Robelson e Taylor iniciaram o contato com o esporte adaptado em projetos da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - Os Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2022, realizados em Beijing (China), tiveram, pela terceira vez consecutiva, a participação de atletas brasileiros em diversas modalidades. No Para Ski Cross Country, cinco paratletas treinam em São Carlos: Aline Rocha, Cristian Ribera, Guilherme Rocha, Robelson Lula (Robinho) e Wesley Vinicius dos Santos. Além deles, Taylor Brian Pereira, técnico da delegação brasileira na modalidade, também é da cidade.
Robinho e Taylor iniciaram o contato com o esporte adaptado em projetos desenvolvidos na UFSCar. Robinho teve a iniciação no projeto de extensão "Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer Adaptadas (Proafa)", ofertado pelo Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da UFSCar, sob coordenação da professora Mey van Munster, docente do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs). O atleta iniciou no Handebol em Cadeira de Rodas (HCR) e, com essa modalidade, participou de várias atividades, desde amostras esportivas e atividades competitivas, das quais foi campeão paulista de HCR.
Taylor Brian, entre os anos de 2016 e 2018, enquanto cursava o mestrado em Educação Especial na UFSCar, colaborou na comissão técnica de HCR. Atualmente, ele cursa o doutorado no PPGEEs.
Participação em Beijing
Robelson Lula participou de quatro provas em Beijing. Nas provas individuais, ficou na 20ª colocação nas provas de 18km e 10km, ficando entre os Top 20, e na 21ª colocação na prova de Sprint. Ele também participou da prova de revezamento em equipe, e os brasileiros terminaram na 8ª colocação. "Minha meta de ficar entre os Top 20 foi alcançada. Foi o máximo, dei minhas forças até o final para ficar numa boa colocação. Foi uma honra representar a cidade de São Carlos, que me adotou, e a cidade em que eu nasci, Juru, na Paraíba", comemora o paratleta que participou dos Jogos Paraolímpicos de Inverno pela primeira vez.
Para Taylor, poder participar da competição foi um privilégio. "Sinto-me honrado em contribuir para o crescimento e desenvolvimento da modalidade, e poder representar o meu País no maior evento competitivo do mundo. Tive um crescimento profissional e pessoal gigantesco durante todo o ciclo, e a participação no evento foi o coroamento. Fiquei satisfeito com o empenho e dedicação de todos os atletas, o sentimento é de dever cumprido", celebra.
Iniciação na UFSCar
O paratleta e o técnico do Para Ski Cross Country apontam que a participação nos projetos da UFSCar foi fundamental para chegarem a essa competição mundial. Em 2018, o Proafa da UFSCar, em parceria com a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), iniciou um núcleo de Para Ski Cross Country em São Carlos, momento em que o atleta e o treinador iniciaram suas carreiras na modalidade. Desde então, Robelson e Taylor participaram de diversas competições internacionais, até garantirem a convocação para participação nos Jogos Paraolímpicos de Inverno de Beijing 2022.
Além de proporcionar a iniciação esportiva de Robelson, a UFSCar atuou diretamente na formação profissional de Taylor Brian, por meio do mestrado em Educação Especial, durante a atuação dele no Proafa, e do oferecimento de cursos de capacitação profissional na modalidade, em parceria com a CBDN. "Nada disso seria possível sem a contribuição da UFSCar na minha formação profissional e pessoal, desde o início e, agora, com o doutorado", relata Taylor Brian.
Robelson reforça o importante apoio da UFSCar, por meio do Proafa e do PPGEEs, da CBDN, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SMEL) de São Carlos e da professora Mey van Munster da Universidade.
Núcleo de Desenvolvimento de Esportes de Inverno
O Núcleo está sendo implantado pelo DEFMH da UFSCar em parceria com a CBDN, com recursos da Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento (SNEAR), vinculado ao Ministério da Cidadania. De acordo com a professora Mey van Munster, diversas iniciativas têm sido desenvolvidas no âmbito da extensão, da formação e capacitação profissional e da investigação científica, visando ao fomento do esporte de base e de rendimento dos esportes de inverno.
"Além de proporcionar atendimentos da Modalidade Esqui Cross Country a crianças, jovens e adultos com e sem deficiências, no âmbito da iniciação e do rendimento esportivo, a UFSCar tem atuado como celeiro para a formação e capacitação de recursos humanos para atuar junto a esse segmento", expõe a docente. Além disso, a Universidade apoia a realização de competições esportivas e colabora diretamente com a classificação funcional dos atletas com deficiência na modalidade.
A docente afirma que o Núcleo também tem funcionado como incubadora de projetos de pesquisa científica, tendo seus resultados divulgados em eventos acadêmicos nacionais e internacionais, bem como por meio da publicação de capítulos de livro e artigos em periódicos científicos.
Robelson Lula reforça a importância do Núcleo para apoio e busca por novos atletas e deixa uma mensagem para aqueles que estão iniciando no esporte adaptado: "A todas as pessoas que sonham em representar o Brasil, é preciso correr atrás dos sonhos, não desistir. A todo o momento, é preciso correr atrás, batalhar, fazer os esforços para chegar lá para representar o Brasil", conclui.