América do Norte, instalando fábricas no México em grande medida para fazer frente à China.
A pandemia e os ruídos nas cadeias de fornecimento também fizeram as manufaturas se aproximar do mercado americano. E instalar-se no México começou a parecer mais barato conforme salários e outros custos aumentaram na China.
O México já tentou atrair investimentos chineses antes. A Câmara de Comércio e Tecnologia México-China organizou eventos em 2008 para encorajar o fluxo de capital, mas sem sucesso, afirma César Fragoz em nome da Câmara; naquela época, a China não tinha necessidade de usar o México para entrar nos EUA, que ainda não tinham virado as costas para as empresas chinesas.
“A ironia é que as primeiras a reagir positivamente a uma política explícita contra a China são as empresas chinesas”, afirma Enrique Peters, do Centro de Estudos Sino-Mexicanos da Unam, uma universidade na Cidade do México.
A China obtém uma porta dos fundos para os EUA porque o México é parte de um acordo de livre-comércio com EUA e Canadá. Dependendo de que componentes usam, as empresas chinesas com base no México não podem desfrutar de todos os benefícios oferecidos pelo bloco comercial, cujas regras ditam que porcentagem dos produtos tem de se originar na América do Norte.
Mas, nota Peters, a tarifa-média dos EUA sobre importações do México em 2021 foi 0,2%, muito menor que as tarifas aplicadas sobre produtos chineses.
É difícil obter estatísticas acuradas, mas segundo algumas estimativas, o investimento direto da China na dívida do México aumentou de um total de US$ 500 milhões em 2000-04 para US$ 2,5 bilhões apenas em 2022 — menos que o pico, de cerca de US$ 6 bilhões, em 2016, mas mais que o dobro do montante de 2018; e em aumento (veja o gráfico). A natureza desses investimentos difere da maneira que a China gasta seu dinheiro no restante da América Latina.
Em países como Brasil e Chile, a maioria do investimento chinês é em extração de matérias-primas ou construção de infraestruturas, com frequência cortesia de empresas estatais chinesas. No México, o investimento chinês é em serviços e manufaturas, incluindo de eletrônicos, carros e eletrodomésticos.
Nos anos 90 e 2000, as exportações mexicanas para os EUA ficaram atrás da competição chinesa. Agora, os investimentos chineses estão ajudando os exportadores mexicanos. Em setembro, o México ultrapassou a China pela primeira vez desde o início dos anos 2000 tornando-se o maior exportador de mercadorias para os EUA.
O comércio líquido com a China gerou 6,8 milhões de empregos na América Latina entre 1995 e 2021, contra 6,7 milhões gerados pelo comércio com os EUA. Os investidores chineses também são menos exigentes em relação ao meio ambiente e aos direitos humanos. E aprenderam a lidar com os desafios de trabalhar no México, como insegurança e infraestrutura ruim.
A crescente presença chinesa no México poderia ser malsucedida se elevar as tensões com os EUA. A maioria das fábricas e linhas de montagem chinesas no México parece destinada a exportações, observa Peters — especialmente para os EUA; o que está alarmando legisladores do outro lado da fronteira.
Numa carta recente a Katherine Tai, a representante de comércio dos EUA, quatro congressistas alertaram que fabricantes de carros chineses no México tentam tirar “vantagem do acesso preferencial ao mercado americano por meio dos nossos acordos comerciais e contornam qualquer tarifa (específica para produtos chineses)”.
Se a China for bem-sucedida demais em contornar tarifas, poderá dar com a cara na porta dos fundos da mesma forma que a porta da frente lhe foi fechada. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
MÉXICO - O Produto Interno Bruto (PIB) do México cresceu 1,1% no terceiro trimestre de 2023 ante os três meses anteriores, informou na sexta-feira, 24, o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi).
O resultado ficou acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de alta de 0,9%. Já na comparação anual, a economia do país avançou 3,3%, em linha com a projeção da FactSet.
CIDADE DO MÉXICO - O Estado de Nuevo León, no México, disse na quinta-feira que a Tesla ainda planeja construir uma fábrica no país e que o governo desembolsará mais de 130 milhões de dólares em infraestrutura para apoiar a construção.
Os comentários vêm um dia após o presidente-executivo da montadora, Elon Musk, ter dito que estava hesitando no projeto. A Tesla anunciou a fábrica planejada no México em março, sem fornecer um cronograma para sua construção.
Musk disse na quarta-feira que ainda estava comprometido com o local no município de Santa Catarina, no norte do México, mas que o momento era incerto devido a fatores econômicos globais, e a construção provavelmente não começaria até o próximo ano.
O México destacou o projeto da Tesla, estimado em 5 bilhões de dólares, como prova de que a tendência de "nearshoring" está decolando, à medida que as empresas buscam transferir a produção para longe da Ásia e estabelecer operações mais próximas dos Estados Unidos.
Após um processo complicado para a Tesla confirmar seus planos no México, os investidores estão acompanhando de perto os próximos passos da montadora no país.
O prefeito do município de Santa Catarina, no México, Jesús Nava, disse que as autoridades locais estão começando a melhorar a infraestrutura na área onde a Tesla deverá estabelecer a fábrica.
"No nível estadual e municipal, estamos avançando com estudos para a infraestrutura solicitada pela Tesla, que somarão mais de 2,5 bilhões de pesos (136,46 milhões de dólares) fornecidos pelo Estado", disse ele em comunicado.
"Esperamos que no primeiro semestre de 2024 tenhamos o início da construção da Tesla."
Musk disse na quarta-feira que a empresa está "preparando o terreno para começar a construção" no México, mas ainda não tem planos mais definitivos.
Reportagem de Daina Beth Solomon / REUTERS
VENEZUELA - Delegados do governo venezuelano e da oposição mantêm contatos para tentar retomar as negociações que ocorriam no México até o fim de 2022, confirmou na sexta-feira (13) o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
"Temos informações de que membros do governo estão se reunindo com membros da oposição. Que bom que está sendo buscada uma saída negociada, política, pela via democrática", disse Obrador em entrevista coletiva, ao ser questionado sobre os esforços para retomar o diálogo.
Na última terça-feira, uma fonte ligada às negociações informou à AFP em Caracas que haviam sido retomados os contatos para buscar a reabertura formal da mesa.
López Obrador não informou se esses encontros aconteceram no México, que tem atuado como facilitador na procura de uma saída para a crise política e econômica de longa data que abala a Venezuela.
As negociações começaram em agosto de 2021, mas foram suspensas dois meses depois, após a extradição para os Estados Unidos do empresário Alex Saab, acusado de lavagem de dinheiro e de ser testa de ferro do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
As conversas foram retomadas, mas houve uma nova ruptura em novembro de 2022, depois que o governo de Maduro condicionou o diálogo ao desembolso de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) em fundos venezuelanos congelados no exterior e administrados pelas Nações Unidas.
Os delegados de Maduro também exigiram o fim das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia, que agravaram a crise e se refletiram na emigração de milhões de pessoas.
A reativação dos diálogos coincide com conversas entre os governos do americano Joe Biden e do venezuelano Nicolás Maduro, que Washington não reconhece formalmente como presidente.
O ponto principal da agenda opositora gira em torno das condições eleitorais e do levantamento das inabilitações de possíveis candidatos, como María Corina Machado, favorita nas primárias de 22 de outubro, que irão definir o rival de Maduro.
EUA - O presidente americano, Joe Biden, anunciou que irá ampliar o muro na fronteira com o México para conter a entrada de imigrantes, porque se vê obrigado a destinar fundos liberados durante o mandato de seu antecessor Donald Trump. O governo mexicano considerou a medida "um retrocesso".
Em promessas de campanha feitas em 2020, o democrata Biden havia dito que "nem mais um centímetro de muro seria construído" durante o seu governo.
O secretário americano de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, justificou a medida pela "necessidade aguda e imediata" de "evitar entradas ilegais" na fronteira.
A decisão foi publicada no "Federal Register" (correspondente ao "Diário Oficial" brasileiro) nesta quinta, coincidindo com uma visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao México, para tratar com o vizinho da questão migratória e do tráfico de fentanil.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, não gostou do anúncio. "Esta autorização para a construção do muro é um retrocesso, porque isso não resolve o problema. É preciso atender as causas (da migração irregular)", disse o presidente durante sua habitual entrevista coletiva matinal, pouco antes de receber o secretário Blinken.
Também não agradará aos ambientalistas, já que, para instalar o que chama de "barreiras físicas e estradas adicionais" no Texas, o governo revoga cerca de 20 leis e regulamentos federais, muitos deles ambientais.
Ao longo de décadas, diferentes governos republicanos e democratas construíram algum tipo de cerca nas áreas fronteiriças com o México.
O republicano Donald Trump, possível adversário de Biden nas eleições presidenciais de 2024, tornou a construção de um muro na fronteira um dos pilares de sua política migratória e afirmou que o México pagaria por ele.
- Fundos de 2019 -
Quando assumiu a presidência, Biden decidiu suspender a construção do muro e acabar com o uso de fundos para o seu financiamento. O democrata repetia que a construção de um muro na fronteira não era uma solução política para o problema e pediu ao Congresso que os recursos fossem destinados a garantir a segurança fronteiriça por meio da tecnologia. Mas, no Congresso, ele não conseguiu convencer os republicanos, que o acusavam de ter causado uma crise na fronteira.
Biden diz que "não pode impedir" o uso de dinheiro alocado pelo Congresso no ano fiscal de 2019, quando Trump estava no poder, para a construção de uma barreira na fronteira no Vale do Rio Grande.
"O dinheiro foi alocado para o muro na fronteira. Tentei que fosse realocado, que esse dinheiro fosse redirecionado. Não o fizeram", justificou o presidente.
- 'Estamos aplicando a lei' -
"Estamos aplicando a lei", insistiu a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Não significa nenhuma mudança de política”, concordou Alejandro Mayorkas no México. “Um muro fronteiriço não é a resposta, esta continua sendo a nossa posição. A lei exige que o governo use esses fundos com este propósito."
As novas barreiras serão construídas no Vale do Rio Grande por se tratar de uma área de "entrada ilegal elevada", explicou o Departamento de Segurança Interna.
De outubro de 2022 até o começo de agosto, a patrulha fronteiriça interceptou mais de 245.000 pessoas que tentavam entrar ilegalmente no país nesse setor.
- 'Lindo muro' -
Trump reagiu em sua plataforma, Truth Social, dizendo que a medida mostra que ele "estava certo" ao construir "um novo e lindo muro na fronteira". O ex-presidente também perguntou se "Joe Biden irá se desculpar por demorar tanto para agir".
Biden estava sob pressão não apenas dos republicanos, mas também de cidades governadas por democratas, que não dão conta da chegada em massa de imigrantes. Além disso, a ala linha dura dos republicanos se opôs recentemente a destinar mais fundos para a guerra na Ucrânia, argumentando que deveriam ser usados para conter a crise migratória. Essa oposição quase causou uma paralisação orçamentária.
A porta-voz da Casa Branca nega que a construção do muro seja um gesto para que os republicanos aceitem um novo pacote para a Ucrânia. "Não estabeleceria uma ligação", afirmou.
A crise migratória tornou-se um obstáculo na corrida de Biden pela reeleição. Os democratas sabem disso e tomaram medidas nas últimas semanas, como o envio adicional de 800 militares para a fronteira e a retomada das deportações de imigrantes venezuelanos, mediante acordo com o governo do presidente Nicolás Maduro, submetido a sanções americanas.
CIDADE DO MÉXICO - O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou na segunda-feira a ajuda militar norte-americana para a Ucrânia, sugerindo que ela era “irracional”, e aumentou o tom das críticas, pedindo a Washington que dedicasse mais recursos para ajudar os países latino-americanos.
López Obrador pede há tempos para que os EUA use mais recursos no auxílio ao desenvolvimento econômico na América Central e no Caribe, para mitigar as pressões migratórias.
Durante sua coletiva de imprensa diária, o presidente criticou o Congresso dos Estados Unidos por não liberar dinheiro para a região, antes de se referir às disputas políticas da semana passada sobre uma lei que negou conceder mais auxílio à Ucrânia.
“Eu estava analisando como eles não estão autorizando recursos para a guerra na Ucrânia. Mas quanto eles já designaram? 30, 50 bilhões de dólares para a guerra. É a coisa mais irracional que se pode ter. E prejudicial”, afirmou. “Eles precisam mudar de estratégia e aprender o que é respeito. Não é hora de eles ignorarem as autoridades mexicanas.”
O presidente esquerdista do México buscou manter o país neutro na guerra e criticou a ajuda militar do Ocidente a Kiev. Ele também propôs a realização de negociações de paz para acabar com o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Há duas semanas, López Obrador defendeu a presença de uma unidade militar russa em um desfile que celebrou o dia da independência do México, após duras críticas de que a nação tinha dado uma plataforma ao país que invadira a Ucrânia.
Contudo, seu governo apoiou resoluções da ONU criticando o papel russo no conflito.
Reportagem de Dave Graham / REUTERS
MÉXICO - Após uma década de espera, Dulce María volta a se reencontrar com o grupo RBD, originado da novela de sucesso “Rebelde”, para realizar uma turnê mundial, que estreou com um show no dia 25 de agosto, no Texas, nos Estados Unidos. Agora, a estrela mexicana não apenas ilumina os palcos, mas também estampa a capa da revista Vogue México e fala com nostalgia sobre as glórias de seu passado e presente.
Em um momento tão significativo de sua trajetória artística, a atriz e cantora surgiu com o cabelo vermelho, não só revivendo o estilo marcante da personagem Roberta Pardo, que ditou moda nos anos 2000, como também simbolizando a força, paixão, empoderamento e rebeldia que a acompanharam durante todos esses anos de carreira. A mudança representada na capa da revista com a frase: “a cor da rebeldia toma conta do teu olhar”, causou um grande impacto, fazendo com que Dulce estivesse entre os assuntos mais comentados das redes sociais em diversos países.
Para a artista, essa transformação traz muito mais do que apenas um sentimento de nostalgia, mas também uma grande representação de tudo que viveu e vive hoje em sua nova fase. “O vermelho icônico é uma parte de mim que existe, que existiu e que está nos corações de muitas pessoas. O vermelho significa força, empoderamento, individualidade, poder abraçar quem você é, suas diferenças e imperfeições para se tornar a melhor versão de si mesma. Não estou falando apenas do cabelo. Estou me referindo à fase em que estou, buscando o equilíbrio entre ser mãe, minha família, que é o mais importante, minha saúde e estar bem emocionalmente”, diz.
Dulce revela que casar e constituir uma família lhe deu uma nova estabilidade emocional e criativa. E essa nova energia contribuiu em sua preparação para a turnê. “Voltar a interpretar músicas que não cantávamos há 15 anos tem sido uma experiência intensa. Ela desperta emoções que nem sabíamos que existiam, faz lembrar de coisas, traz à tona medos. Não tenho mais 18 ou 21 anos como antes, estou em uma fase diferente, sou mãe agora. Sinto que estou precisando daquele tempo para me dedicar apenas a mim mesma. Provavelmente, após essa turnê, vou me dar esse tempo”, diz.
Embora essa não seja a primeira vez que Dulce María aparece nas páginas da Vogue, ela representa um marco notável ao ser a primeira do grupo RBD a figurar na capa. Essa conquista não apenas celebra sua carreira individual, mas também homenageia o legado do grupo que segue fazendo história na cena musical e cultural.
Segundo a artista, mesmo com o passar dos anos, a conexão entre todos os integrantes da banda segue intacta. “Quando estamos juntos, é como se o tempo não tivesse passado. Não porque somos melhores amigos, mas porque nos conhecemos tão bem que existe um carinho familiar. Depois de 18 anos de maturidade e crescimento, podemos abraçar muito mais as nossas diferenças e isso é algo muito importante: somos diferentes, mas temos esse respeito e podemos conviver sem rótulos e ser um só grupo, com suas personalidades. Sinto que o mundo deveria ser assim, sem rótulos e abraçando as nossas diferenças”, afirma.
Para a cantora, poder hoje voltar ao palco, ver estádios lotados e sentir todo o amor do público a desperta um sentimento de gratidão e reciprocidade genuína. “Na época, Rebelde foi muito grande, forte e bonito, mas sinto que agora tudo isso foi duplicado pela nostalgia. Isso conecta muitas pessoas com seus momentos felizes. Estou muito emocionada e grata pelo amor e carinho de todas as pessoas. Fico emocionada ao vê-los. São já duas gerações, porque chega público mais velho do que eu, da minha idade, e outros que são pequeninos e nos conhecem. Aí as gerações vão se unindo, e isso é maravilhoso”, declara.
MÉXICO - A senadora de direita Xóchitl Gálvez será a candidata da coalizão opositora nas eleições presidenciais do México em 2024, onde é esperado que ela concorra contra outra mulher, a ex-prefeita da Cidade do México Claudia Sheinbaum, que lidera as preferências do lado governista.
"Tomamos a decisão de apoiar a candidatura única na pessoa de Xóchitl Gálvez para liderar a Frente Ampla pelo México", disse à imprensa Alejandro Moreno, líder nacional do PRI, um dos três partidos que compõem a coalizão juntamente com o Partido Ação Nacional (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD).
Dessa forma, Moreno anunciou que seu partido desistiria em favor de Gálvez, enquanto a também senadora Beatriz Paredes, que era pré-candidata pelo PRI, renunciou à disputa durante uma reunião com a direção de seu partido.
Mais cedo, a frente opositora informou que Gálvez, apoiada pelo PAN (partido de centro-direita), liderava as pesquisas para definir a candidatura presidencial com 57,88% das intenções, contra 42,42% de Paredes.
"Graças a seu apoio e carinho, vencemos a pesquisa da Frente Ampla pelo México. Está apenas começando", afirmou Gálvez na rede social X, antes Twitter.
As lideranças do PAN e do PRD manifestaram publicamente seu apoio a Gálvez como candidata da frente e pediram que Paredes retirasse sua candidatura em favor dela.
Gálvez, de 60 anos, tem grandes chances de enfrentar outra mulher na disputa de 2024, Claudia Sheinbaum, a favorita nas pesquisas do governo, que ainda precisa garantir a candidatura de seu partido.
O resultado da disputa governista será anunciado em 6 de setembro.
- Processo antecipado -
O presidente do PRI havia antecipado nos dias anteriores que as pesquisas não favoreciam a senadora Paredes, acelerando assim o processo de escolha do candidato presidencial da oposição.
A frente tinha planejado realizar uma consulta cidadã aberta no domingo, 3 de setembro, que seria a instância definitiva para escolher a candidata. No entanto, ainda não está claro se esse exercício será realizado.
Se Sheinbaum for a candidata do governo, seria um cenário inédito na história do México, com duas mulheres como as principais opções na cédula eleitoral.
De ascendência indígena otomí e de origem popular, Gálvez é símbolo do ressurgimento de uma oposição que estava enfraquecida e dividida.
Ela se tornou alvo de ataques do presidente de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, desde o lançamento de sua candidatura em junho.
- Duelo de mulheres -
Claudia Sheinbaum, de 61 anos, é a favorita, juntamente com o ex-chanceler Marcelo Ebrard, na disputa pela indicação presidencial do Movimento de Regeneração Nacional (Morena), partido de esquerda nacionalista, para suceder o presidente Andrés Manuel López Obrador.
Ambos buscam capitalizar a herança política de López Obrador, que mantém uma aprovação de cerca de 60% após quase cinco anos de mandato e não pode se reeleger.
O Morena está conduzindo uma pesquisa nacional desde segunda-feira que definirá o candidato entre Sheinbaum, Ebrard e outros quatro candidatos menores para escolher quem sucederá López Obrador. O partido anunciará os resultados em 6 de setembro.
O processo não tem estado isento de críticas. Ebrard denunciou irregularidades na condução da pesquisa e o uso do aparato oficial para favorecer Sheinbaum.
Em 2 de junho de 2024, serão realizadas as eleições presidenciais no México, onde além da presidência, todo o Congresso bicameral e 9 governos estaduais dos 32 estados do país serão renovados.
O governo chega com força à eleição, pois com apenas nove anos de existência, o Morena domina ambas as câmaras do Congresso e governa 23 dos 32 estados mexicanos.
MÉXICO - Em meados de julho, uma delegação empresarial liderada pelo embaixador alemão no México, Wolfgang Dold, viajou para o estado de Sonora, no norte do país. Várias empresas alemãs estavam representadas, incluindo a Siemens Energy, a gigante do setor de gases industriais Linde, a companhia de energia RWE e a Daimler Trucks, que fabrica caminhões.
"A Secretaria da Economia de Sonora nos convidou para apresentar o Plano Sonora", diz Edwin Schuh, diretor para o México e o Caribe da Germany Trade & Invest (GTAI), a agência alemã de comércio exterior. Trata-se de um ambicioso projeto de infraestrutura do governo central que visa promover a construção de parques solares e a mineração de lítio.
Sonora abriga os maiores depósitos de lítio do país, que foram nacionalizados no ano passado. "No médio prazo, o governo planeja produzir baterias para carros elétricos em Sonora", diz Schuh. Isso poderia ser interessante para as empresas automobilísticas alemãs.
A montadora norte-americana Ford já opera uma enorme fábrica em Hermosillo, e algumas empresas alemães de autopeças também estão no local. A depender da vontade do governo, novas companhias chegarão. Foi criada uma autoridade especial para atender empresas que desejam se instalar na região, a Ventanilla de Nearshoring.
Nearshoring é a nova palavra mágica no México. Em vez de trazer mercadorias do outro lado do mundo em contêineres, muitas empresas agora tentam transferir a produção para perto dos mercados mais importantes.
Vários fatores confluem para isso. A pandemia revelou a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos, e os lockdowns e interrupções de produção e entrega, bem como o aumento drástico dos custos de transporte, criaram problemas para muitas empresas. Além disso, a disputa comercial entre os EUA e a China se intensificou nos últimos anos. E ainda há o aumento dos custos salariais na China.
Isso beneficia muito o México, devido à sua proximidade com os EUA. A revista britânica MoneyWeek escreveu neste mês sobre o "momento do México". O título da matéria de capa diz que os investidores "deveriam participar da fiesta" mexicana. E os números mostram que eles estão fazendo isso.
Cerca de 18,6 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos fluíram para o México no primeiro trimestre de 2023 – quase 50% a mais do que no mesmo período do ano passado. O jornal Washington Post também informou que os EUA estão importando cada vez menos produtos da China, e que o México é agora o parceiro comercial mais importante dos EUA.
Essa tendência é favorecida pelo Acordo de Livre Comércio Estados Unidos-México-Canadá, ou USMCA, renegociado por iniciativa do então presidente dos EUA, Donald Trump, e que entrou em vigor no verão de 2020.
Companhias realocando produção
"O importante é que as empresas estão produzindo aqui no México", diz Schuh. Muitas estão se instalando na região central do país ou em regiões próximas à fronteira norte, como no estado de Nuevo León, considerado uma boa opção devido à proximidade com o Texas e à infraestrutura disponível.
Em março, a fabricante de carros elétricos Tesla anunciou a construção de uma nova fábrica em Nuevo León, onde planeja investir cerca de 5 bilhões de dólares nos próximos anos. A Microsoft, por sua vez, está investindo centenas de milhões de dólares em um centro de dados em Querétaro, na região central do México.
"Mas também há muitas empresas chinesas chegando, que produzem aqui no México para o mercado americano", diz Schuh. Ele cita como exemplo a empresa de eletrônicos Hisense, que está construindo uma segunda fábrica no país latino-americano. Companhias do Japão, Coreia do Sul e Taiwan também estão investindo no México, "por um lado, para se aproximar do mercado dos EUA", diz Schuh. "Mas também por causa do conflito entre a China e Taiwan. As empresas querem minimizar o risco se o conflito piorar."
Nesse processo, algumas empresas estão tendo dificuldades para obter terrenos industriais disponíveis conectados à rede elétrica e de água, diz. "No norte do México, mais de 95% dos terrenos dos parques industriais estão ocupados. O governo está planejando construir um novo parque industrial em Sonora."
Montadoras alemãs investindo no México
Da Alemanha, são principalmente os fabricantes de automóveis e autopeças que estão investindo. O acordo de livre comércio Nafta fez do país um dos locais mais importantes do mundo para o setor automotivo. Uma parte significativa da produção de automóveis dos EUA foi terceirizada para o México, e o país também se tornou um importante local de produção para as montadoras alemãs, como Volkswagen, Audi, BMW e Daimler.
Desde o USMCA, que sucedeu o Nafta, há requisitos mais altos para que as montadoras agreguem valor na própria América do Norte, ou seja, a parcela obrigatória de peças produzidas na região, o que contribui para a expansão da produção. "A maioria das empresas já está aqui, mas está expandindo sua produção no México", diz Schuh. Além disso, há uma "tendência de mudança para a mobilidade elétrica".
No início de fevereiro, a BMW anunciou um investimento de mais de 800 milhões de dólares no México para integrar sua fábrica em San Luis Potosí à sua rede de eletromobilidade. A Audi também anunciou um projeto para produzir veículos elétricos no México. E a Volkswagen está investindo mais de 700 milhões de dólares, inclusive na construção de um novo setor de pintura em sua unidade de Puebla. A maior empresa alemã no México, com 25 mil funcionários, é a fornecedora de autopeças ZF Friedrichshafen, e também está investindo pesado.
O problema da segurança
Mas também há pontos negativos. O México tem há anos uma brutal guerra contra o narcotráfico, e áreas do país são controladas por gangues. "A situação da segurança é um problema", diz Schuh. Há estados no norte, como Tamaulipas, "que já são áreas relativamente proibidas" por causa do narcotráfico.
Um fornecedor alemão de autopeças está atualmente transferindo sua fábrica de Tamaulipas para o estado vizinho de Nuevo León, porque em Tamaulipas os gerentes só podem circular acompanhados por seguranças armados. Em Tijuana, há empresas alemãs cujos gerentes moram na cidade americana de San Diego e atravessam a fronteira todos os dias para trabalhar, "devido a tentativas de extorsão ou sequestro", diz Schuh.
Outro problema é a mão de obra, diz o diretor da GTAI. É difícil encontrar pessoal qualificado, e as empresas geralmente têm programas de treinamento próprios ou trabalham com a Camexa, a Câmara de Indústria e Comércio Alemanha-México. "Mas há escassez de funcionários. Não é incomum que as empresas 'roubem' empregados umas das outras quando eles concluem o treinamento", diz.
Falta de água e de energia verde
Especialmente no norte, o México também tem um grande problema de escassez de água, que levou inclusive a racionamento e a restrições de uso. A nova fábrica da Tesla quase foi cancelada por esse motivo. O governo de López Obrador também cancelou a licença concedida por gestões anteriores para uma nova cervejaria em Mexicali devido à escassez de água.
Além disso, há problemas com o fornecimento de eletricidade, em particular a oriunda de fontes renováveis, diz Schuh. Isso é uma questão, "porque as empresas alemãs estão comprometidas com as metas de energia da matriz na Alemanha, ou seja, elas querem consumir mundialmente uma determinada porcentagem de energia renovável até 2030. Se elas não conseguirem cumprir isso no México, há um problema para a empresa em todo o mundo."
No México, as empresas precisam comprar eletricidade da CFE, a estatal que fornece energia. E a CFE tem principalmente usinas a gás e carvão. O presidente López Obrador prefere depender de combustíveis fósseis em vez de fazer a transição energética.
Durante a visita a Sonora, esse problema não foi discutido, diz Schuh, mas em geral ele é. "Pois faz pouco sentido produzir carros elétricos com eletricidade de usinas a carvão. Em alguns casos, diz, as empresas têm problemas para obter licenças para instalar mais painéis solares nos terrenos das fábricas. "Mas as empresas vêm mesmo assim", diz Schuh. "Porque o México, apesar de tudo, oferece muitas vantagens."
Autor: Andreas Knobloch / DW BRASIL
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