SÃO PAULO/SP - A seleção brasileira de futebol feminino encerrou 2020 com mais uma goleada sobre o Equador. Nesta terça-feira (1), a equipe dirigida por Pia Sundhage atropelou as equatorianas por 8 a 0 no estádio do Morumbi, em São Paulo, na vitória mais elástica sob comando da técnica. Na última sexta-feira (27), no primeiro jogo entre os dois times, o Brasil fez 6 a 0 nas rivais, também na capital paulista, mas na Neo Química Arena.
Pia chegou a oito vitórias em 13 partidas pela seleção feminina, com quatro empates e uma derrota. Foram 40 gols marcados (média superior a três por jogo) e cinco sofridos. Com o gol marcado nesta terça, a atacante Debinha - que fez três na sexta passada - chegou a 10 sob comando da sueca, disparando na artilharia da "era Pia". A camisa 9 esteve presente em todos os jogos em que a treinadora esteve na beira do gramado. Garantida na Olimpíada de Tóquio (Japão), a Seleção ainda não tem novos amistosos marcados para 2021.
Na entrevista coletiva que concedeu na segunda-feira (1), Pia disse que faria duas mudanças na equipe titular em comparação a que foi a campo no último jogo. As apostas foram a lateral Jucinara (que substituiu Tamires) e a meia Ana Vitória, de 20 anos e costumeiras convocações à seleção sub-20, escalada no lugar da atacante Adriana. A treinadora exigiu a mesma postura dos 90 minutos anteriores: intensidade, pressão, velocidade e busca incansável pelo gol contra as equatorianas, dirigidas por Emily Lima, ex-técnica de Santos, São José e da própria seleção brasileira (entre 2016 a 2017).
Se na partida anterior, o Brasil não havia conseguido traduzir o tamanho da superioridade em gols no primeiro tempo, desta vez foi completamente diferente. Com 20 minutos, o placar já apontava 4 a 0 às comandadas de Pia. Na primeira volta do ponteiro, após jogada da atacante Ludmilla na esquerda, Debinha marcou de letra. Aos 15, a volante Luana ficou com a sobra na entrada da área e chutou alto para ampliar. Entre as duas bolas na rede, a volante Formiga já havia chutado rente à meta e a goleira Andrea Moran evitado gols da meia Andressa Alves e da zagueira Rafaelle.
A pressão brasileira sufocava. Aos 17, Debinha apareceu na linha de fundo, cruzou e Andressa Alves finalizou para marcar o terceiro. Dois minutos depois, a zagueira Erika ficou no quase, em cabeçada rente à trave. No lance seguinte, em nova bola na área, Rafaelle subiu mais alto que as defensoras e escorou para as redes. O quinto já podia ter saído aos 23, mas a bomba de Ludmilla parou em mais uma grande defesa de Morán. Saiu aos 41: Rafaelle, novamente de cabeça, depois de cobrança de falta de Debinha. Ainda deu tempo para Ludmilla cruzar e Andressa Alves fazer o sexto.
Como também anunciado por Pia na segunda, foram várias mudanças na volta do intervalo: quatro. A goleira Lelê, a lateral Tamires, a meia Camilinha e a jovem atacante Giovana. Esta última, de só 17 anos, defendeu as seleções de base de Espanha e Estados Unidos e fazia a estreia pelo Brasil, assim como a meia Julia Bianchi, que substituiu Luana no primeiro tempo. Com o desenrolar da etapa final, entraram Adriana e Chu - que apesar de ter sido chamada por Pia como lateral, foi alçada em campo como ponta direita, sua posição de ofício.
As mudanças quebraram ritmo do jogo. Mesmo assim, as brasileiras mantiveram as linhas de marcação altas, circundando a área do Equador e forçando o erro das adversárias. Como aos 25 minutos, quando Chu recuperou a bola pela direita e cruzou, com Julia Bianchi desviando de joelho e fazendo o primeiro com a amarelinha. Três minutos depois, Rafaelle só não guardou o terceiro dela na noite porque a zagueira Ingrid Rodríguez salvou em cima da linha. Mas a rede voltaria a balançar. Aos 34, Tamires cobrou falta na segunda trave e Erika escorou com força. Giovana ainda teve uma oportunidade aos 38, mas finalizou para defesa da goleira Andrea Vera.
*Por: Repórter da Rádio Nacional e da TV Brasil – São Paulo - Agência Brasil