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As mulheres tiveram um papel importante na história da cachaça no Brasil, já que na época colonial eram elas que as produziam enquanto os homens saiam para a mineração

SÃO PAULO/SP - Condições de trabalho precárias, proibidas de votarem e de exercerem alguns direitos básicos de cidadania. Difícil de imaginar que tudo isso era uma realidade no cotidiano das mulheres antes dos avanços conquistados através de muita luta ao longo desses anos, mas essa era a realidade enfrentada por elas. Para que a luta por salário digno, pelo direito de votar e ter as mesmas oportunidades que os homens não caíssem no esquecimento, na década de 70, a Organização das Nações Unidas decidiu criar o Dia Internacional da Mulher.

Foram vários acontecimentos que influenciaram na criação da data, desde um incêndio em uma fábrica de roupas femininas em Nova York, em 1911, o qual matou 125 mulheres e 21 homens, ou quando as russas entraram em greve no dia 08 de março de 1917 exigindo melhores condições de trabalho. O fato é que apesar dos grandes avanços, as mulheres ainda continuam se mobilizando para engajar diferentes pautas ao redor do mundo.

Graças ao empenho de conquistar mais protagonismo no mercado de trabalho, hoje em dia é possível encontrar mulheres em áreas que até então eram consideradas predominantemente masculinas, como é o caso do setor de automóveis, da construção civil e também do setor de bebidas. Tanto que elas tiveram um papel importante na história da cachaça no Brasil, já que na época colonial, as mulheres as produziam enquanto os homens saiam para a mineração.

“A incessante busca pela qualidade dos ingredientes e o cuidado na seleção das madeiras utilizadas no processo de envelhecimento levaram a cachaça a brilhar entre os destilados mais caros e premiados do mundo. Reconhecimento esse responsável pelas destilarias artesanais, como a Weber Haus. E nós, mulheres, somo parte dessa revolução cultural”, explica Eliana Weber, sócia-administrativa da Weber Haus. A destilaria localizada em Ivoti, no Rio Grande do Sul, começou sua trajetória no Brasil em 1824, quando os antepassados de Eliana saíram da Alemanha e foram morar nas encostas da Serra Gaúcha. Em 1848, com o plantio de cana-de-açúcar, iniciaram o processo de elaboração de cachaça.

Porém, só em 1948 é que a H. Weber entrou de vez no mercado. A empresa foi fundada pelo pai de Eliana, Hugo Weber. Ao lado do fundador, uma importante aliada foi fundamental para conseguir que a empresa crescesse cada vez mais: sua esposa Eugênia Weber. “Durante muitos anos ela esteve no comando da empresa junto com o meu pai, onde fazia de tudo: trabalhava na roça, destilava cana, rotulava, engarrafava e fazia vendas, e todos esses ensinamentos foram passados para nós, que aprendemos tudo na roça”, afirma Eliana.

Além da sócia-administradora, suas irmãs Mariane e Edete e seu irmão Evandro também participavam de todo o processo de produção de cachaça. As cachaças da empresa até então eram vendidas apenas no Rio Grande do Sul, mas foi na virada do milênio que Eliana e seus irmãos assumiram o comando da Weber Haus e decidiram fazer uma reestruturação completa. Além da marca atender em nível nacional, o portfólio da empresa foi ampliado, e além das cachaças, a empresa decidiu apostar em rum, gin e bebidas mistas.

A Weber Haus foi uma das principais responsáveis em fazer a cachaça dividir as prateleiras com os destilados mais famosos e tradicionais do mundo como o whisky, ao criar cachaças envelhecidas por 12 anos em barricas de carvalho francês e até cachaça com diamante incrustado na garrafa. “Nós temos cachaças que custam mais de R$12 mil, que são vendidas em edições limitadas, com garrafas em formato de diamante, se equiparando aos whiskeys mais caros do mundo, tanto em qualidade como em preço”, pontua Eliana.

Atualmente a Weber Haus possui mais de 150 prêmios nacionais e internacionais conquistados ao longo de sua trajetória. Hoje, a marca exporta para o Reino Unido, China, Estados Unidos e Dinamarca. “Cada vez mais é possível encontrar mulheres que trabalham como bartenders, que são donas de cervejarias e empresas de bebidas ou que trabalham na produção de destilados, então é muito gratificante ver como elas estão avançando em um mercado que até pouco tempo era predominantemente masculino”, finaliza Eliana.

Sobre a Weber Haus

A história da família Weber no Brasil tem início em 1824, quando saíram da cidade alemã de Hunsrück para morar no Lote 48 das encostas da Serra Gaúcha, hoje chamada Ivoti. Ao adquirir as terras, a família iniciou o plantio de batata inglesa. Foi só em 1848, com o plantio de cana-de-açúcar, que começaram a elaborar cachaças para consumo. O destilador foi construído após um século e era formado apenas por um galpão com um engenho de tração animal. Atualmente, a Weber Haus já coleciona mais de 150 premiações e certificados importantes para a agroindústria.

Saiba mais em www.weberhaus.com.br

BROTAS/SP - Entre as muitas atividades que preservam a característica da produção artesanal de alimentos e bebidas em Brotas, a cachaça é um dos patrimônios incontestáveis deste setor que enriquece o cenário turístico local. E é justamente esta produção local, centenária, que tem atraído olhares do mercado externo. Em Madri, na Espanha, a Cachaça Valente acabou como protagonista em uma feira voltada para produtores de frutas, onde seria apenas coadjuvante como ingrediente de coquetéis.

Da branquinha ideal para fazer as caipirinhas até as envelhecidas no velho alambique de 1888 da família Valente, que dá nome ao produto, as garrafas em amostras grátis chamaram a atenção e caíram no gosto dos visitantes. Tanto que fez frente à apresentação no palco principal.  

Todo este sucesso já trouxe ao empresário Carlos Eduardo Valenti resultados imediatos. A primeira remessa de garrafas já foi encomendada por uma empresa especializada em vendas de bebidas online que distribui para 100 lojas físicas na Europa.  

A rodada de negócios também foi articulada pelo embaixador do Brasil na Espanha, Horlando Leite Ribeiro. “Alavancamos negócios com empresas especializadas na importação de produtos brasileiros que têm anos de expertise no mercado europeu. Esta é a oportunidade que temos de levar para o exterior um produto de alta qualidade, produzido em Brotas e já apreciado pelos turistas da cidade”, afirma Valenti. 

 

Cultura 

Outra proposta já definida no planejamento com os compradores em solo estrangeiro é transformar os hábitos de consumo da cachaça, que hoje em dia tem demanda apenas para ser consumida em coquetéis de frutas.  

Os processos de envelhecimento em barris de amendoim, carvalho e maçaranduba entregam rótulos que têm qualidade superior para consumo puro em doses como o uísque.  

 

Café 

Recentemente, empresários dos Emirados Árabes visitaram Brotas com o objetivo de tornar a cidade um satélite para as negociações de exportação do café na região. A proposta é utilizar fazendas históricas preservadas, que remontam o ciclo do café em São Paulo, para a recepção destes grupos.  

“Agora avançamos com mais um importante salto, que é o reconhecimento da cachaça que é um patrimônio desta terra. Esta projeção também reflete na demanda pelo mercado interno, que tende a ser aquecida por este sucesso obtido na Europa”, afirma Fabio Pontes, secretário de Turismo de Brotas.  

O Engenho Dom Tápparo ganhou todos os prêmios Master na categoria cachaça pela Cachaça Duas Madeiras Extra Premium, Cachaça Carvalho Americana 10 Anos e Cachaça Cabaré

MIRASSOL/SP - Lançado em 2008, o The Global Spirits Masters avalia e premia a excelência na produção de destilados, dando às marcas uma diferenciação fundamental em um mercado concorrido. O julgamento é dividido em 21 competições separadas para garantir que cada categoria seja avaliada por juízes especialistas, escolhidos entre jornalistas, compradores de varejo, bartenders e educadores. A competição concede medalhas de ouro e prata – com os “melhores espirítos” (destilados) sendo chamados de Master. O “espírito superior” em cada categoria é designado como Taste Master.

Com suas cachaças Duas Madeiras Extra Premium, Cachaça Carvalho Americano 10 Anos e Cachaça Cabaré Extra Premium, o Engenho Dom Tápparo ganhou todos os prêmios Master da categoria. “Nossa trajetória tem sido marcada pela constante busca pela qualidade e inovação sem que a tradição se perca nesse processo, por isso estamos muito felizes e gratos por essa importante premiação” - afirma Breno Tápparo, diretor de produção do Engenho Dom Tápparo.

Com mais de 800 milhões de litros de cachaça produzidos anualmente, sendo um terço vindo de pequenas destilarias artesanais, o Brasil avança na exportação para países como Estados Unidos. De acordo com o IWSR Drinks Market Analysis, as vendas no país aumentaram de seis mil caixas de nove litros em 2005 para cerca de 60 mil caixas de nove litros em 2021. Prática comum em destilarias com produção de nível industrial, a exportação vem sendo cada vez mais praticada por produtores artesanais ou familiares, o que lhes tem conferido maior visibilidade no exterior. Dentre as destilarias o Engenho Dom Tápparo, em sua terceira geração familiar à frente dos negócios, tem conquistado mercados importantes como Estados Unidos e Reino Unido com suas cachaças.

A premiação do Engenho Dom Tápparo pelo The Global Spirits Masters mostrou ao mundo o que os Brasileiros já sabiam: o quão especiais suas cachaças são. Indo além da qualidade dos ingredientes e do modo de produção, a Cachaça Cabaré, além do e sabor incomparável, se empenhou em causas sociais durante a pandemia do coronavírus, quando, em 2020, apareceu em mais de 600 apresentações nas lives de artistas musicais no Youtube que se seguiram durante o período de quarentena prolongada. Nesse mesmo período, a Cachaça Cabaré ajudou dezenas de milhares de pessoas ao arrecadar mais de 100.000 unidades de álcool em gel, 300 toneladas de alimentos e 300.000 unidades de máscaras, que foram doadas a pessoas carentes.

Já a Cachaça Extra Premium Duas Madeiras foi projetada para aquecer a alma enquanto enche os olhos: em uma garrafa quadrada, a lembrar as das bebidas mais nobres, ela vem em uma embalagem de veludo que lhe rende ainda mais ares de nobreza. Assinada pelo Sr. Ademilson Tápparo, que faz parte da segunda geração da família Tápparo, ela é feita com um blend de Carvalho Americano com Amburana, possui uma mescla de aromas adocicados e amadeirados, com baunilha, amêndoas e chocolate. No paladar, traz um gosto doce e cítrico. Além disso, causa uma sensação aveludada e levemente alcoólica na boca. Retrogosto agradável e moderado. E para fazer jus a esse paladar único, sua embalagem

Os resultados de cada competição são publicados na revista The Spirits Business, que, com sua circulação global mensal de 13.000 exemplares, garante que as conquistas de medalhas dos participantes sejam visíveis para um público verdadeiramente internacional e focado no setor. Além disso, os resultados também são publicados no site www.thespiritsbusiness.com, que atrai mais de 325.000 visitantes de quase 150 países mensalmente.

BRASÍLIA/DF - Apresentado ontem (6), pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a publicação “A Cachaça no Brasil: Dados de registro de Cachaças e Aguardentes” mostra um segmento em pleno crescimento no país. Atualmente, há 5.523 marcas de cachaça e aguardente disponíveis no mercado para comercialização, coleção e degustação pelos apreciadores e colecionadores de rótulos destes destilados.

No ano passado, o número de marcas de cachaça registradas aumentou 18,5%, na comparação com 2019. Já na quantidade de marcas o incremento foi de 11,3%. São 4.743 marcas de cachaça e 780 marcas de aguardente registradas no país. Em 2019 eram, respectivamente, 4.004 e 701. Em 2108 eram 3.648 cachaças e 1.862 aguardentes. No jargão técnico, para que uma aguardente de cana-de-açúcar produzida no Brasil ganhe o status de cachaça a sua graduação alcoólica deve estar entre 38% e 48%. Além de parâmetros físico químicos diferentes, a cachaça pode ser obtida apenas a partir da destilação do mosto fermentado de cana, enquanto a aguardente pode ser obtida deste ingrediente e também a partir do rebaixamento do teor alcoólico do destilado alcoólico simples de cana. Os termos “cachaça” e “cachaça do Brasil” são indicações geográficas para o país, podendo ser utilizadas apenas por produtores nacionais. Com isso, a agroindústria da bebida mais popular do país vem se sofisticando e atraindo novos apreciadores.

Não por acaso, o número de produtores de aguardente e cachaça registrados no Brasil aumentou 4,14% em 2020, quando comparado com o ano anterior, chegando a 1.131 estabelecimentos. O número de produtores de cachaça aumentou 6,8%, o que compensou a retração de 3,5% do número de produtores de aguardente no período. “Tivemos uma recuperação notável em relação ao ano anterior, considerando que estamos atravessando uma pandemia e o consumo desse tipo de bebida é extremamente impactado pela falta de eventos sociais e festejos”, diz Carlos Vitor Müller, coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa.

O estado de Minas Gerais permanece na liderança tanto em número de produtores de cachaça como de aguardente. São 397 produtores, muito à frente do segundo colocado, São Paulo, com 128, e Espírito Santo, terceiro colocado com 64 produtores. A concentração de marcas de cachaça permanece na região Sudeste, com quase 70% delas, sendo este também o percentual aproximado de registros de produtos cachaça. Novamente Minas Gerais se destaca, com 1.908 marcas. A região Sudeste é a que tem o maior percentual de estabelecimentos registrados para produção de cachaça (68,7%), com um total de 656 produtores.

A abrangência nacional de produtores de cachaça aumentou em 2020, quando foram identificados produtores registrados no Mapa em 25 unidades da federação. Apenas os estados do Amapá e Roraima não têm produtores de cachaça registrados. “O anuário demonstrou a manutenção da concentração dos estabelecimentos no Sudeste, especialmente em Minas Gerais, mas com alguns arranjos regionais, como em alguns municípios no Ceará que têm uma grande quantidade de produtores de aguardente, além de municípios em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com muitos estabelecimentos em pequenos municípios”, diz Müller.

Onde está a cachaça

Segundo o Anuário da Cachaça 2020, o município de Córrego Fundo (MG) apresenta a maior densidade cachaceira do país, com um produtor de cachaça registrado para cada 798 habitantes. Em relação à aguardente, o primeiro lugar na densidade aguardenteira fica para o município de Pinheiro Preto (SC), onde há um produtor para cada 450 habitantes.

O município de Salinas, em Minas Gerais, que é reconhecido como a Capital Nacional da Cachaça, aparece novamente em primeiro lugar no número de estabelecimentos produtores de cachaça com registro no Mapa, com 23 empresas. Em segundo lugar, está São Roque do Canaã (ES), com 10 estabelecimentos. Alto Rio Doce (MG) teve um aumento de 350% no número de estabelecimentos registrados no Mapa.

 

 

*Por: FORBES

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