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MUNDO - "Fernando está motivado. Um ano fora da Fórmula 1 fez bem a ele. Ele se desintoxicou e eu o vejo mais sereno e pronto para voltar."

Com esta frase, o polêmico empresário Flavio Briatore, que cuida da carreira de Fernando Alonso, deixou claro que a possibilidade de o bicampeão mundial retornar para a categoria é cada vez maior. Uma interessante vaga para 2021 se abriu na Renault com a transferência de Daniel Ricciardo para a McLaren, e não é segredo que Alonso negocia com a equipe pela qual ganhou seus títulos.

Briatore deu sua opinião sobre o movimento que desencadeou as mudanças no mercado: a saída de Sebastian Vettel da Ferrari. A equipe italiana não renovou com o alemão e contratou Carlos Sainz. Com a saída do espanhol, a McLaren foi atrás de Daniel Ricciardo, que deixará a Renault com uma vaga que pode ficar com Alonso:

- Sainz é um bom piloto e teve um bom campeonato em 2019 se considerarmos o carro que ele tinha. A situação parece clara: a Ferrari aposta tudo em (Charles) Leclerc, e é bom porque, como tive a chance de dizer no ano passado, ele é uma futura estrela. Semelhanças com Alonso e Schumacher? Você pode ver os bons pilotos imediatamente. Lembro-me bem dos números de Michael, mesmo ainda muito jovem, com a Benetton. Houve também os contatos de Giancarlo Minardi para me contar sobre o jovem Alonso. Você entende imediatamente se alguém é especial, e Charles é. Com quatro títulos mundiais, Vettel é um dos mais bem sucedidos de todos os tempos.

Se confirmada, será a terceira passagem de Fernando Alonso pela Renault. Na primeira, ele chegou em 2002 como piloto de testes, e foi efetivado a titular em 2003, quando já fez pole e venceu pela primeira vez. Em 2005 e 2006, com um conjunto bastante competitivo, o espanhol conquistou o bicampeonato mundial, antes de entrar no desafio de pilotar pela McLaren.

Após a conturbada temporada como companheiro do estreante Lewis Hamilton na equipe inglesa, Alonso voltou para "a sua casa". Num ano que começou difícil, a Renault melhorou o carro ao longo da temporada, e o espanhol venceu duas corridas, em Singapura e no Japão. Na primeira, beneficiou-se de uma armação de Briatore, que coagiu Nelsinho Piquet a bater de propósito para causar uma entrada do safety car, e, desta forma, favorecer a estratégia montada para Alonso.

Fernando Alonso fez sua última corrida de Fórmula 1 em 2018, em Abu Dhabi, pela McLaren. De lá para cá, o espanhol se dedicou ao projeto pessoal de completar a Tríplice Coroa, ou seja, vencer o GP de Mônaco de F1 (ganhou em 2006 e 2007), as 24 Horas de Le Mans (venceu em 2018 e 2019) e as 500 Milhas de Indianápolis, que Alonso disputou em 2017 e falhou em se classificar para o grid em 2019.

Fora da F1, Alonso conquistou ainda o título do Mundial de Endurance (WEC) pela Toyota na temporada 2018/19 e participou do Rali Dakar deste ano, terminando em 13º lugar, com um segundo lugar numa das especiais também com um carro da montadora japonesa.

 

 

*Por GloboEsporte.com

MUNDO - Em semana explosiva no mundo da Fórmula 1, a McLaren anunciou a contratação de Daniel Ricciardo a partir da próxima temporada. O australiano, que estreou no Mundial pela HRT em 2011, passou por Toro Rosso, alcançou o estrelato na Red Bull e fechou um acordo milionário, mas que não se converteu em grandes resultados na Renault,vai ocupar a vaga de Carlos Sainz Jr. em Enstone.

A vinda de Ricciardo para Woking é parte de um quebra-cabeças que começou com a oficialização da saída de Sebastian Vettel da Ferrari ao fim do ano. Daniel era um dos pilotos que despontava com certo favoritismo para assumir a vaga do tetracampeão em Maranello, disputando o lugar com Carlos Sainz e o azarão Antonio Giovinazzi. A ida do espanhol para a escuderia italiana ainda não é oficial, mas passa a ser pura formalidade após a manobra da McLaren.

"Assinar com Daniel é mais um passo à frente no nosso plano de longo prazo, e vai trazer uma animadora nova dimensão ao time junto do Lando. São boas notícias para nossa equipe, parceiros e fãs", disse Zak Brown, diretor-executivo da McLaren. "Eu quero agradecer Carlos pelo trabalho excelente que ele fez na McLaren em ajudar no nosso plano de recuperação de desempenho. É um verdadeiro piloto com espírito de equipe e desejamos-lhe felicidades para seu futuro", seguiu.

"Daniel já se provou como um vencedor de corridas, e sua experiência, comprometimento e energia serão uma adição valiosa a McLaren e nossa missão de retornar ao pelotão da frente", frisou Andreas Seidl, chefe de equipe. "Com Daniel e Lando como parceiros de equipe, temos dois pilotos que vão continuar a empolgar os fãs e fazer o time crescer. Carlos é um verdadeiro profissional. Foi um prazer trabalhar com ele e continuaremos a aproveitar as corridas com ele neste ano. Todos nós desejamos boa sorte em seu próximo estágio na carreira quando deixar a McLaren", destacou.

A McLaren também confirmou a renovação com Lando Norris para 2021. Pode parecer formalidade, mas é um grande indicativo a respeito de Vettel. Parte da imprensa europeia chegou a cogitar a saída do piloto britânico, com a dupla de 2014 da Red Bull sendo retomada em Woking.

Ignorado pela Ferrari, restavam a Ricciardo duas opções: seguir na Renault, com futuro incerto e longe de viver grandes momentos desde que voltou à F1, em 2016, ou buscar um novo horizonte na carreira em uma equipe em franca ascensão como a McLaren. Prevaleceu a segunda escolha.

De certa forma, a união entre Ricciardo e McLaren é o casamento depois de um flerte iniciado em 2018, quando o australiano, conforme é revelado na segunda temporada de ‘Drive to Survive’, chegou a considerar correr na escuderia britânica ao se ver sem prestígio dentro da Red Bull — que passou a dedicar seus esforços para priorizar Max Verstappen. Mas valeu a chance de assinar um contrato de dois anos e cerca de € 20 milhões (R$ 127 milhões, de acordo com a cotação atual) por temporada com a Renault.

Só que a escuderia baseada em Enstone jamais conseguiu oferecer um pacote com que Ricciardo fosse capaz de sequer chegar perto do pódio. A melhor exibição do sorridente piloto foi no GP da Itália, em Monza, onde conseguiu um surpreendente (até para ele mesmo) quarto lugar. Foi o único grande momento ao longo de um 2019 marcado por frustrações e fracassos do time comandado por Cyril Abiteboul.

Na McLaren, Ricciardo vai ter a oportunidade de trabalhar em uma equipe mais estável em todos os pontos de vista: estrutural, com uma organização que deu muito certo com Zak Brown e Andreas Seidl; a tendência de ter um carro mais competitivo do que a Renault, e ainda com direito ao motor Mercedes que vai ser usado pelo time em 2021; e também um companheiro de equipe, que tende a ser Lando Norris. O prodígio britânico sempre se deu muito bem com Ricciardo, com quem deve formar a dupla mais carismática da F1.

 

 

*Por: Gabriel Carvalho / GRANDE PRÊMIO

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