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ARÁBIA SAUDITA - A Arábia Saudita e a Rússia, os dois países que lideram a aliança de países exportadores de petróleo Opep+, anunciaram no domingo que irão prorrogar os cortes voluntários em sua produção até meados do ano, para tentar impulsionar os preços.

Maior exportador mundial de petróleo bruto, a Arábia Saudita “irá prorrogar os cortes voluntários de 1 milhão de barris por dia, que implementou em julho de 2023, até o fim do segundo trimestre de 2024”, informou uma fonte do Ministério da Energia à agência de notícias oficial (SPA).

“Posteriormente, a fim de manter a estabilidade do mercado, esses cortes adicionais serão revertidos gradualmente, em função das condições do mercado”, acrescentou a fonte.

Quase simultaneamente, a Rússia anunciou que irá reduzir sua produção em 471 mil barris diários no segundo trimestre e afirmou que a decisão foi tomada “em coordenação” com países da Opep.

A Rússia aplicará uma redução voluntária “adicional” da sua produção em 350 mil barris diários em abril, 400 mil em maio e 471 mil em junho, informou o vice-premier russo responsável pela área de energia, Alexander Novak.

Em relação às exportações, a redução será de 121 mil barris por dia em abril e de 71 mil em maio, segundo o ministro russo.

O Iraque, outro membro de peso da Opep, anunciou que também prorrogará seus cortes voluntários, de 220 mil barris diários, até meados do ano.

Em abril de 2023, vários membros da Opep + decidiram fazer cortes voluntários da produção em mais de 1 milhão de barris diários. O anúncio aumentou por um breve período os preços do petróleo, e não atingiu o objetivo de sustentar as cotações, em um contexto de fragilidade após a pandemia de Covid-19.

Posteriormente, durante uma reunião dos países da Opep+ em junho de 2023, a Arábia Saudita afirmou que manteria o corte em sua produção. Após a prorrogação de hoje, Riade irá produzir 9 milhões de barris diários, muito abaixo da sua capacidade de 12 milhões.

Espera-se que outros países do cartel de produtores de petróleo bruto, como o Kuwait, prorroguem os cortes, embora em menor escala.

Os investidores já esperavam a prorrogação dos cortes e os preços do petróleo subiram na última sexta-feira.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

ARÁBIA SAUDITA - A Arábia Saudita e a Rússia anunciaram na segunda-feira que fariam cortes adicionais no fornecimento de petróleo, já que uma desaceleração econômica global paira sobre as perspectivas para a demanda de energia.

A Arábia Saudita – o maior exportador mundial de petróleo bruto – disse que estenderá um corte de 1 milhão de barris por dia em sua produção de petróleo pelo menos até o final de agosto. O corte, que entrou em vigor no sábado, foi inicialmente planejado para durar o mês de julho, em uma tentativa de sustentar os preços do petróleo.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse que seu país cortaria voluntariamente o fornecimento em 500.000 barris por dia em agosto, cortando as exportações.

Os anúncios fizeram com que os preços do petróleo Brent, referência global do petróleo, subissem 0,7%, sendo negociados a US$ 76 o barril. O WTI, referência dos EUA, subiu 0,8%, para US$ 71. Os preços do petróleo caíram mais de 40% desde março do ano passado, quando atingiram a maior alta em 14 anos após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia.

A Arábia Saudita precisa que o petróleo Brent seja negociado a cerca de US$ 81 o barril para equilibrar seu orçamento, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. O reino caiu novamente em um déficit orçamentário este ano, depois de registrar um superávit em 2022 pela primeira vez em quase uma década.

O estado do Golfo anunciou pela primeira vez seu corte de 1 milhão de barris após uma reunião em junho entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Rússia e outros produtores menores, uma aliança conhecida como OPEP +.

“Este corte voluntário adicional vem reforçar os esforços de precaução feitos pelos países da OPEP + com o objetivo de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados de petróleo”, disse a agência de notícias saudita, citando uma fonte oficial do Ministério da Energia na segunda-feira.

Na reunião de junho, Riad também disse que estenderia um corte de produção de 500.000 barris por dia – anunciado pela primeira vez em abril – até o final do ano que vem. Juntos, os cortes reduzirão a produção total de petróleo da Arábia Saudita para nove milhões de barris por dia.

Outros membros da OPEP+ prometeram reduzir a produção até o final de 2024 em meio a uma perspectiva decepcionante para a demanda global e uma forte recuperação pós-pandemia na economia chinesa parece cada vez mais improvável.

Os dados da pesquisa industrial chinesa, divulgados na segunda-feira, mostraram apenas um crescimento modesto na atividade na segunda maior economia do mundo no mês passado, com algumas empresas cortando pessoal porque as vendas ficaram mais fracas do que o esperado.

“O otimismo em torno das perspectivas de 12 meses para a produção diminuiu para uma mínima de oito meses em junho, já que algumas empresas expressaram preocupações com as condições de mercado relativamente fracas”, escreveram analistas da S&P Global no relatório de segunda-feira.

 

 

por diegof / ISTOÉ DINHEIRO

PARIS - A visita do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, a Paris, é analisada pela imprensa francesa na sexta-feira (16). "MBS", como é chamado na França, tem um almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.

Apesar das controvérsias na área de direitos humanos, que geram protestos de ONGs e personalidades francesas, a atual visita de Bin Salman demonstra que o bárbaro assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, na Turquia, em 2018, é coisa do passado. Riad exerce hoje um papel relevante nas relações internacionais, depois de se aproximar da China e restabelecer laços com antigos rivais regionais, como Irã e Israel.

A crise libanesa e as relações com a Síria estarão no cardápio do almoço. Mas o principal ponto da agenda, para o presidente francês, é convencer os países não alinhados a pressionar Moscou a acabar com a guerra na Ucrânia. Segundo o jornal Le Figaro, Macron irá enfatizar "a importância da questão da Ucrânia" e como ela tem implicações em todo o mundo. O líder francês pedirá ao saudita para exercer sua influência sobre a Rússia.

Há algum tempo, a França vem tentando ampliar seu protagonismo no Oriente Médio, explica Le Figaro. Nesse contexto, Riad é um ator de primeiro plano por manter grande influência no Líbano, assim como o Irã. O príncipe saudita se posicionou a favor da estabilidade regional e Macron pedirá a ele que entre em negociações com os iranianos e outros países da região para criar condições favoráveis à eleição de um presidente no Líbano, destaca o diário. Paris também quer ter uma avaliação de Mohamed bin Salman sobre a intensidade da ameaça iraniana.

O jornal Libération chama a atenção para o "hiperativismo diplomático" e a "bulimia de investimentos" do príncipe saudita, que deseja "transformar seu reino arcaico em um país futurista".

 

Diversificação econômica

Domingo passado, a Arábia Saudita anunciou acordos de investimentos entre a China e o mundo árabe no valor de US$ 10 bilhões. No projeto estratégico Visão 2030, o país do Golfo estabeleceu metas para diversificar sua economia baseada na exploração de petróleo, buscando investimentos em outros setores, descreve o Libération. "No turismo, por exemplo, a ambição declarada é atrair 100 milhões de visitantes para o reino e gerar 10% de seu PIB, em comparação com menos de 4% atualmente, principalmente graças às peregrinações a Meca."

O príncipe saudita faz uma longa estadia na França. Ele tem várias residências no país, incluindo um suntuoso castelo em Louveciennes, perto de Paris. Entre outros compromissos, nos próximos dias, ele participará, na segunda-feira (19), da recepção oficial para apresentar a proposta de candidatura da Arábia Saudita para sediar a Exposição Mundial de 2030, que tem o apoio de Paris. Nos dias 22 e 23, ele participa da Cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global, que também contará com a presença do presidente Lula.

 

 

por RFI

ARÁBIA SAUDITA - Jorge Jesus será o novo técnico da seleção Arábia Saudita. Após o fim da temporada com o Fenerbahçe, da Turquia, o treinador ex-Flamengo assumirá a seleção árabe segundo o jornal local "Al Riyadh".

O treinador teria chegado a acordo com a federação saudita para comandar a seleção de futebol do país num contrato de três anos, visando a Copa do Mundo de 2026. A Arábia Saudita esteve nos dois últimos mundiais da Fifa.

Esta não será a primeira passagem de Jorge Jesus no país. Entre 2018 e 2019, antes de assumir o Flamengo, o treinador comandou o Al-Hilal. Há pouco mais de um mês, o português negociou retorno ao clube rubro-negro, mas não chegou a um acordo.

Aos 68 anos, Jorge Jesus acumula trabalhos marcantes na carreira, principalmente em Benfica e Flamengo. No currículo tem como alguns de seus principais títulos a Libertadores, o Campeonato Brasileiro, a Copa de Portugal e três Campeonatos Portugueses.

 

 

GE

ARÁBIA SAUDITA - Os líderes árabes deram as boas-vindas ao presidente sírio, Bashar al Assad, após anos de isolamento diplomático, em uma reunião na Arábia Saudita que também teve a presença do presidente da Ucrânia.

Assad defendeu uma "nova fase" na cooperação regional durante seu discurso na cúpula, que também contou com a aparição surpresa do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um sinal do crescente peso diplomático do país anfitrião.

Essa é a primeira vez que o líder sírio comparece à Liga Árabe, desde que o país foi suspenso, em 2011, pela brutal repressão de manifestantes pró-democráticos que levou a uma guerra civil.

"Espero que isso marque o começo de uma nova fase de ação árabe para a solidariedade entre nós, a paz em nossa região, o desenvolvimento e a prosperidade no lugar da guerra e da destruição", disse Assad aos participantes da reunião, que ocorre na cidade de Jidá, às margens do mar Vermelho.

Na sala principal da cúpula, Assad trocou saudações com o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi. Antes da cerimônia inaugural, se reuniu com o presidente da Tunísia e com o vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos.

"Gostaria de dar as boas-vindas à Síria, que agora ocupa o seu lugar entre os seus irmãos", disse o primeiro-ministro argelino, Ayman Benabderrahmane, no discurso de abertura da cúpula.

"Alegra-nos hoje a participação do presidente sírio, Bashar al Assad, nessa reunião", afirmou, por sua vez, o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, governante de fato do país, esperando que esse retorno leve à "estabilidade" na Síria.

 

- Promover a reconciliação -

A recepção de Assad é uma reviravolta para a Arábia Saudita, que respaldou a oposição síria e apoiou os grupos rebeldes durante as primeiras fases da guerra na Síria e acusou o presidente, aliado do Irã, de operar uma "máquina de matar".

Na Síria, centenas de pessoas protestaram no norte do país, controlado pelos rebeldes, contra a reabilitação de Assad, gritando "O povo quer a queda do regime!", o mesmo grito que era ouvido nos protestos que sacudiram a Síria e outros países árabes em 2011.

O retorno de Assad ocorre depois do acordo histórico de aproximação da Arábia Saudita com o Irã, com mediação da China e anunciado em março.

Desde então, a Arábia Saudita restabeleceu relações com a Síria e intensificou seus esforços pela paz no Iêmen, onde lidera uma coalizão militar contra os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã.

Nem todos os países da região, no entanto, estão dispostos a retomar as relações com Assad. O Catar afirmou que não normalizaria as relações com o governo sírio, mas destacou que isto não seria um obstáculo para a reintegração na Liga Árabe.

 

- Visita surpresa de Zelensky -

A visita surpresa de Zelensky é a primeira viagem do presidente ucraniano ao Oriente Médio desde a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022

Vestido com o seu habitual traje militar, foi recebido no aeroporto pelo embaixador da Ucrânia e vários funcionários sauditas.

Mais tarde, ele acusou alguns líderes árabes de ignorar os horrores da invasão russa da Ucrânia. "Infelizmente, há alguns no mundo e aqui, entre vocês, que fecham os olhos para anexações ilegais", disse Zelensky, que pediu aos participantes da reunião um olhar honesto para a guerra.

Um funcionário da Liga Árabe disse à AFP que o convite a Zelensky foi feito pela Arábia Saudita e não pela organização.

Zelensky indicou nas redes sociais que se reuniu com o príncipe Mohamed bin Salman e espera-se também que um representante da embaixada russa participe da cúpula.

A Arábia Saudita mantém uma posição relativamente neutra na guerra da Ucrânia. Embora tenha prometido centenas de milhões de dólares em ajuda à Ucrânia e apoie o Conselho de Segurança da ONU, que denuncia a invasão russa, também tem coordenado com a Rússia na política energética.

 

 

AFP

PEQUIM - Os ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita e do Irã, dois países rivais e sem relações oficiais desde 2016, se comprometeram na quinta-feira (6) em Pequim a trabalhar juntos para levar “segurança e estabilidade” para sua região turbulenta.

Depois de romper os vínculos em 2016, Arábia Saudita e Irã, países de religião sunita e xiita respectivamente, anunciaram em março o restabelecimento das relações diplomáticas, após uma negociação mediada pela China.

Em um comunicado conjunto divulgado após uma reunião entre o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, os dois países se comprometeram a seguir colaborando para melhorar suas relações.

“As partes destacaram a importância de dar continuidade à aplicação do Acordo de Pequim e sua ativação, de forma que amplie a confiança mútua e os âmbitos de cooperação e contribua para criar segurança, estabilidade e prosperidade na região”, afirma a nota.

A Arábia Saudita cortou relações em 2016, depois que manifestantes iranianos atacaram suas representações diplomáticas em resposta à execução em Riad do clérigo xiita chiita Nimr al Nimr.

O anúncio da reconciliação em 10 de março surpreendeu a comunidade internacional e pode transformar as relações no Oriente Médio, uma região caracterizada por décadas de turbulência.

 

– Reabertura das embaixadas –

As duas partes “negociaram e trocaram opiniões com uma ênfase na retomada das relações bilaterais e medidas executivas para a reabertura das embaixadas e consulados dos dois países”, afirmou o ministério iraniano das Relações Exteriores.

O canal saudita Al Ekhbariya exibiu imagens dos dois ministros apertando as mãos, conversando e sorrindo.

Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, elogiou o encontro e destacou que os ministros “expressaram gratidão a China por sua contribuição para a promoção do diálogo”.

“A China trabalhará com os países do Oriente Médio para implementar iniciativas (…) com o objetivo de promover a segurança, estabilidade, desenvolvimento, prosperidade, tolerância e harmonia”, destacou Mao.

Com o acordo anunciado no mês passado, os dois países devem reabrir suas embaixadas e consulados no prazo de dois meses e aplicar os acordos de cooperação econômica e de segurança assinados há mais de 20 anos.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, deve visitar Riad em breve.

Raisi aceitou o convite do rei Salman da Arábia Saudita, anunciou na segunda-feira o primeiro vice-presidente do Irã, Mohamad Mokhber.

 

– Grupos rivais –

Irã e Arábia Saudita apoiam grupos rivais em diversas áreas de conflito da região, incluindo o Iêmen, onde os rebeldes houthis têm o apoio de Teerã, enquanto Riad lidera uma coalizão militar de apoio ao governo.

Os dois países também disputam influência na Síria, Líbano e Iraque.

Washington, tradicional aliado de Riad, recebeu com satisfação a aproximação, mas afirmou que ainda é necessário observar se os iranianos “cumprirão sua parte do acordo”.

O sucesso da China na aproximação diplomática entre Irã e Arábia Saudita provoca dúvidas sobre o papel dos Estados Unidos como principal país de influência no Oriente Médio.

O Irã também espera restabelecer as relações com o Bahrein, grande aliado saudita, que há alguns anos acusou Teerã de apoiar uma revolta liderada por xiitas no reino governado por sunitas, uma acusação que o regime iraniano nega.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

ARÁBIA SAUDITA - Oito anos depois de lançar sua campanha militar no Iêmen, a Arábia Saudita quer sair do conflito para se concentrar em seus projetos locais, apesar das poucas expectativas de uma paz duradoura.

A monarquia árabe deu indícios disso ao anunciar, este mês, os planos de retomar seus vínculos com o Irã, que apoia os rebeldes houthis do Iêmen contra o governo respaldado pela Arábia Saudita.

Riade promove uma profunda mudança social e econômica como parte da reforma "Vision 2030" do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, e, ao mesmo tempo, "busca mudar seu enfoque no Iêmen de uma estratégia militar para uma de segurança branda e política", comentou Ahmed Nagi, do International Crisis Group.

Desde que a intervenção militar liderada pela Arábia Saudita começou em 26 de março de 2015, o reino fez bombardeios aéreos sobre seu vizinho empobrecido, em um conflito que derivou em uma das piores crises humanitárias do mundo, segundo a ONU.

Centenas de milhares de pessoas morreram, 4,5 milhões tiveram que abandonar suas casas e mais de dois terços da população vive na pobreza, segundo números da ONU.

Nagi assinalou que as "operações militares, como os bombardeios aéreos", poderiam cessar, e a prioridade será agora uma "solução diplomática".

A intervenção liderada por Riade se deu depois que os houthis tomaram o controle da capital Saná em 2014.

 

- Mudança de imagem -

Uma trégua mediada pela ONU que entrou em vigor em abril proporcionou uma forte redução nas hostilidades. Apesar de a trégua ter vencido em outubro, os combates, em geral, continuam parados.

A prioridade de Riade é proteger sua fronteira e impedir ataques com drones e mísseis contra suas instalações petrolíferas, indicam analistas.

"A Arábia Saudita negocia com os houthis para alcançar acordos que lhe permitam proteger suas fronteiras e preservar sua influência" nas áreas controladas pelo governo iemenita, assinalou Nagi.

A intenção da intervenção saudita era proteger os civis dos ataques houthis, reinstalar o governo e impedir que o Iêmen se transformasse em uma base de forças apoiadas pelo Irã.

Contudo, oito anos depois, os rebeldes controlam grandes extensões do país e comandam um arsenal impressionante de armas utilizadas para atacar a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, outro membro da coalizão.

Para Riade, isso põe em perigo um projeto de mudança de imagem que tem como objetivo converter o país conservador em um polo de turismo e investimentos.

O reino está construindo a cidade futurista de NEOM, avaliada em 500 bilhões de dólares (cerca de 2,6 trilhões de reais), e numerosos resorts e atrações turísticas.

 

- Lavar as mãos -

O diálogo não oficial com os houthis chegou a um potencial "entendimento" que poderia abrir caminho para um papel reduzido do Exército saudita antes do diálogo entre iemenitas promovido pela ONU, segundo um analista que acompanha o conflito e pediu para não ser identificado.

"Eles querem passar, de alguma maneira, de um entendimento saudita-houthi para poder entregá-lo a um processo mais amplo da ONU", assinalou.

Os sauditas "querem lavar as mãos da situação" e evitar responsabilidades por novos conflitos no futuro", acrescentou.

Um funcionário saudita, que também falou em condição de anonimato, disse que seu país "não vai tolerar nenhuma ameaça" à sua segurança, ao mencionar a extensa fronteira com o Iêmen.

"O Irã pode e deve ter um papel maior para promover isso, esperamos que o faça", acrescentou o funcionário, que confirmou as negociações com os houthis para retomar o diálogo de paz mediado pela ONU.

"Vimos algum progresso e queremos construir sobre isso para alcançar uma paz duradoura que propicie uma solução política", assinalou o funcionário.

Mas muitos analistas duvidam que os planos de Riade de reduzir seu papel militar tragam paz para o Iêmen, que permanece profundamente dividido por razões religiosas, regionais e políticas.

Não obstante, a Arábia Saudita "decidiu sair do Iêmen a qualquer preço", garantiu um diplomata árabe em Riade. "Estão presos em um atoleiro que é muito custoso em todos os níveis", opinou.

 

 

AFP

ARÁBIA SAUDITA - Bandeiras chinesas e sauditas tremulam nas avenidas de Riad, a capital da Arábia Saudita, na quarta-feira (7) para receber o presidente chinês, Xi Jinping, que desembarca no país. A visita ao maior exportador mundial de petróleo prevê reuniões com líderes regionais, em meio a uma crise ligada à guerra na Ucrânia.

A foto de Xi Jinping domina as primeiras páginas dos jornais sauditas. A imprensa local destaca os potenciais benefícios econômicos da visita. O gigante asiático e o país do Golfo, seu principal fornecedor de petróleo, parecem querer estreitar relações em um contexto de incertezas econômicas e realinhamento geopolítico.

Esta é a terceira viagem de Xi Jinping ao exterior desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, e a primeira à Arábia Saudita, desde 2016.

A agenda de três dias inclui encontros bilaterais com o rei Salman e o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, que governa de fato o reino.

Na sexta-feira (9), acontece uma cúpula com os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e outra com líderes árabes.

O secretário-geral do CGC, Nayef al-Hajraf, destacou a importância da cúpula com os seis países do bloco, dizendo querer "reforçar a cooperação" nas áreas de economia, desenvolvimento e comércio, entre outras.

 

Energia está na pauta

As conversas devem abordar, sobretudo, a questão da energia. Os sauditas são os maiores exportadores mundiais de petróleo bruto e a China é o maior importador mundial.

O mercado sofre com incertezas depois que o G7 e a União Europeia introduziram, na sexta-feira passada, um teto ao preço do petróleo russo para exportação em US$ 60 o barril. O objetivo é privar Moscou dos meios de financiar a guerra na Ucrânia.

Além da energia, as discussões podem se concentrar no envolvimento de empresas chinesas em megaprojetos, que incluem uma cidade futurística de US$ 500 bilhões chamada NEOM.

Segundo a agência de notícias saudita SPA, a Arábia Saudita atraiu mais de 20% dos investimentos chineses no mundo árabe, entre 2002 e 2020.

 

Sauditas diversificam relações diplomáticas 

A visita de Xi Jinping será, sem dúvida, acompanhada de perto pelos Estados Unidos, importante aliado dos países do Golfo, em particular da Arábia Saudita. A parceria entre os dois países, muitas vezes descrita como um acordo de "petróleo por segurança", foi selada após a Segunda Guerra Mundial. Porém, a redução da produção decidida em outubro pela Opep+ irritou Washington, que denunciou um "alinhamento com a Rússia".

De acordo com analistas internacionais, mesmo que a Arábia Saudita coopere com a China na venda e produção de armas, Pequim não pode fornecer as mesmas garantias de segurança que Washington.

Porém, a relação Washington-Riad passou por momentos de distanciamento e as monarquias do Golfo querem diversificar suas relações, como explica Camille Lons, pesquisadora do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) em entrevista à RFI. “É uma cúpula muito política, especialmente para a Arábia Saudita no contexto de relações um tanto difíceis com os Estados Unidos, recentemente. É uma forma de mostrar que essa relação com Pequim está florescendo", analisa.

“Há uma tendência de longo prazo de os países do Golfo, a Arábia Saudita em particular, tentarem diversificar suas relações diplomáticas com outros parceiros. E a China é, claro, um dos principais parceiros nessa diversificação", conclui.

 

 

 

(Com informações da RFI e da AFP)

por RFI

ARÁBIA SAUDITA - Dificilmente alguém pensaria em passar as férias em uma plataforma de petróleo. Mas na Arábia Saudita há um plano para converter uma delas em um exclusivo parque de diversões habilitado para a prática de esportes radicais, com restaurantes e para passar alguns dias rodeado por luxo e excentricidades.

O projeto se chama The Rig ("A plataforma"), uma ideia que simboliza aspirações do princípe herdeiro e governante do reino, Mohammed bin Salman: converter o maior exportador do petróleo do mundo em um destino turístico internacional e diversificar sua economia.

Essa estratégia é parte do plano de reforma econômica Vision 2030, que o líder promove em todo o mundo para convencer investidores de países ocidentais a levar capital para o país.

O governo espera que o turismo seja a maior fonte de novos postos de trabalho no setor privado, de forma que o setor possa representar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e também 10% dos empregos em uma década, em um país em que dois terços de seus 21 milhões de habitantes têm menos de 35 anos.

Se preparando para uma era pós-petróleo, na qual o mundo teria uma menor dependência do recurso natural nas próximas décadas, a Arábia Saudita recentemente começou a abrir suas portas ao exterior.

Em 2019, o país passou, pela primeira vez, a entregar vistos de turistas em um reino que historicamente permaneceu encapsulado, exceto quando milhões de muçulmanos peregrinam todos os anos a Meca.

Para avançar em seu objetivo de estimular o turismo, será preciso superar vários obstáculos: não é um destino barato como o Sudeste Asiático; faz um calor intenso durante oito meses ao ano; não há liberdade política ou de expressão; nas ruas quase não há convivência de homens e mulheres; não é permitido o consumo de álcool.

Além disso, há denúncias de violações aos direitos humanos na região, com uma imagem internacional do príncipe herdeiro ainda mais manchada após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e a repressão de ativistas pelos direitos das mulheres.

 

Diversificação econômica

Apesar de todas as limitações existentes, "a economia saudita está muito mais diversificada que no passado", diz à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC) a pesquisadora Karen Young, diretora do Programa de Economia e Energia do centro de Estudos Middle East Institute, em Washington, nos Estados Unidos.

Pouco a pouco, explica, a demanda pela indústria hoteleira e o entretenimento no mercado local estão criando novos tipos de negócios e de consumo.

Os "novos investimentos em hidrogênio, mineração e a expansão dos serviços financeiros estão fazendo a economia não petrolífera crescer em um ritmo acelerado", aponta a especialista.

O problema é que a diversificação econômica não é algo que possa ser alcançado em uma ou duas décadas. O petróleo e seus derivados, acrescenta, continuarão a desempenhar um papel essencial nas receitas do governo por muito tempo.

Então muitos se perguntam: quanto tempo durará a transição até um futuro menos dependente do petróleo?

Uma transição que no fim das contas terá que "garantir que os altos padrões de vida que o reino desfruta atualmente sejam mantidos no futuro", diz Omar al Ubaydli, presidente da Sociedade de Economistas do Bahrein.

O destino do plano do governo dependerá, em grande parte, de alguns dos investimentos feitos em novos setores, como energias renováveis ​​e hidrogênio, além da grande expansão do turismo religioso e doméstico, aponta.

Al Ubaydli acredita que um fator fundamental para obter êxito será a inovação local, um processo que está em andamento, mas levará alguns anos para obter resultados tangíveis.

"O processo de diversificação deve demorar pelo menos 15 anos, se não mais", diz o especialista durante conversa com a BBC Mundo. Ele defende que ainda é muito cedo para esperar mudanças em tão poucos anos e com a interrupção provocada pela pandemia de covid-19.

Ainda assim, acrescenta, "o país fez alguns bons progressos". Por exemplo, muito mais sauditas estão empregados em setores como varejo e turismo.

Por outro lado, as exportações estão se diversificando e a produção mineral desempenha um papel importante, diz ele.

Isso permite, diz al Ubaydli, que as receitas fiscais "dependam muito menos do petróleo do que no passado".

Para avançar nesse caminho, o governo está investindo em resorts de luxo, cinemas e complexos de entretenimento que permitirão atrair mais visitantes e, ao mesmo tempo, desenvolver novas indústrias.

 

Cidades no deserto

A Arábia Saudita possui um dos maiores fundos soberanos do mundo (cerca de US$ 1 trilhão), ao lado de países como Noruega, Emirados Árabes Unidos, China, Kuwait e Cingapura.

A partir de 2016, esse fundo saudita multiplicou seus investimentos no exterior, adquirindo todo tipo de ativos, desde clubes de futebol e empresas de videogames, até empresas que fabricam carros elétricos, algo que nunca havia sido feito tradicionalmente.

Com os recursos desse fundo, o país está financiando parte da construção de cidades no deserto, com o mesmo objetivo de atrair investimentos estrangeiros e projetar a influência saudita para o mundo.

Até agora, a transição para uma economia mais diversificada está sendo financiada pelas receitas do petróleo, e os especialistas não sabem quanto tempo levará até que as indústrias não petrolíferas possam se sustentar.

O reino tenta acelerar a expansão de seus negócios na medida em que a maior parte de sua população é jovem e o país tem que oferecer a eles mais oportunidades de trabalho e espaços para gerar negócios que tornem atraente a permanência na região.

Nessa lógica, fica mais claro por que o país investe em campanhas publicitárias ostensivas para convencer o mundo de que é possível construir cidades futuristas, sem carros e emissão zero de carbono, no meio do deserto.

É assim que eles vendem um de seus projetos emblemáticos - Neom, uma cidade que, quando construída, se tornará "o modelo para o amanhã em que a humanidade progride sem comprometer a saúde do planeta".

Uma espécie de utopia verde financiada com petróleo. O tempo dirá se esses planos serão concretizados.

 

BBC NEWS

ARÁBIA SAUDITA - O Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, presidido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, comprou 5,01% da Nintendo. Com a aquisição, ele se torna o quinto maior acionista da companhia de games. A informação foi divulgada na quarta-feira (18) pela Bloomberg.

A compra das ações da Nintendo fazem parte de uma estratégia da Arábia Saudita para se tornar menos dependente do petróleo, sua principal fonte de riqueza atualmente. Para isso, desde dezembro de 2020, o país vem investindo na indústria de games.

É possível destacar três grandes aquisições neste contexto. Salman adquiriu 96% da desenvolvedora japonesa SNK (responsável pelos estúdios de Fatal Fury, Metal Slug e The King of Fighters). Também comprou mais de US$ 3 bilhões em ações de Activision Blizzard, Electronic Arts e Take-Two e abocanhou 5% de participação na Capcom e na editora de jogos online sul-coreana Nexon.

Esse movimento, no entanto, não é visto com bons olhos por alguns grupos. Isso porque a Arábia Saudita tem histórico de abusar dos direitos humanos, incluindo a criminalização de pessoas LGBTQIA+. Vale destacar também que, em 2021, um relatório da CIA, serviço de inteligência dos Estados Unidos, concluiu que o príncipe aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

 

 

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