CIDADE DO MÉXICO - O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, esquivou-se na segunda-feira dos pedidos para investigar seu antecessor Enrique Peña Nieto sobre o desaparecimento de 43 estudantes em 2014, depois que autoridades prenderam um ex-procurador-geral no âmbito das investigações do crime.
Autoridades mexicanas prenderam na sexta-feira o ex-procurador geral Jesus Murillo, que trabalhou no governo de Peña Nieto, sob acusações de desaparecimento forçado, tortura e obstrução da Justiça ligadas à investigação sobre o que aconteceu com os estudantes.
O sequestro e desaparecimento dos 43 jovens, em 26 de setembro de 2014, abalaram o governo de Peña Nieto, e o relato de seu governo sobre o que aconteceu com os jovens foi posteriormente criticado por um painel de especialistas internacionais que o revisou, conhecido como GIEI.
Após a prisão de Murillo, López Obrador foi questionado se Peña Nieto também deveria ser responsabilizado. Ele observou que Murillo e sua equipe eram responsáveis pela investigação e apontou para um novo relatório do governo publicado sobre o caso.
"O relatório não solicita que uma investigação seja aberta ou um mandado de prisão seja solicitado contra Peña Nieto, mas contra outros", disse López Obrador em entrevista coletiva, acrescentando que as decisões futuras estão nas mãos dos juízes que lidam com o caso.
López Obrador assumiu o cargo no final de 2018 prometendo esclarecer o crime depois que o GIEI disse que o relato oficial original do que aconteceu estava repleto de erros e abusos, incluindo a tortura de testemunhas.