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CHINA - É uma das concorrências determinantes de nossos tempos: os países que podem produzir baterias para veículos elétricos vão ganhar décadas de vantagens econômicas e geopolíticas.

O único vencedor até agora é a China.

Apesar de bilhões em investimentos do ocidente, a China está tão à frente — na mineração de minerais raros, no treinamento de engenheiros e na construção de grandes fábricas —, que o resto do mundo pode levar décadas para alcançá-la.

Em 2030, a China produzirá mais que o dobro de baterias do que quaisquer outros países juntos, de acordo com estimativas da Benchmark Minerals, empresa de consultoria do setor.

Veja a seguir como a China controla cada etapa da produção de baterias de íons de lítio, desde a extração das matérias-primas do solo até a fabricação dos carros, e por que essas vantagens provavelmente vão durar.

 

Mineração

As empresas chinesas têm participações em produtores nos cinco continentes.

Os carros elétricos usam cerca de seis vezes mais minerais raros do que os veículos convencionais por causa da bateria, e a China tem a oportunidade de decidir quem recebe os minerais primeiro e a que preço.

Embora a China tenha poucas jazidas subterrâneas dos ingredientes essenciais, o país tem adotado uma estratégia de longo prazo para ter acesso a um abastecimento barato e constante. As empresas chinesas, recorrendo à ajuda do Estado, adquiriram participações em mineradoras nos cinco continentes.

A China é dona da maioria das minas de cobalto no Congo, que tem a maior parte da oferta mundial desse material escasso e necessário para o tipo mais comum de bateria. As empresas americanas não conseguiram acompanhar o ritmo e até mesmo venderam minas para as concorrentes chinesas.

Como consequência, a China controla 41% da mineração de cobalto do mundo, além da maior parte da mineração de lítio, que carrega a carga elétrica de uma bateria.

As reservas globais de níquel, manganês e grafite são muito maiores e as baterias utilizam apenas uma quantidade ínfima delas. Mas o fornecimento contínuo desses minerais para a China ainda dá uma vantagem a Pequim. Os investimentos do país na Indonésia vão ajudar a transformá-lo no maior controlador de níquel até 2027, de acordo com previsões da CRU Group, uma empresa de consultoria.

O grafite é extraído principalmente na China. Os fabricantes dos EUA sintetizam grafite a um custo bem maior.

Os países ocidentais também são donos de minas no exterior e estão tentando alcançar a China. No entanto, eles têm demonstrado maior relutância em investir em países com governos instáveis ou práticas trabalhistas precárias. E têm demorado a aumentar a sua produção.

Uma nova mina pode levar mais de 20 anos para atingir a produção plena. Embora os EUA estejam investindo para explorar suas reservas expressivas de lítio, o esforço chocou-se com uma série de preocupações locais e ambientais.

 

Refino

A maior parte da matéria-prima é enviada para a China para ser refinada.

Independentemente de quem extrai os minerais, quase tudo é enviado para a China para ser refinado em materiais para uso em baterias.

Depois que o minério é extraído do solo, ele costuma ser pulverizado e, então, tratado com calor e químicos para isolar os compostos minerais. O processo é dispendioso: o cobalto gera cerca de 390 gramas de resíduos para cada meio quilo de cobalto em pó refinado.

O refino exige uma quantidade enorme de energia. Os minérios da bateria precisam de três a quatro vezes mais energia para serem produzidos do que o aço ou o cobre. A forma preferencial de lítio, por exemplo, tem que ser aquecida, vaporizada e seca. Apoiadas pelo governo com terrenos e energia baratas, as empresas chinesas conseguem refinar minérios em um volume maior e a um custo menor do que todos os demais concorrentes. Isso tem provocado o fechamento de refinarias em outros lugares.

O refino também costuma gerar poluição e as refinarias chinesas são beneficiadas por normas ambientais menos rigorosas. A moagem de grafite ocasiona poluição do ar. O processamento do níquel gera resíduos tóxicos, que devem ser descartados em estruturas especiais no oceano ou no subsolo. Os especialistas dizem que recorrer a métodos mais sustentáveis para processar minérios para baterias aumenta os custos.

Hoje, os EUA têm pouca capacidade de processamento. Uma refinaria normalmente leva de dois a cinco anos para ser construída. Treinar profissionais e adequar os equipamentos pode levar mais tempo. A primeira refinaria de lítio da Austrália, que tem participações chinesas, foi aprovada em 2016, mas só conseguiu produzir materiais com lítio para baterias no ano passado.

 

Peças

A China produz a maioria das peças presentes numa bateria.

O país tornou-se tornou o maior produtor de baterias em parte por descobrir como fabricar peças de forma eficiente e a um custo menor.

A peça mais importante é o cátodo, que é o polo positivo da bateria. De todos os materiais de uma bateria, os cátodos são os mais difíceis e exigem um consumo alto de energia para serem produzidos. Até sete meses atrás, o cátodo mais comum usava uma combinação de níquel, manganês e cobalto, também conhecidos como cátodos NMC. Esse preparado permite que a bateria armazene muita eletricidade num espaço pequeno, proporcionando uma autonomia maior para um carro elétrico.

A China investiu numa alternativa mais barata que já foi adotada por metade do mercado de cátodos. Conhecidos como LFP, sigla para lítio-ferro-fosfato, esses cátodos usam ferro e fosfato, amplamente disponíveis, em vez de níquel, manganês e cobalto.

Para os países ocidentais, o LFP é uma oportunidade para contornar os gargalos no fornecimento de minérios. Mas a China produz quase todos os LFPs do mundo.

Atualmente, os EUA produzem apenas cerca de 1% dos cátodos do mundo, todos eles sendo do tipo NMC. As empresas americanas estão interessadas no LFP, porém precisam unir forças com as chinesas que têm experiência na produção deles.

 

Montagem

A China também fabrica a maior parte das baterias e dos carros.

O país tem o maior número de veículos elétricos em circulação e praticamente todos eles usam baterias produzidas na China. Em 2015, Pequim aprovou políticas para impedir rivais estrangeiros e aumentar a demanda por parte dos consumidores. Os fabricantes chineses de baterias, como a CATL e a BYD, cresceram em detrimento de seus concorrentes japoneses e sul-coreanos e se tornaram os maiores do mundo.

Oito anos depois, o governo Biden está adotando agora uma estratégia semelhante para promover o desenvolvimento de baterias nos EUA.

Mas em uma indústria com despesas enormes e margens de lucros pequenas, as empresas chinesas têm uma grande vantagem depois de anos de financiamento estatal e de experiência.

A montagem da bateria é complexa e técnica. Para montar uma, os materiais do cátodo e do ânodo são presos a chapas metálicas finas, cada uma delas tem aproximadamente um quinto da espessura de um fio de cabelo humano. Elas depois são empilhadas com separadores, umedecidos com eletrólitos e enrolados. O processo todo precisa acontecer em ambientes que minimizem as partículas no ar e a umidade.

A China pode construir fábricas de baterias pagando quase metade do preço em países da América do Norte ou da Europa, de acordo com Heiner Heimes, professor da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha. As principais razões: as despesas com mão de obra são menores e há mais fabricantes de equipamentos na China.

Os investidores americanos continuam receosos em investir nos veículos elétricos. Os carros convencionais ainda são lucrativos, os trabalhadores americanos precisam ser treinados para desempenhar novas habilidades e os incentivos do governo dos EUA para ajudar a indústria de veículos elétricos podem desaparecer com o próximo presidente./Tradução de Romina Cácia

 

 

por Agnes Chang e Keith Bradsher / ESTADÃO

BERLIM – A Volkswagen planeja investir em minas para reduzir o custo das células de bateria, atender metade de sua própria demanda e vender para terceiros, disse o membro do conselho da montadora responsável pela tecnologia.

Sua estratégia se alinha com uma tendência mais ampla de montadoras que buscam maior controle sobre partes da cadeia de suprimentos tradicionalmente deixadas para terceiros, desde a geração de energia até o fornecimento de matéria-prima, enquanto competem por recursos escassos de que precisam de maneira urgente para atingir as metas de eletrificação.

A maior montadora da Europa quer que sua unidade de baterias PowerCo se torne uma fornecedora global de baterias, além de atender metade de sua própria demanda com fábricas principalmente na Europa e na América do Norte, afirmou Thomas Schmall em entrevista à Reuters.

A PowerCo começará entregando células à Ford para os 1,2 milhão de veículos que a montadora dos Estados Unidos está construindo na Europa na plataforma elétrica MEB da Volkswagen, disse ele.

“O gargalo para as matérias-primas é a capacidade de mineração – é por isso que precisamos investir diretamente nas minas”, disse ele.

A montadora está fechando acordos de fornecimento com empresas de mineração no Canadá, onde construirá sua primeira fábrica de baterias na América do Norte.

Essas parcerias com garantia de financiamento podem reduzir em anos o tempo de desenvolvimento de minas para mineradoras juniores, disse John Meyer, analista sênior do banco de investimentos SP Angel.

Schmall se recusou a comentar sobre outros locais em consideração ou quando a Volkswagen poderia investir diretamente em minas.

 

 

Por Victoria Waldersee / REUTERS

Além de localizar os objetos, equipes do policiamento rodoviário conseguiram prender o autor do crime

 

BOA ESPERANÇA DO SUL/SP - A Polícia Militar apreendeu mais de 20 baterias estacionárias furtadas de postes. O flagrante aconteceu na rodovia Antônio Machado SantAnna, na área do município de Boa Esperança do Sul.

A ação foi realizada por equipe do 3º Batalhão de Polícia Rodoviário (BPRv) que estava em patrulhamento quando visualizou um veículo Ford/Belina transitando em baixa velocidade e com a suspensão traseira baixa, indicando sobrepeso.

Foi realizada abordagem e, durante busca veicular foram localizadas 24 baterias estacionárias no porta-maças do automóvel, as quais o motorista admitiu ter furtado de dois postes de sinal ‘Wi-fi’, de propriedade da concessionária local.

Os militares realizaram buscas nas proximidades e localizaram dois postes violados nos KMs 108 e 111. As baterias foram apreendidas e entregues ao representante da empresa responsável. O Instituto de Criminalística foi acionado para perícia.

O acusado foi preso em flagrante e conduzido ao plantão da Delegacia Seccional de Araraquara, onde foi indiciado por furto qualificado. Em seguida, ele foi recolhido à Cadeia Pública de Santa Ernestina.

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