BRASÍLIA/DF - A Pesquisa Datafolha realizada na quarta (27) e quinta-feira (28), mostra que Jair Bolsonaro (PL), teve uma leve mudança em relação ao voto dos mais pobres, porém ainda continua atrás de Lula (PT).
De acordo com a pesquisa de junho, as intenções de voto em Bolsonaro estão entre os que ganham até 2 salários mínimos mensais passaram de 20% para 23%, dentro da margem de erro de 2,7 pontos percentuais. Já o petista oscilou negativamente, de 56% para 54%. Portanto, a diferença entre os dois passou de 36 para 31 pontos percentuais nessa faixa de renda.
Por outro lado, o mandatário viu cair sua vantagem sobre o petista entre os mais ricos, ainda que também esteja dentro das margens de erro. A distância entre os dois passou de 15 para 10 pontos percentuais no grupo com renda de 5 a 10 salários mínimos é de 12 para 8 pontos no grupo acima de 10 salários. O atual presidente ainda lidera nesses dois segmentos, com 44% e 41% dos votos, respectivamente.
52% do total do eleitorado brasileiro ganha até 2 salários mínimos, 32% ganha de 2 a 5 salários mínimos, 8% ganha de 5 a 10 salários mínimos e 3% recebe acima disso, segundo o próprio instituto de pesquisa, Datafolha.
Essa última pesquisa foi feita nesta semana com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 183 cidades. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-09088/2022.
Um dado muito importante em se observar é que esta análise sobre as faixas de renda foi considerada a pergunta estimulada, ou seja, em que os candidatos são nominalmente apresentados aos entrevistados.
A margem de erro total é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
SÃO PAULO/SP - O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que aceitaria apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso vá para o segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, ele declarou que não vai se aliar ao petista se ficar de fora da segunda etapa da corrida eleitoral deste ano.
“Se eu for para o segundo turno com o Bolsonaro, claro que eu quero o apoio do Lula. O contrário (apoiar Lula), não é mais viável. Como eu dizendo que eles são corruptos, incompetentes, vou subir no palanque com eles? Passa a ser cumplicidade. Lula é responsável maior pela tragédia que está acontecendo no País”, disse o presidenciável em entrevista ao Central das Eleições, da GloboNews.
Ciro, no entanto, manifestou desejo de ir ao segundo turno contra Lula. “Eu gostaria que o Brasil se livrasse do Bolsonaro já no primeiro turno.”
BRASÍLIA/DF - O Brasil terá 39,21% a mais de brasileiros aptos a votar no exterior nas eleições de outubro.
De acordo com dados do cadastro eleitoral, 697 mil eleitores poderão votar para presidente da República e vice, única modalidade de votação para quem está fora do país. Em 2018, o país tinha 500 mil eleitores nessa situação. Os números foram divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 15 de julho.
Conforme o TSE, o cadastro aponta ainda que número de eleitores no exterior aumentou 96,81% em relação às eleições de 2014, quando 354.184 eleitores estavam aptos.
RIO DE JANEIRO/RJ - Ao oficializar sua candidatura à reeleição em chapa pura com o general Braga Netto (PL), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o vice é alguém para " estar ao seu lado em momentos difíceis”. Ele não citou nominalmente o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), com quem coleciona tensões ao longo do mandato. “O vice não pode ser pessoa que conspire contra você”, declarou neste domingo em ato político no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Em um discurso de uma hora e nove minutos, o presidente voltou a utilizar um slogan de inspiração fascista: "Deus, Pátria, Família e Liberdade". O slogan “Deus, Pátria e Família” era utilizado pelo integralismo brasileiro nos anos 1930, representação do fascismo italiano no País.
“Vocês sabem o que vou fazer se for reeleito de forma transparente e democraticamente”, afirmou o presidente, que pediu à população para fazer comparações com governos passados na hora de decidir o voto. “Comparem meu governo com três anos e meio de governos anteriores”, declarou, na convenção de lançamento da candidatura à reeleição, destacando o que considera conquistas de sua gestão, como o avanço na transposição do Rio São Francisco e na construção da Rodovia Norte-Sul, bem como a entrega de títulos de terra a mulheres. “Estou mostrando o que fizemos e pretendemos continuar fazendo”.
Bolsonaro aproveitou o evento para criticar o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano. Segundo o chefe do Executivo, o petista quer legalizar o aborto e as drogas, além de controlar a mídia. O endividamento da Petrobras nos governos Lula e Dilma também foi lembrado. O presidente repetiu que o governo está há 3 anos e meio sem corrupção, mas ignorou as denúncias ocorridas em seu governo.
BRASÍLIA/DF - O grupo de lideranças do MDB que apoia a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto solicitou ao ex-presidente Michel Temer que ele articule um adiamento da convenção nacional da sigla, programada para o dia 27 de julho, momento em que a candidatura de Simone Tebet (MDB) deveria ser chancelada. Os dirigentes também querem que o encontro seja presencial, e não virtual, como previsto. A avaliação é que a medida ajude a sigla a encontrar “convergência” na decisão.
“Evidentemente vieram pleitear que eu ajudasse na possibilidade de uma eventual prorrogação da data da convenção. Eu disse que iria conversar com o presidente (do MDB) Baleia Rossi e verificar essa possibilidade”, afirmou Temer após encontro com os dirigentes da sigla nesta terça-feira, 18. O grupo quer que a convenção seja prorrogada para agosto, com a possibilidade de ser realizada no dia 5, último dia permitido pelo prazo eleitoral. Baleia Rossi, porém, afirmou que o encontro está mantido.
@MDB_Nacional @PSDBoficial @23cidadania que atendem pelo nome de CENTRO DEMOCRÁTICO decidiram que suas convenções nacionais para homologar @simonetebetbr como candidata à Presidência do Brasil serão no dia 27 de julho.
— Baleia Rossi (@Baleia_Rossi) July 19, 2022
Esta data está mantida.#SiimoneSIM
“Eu não vejo oposição radical a Simone Tebet, há uma preocupação política em relação ao que possa acontecer na eleição”, defendeu. Questionado se haveria chance do partido desistir de lançar uma candidatura própria, Temer disse que a senadora “está muito decidida”, mas que “há cerca de 11 diretórios que têm algumas dificuldades’'. Tempo ao tempo”, concluiu. O ex-presidente é um dos defensores do projeto político de Tebet ao Planalto.
Um dos porta-vozes do grupo que questiona a candidatura de Temer, o senador Eduardo Braga (MDB-AL) justificou o pedido de adiamento por acreditar que a convenção presencial é uma tradição no MDB e que nela “todas as correntes” podem se manifestar. “A ideia é que se poderia adiar para ter tempo hábil para podermos dialogar, conversar, porque é na conversa que o MDB construiu suas convergências”, afirmou. “Viemos ponderar de que ganhássemos tempo para buscar esse diálogo”, completou. Braga também acusou que o MDB precisa encarar questões como o “esfarelamento da terceira via”.
Em alusão à senadora Simone Tebet, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) alegou que a consequência de se colocar um candidato “sem competitividade” será a diminuição dos palanques estaduais e a projeção de bancada do partido, espelho do que ocorreu nas eleições presidenciais de 2018.
“O grande problema do Baleia Rossi é que ele parece não estar convencido da necessidade da candidatura própria e tenta consumar o fato sem convencer os segmentos do partido que não estão”, argumentou. “Não dá para pressupor um partido do tamanho e tradição do MDB querer apressadamente homologar candidatura própria sem viabilidade eleitoral.”
Também participaram da reunião Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara, os senadores Rose de Freitas (MDB-ES), Marcelo Castro (MDB-PI) e o ex-ministro Moreira Franco.
Na segunda-feira, 18, o grupo se encontrou com Lula para confirmar o apoio ao petista. Também participaram representantes do Maranhão, Ceará, Bahia, Paraíba, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Norte também estavam presentes.
Apesar de defenderem um acordo interno no partido, lideranças do MDB de 19 Estados reforçaram nesta terça-feira o apoio ao nome de Tebet em oposição a Lula. “Em respeito ao povo brasileiro e aos filiados do MDB, nós - defensores de uma alternativa à polarização e ao populismo – ratificamos nosso compromisso de lutar pela eleição de Simone Tebet à Presidência da República”, afirmaram em um manifesto.
Entre os signatários do documento, estão o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e antigos caciques da legenda, como Romero Jucá e Jarbas Vasconcelos.
Até o momento, a convenção nacional do MDB está marcada para a próxima semana, dia 27. Se não houver acordo, a expectativa é que os grupos que questionam a candidatura de Tebet, minoria entre os diretórios, tentem obstruir a votação, votando contra ou não comparecendo.
Gustavo Queiroz e Giordanna Neves / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - O presidente Jair Bolsonaro disse, na segunda-feira (18), que seu governo está trabalhando para apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.
"Queremos, obviamente, estamos lutando, para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro”, afirmou Bolsonaro, em evento com chefes de missões diplomáticas no Brasil sobre o processo eleitoral.
Segundo o presidente, o governo trabalha para “corrigir falhas” no pleito eleitoral. “Nós queremos corrigir falhas. Queremos transparência. Nós queremos democracia de verdade”, disse. Não foram divulgados os nomes dos embaixadores que compareceram à solenidade.
Em nota à imprensa, o Palácio do Planalto ressaltou que o evento teve o objetivo de “aprimorar os padrões de transparência e segurança" das eleições.
“[O presidente] sublinhou aos titulares e representantes diplomáticos presentes seu desejo de aprimorar os padrões de transparência e segurança do processo eleitoral brasileiro. Enfatizou que a prioridade é assegurar que prevaleça, de modo inquestionável, a vontade do povo brasileiro nas eleições que se realizarão em 2 de outubro próximo”, diz a nota.
Ainda durante o evento, Bolsonaro criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Na avaliação de Bolsonaro, os ministros dão declarações lamentáveis.
“O senhor Barroso, também como o senhor Fachin, começou a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É o contrário o que está acontecendo. O Barroso, nos Estados Unidos, fez uma palestra de como se livrar de um presidente. Ele era do TSE e do STF. Você não tem ciência de pessoas que ocupam os mesmos cargos em outros países que fiquem falando, dando entrevistas e palestras sobre opiniões pessoais sobre o governo? Lamentável a opinião do ministro Barroso, isso atrapalha o Brasil.”
Após as declarações de Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, reafirmou que o sistema de votação é seguro, transparente e auditável. Em evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, Fachin disse que o debate eleitoral tem sido "achatado por narrativas nocivas que buscam diluir a República e a constitucionalidade".
"Vivemos um tempo intrincado, marcado pela naturalização do abuso da linguagem e pela falta de compromisso cívico em que se deturpam sistematicamente fatos consolidados, em que se semeia a antidemocracia, pretensamente justificada por um estado de coisas inventado, ancorado em pseudorrepresentações de elementos que afrontam a toda evidência, a seriedade do sistema da Justiça e alta integridade dos pleitos nacionais. Criam-se nesse caminho da desinformação encenações interligadas, como, aliás, está a assistir hoje o próprio país", declarou.
Em nota, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso declarou que está "cumprindo o cansativo dever de restabelecer a verdade diante de mentiras reiteradamente proferidas".
"Cumprindo o cansativo dever de restabelecer a verdade diante de mentiras reiteradamente proferidas, o gabinete do ministro Luís Roberto Barroso informa que ele jamais proferiu palestra no exterior sob o título Como se Livrar de um Presidente. Em evento realizado na Universidade do Texas, a palestra do ministro foi sobre Populismo Autoritário, Resistência Democrática e Papel das Supremas Cortes.” O ministro citou que tanto o vídeo da apresentação como o texto em que se baseou a palestra são públicos.
Ainda de acordo com a nota, no evento, foram discutidos temas como separação de Poderes, semipresidencialismo, papel dos tribunais e impeachment. “Como alguns dos trabalhos apresentados eram efetivamente sobre mecanismos para afastamento de presidentes na América Latina, os estudantes que organizaram o evento deram-lhe o título de “Ditching a President: Constitutional Design of the Executive Branch in Latin America” (“Afastando um Presidente: Desenho Constitucional do Poder Executivo na América Latina”). Nenhum dos expositores sequer tocou no tema de eventual impeachment do atual Presidente do Brasil", conclui o texto.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, manifestou-se pelas redes sociais. Segundo ele, uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema.
“A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso. Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos. O Congresso Nacional, cuja composição foi eleita pelo atual e moderno sistema eleitoral, tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for”, disse.
Após apoiar Lula e pedir pela descriminalização da maconha, Anitta tira Bolsonaro do sério: É o limite dela.
BRASÍLIA/DF - Durante uma live realizada nessa semana, terça-feira (12/07), Anitta, 29 anos, reforçou seu apoio a Lula nas eleições deste ano e cobrou do ex-presidente a criação de um projeto que descriminalizasse a maconha. Após as declarações da cantora na live com o rapper Fiipe Ret, ela, é claro, entrou na mira de Jair Bolsonaro (PL). Nesta última quarta-feira (14), o atual presidente da República, e candidato à reeleição, não poupou críticas à artista durante uma viagem que fez ao Maranhão.
Presidente se irrita com declarações de Anitta
Em tom de ironia, o chefe do Executivo, disparou: “Vi a Anitta cobrando do Lula, né? ‘Tô te dando o maior apoião, libera a maconha aí, Lula!’ É o limite dela, né?“, disse logo a princípio.
Bolsonaro tira sarro de Anitta
“Assim como outro dia eu vi um vídeo dela também e mandei para o Paulo Guedes. Falei: ‘Cuidado que você vai perder seu emprego de ministro da economia’.“, acrescentou Bolsonaro logo na sequência, ainda tirando sarro da ‘Girl from Rio’.
Presidente defende que votar em Lula não é uma boa escolha
Em seguida, Bolsonaro opinou sobre a relevância pública que a ‘Poderosa’ tem e tentou convencer seu eleitorado de que votar em seu rival não será uma boa escolha: “Essa é a Anitta, que tem influência sobre os jovens. E o que faço para os jovens da Anitta, eu estou garantindo a liberdade de vocês“, afirmou ele.
“Se vocês ficarem um dia sem rede social, sem WhatsApp, você vai entrar em depressão. Fora que o candidato da Anitta quer controlar as mídias sociais.“, tentou ainda argumentar em relação às propostas do PT para regulamentação de canais de comunicação.
“E eu estou, como sempre, garantindo essa liberdade de vocês nas mídias sociais. Então, vocês podem estar aí ajudando a eleger um cara que quer tirar de você toda a liberdade que você tem“, completou por fim.
Lívia Coutinho / PaiPee.
SÃO PAULO/SP - Em visita ao bairro da Liberdade no domingo, 10, a senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata à Presidência do MDB, disse que o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), “também” vai apoiar o deputado Luciano Bivar (União Brasil) na disputa pelo Palácio do Planalto e cobrou espaço no palanque do tucano.
“Aquele que é apoiado tem que apoiar e abrir as portas”, disse a senadora. O PSDB decidiu abrir mão de ter candidato próprio e vai apoiar Tebet na corrida presidencial. Os tucanos vão, inclusive, indicar o senador Tasso Jereissati (CE) como vice.
Com o anúncio da aliança, Bivar ameaçou romper com o PSDB e sair do palanque de Garcia em São Paulo. No sábado, no entanto, o União Brasil promoveu ato político com Garcia na capital para selar o apoio do partido ao tucano no Estado.
“O governador que recebe o apoio de diversos partidos que têm pré-candidatos à Presidência tem que abrir portas para os candidatos”, disse Tebet.
O MDB está na coligação e deve indicar o vice de Garcia em São Paulo, enquanto o União Brasil tem a prerrogativa de escolher o candidato ao Senado. Bivar antes exigia exclusividade no palanque de Garcia, mas no sábado mudou o discurso e sinalizou que aceita “dividir” Garcia com Tebet.
Pedro Venceslau / ESTADÃO
SÃO PAULO/SP - O ex-governador Márcio França (PSB) confirmou na sexta-feira, 8, que vai abrir mão de sua pré-candidatura ao governo do Estado de São Paulo para apoiar o pré-candidato do PT, Fernando Haddad. Segundo o ex-governador, ele manteve sua palavra de que quem estivesse melhor avaliado nas pesquisas poderia ser o candidato representado pelas siglas. França será candidato a Senado na chapa de Haddad.
“Há tempos atrás, eu prometi que quem estivesse na frente nas pesquisas poderia ser o candidato do nosso campo político”, disse o pessebista em vídeo publicado no Instagram.
O ex-governador falou em defesa da “democracia” para justificar subir no palanque de Haddad. “É por isso que decidi apoiar agora a candidatura de Fernando Haddad para governador. Ele reuniu essas condições e está na frente, nas pesquisas. É a hora de defender, antes de tudo, a democracia. Nessa situação de emergência, nós temos que pensar em todos, e não em projetos pessoais.”.
Como mostrou o Estadão, o acordo entre Haddad e França foi selado no domingo passado, em um almoço no qual participaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidatos a presidente e vice na chapa PT-PSB. No encontro, França pediu mais tempo anunciar a desistência.
Após o anúncio de França, Haddad confirmou o ex-governador será candidato ao Senado em sua chapa. “Você será nosso senador, o senador do povo paulista, o senador da mudança”, afirmou o ex-prefeito. O anúncio oficial deve ocorrer neste sábado, em evento com a presença de Lula e Alckmin.
“Todos temos que fazer a nossa parte”, declarou. Para França, Haddad reúne as condições necessárias para vencer a disputa. “Temos que pensar em todos, e não em projetos pessoais”, afirmou, defendendo uma união para vencer o presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro. “Eu abro mão da minha candidatura, mas não abro mão dos meus princípios”, finalizou.
O anúncio acontece após o PSD de Gilberto Kassab confirmar apoio à candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A desistência do jornalista José Luiz Datena (PSC) de disputar uma vaga no Senado também abriu caminho para França buscar uma cadeira no Congresso.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada pelo Estadão nesta quinta-feira mostrou Haddad como líder entre os candidatos a governo de São Paulo em cenários com e sem França na disputa. Sem o ex-governador, o petista lidera com 35% ante os 29% no cenário inverso. Na pesquisa para o Senado, França lidera isolado, com 27% das intenções de voto, 14 pontos à frente do segundo colocado.
Giordanna Neves e Matheus de Souza / ESTADÃO
SÃO PAULO/SP - Pré-candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), terá quase o dobro do tempo de exposição no horário eleitoral gratuito na TV e no rádio do que os principais adversários caso assegure o apoio do União Brasil. Já Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), precisa do apoio do PSD, de Gilberto Kassab, para ficar à frente de Fernando Haddad (PT).
Garcia e Tarcísio estão empatados em segundo lugar, atrás do petista, segundo pesquisas de intenção de voto. Governador e ex-ministro ainda são pouco conhecidos dos paulistas. Garcia assumiu o Palácio dos Bandeirantes em abril após renúncia de João Doria.
O horário eleitoral na TV e no rádio será veiculado entre 26 de agosto e 29 de setembro. A divisão do tempo é feita segundo o tamanho da bancada de deputados federais eleita em 2018. O cálculo foi realizado com base nas regras da Resolução n.º 23.610 do TSE.
Com 81 deputados eleitos em 2018, o União Brasil – fusão de PSL e DEM – tem 1 minuto e 30 segundos em cada bloco, um à tarde e outro à noite, ambos com 10 minutos. Com a legenda, Garcia teria cerca de 4 minutos e 10 segundos, ante 2 minutos 23 segundos de Tarcísio e 2 minutos e 8 segundos de Haddad, já contando com o PSB, de Márcio França, que deve concorrer ao Senado.
Disputa
França tenta ainda atrair Kassab para a campanha de Haddad. Com isso, Tarcísio perderia os 39 segundos do partido, e o petista teria 2 minutos e 47 segundos, deixando Tarcísio com apenas 1 minuto e 43.
“Acreditamos muito na TV, já que o índice de desconhecimento do Tarcísio é muito grande. (O tempo de TV) É um tiro de canhão que funciona nas classes C e D”, disse o marqueteiro de Tarcísio, Pablo Nobel.
A aposta principal das campanhas, porém, está nas inserções espalhadas pela grade de programação da TV aberta. Segundo especialistas, elas têm um impacto muito mais efetivo do que os blocos. Pelos cálculos da pré-campanha de Garcia, o tucano deve ter 13 comerciais diários, Tarcísio, sete, e Haddad, seis.
“Nossa grande expectativa está nas inserções”, afirmou Nobel. “Com a composição política do Rodrigo, ele vai ter o maior tempo de TV e a possibilidade de demonstrar o que foi feito”, disse Wilson Pedroso, coordenador da pré-campanha.
A campanha de Haddad também vê o tempo de TV e rádio como estratégico. “Ainda é um espaço privilegiado em que o eleitor pode comparar propostas e biografias dos candidatos. As conversas com todos os partidos para composição política levam em consideração as questões programáticos e o espírito de reconstrução do Brasil e mudança em São Paulo”, afirmou Otávio Antunes, que atua no marketing do candidato petista.
Já o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, considera que o tempo disponível para o partido é bom e permite “passar a mensagem”. Ele também aponta que a legenda vai construir uma linguagem única nas inserções sobre as candidaturas majoritárias e proporcionais.
Para o cientista político Emerson Cervi, professor na Universidade Federal do Paraná, o tempo de rádio e TV continua importante na campanha eleitoral, já que o eleitor ainda chega indeciso no período eleitoral, principalmente nas disputas regionais. Segundo ele, há uma avaliação equivocada de que essas inserções não seriam relevantes em razão do resultado das eleições presidenciais em 2018.
“Essas eleições de descontinuidade, como 2018, não costumam se repetir. A tendência é você ter uma eleição de realinhamento na sequência, e é o que está se mostrando agora. Ao que tudo indica, em 2022 a gente volta a ter o mesmo papel central do horário eleitoral, até mais importante para as eleições regionais, porque o eleitor tem muito mais conhecimento de quem é candidato a presidente do que governador”, afirma.
Pedro Venceslau e Gustavo Queiroz / ESTADÃO
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