SÃO CARLOS/SP - Em toda a história de 156 anos da Câmara Municipal de São Carlos, instalada em 1865, 11 mulheres exerceram o cargo de vereadoras. Todas elas eleitas pelo voto popular, a partir da redemocratização do país em 1947, quando foram realizadas em todo o país eleições municipais para o Legislativo e o Executivo.
A professora Elydia Benetti (1906-1965) foi a primeira vereadora a ocupar assento na Câmara, na legislatura de 1948 a 1951. Somente 26 anos mais tarde o Legislativo são-carlense voltou a ter representação feminina, em 1977, com a posse da professora Mirjam Schiel.
Com relação à Presidência da Casa, até hoje somente uma mulher exerceu o cargo em toda a história, a professora Diana Cury, no biênio 2005-2006. Laíde das Graças Simões, eleita para cinco legislaturas, é a vereadora com maior número de mandatos.
A legislatura em que o maior número de vereadoras esteve presente foi entre 2001-2004, quando cinco mulheres ocupavam as cadeiras do Legislativo Municipal: Diana Cury, Géria Maria Montanari Franco, Julieta Lui, Laíde das Graças Simões e Silvana Donatti.
Atualmente, três vereadoras exercem o cargo na Câmara, eleitas para o mandato de 2021 a 2024: Cidinha do Oncológico, Professora Neusa e Raquel Auxiliadora. Em um total de 21 cadeiras, as três mulheres representam aproximadamente 14%.
Veja quem foram e o período em que exerceram o cargo as vereadoras de São Carlos:
1. Elydia Benetti
Nascimento 19/8/1906
Falecimento: 21/1/1965
Profissão: professora
Mandato: 1º. de janeiro de 1948 a 31 de dezembro de 1951
2. Mirjam Schiel
Nascimento 31/10/1942
Profissão: professora
Mandato:
1º. de fevereiro de 1977 a 31 de janeiro de 1983
3. Julieta Lui
Nascimento: 13/06/1952
Profissão: professora
Mandatos:
1º. de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992
1º. de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996
1º. de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000
1º. de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
4. Maria Regina Silva Bortolotti
Nascimento: 23/11/1945
Profissão: professora universitária
Mandato:
1º de janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996
5. Diana Cury
Nascimento: 06/09/1943
Profissão: professora
Mandatos:
1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000
1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008
(Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal de 1º/1/2005 a 31/12/2006)
6. Géria Maria Montanari Franco
Nascimento: 23/04/1948
Profissão: funcionária pública
Mandatos:
1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008
7. Laíde das Graças Simões
Nascimento: 15/05/1952
Profissão: funcionária pública
Mandatos:
1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008
1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012
1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016
1º de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020
8. Silvana Donatti
Nascimento: 26/04/1959
Profissão: secretária
Mandato:
1º de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de 2004
9. Maria Aparecida Rodrigues dos Santos (Cidinha do Oncológico)
Nascimento: 10/05/1952
Profissão: funcionária pública
Mandatos:
1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016
1º de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020
1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024 (em andamento)
10. Neusa Valentina Golineli
Nascimento: 22/04/1961
Profissão: professora
Mandato:
1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024 (em andamento)
11. Raquel Auxiliadora dos Santos
Nascimento: 19/07/1983
Profissão: professora
Mandato:
1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024 (em andamento)
SÃO PAULO/SP - Anualmente, no dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, data essa que simboliza uma luta histórica das mulheres por direitos iguais e melhores condições de trabalho e, atualmente, também pelo fim do machismo, da violência contra mulher, do assédio e do feminicídio.
Com o passar dos anos, vimos que a figura da mulher tem ganhado cada vez mais força e destaque na sociedade, o que reforça a importância do mês de março para celebrarmos essas conquistas. Entretanto, mesmo com grandes avanços, o machismo ainda é presente nos nossos dias, principalmente, em profissões dominadas pelo sexo masculino, o que acontece também no mundo do empreendedorismo.
Determinadas áreas ainda possuem certa resistência sobre mulheres ocupando grandes cargos, ou que gerenciam sua própria carreira, como é o caso das mulheres empreendedoras. Empreender não é tarefa fácil, ainda mais quando se é mulher, um verdadeiro paradoxo, pois uma vez que somos consideradas multifunções e polivalentes, ao invés de as empresas olharem isso como uma qualidade para o mercado de trabalho, geralmente, olham com desconfiança, acreditando que as mulheres não darão conta de tantas funções, e, por isso, somos desacreditadas.
E se geralmente já conseguimos fazer do limão uma limonada, a pandemia só aflorou essa virtude. Diversas empresas faliram em consequência do isolamento social, o que fez com que muitas famílias perdessem total ou parcialmente suas rendas. Além disso, muitas famílias tiveram que buscar rendas extras para superar essa fase e driblar a crise, então, seja por necessidade ou vocação, as mulheres resolveram empreender, e acreditem, segundo dados da Rede de Mulheres Empreendedoras, o número de brasileiras à frente do próprio negócio cresceu 40% em 2020.
E nós, como sociedade, devemos reconhecer e fortalecer cada vez mais a importância do sexo feminino nos mais diversos espaços e que nós somos igualmente capazes e inteligentes como os homens. E isso é perceptível. A pandemia fez com que parte da população começasse a trabalhar em home office, o que trouxe ainda mais tarefas para todas. Em grande parte, muitas são mães, cuidam da casa, dos filhos, e no caso das empreendedoras, gerenciar seu próprio negócio é uma grande responsabilidade e lidar com tudo nem sempre é tarefa fácil.
As mulheres também devem reconhecer e valorizar essa força e importância em si mesma, algo complicado por vivermos em uma sociedade onde o questionamento sobre nossa capacidade é constante. Autoestima e autoconhecimento são fundamentais para nos dar confiança, todos os dias, mesmo diante das diversidades.
Por isso, além do mês de março, é preciso que tenhamos esse olhar cuidadoso e celebrar nossas pequenas e grandes conquistas diariamente, pois de degrau em degrau vamos ganhando nosso espaço e conquistando um mundo igualitário para todos.
Que no mês da mulher tenhamos mais consciência, empatia e sororidade a todas que estão se desdobrando para cuidar de tudo em meio a essa pandemia.
*Dora Ramos é consultora contábil com mais de 30 anos de experiência. Empreendedora desde os 21 anos, é CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.
SÃO PAULO/SP - Pesquisador e neurocientista Fabiano de Abreu explica como os padrões de conexões entre os neurônios são diferentes entre os dois gêneros e revela quem é mais inteligente
As diferenças físicas entre homens e mulheres vão além do que se pode ver. Sistemas reprodutores diferentes, disposição de órgãos, hormônios e até desenvolvimento de glândulas são algumas delas, porém, nada é mais complexo e singular do que as diferenças que existem entre os cérebros femininos e masculinos.
O pesquisador Fabiano de Abreu, doutor em neurociências e neuropsicólogo listou algumas dessas diferenças cerebrais que, segundo ele, são capazes de explicar as mudanças nos comportamentos dos homens e das mulheres.
“Os homens têm cerca de 30% mais conexões entre os neurônios do que as mulheres. Enquanto o cérebro dos homens é cerca de 12% maior, o fluxo sanguíneo e a proporção de substância cinzenta das mulheres são mais avantajados que os deles”, afirma.
“As mulheres têm maior densidade de neurônios nas regiões relacionadas à linguagem, já os homens na região da lógica e espacial. Quando a mulher fala, os dois lados dos lobos frontais são ativados, enquanto no homem, apenas o lado esquerdo”, completa.
Então, é possível definir qual cérebro é mais inteligente? Abreu, que é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociência e Psicologia, afirma que não.
“O que define a inteligência é o QI de cada pessoa e seu desenvolvimento cognitivo. Podemos dizer que o homem tem a região da lógica mais bem desenvolvida e a mulher tem um melhor desenvolvimento cognitivo. Ambos estão relacionados à inteligência”, afirma.
Abreu ainda explica que o hipocampo (região relacionada à memória) das mulheres é maior do que dos homens. Já a amígdala (reguladora das emoções e memórias relacionadas a emoção, comportamentos sociais e excitação sexual) é menor, cerca de 10% na comparação com o cérebro deles.
“Nenhum estudo define se o tamanho da amígdala está relacionado ao fato dos homens serem mais agressivos e impulsivos. Essas características têm mais relação com o hormônio testosterona. Já nas mulheres, o estrogênio tende a deixá-las mais delicadas na comparação com eles. Essas condições comportamentais, entretanto, estão relacionadas diretamente a quantidade de testosterona recebida no útero, por parte da mulher”, explica.
A principal diferença entre os dois gêneros é o cromossomo Y, que afeta a anatomia e o comportamento. Entretanto, de acordo com o pesquisador, os hormônios são responsáveis por grandes diferenças entre os dois.
“Nas mulheres há um sistema mais robusto nos neurotransmissores serotonina, dopamina e GABA, com maior concentração no sangue, como é o caso da serotonina, quando deprimidas, têm menor concentração e por isso a prevalência de depressão e transtornos alimentares”, finaliza.
Em suas conclusões, o doutor define a discussão que sempre existiu de quem seria mais inteligente.
"A discussão de quem é mais inteligente, se o homem ou a mulher, já não cabe mais nos dias de hoje. Por mais que a sociedade busque motivos para tentar comparar, seja para uma tentativa real de igualdade ou para um aproveitamento de uma possível desigualdade como argumento. Já é claro que as profissões estão de acordo com as facilitações intelectuais assim como desenvolvimento e adaptação para inclusão. Os hormônios foram responsáveis por um domínio masculino em quase todo período evolutivo humano, mas a evolução do hormônio também está relacionada ao processo evolutivo assim como nosso cérebro. De acordo com a evolução e desenvolvimento intelectual finalmente estamos chegando a uma nova transformação, onde ambas inteligências se integram para uma nova evolução cujo resultado apenas supomos, mas mediante a nossa lógica atual, num córtex pré-frontal mais bem desenvolvido, podemos dizer que é necessária. O mais forte se determinou na evolução, mas a definição de forte em músculos não define o forte no emocional, como não define o mantenimento da espécie. Nossa sobrevivência é um resultado desta “parceria" homem e mulher e nos “encaixes” da inteligência e personalidade e assim vamos nos moldando de acordo com essa evolução e seu tempo. As diferenças nos cérebros e na produção de hormônios determinam as distinções comportamentais assim como hábitos, personalidades e funções de cada gênero na sociedade. A plasticidade cerebral e as nuances relacionadas às variações na condição intelectual e produção hormonal deixa a caracterização dessas diferenças dos gêneros de acordo com o indivíduo, diluindo assim a diferença e determinando-a de forma singular independente do gênero." conclui.
Este tema de Fabiano de Abreu, faz parte do seu mais novo estudo que está em análise na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Sobre o autor
Fabiano de Abreu Rodrigues é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.
BRASÍLIA/DF - Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que a pandemia de covid-19 reduziu a proporção de mulheres no empreendedorismo. De acordo com o levantamento, no terceiro trimestre de 2020 havia cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil. Desse universo, aproximadamente 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%).
Em 2019, a presença feminina correspondia a 34,5% do total de empreendedores, o que representou perda de 1,3 milhão de mulheres à frente de um negócio entre um ano e outro. A principal explicação para esse resultado foi a necessidade de as mulheres se dedicarem mais às tarefas domésticas durante a pandemia, um reflexo do machismo estrutural na sociedade.
"Na crise, cuidados com idosos e crianças foram muito mais necessários. Primeiro, porque as crianças estavam fora das escolas e, segundo os idosos estavam demandando mais cuidados por serem grupo de risco para a covid. Por motivos culturais, essas tarefas sempre recaem muito mais sobre a mulher. O que era precário ficou muito pior", diz Renata Malheiros, coordenadora nacional do Projeto Sebrae Delas, que fortalece o empreendedorismo feminino.
Em pesquisa anterior, o Sebrae já havia observado uma perda maior para as mulheres nos negócios do que para os homens. Do total de empreendedoras atingidas pela pandemia, 75% delas registraram perda de faturamento mensal, enquanto que, para os homens, essa perda foi um pouco menor (71%).
"O tempo que as mulheres dedicam às empresas é, em média, 17% menor do que os homens", afirma Malheiros. Outro dado que aponta a desigualdade de gênero no ambiente de negócios é que, apesar de as mulheres serem 16% mais escolarizadas do que os homens, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas lideradas por mulheres faturam, em média, menos do que empresas lideradas por homens. Uma das razões disso é que as mulheres costumam empreender em setores como alimentos, bebidas, moda e beleza, que são segmentos de menor valor agregado na produção e de baixa inovação.
"Cadê as mulheres nas exatas, nas engenharias, nas ciências, em setores fortes em inovação e tecnologia? É uma presença bem inferior à dos homens ainda, porque as mulheres são ensinadas culturalmente que determinadas áreas não são para elas, e isso traz reflexos nessas escolhas", afirma a coordenadora do Sebrae Delas.
A maternidade também é um fator que, no Brasil, cria dificuldades para as mulheres se manterem no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), de 2019, mostrou que metade das mães que trabalham é demitida ou pede demissão até dois anos depois que acaba a licença, devido à mentalidade de que os cuidados com os filhos são praticamente uma exclusividade delas.
É o caso da empresária Renata Matos Zamperlini, de Campo Grande (MS). Dona de uma loja que vende roupas infantojuvenis, ela começou vendendo de porta em porta enquanto ainda era executiva em uma empresa privada. Com o nascimento do filho Davi e a necessidade de dedicar mais tempo em casa, ela abriu mão da carreira profissional e passou a se dedicar integralmente à estruturação de seu negócio.
"Eu queria ter esse horário mais flexível para poder dar conta das demandas de casa também", explica. Esse tipo de decisão, motivada por alguma necessidade, é mais comum para as mulheres do que para os homens. De acordo com Renata Malheiros, do Sebrae, 42% dos empreendimentos das mulheres são por necessidade e não por oportunidade, enquanto que para os homens, esse número é menor (34%). "O empreendedorismo por necessidade é mais precário, porque normalmente a pessoa não tem alternativa e não se planeja".
No caso de Renta Zamperlini, a aposta deu certo e ela prosperou no negócio a partir de 2018, quando chegou a abrir uma loja física na capital sul-matogrossense. Mas veio a pandemia e a empresária acabou pisando no freio, encerrando as atividades presenciais e focando as vendas no delivery. Com o filho de 7 anos o tempo todo dentro de casa, as tarefas se multiplicaram. "Meu filho Davi foi alfabetizado ao longo de 2020 por meio de aula online, de manhã e à tarde, e eu precisei ficar dando esse suporte, além de cuidar de casa, do almoço, da loja. Me senti bastante sobrecarregada. Eu brinco que a mulher acaba tendo que ser como um polvo, com muitos braços para dar conta das demandas".
Para a empresária Brunna Campos, de Taboão da Serra (SP), a pandemia também afetou fortemente os negócios no início. Dona de uma empresa de marketing e propaganda em sociedade com o marido, ela temeu que os clientes cortassem os serviços.
"Foi uma fase bem difícil. Passamos os dois primeiros meses achando que teríamos que reduzir equipe, mas no final do ano a gente se recuperou e acabou contratando mais três pessoas", comemora.
Por não ter filhos, Brunna conta que é mais fácil se dedicar integralmente à vida profissional, mas ela percebe como a sobrecarga de trabalho tem afetado a vida de outras mulheres. "Uma das minhas colaboradoras, que era representante comercial, tem três filhos, sendo dois pequenos, e com a pandemia ela teve que virar mãe em tempo integral dentro de casa. Não conseguia mais trabalhar nem por telefone".
Para enfrentar um desafio tão estrutural, segundo Renata Malheiros, é preciso o envolvimento de toda a sociedade. "Precisamos estimular que os homens discutam essas questões e que as mulheres se articulem em rede para melhorar portfólio, se capacitar e desenvolver novas habilidades. As empresas e instituições também precisam se adaptar, criando brinquedotecas com cuidadores em tudo que é canto, por exemplo, para que a mulher tenha suporte com os filhos para poder se dedicar ao trabalho. Pela minha experiência, trabalhar em rede é sempre a melhor forma de conseguir coisas difíceis".
Para marcar o Dia Internacional da Mulher, o Sebrae realiza nesta segunda-feira (8) um evento virtual. Serão três painéis focados em temas relacionados à digitalização dos micro e pequenos negócios e ao empreendedorismo feminino. A transmissão começa às 10h no canal do Sebrae no Youtube .
Voltado para as mulheres empreendedoras, o Sebrae Delas apoia o empreendedorismo feminino por meio do desenvolvimento de competências. Segundo a instituição, é um programa de aceleração, com o objetivo de aumentar a probabilidade de sucesso de ideias e negócios liderados por mulheres. Entre 2019 e 2020, mais de 10 mil donas de pequenos negócios já foram atendidas. O programa oferece cursos, workshops e consultorias para mulheres de todo o país. O Sebrae Delas também incentiva o contato entre as empreendedoras, para que elas construam uma rede de apoio e compartilhamento de problemas e soluções na gestão empresarial.
Apesar de identificar a persistente desigualdade de gênero nos negócios, a pesquisa do Sebrae mostrou que as mulheres estão mais tecnológicas do que os homens: 76% delas fazem uso das redes sociais, aplicativos ou internet na venda de seus produtos e serviços, enquanto 67% dos homens utilizam esses canais. Além disso, os homens estão mais endividados do que as mulheres: 38% deles têm dívidas/empréstimos, mas estão em dia, contra 34% delas. Já as mulheres são mais cautelosas em relação a contrair dívidas. Segundo o levantamento, 35% delas disseram que não têm dívidas, contra 30% dos homens.
A maior parte dos homens tem também mais empréstimos bancários (46%) do que as mulheres (43%). As dívidas com impostos e taxas foram citadas por 16% dos homens e 13% das mulheres. A maior parte das mulheres (51%) disse que não buscou empréstimo bancário para a sua empresa desde o começo da crise, enquanto 54% dos homens buscaram.
*Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - Ser mulher é enfrentar um desafio diferente todos os dias. É superar barreiras, muitas vezes, invisíveis. Apesar de serem a maioria da população brasileira (51,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE), elas ainda enfrentam cenários desiguais, seja na divisão das tarefas domésticas ou nos ganhos no mercado de trabalho. Muitas vezes, elas assumem tripla jornada. Saem para trabalhar, cuidam da casa, dos filhos. Em vários lares, elas são arrimo e sustentam sozinhas suas famílias. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em 2018, 45% dos domicílios brasileiros eram comandados por mulheres.
Mas, apesar de liderarem casas e assumirem as contas, as mulheres ainda têm de lidar com a discriminação. Estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que 90% da população mundial ainda tem algum tipo de preconceito na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação e violência doméstica.
Segundo o estudo, que analisou dados de 75 países, cerca de metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas. Além disso, 28% dos consultados consideram justificado que um homem bata na sua esposa. Apesar da longa jornada enfrentada por elas ao longo da história, os números mostram que ainda há muito a caminhar.
Considerado marco histórico na luta das mulheres por mais oportunidades e reconhecimento, o 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975.
Muitos historiadores relacionam a data a um incêndio ocorrido, em 1911, em Nova York, no qual 125 mulheres morreram em uma fábrica têxtil. A partir daí, protestos sobre as más condições enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras começaram a ganhar espaço.
Mais de um século depois, as mulheres seguem na luta por igualdade de direitos.
A juíza brasileira Martha Halfeld é a primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal de Apelações da ONU - UN Photo/Loey Felipe
Para a juíza Martha Halfeld, primeira mulher a ocupar a presidência do Tribunal de Apelações da Organização das Nações Unidas, não há mais espaço para a ideia de “concessão masculina”. Tudo o que as mulheres conseguiram, ao longo da história, foi com base em muito trabalho, dedicação e suor. Na visão da juíza, o 8 de março deve ir muito além de flores ou presentes.
"Oferecer a rosa, pode ser visto como: eu te concedo uma assistência. Eu, homem, te concedo aquilo. Hoje, não existe mais espaço para eu concedo. Não, nós conquistamos. E nós conquistamos com muito trabalho um espaço de perfeita igualdade em termos intelectuais, pelo menos. Temos tanta capacidade intelectual quanto qualquer homem”, afirma Halfeld que permanece na presidência da Corte até janeiro de 2022 e segue na ONU até 2023.
Para conquistar um espaço na academia e na literatura, a mineira Conceição Evaristo sabe o quanto teve de lutar. Sua primeira arma foi o livro, que a acompanhou desde a infância pobre vivida em Belo Horizonte. "Eu não tinha muita coisa em termos materiais. Brinquedo era uma coisa rara, passear era uma coisa muito rara, viajar muito menos. Então, o livro vem preenchendo um vazio. A escola onde estudei os meus primeiros anos primários tinha uma biblioteca muito boa. Desde menina, eu sempre gostei de leitura.”, conta.
Segunda de nove irmãos, a escritora foi criada pela mãe e por uma tia. Conceição, que trabalhou como empregada doméstica e lavadeira, foi a primeira da família a conseguir um diploma universitário.
Depois da graduação, veio o mestrado, o doutorado e as aulas em universidades públicas. Em paralelo aos estudos, ela se dedicava a outra paixão: a escrita. Seus contos e poemas foram publicados na Série Caderno Negros, na década de 1990, e seu primeiro livro, o romance Ponciá Vicêncio, foi publicado em 2003.
Para escritora Conceição Evaristo, o 8 de março é um momento de reflexão e vigília constante - Marcello Casal JrAgência Brasil
Em 2019, foi a homenageada do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura brasileira. "Foi preciso um prêmio me legitimar. Enquanto eu não ganhei o Jabuti, as pessoas não acreditaram que estavam diante de uma escritora negra”, afirma.
Reconhecida como uma das escritoras brasileiras mais importantes da atualidade, Conceição conta que as barreiras que teve de enfrentar por toda sua vida foram o combustível para suas obras.
"A minha escrita é profundamente contaminada pela minha condição de mulher negra. Quando eu me ponho a criar uma ficção, eu não me desvencilho daquilo que eu sou. As minhas experiências pessoais, as minhas subjetividades, o lugar social que eu pertenço, isso vai vazar na minha escrita de alguma forma.”
Para ela, o 8 de março é uma data para ser celebrada, mas também um momento de reflexão e de vigília constante. "Todas as mulheres precisam ficar alertas àquilo que é do nosso direito, àquilo que nós temos de reivindicar sempre porque nada, nada nos é oferecido, tudo é uma conquista”, conclui.
*Por Ana Graziela Aguiar – Repórter da TV Brasil
SÃO CARLOS/SP - Empreendedoras, mães e batalhadoras, as mulheres são protagonistas no comércio de São Carlos. No mês de março, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos) homenageia singelamente a importância da mulher no contexto empresarial e conta a história das comerciantes, as diretoras e associadas da entidade: Ivone, Luciane, Gabriela, Silvana, Lídia, Josiene e Esther. Empreendedoras, elas encontraram suas paixões em ambiciosos projetos de vida, e são grandes exemplos a todas as mulheres que desejam alcançar a satisfação profissional.
Ivone Zanchim é a vice-presidente da ACISC, ela conta que ao lado do esposo, no ano de 1977 iniciou a atividade empresarial e, desde então, com muito amor ao empreendedorismo, seriedade e credibilidade fortaleceu os trabalhos. “Tenho o espírito empreendedor enraizado em minhas percepções e ações. A mulher possui posição de destaque nos negócios, pois tem uma visão mais ampla e sensível. Ela transmite segurança e confiabilidade nos seus atos e palavras, e atua com maior profissionalismo e seriedade frente aos desafios do cotidiano”, enalteceu Ivone.
Para as mulheres que desejam seguir na profissão, ela recomenda dedicação para superar todas as dificuldades. “Os desafios são imensos, mas as conquistas também. Com sabedoria e parcimônia superamos os momentos difíceis”, completou.
Com um espírito dinâmico e sempre em busca de novos desafios, a Luciane Mattos Umschaden se interessou pelo varejo. “Fiquei quase um ano consultando e estudando o mundo das franquias. Em outubro de 2014 fechei contrato com a Avatim que é uma franquia sediada em Ilhéus-BA, na época com 34 lojas espalhadas pelo território nacional. Acho que minhas pesquisas e estudos me levaram para o lugar certo. Hoje a Avatim possui 160 lojas em todo o país e tem crescido exponencialmente mesmo com todos os entraves da pandemia”, explicou Luciane.
Uma dica para as mulheres que querem empreender segundo ela é estudar o ramo que escolheram. “Hoje muitas instituições conseguem dar essas orientações e a internet também ajuda. Às vezes não dá certo como planejado inicialmente, mas mudamos a rota e seguimos. A população de forma geral precisa de pessoas que acreditem e que possam contribuir com geração de novos negócios e consequentemente emprego e renda”, acrescentou Luciane.
A Gabriela Sant’ana passou numa seleção na Escola Quintal para atuar como professora em 1999. Com o nascimento do seu filho em 2002, pediu demissão para se dedicar à maternidade, e em 2004, a convite de sua sócia Marilandi Degani fundadora da escola em 1982, tornou-se sócia proprietária. “Nós mulheres somos capazes de fazer “mil” coisas ao mesmo tempo, cuidamos da empresa, filhos, casa e compromissos pessoais. Então, se nos unirmos nessa liderança feminina nas empresas, as nossas relações interpessoais e profissionais serão muito mais fortalecidas e ouvidas de uma forma mais sensível e delicada”, relatou.
Como dica profissional, Gabriela diz que as mulheres precisam ter paixão, foco e sonhos. “Nunca inicie um negócio para fazer dinheiro, mas para ser único e fazer a diferença, o resto é consequência. Tem uma frase que eu gosto muito: escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”, completou.
Para a Silvana Tofanelli o potencial feminino está se consolidando cada vez mais, diante das empresas e negócios. “Em um momento da vida onde passava por mudanças, pesquisei várias opções de negócios, e optei pela abertura de uma loja de moda íntima feminina, sendo um universo de opções, por conta do posicionamento e vaidade feminina. Acreditei na oportunidade de causar uma experiência de realizações dentro desse universo. Apesar das dificuldades que passamos no comércio em geral estou firme e forte”, salientou a empresária.
Um conselho da Silvana para as mulheres que querem atuar como empreendedoras é acreditar em seus sonhos e instintos. “Não deixem de estar com os pés no chão, de pesquisar e criar as condições necessárias para execução do projeto. E principalmente ame o que faz”.
No interior, a Lídia Maria Mendes Lima viu a oportunidade de abrir uma franquia no ramo de serviços de lavanderia. Em seguida apareceu a oportunidade de prestar serviços para uma empresa de aviação, instalada na cidade. “Daí pra frente eu segui na administração de duas lavanderias. Hoje as mulheres estão no mesmo nível que os homens, basta ter oportunidade. Para aquelas que desejam seguir no empreendedorismo indico ter resiliência e persistência”, declarou Lídia.
Aos 14 anos de idade, a Josiene Scomparin Dressano sentiu a necessidade de se inserir no mercado de trabalho. Responsável e atenta, ela conquistou experiência e aos 17 anos foi emancipada para poder tocar seu próprio negócio. “A minha família sempre foi um apoio e a minha fé em Deus a minha maior gratidão. Tudo isso junto me ajuda a acordar todos os dias e seguir confiante. A mulher cada vez mais ganha espaço no mercado de trabalho. Em muitas situações é ela o arrimo de família. Tanto que, atualmente, a força de trabalho feminino cresceu 8%. Embora elas representem força no mercado de trabalho, o salário ainda é injusto”, disse a empreendedora.
Josiene aconselha força, coragem e determinação às mulheres que querem seguir carreira no empreendedorismo. “Os valores fazem toda a diferença em qualquer segmento de trabalho. A minha bandeira é a certeza de que tudo passa, e esse momento atual também vai passar. A minha confiança em Deus é a certeza da minha escolha”, completou.
No que diz respeito aos negócios, Esther Luiza Pelosi Casemiro afirma que a mulher é peça fundamental pela sua intuição, criatividade e inteligência em dominar soluções certeiras. “Comecei muito cedo como estilista de bonecas, tive meu ateliê de costura mais tarde aos 17 anos, onde produzi muitas noivas e madrinhas e me realizei com minhas criações. Hoje divido os trabalhos na ótica, pois descobri o quanto é fascinante esse mundo de saúde visual”, comentou.
Para ela toda mulher tem um potencial dentro de si. “Seja uma empreendedora, sonhe amadureça esse sonho, comece confiante e se torne uma grande mulher de negócios”.
O presidente da ACISC, José Fernando Domingues, o Zelão, por sua vez, ressalta a importância da data e reforça que o reconhecimento deve ser feito no dia a dia.
“O simbolismo da data serve para reforçar os esforços que as mulheres vêm realizando ao longo das décadas para ter o seu reconhecimento. Em nome das diretoras da associação parabenizo todas as mulheres pelas conquistas e pelas trajetórias de sucesso”, finalizou Zelão.
ADN Construtora e Incorporadora é exemplo de empresa que contrata cada vez mais colaboradoras, inclusive na liderança das obras
SÃO CARLOS/SP – É fato que as mulheres ocupam cada vez mais cargos que antes eram relacionados ao sexo masculino, como é o caso da construção civil. Segundo dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), são mais de 40 mil mulheres inscritas na regional da entidade no Estado de São Paulo. A mão de obra feminina qualificada caminha para renovar esse mercado, e a ADN Construtora e Incorporadora é exemplo de empresa que investe em suas colaboradoras.
Já são mais de 100 mulheres nas mais variadas funções da companhia, sendo que 12 exercem cargos de liderança. Paula Jansen está entre elas. Diretora de desenvolvimento imobiliário na empresa, ela acredita que o fortalecimento da mão de obra feminina começa com a valorização entre as próprias mulheres. “Fui a primeira funcionária da ADN e, durante a minha trajetória profissional, eu era a única mulher na mesa na maioria das reuniões. Assim como era a única mulher no comando em grande parte das visitas às obras. Por isso, agradeço a todas as mulheres que cruzei e que abriram portas ao longo do tempo.”
Paula também ressalta que, hoje, enquanto líder, oferece as ferramentas e as condições para que mais mulheres trilhem o melhor caminho e possam desempenhar de forma plena as suas capacidades profissionais. Inclusive, a diretora conta que já contratou dezenas de engenheiras que foram promovidas, aumentaram a produtividade da empresa e fizeram a ADN crescer. “Essas mulheres passaram a contratar outras colaboradoras, seguindo um ciclo fundamental de empoderamento feminino.”
Para a analista de contas Gabrielle Melo, que está na empresa há 7 anos, a valorização profissional conta muito para o crescimento no número de colaboradoras dentro da construção civil. “Gosto muito do setor e pretendo continuar minha atuação na área, sempre com foco em progredir”, diz.
A força feminina está, inclusive, nas obras e stands de vendas da ADN Construtora e Incorporadora. São mais de 50 mulheres atuando somente nesse ramo, como Ana Carolina Sgroi, engenheira civil na empresa e responsável por gerenciar as construções em Mococa (SP). “Nunca sofri nenhum tipo de preconceito por ser mulher, minha equipe sempre me respeitou muito”, afirma.
Ana Carolina acredita que o número crescente de mulheres no setor é uma tendência, pois vê muitas estagiárias na construtora. “Quando iniciei a faculdade, tinha medo de ser minoria entre os homens, mas o jogo está virando. Para as meninas que sonham em cursar engenharia civil, só posso dizer que vale a pena.”
Em 2021, a ADN Construtora e Incorporadora completa 10 anos de história. Durante todo esse período, o apoio das funcionárias, que dia após dia somam esforços em uma parceria de muito trabalho e confiança, prova que a construção civil é, sim, lugar de mulher.
EUA - Nesta quarta-feira, 24, o Google abre inscrições para o seu programa de treinamento e capacitação para mulheres que buscam desenvolver suas carreiras ou negócios no meio digital. O Cresça com o Google para Mulheres (“Women Will”) acontece em sua primeira edição on-line no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, com a presença de convidadas como as executivas Rachel Maia e Sofia Esteves. As inscrições são gratuitas.
Serão lançadas duas trilhas de conhecimento: uma voltada às mulheres que querem empreender e evoluir seus próprios negócios e outra para mulheres que buscam desenvolver suas carreiras. Nesta primeira trilha serão compartilhadas técnicas de gestão, liderança feminina, técnicas de vendas, finanças e, ainda, formas de construir sua marca pessoal. Já a segunda vai abordar temas como autoconhecimento, técnicas de entrevistas, apresentação pessoal e dicas para acelerar seu crescimento e alcançar objetivos profissionais.
A programação inclui a participação de Susana Ayarza (Diretora de Marketing do Google Brasil), Rachel Maia (CEO e Fundadora da RM Consulting), Paula Bellizia (VP de Marketing do Google Brasil), Sofia Esteves (fundadora do Grupo Cia de Talentos), além de palestrantes especialistas da Rede Mulher Empreendedora.
Para saber mais, confira a agenda completa abaixo:
Cresça com o Google para Mulheres que querem Empreender
Cresça com o Google para Mulheres que querem desenvolver suas carreiras
“A pandemia afetou negativamente a todos, mas especialmente as mulheres. São muitas as que têm que fazer dupla jornada em casa, trabalhando e cuidando da família”, diz Susana Ayarza, diretora de Marketing do Google Brasil. “Com o Cresça, queremos mostrar histórias inspiradoras e garantir que todas as mulheres terão acesso ao conhecimento e às ferramentas necessárias para inovar em seus negócios e desenvolver suas carreiras por meio do digital”.
As inscrições podem ser feitas a partir desta quarta-feira, 24, na nova plataforma de treinamentos on-line do Cresça com o Google em g.co/TreinamentosCresca.
O conteúdo do treinamento estará disponível a partir do dia 8, às 9h.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
Pesquisa vai verificar qualidade de vida, do sono, fadiga e saúde mental em mulheres sadias e com doenças reumatológicas
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem por objetivo levantar dados sobre como as mulheres estão enfrentando o período de distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19, com avaliação da qualidade de vida e do sono, fadiga e saúde mental, comparando mulheres sadias com aquelas que têm doenças reumatológicas. O estudo é realizado pelo mestrando Gabriel Bernardi, sob orientação de Paula Regina Mendes da Silva Serrão, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar.
De acordo com o pesquisador, o distanciamento social é uma medida de segurança necessária nesse momento da pandemia do novo Coronavírus, mas a queda no convívio social, a diminuição das atividades de lazer e a interrupção de atendimentos em algumas unidades de saúde são fatores que podem gerar queda na qualidade de vida da população em geral. Além disso, o próprio ineditismo da atual pandemia causa, segundo Bernardi, aumento da ansiedade e até um estado depressivo nas pessoas. "Mulheres com doenças reumatológicas - fibromialgia, artrose, artrite, osteoporose, lombalgia, lúpus etc - têm um perfil psicossocial que as tornam ainda mais suscetíveis a terem alterações na qualidade de vida, diante do cenário atual", acrescenta o mestrando.
A principal hipótese do estudo é que existam mudanças provocadas pelo distanciamento social na qualidade de vida, do sono, fadiga e saúde mental tanto de mulheres saudáveis quanto das acometidas por doenças reumatológicas. Considerando isso, a partir da pesquisa será "possível gerar protocolos de saúde para intervir nesses aspectos. Intervenções que busquem amenizar esses efeitos negativos e, após a pandemia, preparar o sistema de saúde a dar enfoque para questões além das físicas", afirma Bernardi quanto à aplicação dos resultados do levantamento.
Para realizar a pesquisa estão sendo convidadas voluntárias, a partir de 18 anos, que tenham, ou não, doenças reumatológicas, de qualquer região do País. As participantes precisam responder a este questionário online (https://bit.ly/34Ppqcq), que leva cerca de 15 minutos, e ficará disponível até março de 2021. Mais informações sobre a pesquisa podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (18) 99797-9515. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 36469420.1.0000.5504).
BRASÍLIA/DF - O medo do desemprego entre as mulheres é bem superior ao dos homens, mostra indicador da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta quarta-feira (14). O Índice de Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida é uma publicação trimestral da CNI e nesta edição entrevistou 2 mil pessoas em 127 municípios do país, entre os dias 17 e 20 de setembro.
O indicador de medo do desemprego no público feminino ficou em 62,4 contra 46,8 no público masculino, uma diferença de 15,6 pontos. O medo do desemprego também é maior entre os jovens, especialmente aqueles na faixa dos 16 aos 24 anos (57,9), e o da faixa seguinte, entre 25 e 34 anos (57,3). Esse indicador também é maior entre a população que reside no Nordeste (61,2) e os que recebem até um salário mínimo (65).
Apesar dos graves impactos econômicos da pandemia de covid-19, o medo do desemprego na população em geral ficou em 55 pontos, uma queda de 1,1 ponto na comparação com dezembro de 2019.
"A partir do fim do primeiro trimestre de 2020, as medidas de proteção adotadas no período contribuíram para conter o desemprego e aumentar a segurança no emprego. Possivelmente, a transferência de renda às famílias também contribuiu para esse resultado. Por fim, a retomada gradual das atividades comerciais e produtivas nos últimos meses tem impactado positivamente a formação de expectativas dos agentes, que, em um primeiro momento, esperavam por uma recuperação econômica mais lenta", avalia a CNI.
Satisfação com a vida
Já o índice de satisfação com a vida cresceu ligeiramente entre dezembro do ano passado e setembro deste ano, passando de 68,3 para 68,5 pontos. A satisfação com a vida aumenta à medida que a renda também aumenta. Entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, esse valor é 72,8 pontos, enquanto quem tem renda de até um salário mínimo registrou pontuação de 65,7.
O indicador também é melhor entre os homens (70 pontos) na comparação com as mulheres (97,1).
*Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
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