JAPÃO - Uma reviravolta após a bandeirada! Max Verstappen sagrou-se bicampeão mundial de F1 2022 após vencer o GP do Japão, neste domingo. Mas até o holandês ficou confuso: o título só foi definido após punição de cinco segundos a Charles Leclerc, que cortou por fora da pista ao se defender de Sergio Pérez. Com a penalização, o monegasco da Ferrari caiu da segunda para a terceira colocação, garantindo a margem matemática para o bi do piloto da RBR.
A direção de prova alegou que, por mais que não tenha ganhado uma posição ao escapar dos limites, Leclerc sustentou uma "vantagem duradoura". A determinação, segundo a FIA, leva em consideração as "inúmeras reuniões de pilotos onde os diretores de prova aconselharam que uma 'vantagem' seria considerada como obtida se você sair da pista e retornar na mesma posição enquanto se defende."
Max deixa o Japão com 113 pontos de vantagem sobre o companheiro Sergio Pérez, novo vice-líder. É apenas um ponto a mais do que os 112 restantes em disputa. A Fórmula 1 segue para o GP dos Estados Unidos no dia 23 de outubro.
O segundo título do holandês foi confirmado justo no palco em que ele fez sua estreia na F1, em 2014. Com apenas 17 anos, Verstappen tornou-se o mais jovem da história a participar da categoria quando guiou o carro da STR - atual AlphaTauri - no TL1 em Suzuka.
Com o triunfo em Suzuka, Verstappen entra para um seleto grupo de bicampeões consecutivos na F1. O holandês da RBR agora faz companhia a Lewis Hamilton, Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Michael Schumacher, Mika Hakkinen, Ayrton Senna, Alain Prost, Jack Brabham, Juan Manuel Fangio e Alberto Ascari.
Mesmo na maior temporada da F1 de todos os tempos, com 22 corridas, Max Verstappen conseguiu fazer ainda mais história. Ao conquistar seu bicampeonato mundial com quatro corridas de antecipação, o holandês registrou a terceira maior antecedência nos 72 anos da categoria. Ele se iguala à campanha do bi de Sebastian Vettel, em 2011.
A corrida deste domingo foi marcada por chuva, paralisação de mais de 2h e até trator na pista - uma infeliz coincidência com a disputa de oito anos atrás, quando Jules Bianchi colidiu com um guindaste. Nove meses depois, em julho de 2015, o francês se tornou a última fatalidade registrada na F1.
Revoltado pelo rádio, Gasly foi o primeiro a evocar a memória do amigo, mas logo teve a companhia de outros pilotos do grid. Pai de Jules, Phillipe Bianchi acusou a F1 de desrespeitar o piloto falecido. A FIA prometeu investigar o incidente após a corrida.
A disputa no Japão não teve as 53 voltas previstas completadas por causa da chuva. Inicialmente, acreditava-se que a FIA ia adotar sua pontuação de contingência, com apenas 19 pontos para o vencedor em casos de mais de 50%, mas menos de 75% da corrida concluída - como aconteceu em Suzuka. Entretanto, a regra é válida apenas para casos em que a disputa é suspensa. Como o GP terminou sob bandeirada, a entidade optou pela pontuação cheia.
Sem a declaração de "corrida molhada", que torna mandatório o uso dos pneus de chuva forte, todos os 20 pilotos do grid saíram de pneus intermediários. Uma escolha ousada, para dizer o mínimo: a pista estava muito molhada e a visibilidade, baixíssima.
Com dois abandonos pouco após a largada, não demorou até que a direção de prova instaurasse a bandeira vermelha. Foram 2h07 de espera e uma tentativa suspensa de relargada até que a corrida, enfim, recomeçou. Os pilotos retornaram à pista sob cronômetro, com cerca de 40 minutos restantes, já que não seria possível fazer todas as voltas dentro do limite máximo de três horas.
Resultado - top 10
Top 10 do GP do Japão de F1 2022 — Foto: Divulgação/F1