EUA - Uma pesquisa australiana publicada na noite de quarta-feira (6) no New England Journal of Medicine indica que um medicamento utilizado no tratamento de calvície e de artrite reumatoide pode retardar a progressão do diabetes tipo 1, doença autoimune que afeta quase 590 mil brasileiros.
O baricitinibe bloqueia duas enzimas que ajudam a transmitir sinais que regulam o sistema imunológico e inflamações e, no Brasil, é aprovado para pacientes com artrite reumatoide, dermatite atópica, quadro grave de Covid-19 e alopecia.
No estudo, cientistas do Instituto St Vincent, filiado à Universidade de Melbourne, descobriram que a ingestão diária de 4 mg de baricitinibe pode preservar a produção de insulina do próprio corpo quando o tratamento é iniciado até 100 dias após o diagnóstico da doença crônica.
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico ataca e mata erroneamente as células do pâncreas que produzem insulina (células beta), levando à dependência de aplicações constantes do hormônio. Com o bloqueio das enzimas JAK 1 e JAK 2, as células do sistema imunológico se tornam incapazes de matar betas e estas continuam funcionais.
"Quando o diabetes tipo 1 é diagnosticado, ainda há a presença de um número substancial de células produtoras de insulina. Queríamos observar se poderíamos proteger essas células da destruição pelo sistema imunológico", afirmou em nota o professor Thomas Kay, líder da pesquisa.
Não se trata da primeira proposta de tratamento capaz de bloquear parcialmente o ataque do sistema imunológico e preservar a função do pâncreas -o teplizumabe também tem essa capacidade-, mas é a única administrada em comprimido.
O estudo -um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo- monitorou os níveis de glicose no sangue e a produção de insulina dos participantes ao longo de 11 meses (48 semanas). Participaram da pesquisa 91 pacientes entre 10 e 30 anos de idade que foram atendidos em quatro hospitais australianos. Desses, 60 receberam baricitinibe e 31 placebo, e todos mantiveram a terapia com insulina durante o período.
Os pesquisadores verificaram que a variabilidade no nível de glicose foi menor e a porcentagem de tempo com nível de glicose dentro da faixa-alvo foi maior no grupo do baricitinibe, achados que coincidiram com uma diminuição na necessidade de terapia com insulina.
A dose média diária de insulina, seis meses após o início do estudo, foi menor do que a dose inicial no grupo que recebeu o medicamento, enquanto no grupo placebo ela foi maior. Ao fim das 48 semanas, a média diária de insulina era de 0,41 unidade/kg entre os voluntários que tomaram baricitinibe e 0,52 unidade/kg no grupo controle.
"Até agora, as pessoas com diabetes tipo 1 dependiam da insulina administrada por injeção ou bomba de infusão. Nosso ensaio mostrou que, se [a administração é] iniciada cedo o suficiente após o diagnóstico e enquanto os participantes tomam a medicação, a produção de insulina é mantida", acrescentou Kay.
Apesar dos resultados, há limitações. Muitos pacientes recebem o diagnóstico quando as células beta já sofreram danos irreversíveis, então ainda não é possível pensar em um tratamento que dispense a administração de insulina.
Além disso, é preciso realizar um novo ensaio com mais participantes e avaliar como o organismo se comporta em períodos superiores a um ano. Nas outras doenças tratadas com inibidores de JAK, há recaída gradual após a interrupção do tratamento.
POR FOLHAPRESS
SÃO CARLOS/SP - A Unimed São Carlos, em parceria com o Shopping Iguatemi São Carlos, realizará neste sábado, 11 de novembro, um evento sobre prevenção ao Diabetes, que acontecerá no Shopping Iguatemi, das 10h às 17h. A ação, aberta ao público, será gratuita e visa orientar a população sobre os riscos do Diabetes e estimular a prevenção dessa doença.
Serão realizados teste de glicemia, aferição da pressão arterial e bioimpedância com orientações de nutricionista e profissional de Educação Física. Além disso, haverá orientação médica e educação em saúde. Esperamos por você!
Para Bolívar Soares Mendjoud, presidente da Unimed São Carlos, promover ações que visam promoção e prevenção são importantes para a sociedade. “Trazer conhecimento em saúde para a população poderá evitar doenças futuras. Nossa cooperativa dispõe de um setor totalmente voltado para Medicina Preventiva, o que nos possibilita realizar esse tipo de ação, estimulando a prevenção e cuidado precoce de diversas doenças além de cursos e eventos para a sociedade.”
BRASÍLIA/DF - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na segunda-feira (25) um novo medicamento para tratamento de diabetes tipo 2. O Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, tem como princípio ativo a tirzepatida, que age no controle do açúcar no sangue em adultos com a doença, combinado com dieta e exercícios físicos. O remédio está disponível em formato de caneta injetável.
De acordo com a Anvisa, estudos mostram que a tirzepatida reduz de forma significativa a quantidade de hemoglobina glicada no sangue, o que indica o controle de açúcar. Essa redução contribui para queda do risco de doença microvascular, cegueira, insuficiência renal e amputação de membros.
“Outro benefício dessa droga é a mudança favorável do peso corporal (perda de peso), uma vez que o sobrepeso e a obesidade contribuem para a fisiopatologia do DM2 [diabetes tipo 2]”, informa publicação da Anvisa
A tirzepatida funciona como o primeiro receptor de dois hormônios produzidos no intestino: o polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) e o peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1). Com isso, aumenta a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas, ajudando no controle glicêmico no sangue.
Estima-se que quase 463 milhões de pessoas no mundo, de 20 a 79 anos, têm diabetes. Desse total, o diabetes tipo 2 é responsável por quase 90% dos casos. No Brasil, são quase 17 milhões de adultos com a doença.
A doença é caracterizada pela produção insuficiente de insulina, hormônio que mantém o metabolismo da glicose. É uma das principais causadoras de insuficiência renal, cegueira, amputação e doença cardiovascular, complicações que podem levar à morte.
Pelas projeções, 578,4 milhões de pessoas estarão vivendo com diabetes em 2030, e mais de 700 milhões em 2045. O aumento está relacionado à tendência crescente de obesidade da população, alimentação não saudável e falta de atividade física.
Por Carolina Pimentel – Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - O diabetes é uma doença que requer muitos cuidados e tratamento contínuo. Mas, além dos medicamentos, alguns chás como os de canela, carqueja e pata-de-vaca, podem ajudar o organismo a combater esse mal e controlar a glicemia.
Apostar nos remédios naturais é sempre uma boa opção. Mas para que o efeito dos medicamentos e dos chás gerem uma melhoria nítida no funcionamento do corpo, também é preciso que o paciente diabético adote uma alimentação baseada em frutas, legumes e cereais ricos em fibras, e uma rotina diária de exercícios físicos
Mas antes de prosseguir é importante frisar que você deve sempre consultar seu médico antes de começar qualquer tratamento, seja ele com métodos naturais ou não. Alguns remédios naturais podem interferir na eficácia de outros medicamentos que você esteja tomando, portanto, conversar com o médico é sempre importante.
É importante ressaltar que os chás não devem de forma alguma substituir os medicamentos recomendados pelo seu médico especialista. Eles são indicados como um complemento ao tratamento.
O uso de chás medicinais no tratamento do Diabetes
No Brasil, é possível encontrar ervas e plantas medicinais com uma certa facilidade, então é comum nas famílias ter sempre alguém que recomenda aquele chazinho que vai fazer você se sentir melhor.
No caso do diabetes, é preciso escolher os chás que controlam a glicemia no sangue. Pensando nisso, nós preparamos uma listinha com algumas receitas que irão ajudá-lo. Confira a seguir como preparar 5 chás para controlar naturalmente a glicemia!
Chá de Canela
Estudos mostram que o consumo da canela em pó ou do chá de canela em pau ajudam a regular os níveis de açúcar no sangue, adequando a glicose. Não é necessário o consumo diário, porque a substância continua fornecendo nutrientes ao corpo dias após o uso, mas é importante tomar o chá ao menos duas vezes na semana.
Modo de preparo:
Em uma panela, coloque a água e a canela em pau e leve ao fogo até ferver. Em seguida, tampe a panela e aguarde ficar morno para ingerir.
Chá de Carqueja
O chá de carqueja é um potente remédio para diminuir os níveis de glicose no sangue. Mas além desse benefício, ela também auxilia no tratamento de má digestão, gripe, azia, má circulação e até doenças mais graves, como anemia e gastroenterite.
Modo de preparo:
Em uma panela, coloque a água e a carqueja para ferver. Em seguida, deixe a mistura repousar por mais 10 minutos e coe antes de beber.
A recomendação é que o paciente diabético tome até 3 xícaras do chá de carqueja por dia, podendo ser pela manhã, a tarde e a noite.
Chá Mate
Popular nas praias cariocas e entre os gaúchos, o chá feito com a erva-mate inibe a produção de glicose no fígado do paciente diabético e diminui a absorção de glicose pelo intestino. Ele pode ser ingerido quente, frio e até com algumas pedras de gelo, se preferir.
Ingredientes:
Modo de preparo:
Em uma panela, coloque a água com a erva-mate e aguarde ferver. Em seguida, tampe a panela e deixe o chá descansar antes de coar e servir.
É recomendado o consumo de até 1 litro do chá mate por dia para pessoas com a doença.
SÃO CARLOS/SP - Durante o último programa ‘Falando com Deus’, (08/06), apresentado pelo jornalista Ivan Lucas, a internauta Raquel Gavassa, pediu orações para filha, pois ela estava sem insulina.
Ainda durante o programa religioso, a mãe disse que foi até a Farmácia de Auto Custo e a resposta eram duas: 1ª Que não tinha a medicação e 2ª Que não tem previsão para chegada de medicamentos.
No dia 08 de janeiro, deste mesmo ano, a mesma mãe entrou em contato pelo WhatsApp da Rádio Sanca e explanou o mesmo problema, ou seja, aparentemente um problema que ocorre com frequência.
Questionada a mãe disse que frequentemente esse problema acontece. “Ivan Lucas, no ajude, pois vira e mexe isso ocorre, e eu como mãe fico desesperada e revoltada, pois minha filha pode morrer” desabafou a mãe.
Durante o ‘Falando com Deus’, uma mulher que pediu para não se identificar (quem assistir o programa vai saber quem é), através de parceiros, conseguiram comprar uma insulina para criança.
“Quero agradecer a Rádio Sanca, através do Ivan, pois mesmo por incompetência do poder público, anjos como vocês aparecem e ajudam. Quero agradecer a Deus, pois durante o programa foi me acalmando e minutos depois a providência Divina aconteceu. Obrigada a mulher que intermediou isso depois do programa da Rádio Sanca” agradeceu Raquel.
Uma pessoa conseguiu, e as outras que precisam? O governador Doria diz que “precisamos salvar vidas” em relação à Covid-19, e ele está certo, porém e as outras enfermidades, onde falta atendimento médico e remédios, ou seja, as pessoas podem sim perder suas vidas por não serem atendidas e não ter remédios nos equipamentos públicos de saúde.
Nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura que soltou a seguinte nota:
"A Prefeitura Municipal de São Carlos já notificou a empresa que foi vencedora do Fornecimento do medicamento insulinas e ira realizar a compra emergencial para atender os pacientes que estão com falta desse medicamento!"
SÃO CARLOS/SP - Uma mãe entrou em contato com a Rádio Sanca através do WhatsApp (16) 3374-1397, e disse a nossa reportagem que está desesperada, pois foi até a farmácia de alto custo, em São Carlos, e não tem a insulina que sua filha de 12 anos toma.
“Em dezembro do ano passado, fui até a farmácia de alto custo, onde costumo pegar duas insulinas Asparte de graça, que é o que minha filha usa por mês, mas só me deram uma, e essa que me deram estava perto da data de vencimento. Como minha filha não pode ficar sem eu peguei” disse a mãe da menina.
A mãe disse ainda que neste mês foi novamente para pegar a insulina e desta vez não tinha. “Como minha filha precisa tomar todo mês, pois tem a diabetes tipo 1, fui neste mês buscar a insulina, mas desta vez não tinha. E claro que não é somente minha filha que toma essa medicação, mas com certeza muitas pessoas por aí também estão sem. E quem não tem dinheiro como eu? O que vamos fazer?” questionou Raquel Gavassa.
A cidadã disse ter entrado em contato com vereadores para saber o que fazer e qual decisão tomar. “Um vereador me disse que ia ver... Já o outro me disse que tenho que entrar com um processo contra o Estado, porque o remédio é de alto custo e depois o juiz obriga o estado a comprar. Esperai, até tudo isso acontecer minha filha morre? Que absurdo! Sem dizer que estou desempregada e não tenho dinheiro para comprar!” (sic) desabafou a mãe.
Nossa reportagem ligou na farmácia de alto custo e a atendente nos disse que as insulinas que tinham estavam próximas da data de validade e as que não foram distribuídas venceram e devolveram para o governo do estado. A atendente disse ainda que tem muita gente atrás e infelizmente não tem previsão para chegada dos medicamentos em falta e pediu para ligarmos na DRS (Direção Regional de Saúde) de Araraquara.
Ligamos por diversas vezes no telefone que nos foi passado, porém até o momento não fomos atendidos.
O diabetes é ocasionado pelo excesso de açúcar no sangue, devido à falta ou má absorção de insulina. Caso não seja tratado, pode acarretar vários outros problemas de saúde, como, a cegueira, amputação de membros por infecção e até mesmo causar a morte.
Vale ressaltar que os diabéticos são grupo de risco para o novo coronavírus e a OMS pede atenção especial aos diabéticos.
Estudo também indica que diabéticos não diagnosticados precisam de atenção precoce para evitar o problema
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comprovou que há relação entre o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e o aumento da chance de declínio cognitivo nos portadores da doença. Já havia evidências científicas sobre essa associação, mas o estudo desenvolvido na Universidade indicou que é preciso identificar e agrupar corretamente os indivíduos diabéticos, não diabéticos e diabéticos não diagnosticados. De acordo com o trabalho, se essa classificação não for feita adequadamente, os resultados da associação entre diabetes e declínio cognitivo podem ser prejudicados.
O estudo é fruto de projeto de iniciação científica da gerontóloga Natália Cochar Soares, que teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) - Processos 2020/02040-3 e 2018/13917-3 -, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), consórcio de estudos longitudinais que, além do Elsi (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros), envolve o Elsa Study (English Longitudinal Study of Ageing), da Inglaterra, e o MHAS Study (Mexican Health and Aging Study). O trabalho teve a participação de pesquisadores do DGero e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (PPGGero) da UFSCar, e foi publicado recentemente no Journal of Diabetes (https://bit.ly/2FECjvC). "O estudo analisou se o DM2 aumenta a chance de prejuízo da memória, da linguagem e da função executiva, além de ter verificado se classificar indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos ou como diabéticos modificaria tais associações", explica Alexandre.
Segundo o docente, normalmente, as pesquisas desenvolvidas sobre a temática utilizam o autorrelato para identificar o diabetes e classificam indivíduos com diabetes não diagnosticado como não diabéticos, o que pode prejudicar os resultados encontrados. O estudo feito na UFSCar utilizou amostra de 1.944 participantes, com idade igual ou superior a 50 anos, da base de dados do Elsi-Brasil, coordenado pela professora Maria Fernanda Furtado Lima-Costa, do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz, de Minas Gerais. Foi realizada coleta de dados sociodemográficos, condições pregressas de saúde, avaliações do estado cognitivo, a partir de visitas em domicílio dos participantes do Elsi-Brasil, assim como medidas antropométricas, por meio de testes físicos administrados em visita aos entrevistados. Para obtenção de parâmetros bioquímicos, um técnico de laboratório treinado obteve amostras de sangue venoso durante a visita, para exames como hemoglobina glicada (HbA1c), colesterol, dentre outros.
Classificação dos participantes
Como trata-se de um estudo de cunho epidemiológico, o diabetes foi verificado de duas maneiras: pelo autorrelato dos participantes sobre o diagnóstico médico e pelos níveis de HbA1c. Foram considerados diabéticos os participantes que relataram diagnóstico médico de diabetes independente dos valores da HbA1c. Foram considerados diabéticos não diagnosticados aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes, mas tinham HbA1c alterada, ou seja, ≥6,5%, e foram considerados não diabéticos aqueles que não relataram diagnóstico médico de diabetes e apresentaram HbA1c em normalidade, ou seja, <6,5%.
O objetivo foi verificar, justamente, como fica a associação da memória, função executiva e linguagem com o diabetes quando esse o grupo de diabéticos não diagnosticados é separado ou incluído no grupo de não diabéticos ou de diabéticos. Para isso, foram feitas três formas de agrupamento. O modelo 1 incluiu as três categorias de diabetes separadamente: não diabéticos, diabéticos não diagnosticados e diabéticos. O modelo 2 uniu diabéticos não diagnosticados e não diabéticos em um mesmo grupo. E o modelo 3 uniu os diabéticos não diagnosticados e os diabéticos.
Resultados
De acordo com o orientador, os diferentes tipos de agrupamento foram importantes para levantar um dos resultados do estudo. "Isso permitiu identificar que a associação entre diabetes e declínio da memória é atenuada quando o grupo de diabéticos não diagnosticados é incluído no mesmo grupo dos não diabéticos ou dos diabéticos. Portanto, a melhor maneira de classificar o diabetes para avaliar tal associação é separando o grupo de diabéticos não diagnosticados como feito no modelo 1", detalha Alexandre, destacando que o impacto do diabetes não diagnosticado nessa associação era desconhecido antes da pesquisa.
O trabalho comprovou que, realmente, os diabéticos são mais propensos a apresentar comprometimento da memória. "O mecanismo que relaciona a DM2 à maior chance de prejuízo da memória pode ser explicado pela hiperglicemia crônica que acarreta a perda de neurônios corticais e diminuição da transmissão colinérgica, além de danos e redução do volume do hipocampo, estrutura fundamental do cérebro para o bom funcionamento da memória", explica o docente. Durante a pesquisa, não foi encontrada associação entre diabetes e habilidades de fluência verbal prejudicadas, "fato que pode ser explicado pela possibilidade de a deterioração da memória ocorrer antes de alterações na linguagem e na função executiva", completa ele.
Além disso, o estudo também permitiu perceber que diabéticos não diagnosticados se diferem clinicamente dos diabéticos já diagnosticados e dos indivíduos sem diabetes, o que é essencial para o planejamento de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. "Ademais, a associação entre diabetes e o comprometimento da memória é clinicamente relevante, pois como a memória é um indicador precoce de comprometimento cognitivo, faz-se necessário que os clínicos diagnostiquem o diabetes e reconheçam seu impacto negativo na função cognitiva o mais cedo possível", afirma Alexandre. Dessa forma, o docente destaca a necessidade de atenção precoce aos casos de diabetes não diagnosticados. "Em um estágio inicial, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais eficaz na prevenção das complicações da doença, bem como do prejuízo da memória", conclui.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Pesquisas René Rachou, da Fundação Oswaldo Cruz (Processo: 886.754), e o Estudo Elsi-Brasil cumpre as resoluções do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
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