RIBEIRÃO PRETO/SP - A Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) anunciou nesta terça-feira (16) o fechamento de atividades essenciais e a restrição na circulação de pessoas na cidade por ao menos cinco dias contra o avanço da pandemia da Covid-19 e uma situação classificada como de pré-colapso nos sistemas público e particular de saúde.
Segundo o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), a cidade entrará em "lockdown".
Válidas a partir desta quarta-feira (17), as restrições devem se estender pelo menos até domingo (21), e são mais rígidas do que as recentemente impostas pela fase emergencial decretada pelo governo do estado.
Com isso, somente serviços emergenciais poderão funcionar e atividades até então permitidas para atendimento ao público, como supermercados, padarias e oficinas mecânicas, poderão operar apenas por delivery.
Pouco depois do anúncio, mercados da cidade começaram a registrar filas.
Além disso, as autoridades informaram que as pessoas que não estiverem com alguma necessidade ou motivo não devem sair de casa. Serviços públicos oferecidos pela Prefeitura, como o transporte nos ônibus, estarão suspensos. Antes disso, a administração municipal já havia anunciado a suspensão da maior parte dos atendimentos nas unidades de saúde.
"Realmente é uma restrição mais forte possível na tentativa de evitar a circulação das pessoas", afirmou o secretário de Governo Antonio Daas Abboud.
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) também disse que os municípios integrantes da região metropolitana receberão as mesmas orientações, a serem publicadas no Diário Oficial ainda nesta terça-feira.
"Eu vou encaminhar para todos os prefeitos da nossa região metropolitana as medidas que estamos tomando aqui. E, pelo que pude conversar com a maioria deles, a intenção é acompanhar o município sede da região metropolitana em função do pré-colapso da estrutura hospitalar e assistencial", disse.
Apesar disso, as autoridades ressaltaram que o cronograma municipal de vacinação contra a Covid-19 está mantido.
Podem funcionar
- hospitais
- UPA
- serviços de saúde
- farmácias
- delivery de alimentação, supermercados, hortifruti e entrega de gás
- delivery de alimentação e restaurantes
- coleta de lixo
- cemitérios
- posto de gasolina em horário reduzido (das 6h às 20h)
- autoatendimento presencial exclusivamente em agências bancárias
- serviço de transporte de mercadorias de outros municípios com destino a cidade ou o contrário
Não podem funcionar
-
bancos - atendimento presencial - e lotéricas
- transporte coletivo
- escolas
- comércio de rua e shoppings
- lojas de conveniência
- salões de cabeleireiro e outros equipamentos de estética
- academias e clubes
- serviços públicos
- praças e parques
- treinos de equipes de alto rendimento esportivo
Colapso na saúde
As novas restrições, segundo a Prefeitura, são tomadas em um contexto de risco de esgotamento total na estrutura de atendimento para pacientes com Covid-19 tanto na rede pública quanto na rede particular de saúde.
Dos dez hospitais que atendem pacientes graves do novo coronavírus, seis estão com 100% de ocupação nesta terça-feira (16). Além disso, o secretário municipal de Saúde, Sandro Scarpelini, destacou o aumento nos números de óbitos na cidade.
As mortes registradas em 15 dias de março - 82 - já representam mais da metade das de fevereiro - 139 e o número máximo de pacientes internados, de 243, é 26,5% maior do que em relação ao ano passado, com 192.
"Nessa situação a gente não consegue garantir assistência para todos de uma maneira rápida como tem sido a proposta desde o começo dessa pandemia. Estamos no limite, muito tênue, situação muito perigosa. Estamos em uma situação de pré-colapso do sistema de saúde", afirmou Scarpelini.