UCRÂNIA - Um presente da Ucrânia explodiu no principal centro de comando da polícia polonesa em Varsóvia na última quarta-feira (14/12), ferindo duas pessoas. A Polônia, um dos aliados mais próximos de Kiev, pediu explicações à Ucrânia sobre o incidente. O caso está sendo investigado.
O comandante de polícia polonês, Jaroslaw Szymczyk, recebeu o pacote em uma visita de trabalho a Kiev no começo da semana, informou o Ministério do Interior da Polônia na quinta-feira.
Com a explosão, Szymczyk sofreu ferimentos leves e foi levado a um hospital, onde permanece internado em observação. Um funcionário civil também ficou ferido, mas não precisou de atendimento médico.
A explosão aconteceu em uma sala ao lado do escritório de Szymczyk. O presente foi dado pelo chefe de uma autoridade ucraniana.
Segundo o Ministério do Interior polonês, durante a viagem ao país vizinho, Szymczyk reuniu-se com líderes do Serviço de Situações de Emergência da Polícia da Ucrânia no domingo e na segunda-feira. As autoridades não divulgaram o que havia dentro do pacote.
No início de dezembro, uma carta-bomba foi detonada na embaixada ucraniana na Espanha. A polícia espanhola desarmou outros envelopes, entre eles, um que havia sido enviado para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Após o incidente, 31 pacotes suspeitos ou com ameaças foram recebidos por missões diplomáticas ucranianas em diferentes países – eles continham olhos de animais e foram apelidados de "pacotes sangrentos".
O ministro do Exterior da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que eles parecem ter sido enviados a partir da Alemanha e que trabalha nas investigações com homólogos internacionais em vários países. A suspeita é que esses incidentes estariam ligados à guerra na Ucrânia.
Há exatamente um mês, um míssil caiu na Polônia, a menos de 10 quilômetros da fronteira com a Ucrânia. Dois cidadãos poloneses morreram.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que a explosão foi provavelmente resultado de um míssil de defesa aérea da Ucrânia e que não havia nenhum indício de um ataque deliberado.
Aliados próximos
A Polônia é um dos aliados mais próximos da Ucrânia e tem fornecido a Kiev ajuda militar e humanitária. Além disso, é o país que mais acolheu refugiados ucranianos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em maio, o presidente polonês,Andrzej Duda, foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a falar ao Parlamento ucraniano desde o começo da guerra, demonstrando solidariedade e a apoio para a entrada da Ucrânia na União Europeia.
le/bl (Lusa, Reuters, AFP, ots)