BRASÍLIA/DF - Apesar da derrota da proposta do voto impresso na Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro manteve nesta quarta-feira (11) ataques à Justiça Eleitoral e insinuações sem provas sobre a segurança das eleições brasileiras.
Em conversa com apoiadores horas após a derrota, Bolsonaro disse que deputados que votaram pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso não acreditam no trabalho do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e afirmou ainda que o resultado das eleições do ano que vem não será confiável.
"Números redondos: 450 deputados votaram ontem [terça-feira]. Foi dividido, 229 [a favor], 218 [contra], dividido. É sinal que metade não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE. Não acreditam que o resultado ali no final seja confiável", disse o presidente.
"Hoje em dia sinalizamos uma eleição... não é que está dividida. Uma eleição onde não vai se confiar no resultado das apurações", declarou aos seus apoiadores.
Nesta terça (10), dia em que Bolsonaro foi protagonista de um desfile de veículos militares em frente ao Palácio do Planalto, visto como uma forma de pressionar os demais Poderes, a PEC do voto impresso foi derrotada pelo plenário da Câmara.
A proposta foi usada como pretexto para seguidas manifestações golpistas do presidente.
Foram 229 a favor do texto, 218 contra e uma abstenção. Eram necessários ao menos 308 votos dos 513 deputados 60% para que a proposta de impressão do voto dado pelo eleitor na urna eletrônica fosse adiante. Ou seja, faltaram 79 votos para que a PEC fosse aprovada. Diante do resultado, ela foi arquivada.
Nesta quarta, Bolsonaro voltou a alimentar teorias da conspiração sobre a fragilidade dos sistemas internos do TSE e sobre a existência de um suposto plano para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "na fraude". As falas do mandatário foram transmitidas por um site bolsonarista.
"O que a gente quer repito aqui é uma maneira de a gente comprovar que em quem o João ou a Maria votou, o voto foi para aquela pessoa. Não tem explicação o que estão fazendo."
"Querem na verdade levar, eleger, uma pessoa na fraude. Uma pessoa que há pouco tempo esteve à frente no Executivo e foi uma desgraça o que aconteceu", disse Bolsonaro.
Em outro trecho, Bolsonaro disse estar "feliz com o Parlamento" após o resultado da votação. Ele também afirmou que alguns deputados que foram contra a PEC o fizeram por terem sido "chantageados".
"Quero agradecer à metade do Parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade, que votou contra, que entendo que votou chantageada. Uma outra parte que se absteve, não são todos, alguns ali que não votaram com medo de retaliação", disse.
Um dia antes, Bolsonaro acusou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e integrante do STF, de "apavorar" parlamentares contra o voto impresso. "O ministro Barroso apavorou alguns parlamentares, e tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou."
Já o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi na linha contrária da de Bolsonaro. Questionado sobre o voto impresso, ele afirmou que o assunto está "encerrado". "Para mim está encerrado, o Congresso decidiu está decidido", disse, ao chegar ao gabinete da Vice-Presidência, anexo ao Palácio do Planalto.
"Nós não conseguimos o número de votos necessários, minha avaliação era que era difícil conseguir os 308 votos. Apesar de termos a maioria de votos, mas não foi o número necessário para uma mudança."
"Acho que o assunto foi colocado, a própria Justiça Eleitoral acho que ela vai se esforçar para, dentro do processo que existe, dar mais publicidade e transparência. Acho que no final das contas saímos bem disso daí", afirmou.
A análise do mapa da votação que rejeitou a adoção do voto impresso mostra que os dois principais partidos do centrão, PL e PP, foram cruciais para enterrar na Câmara a bandeira de Jair Bolsonaro, também pretexto para seus discursos golpistas.
Apesar de serem aliados do presidente da República, as duas siglas deram apenas 27 votos a favor da medida, um terço de suas bancadas. Outros 36 deputados dessas duas legendas votaram contra e 18 se ausentaram, o que, na prática, contou como voto contrário à PEC.
Ou seja, se PP e PL tivessem se mobilizado totalmente a favor do voto impresso, a medida ficaria bem mais próxima de ser aprovada em vez dos 79 votos a menos (uma PEC precisa de 308 ou mais votos), faltariam apenas 25.
O PP lidera o centrão e tem a Casa Civil, comandada pelo presidente da sigla, o senador Ciro Nogueira. A Câmara também é presidida pelo partido, com Arthur Lira (PP-AL), que nesta terça afirmou esperar que esse assunto esteja encerrado entre os deputados.
Nos bastidores, o centrão nunca se envolveu de corpo e alma na defesa do voto impresso, considerando essa uma bandeira dos bolsonaristas radicais. Na reta final da discussão, ainda pesou contra o agravante de Bolsonaro intensificar o discurso contra os Poderes.
Em uma atitude diferente das grandes siglas do centrão, partidos que se opõem a Bolsonaro, mas não integram a esquerda, racharam, apesar do discurso público de seus presidentes contrários ao voto impresso.
Em junho, presidentes de 11 legendas se reuniram e fecharam acordo para votar contra a medida.
Nesta terça, porém, PSDB, MDB e DEM se dividiram. Os tucanos deram 14 votos a favor da medida, mais do que os que votaram contra (12). Cinco se ausentaram, e Aécio Neves (MG) foi o único a se abster, o que, na prática, contou como voto contra.
MDB e DEM deram 28 votos a favor da medida e 33 contra (entre faltosos e votos não). O PSD de Gilberto Kassab pendeu mais para o lado do voto impresso 20 votos a favor da medida e apenas 15 contra (entre votos não e faltosos).
Ao final da votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), agradeceu ao plenário pelo "comportamento democrático de um problema que é tratado por muitos com muita particularidade e com muita segurança".
"A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a esse assunto. E na Câmara eu espero que esse assunto esteja definitivamente enterrado", afirmou.
A abstenção registrada foi do deputado Aécio Neves (PSDB), que, em 2014, pediu auditoria no resultado das eleições após perder por estreita margem para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A votação desta terça-feira (10) enterra a proposta que mobilizou a escalada de ataques de Bolsonaro a integrantes do STF e do TSE e que agravou uma crise entre os Poderes.
A tensão foi apimentada com a apresentação de blindados das Forças Armadas em Brasília, vista como tentativa de intimidação no dia de votação da PEC do voto impresso.
Desde antes de assumir, Bolsonaro tem alimentado suspeitas contra as urnas eletrônicas, apesar de jamais ter apresentado qualquer indício concreto de fraude nas eleições.
Baseado nessas falsas suposições, e em um cenário de queda de popularidade e de maus resultados em pesquisas de intenção de voto, já ameaçou diversas vezes a realização da disputa do ano que vem.
Arthur Lira disse ter ouvido de Bolsonaro o compromisso de que respeitaria o resultado do plenário da Câmara apesar da desconfiança inclusive de aliados do presidente.
A votação ocorreu horas após um desfile militar patrocinado por Bolsonaro, que reuniu na manhã desta terça cerca de 40 veículos, todos da Marinha, entre blindados, caminhões e jipes.
A parada militar passou ao lado da praça dos Três Poderes, onde estão o Palácio do Planalto (sede do Executivo), o Congresso Nacional (Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (Judiciário).
Interpretado como uma tentativa de demonstração de força do presidente no momento em que aparece acuado e em baixa nas pesquisas, o desfile foi alvo de uma série de críticas do meio político, sendo tratado como mais uma tentativa do Planalto de pressionar outros Poderes e de buscar a politização das Forças Armadas.
*Por: RICARDO DELLA COLETTA / FOLHA
BRASÍLIA/DF - O plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 229 votos favoráveis, 218 contrários e uma abstenção, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso. Para que fosse aprovada, a PEC precisava de, no mínimo, 308 votos em dois turnos de votação. A matéria será arquivada.
"Eu queria, mais uma vez, agradecer ao plenário desta Casa pelo comportamento democrático de um problema que é tratado por muitos com muita particularidade e com muita segurança. A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a esse assunto e, na Câmara, eu espero que esse assunto esteja definitivamente enterrado", disse o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), ao encerrar a votação.
Discussão
Todos os partidos de oposição votaram contra a proposta. Segundo o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição, os parlamentares contrários à proposta evitaram se manifestar durante a votação para acelerar o tempo de análise da proposta. “Foi correto que rechaçássemos essa proposta porque seria um grave retrocesso no país. Não houve um caso de fraude comprovada nos 25 anos de uso da urna eletrônica no país”, disse.
O deputado Carlos Sampaio, vice-líder do PSDB (SP), citou que, em 2014, a sigla solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma auditoria nas urnas após a vitória de Dilma Rousseff, do PT, sobre o candidato do PSDB, Aécio Neves. Segundo o parlamentar, novas resoluções da Corte Eleitoral em 2019 deram mais transparência ao processo de votação.
"Tudo o que o nosso partido colocou na auditoria de 2014, melhor, finalizada em 2015, constou dessa resolução. Pode não agradar grande parte dos que estão me ouvindo, talvez grande parte dos meus eleitores, mas esses são os fatos como eles são. E quando disse que o TSE tinha, em 2015, urnas não auditáveis, eu disse com embasamento técnico e científico, com base em perícias. E se hoje venho aqui dizer que esse voto é auditável e ele é aferível, é porque tem a mesma resolução, essa de 2019, a respaldar o que eu estou dizendo", afirmou Sampaio.
Ao defender a proposta, a autora do texto, deputada Bia Kicis (PSL-DF), argumentou que o sistema atual não permite ao eleitor verificar se o voto foi corretamente computado pela urna.
"A verdade é que, quando imprimimos o voto, ainda que seja impresso pelo mesmo software, o eleitor é capaz de ver com os próprios olhos. E é nisto que ele acredita: nos seus olhos, e não num software que está cercado pelo segredo da urna. Ninguém consegue enxergar dentro do software. Então, o boletim de urna traz apenas o resultado final, a soma dos votos, mas ele não permite ao eleitor enxergar o próprio voto. Por isso essa impressão é tão importante e torna todo o sistema auditável", afirmou a deputada.
Desfile militar
O desfile com veículos blindados realizado na manhã de hoje, na Esplanada dos Ministérios, causou controvérsia entre os parlamentares. Para parte dos deputados e senadores, o ato foi uma tentativa do governo federal de intimidar os congressistas no dia em que se discutiria uma pauta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Histórico
A proposta que previa o voto impresso foi derrubada em comissão especial na sexta-feira (6), por 22 votos a 11. No entanto, por considerar que os colegiados não são conclusivos, Arthur Lira (PP-AL) decidiu colocar a proposta em votação pelo plenário. Na ocasião, o presidente da Casa, argumentou a disputa em torno do tema “já tem ido longe demais”.
Ao recomendar a rejeição da proposta, o deputado Raul Henry (MDB-PE) afirmou que havia risco potencial de fraudes com manipulações de comprovantes em papel, empecilhos derivados do acoplamento de impressoras em urnas eletrônicas e efeitos diversos sobre o processo eleitoral e os partidos.
“A população brasileira, depois de 25 anos da utilização da urna eletrônica, reconhece e testemunha a conquista que ela representa”, justificou Henry. “Diferentemente do período em que o voto era em papel, não há nenhuma confirmação de uma única fraude nesse período”.
*Por Heloisa Cristaldo – Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na quarta-feira (4) ter tido acesso, horas atrás, a novas informações que supostamente demonstrariam a possibilidade de fraude nas eleições. Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro disse que disponibilizaria pela internet a seus seguidores, inquérito sigiloso da Polícia Federal, obtido pelo deputado Filipe Barros (PSL-PR) no início dos trabalhos da comissão especial, que mostraria o acesso de hacker a sistemas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abril a novembro de 2018.
Segundo Bolsonaro, em 2018 uma pessoa teria acessado o código de programação das urnas eletrônicas, assim como senhas de acesso de um ministro e de servidor da Corte. Segundo o presidente, o agente teria oferecido o material ao blog TecMundo em novembro de 2018.
A plataforma, entretanto, mantém no ar uma correção ao material que havia sido publicado e destaca que “um grupo de criminosos digitais republicou um apanhado de dados antigos, possivelmente de 20 anos atrás, como se fossem resultado de um ataque recente ao TSE”. “Fontes do TecMundo conseguiram confirmar que existem registros de data e hora no pacote de dados divulgado neste domingo, remetendo ao período de 2001 até 2010”, reforça.
De acordo com a plataforma, as informações teriam sido obtidas de um servidor abandonado, o que tornaria os dados irrelevantes ou pouco valiosos até mesmo para estelionatários digitais.
Estadão Conteúdo
BRASÍLIA/DF - Um dia após Jair Bolsonaro fazer durante live seu principal ataque ao sistema de votação brasileiro e repetir com alarde teorias já desmentidas sobre as urnas eletrônicas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta sexta-feira (30) não ver chances de a PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso ser aprovada na comissão especial da Casa.
Na avaliação de Lira, o texto não terá apoio suficiente para chegar ao plenário. "A questão do voto impresso está tramitando na comissão especial, o resultado da comissão impactará se esse assunto vem ao plenário ou não. Na minha visão, tudo indica que não", afirmou.
O comentário foi feito em uma live realizada pelo Conjur, que também teve a participação do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Eleito para comandar a Câmara com apoio de Bolsonaro, Lira afirmou que confia no sistema atual, mas disse não ver problemas em dar mais transparência ao processo de votação. "Onde não há problema, a gente precisa deixar ainda mais claro", defendeu.
A proposta quase foi derrotada na última reunião da comissão do primeiro semestre, mas uma manobra de governistas adiou a votação para 5 de agosto, depois do recesso parlamentar.
O relator da PEC, deputado Filipe Barros (PSL-PR), aposta em Ciro Nogueira à frente da Casa Civil para fazer o texto avançar no Congresso. Além disso, Barros promete reformular o parecer para tentar vencer resistências.
Mesmo que avance na comissão, para aprovar uma PEC são necessários ao menos 308 votos na Câmara -de um total de 513 deputados- e 49 no Senado -de um total de 81 senadores-, em votação em dois turnos. E, para valer para as eleições de 2022, a proposta teria de ser promulgada até o início de outubro.
Ao comentar sobre o assunto, Gilmar Mendes disse considerar que a discussão do voto impresso é "uma falsa questão" que esconde outras intenções.
"Essa ideia de que, sem voto impresso, não podemos ter eleições ou não vamos ter eleições confiáveis, na verdade, esconde talvez algum tipo de intenção subjacente, de uma intenção que não é boa", afirma.
O ex-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) disse que é preciso "parar de conversar fiada" e sugeriu que, diante das desconfianças, os defensores do voto impresso deveriam pedir a volta do voto manual "como um todo".
"Se de fato nós temos tanta certeza de que não há problemas no voto impresso, seria melhor voltar para o voto manual, que nós tivemos inúmeros problemas, inclusive na contabilização e depois no fenômeno que nós conhecemos do mapismo. Portanto, vamos parar um pouco de conversa fiada. Claro que todos nós somos favoráveis à auditabilidade da urna, queremos que seja auditável, e ela é auditável", comentou.
O ministro do STF rebateu também as afirmações de que Aécio Neves (PSDB) teria vencido as eleições de 2014, alegação sem qualquer indício de verdade que tem sido repetida com frequência por Bolsonaro.
"O caso do Aécio [...] não lhe faltou outra coisa que não votos. Se pode até discutir abuso de poder econômico, abuso de poder político, mas isso nada tem a ver com o voto eletrônico", defendeu.
As falas de Bolsonaro na quinta-feira geraram reações tanto no STF e no TSE. Nos bastidores, ministros classificaram como "patética" a live nas redes sociais.
Para magistrados, o presidente revelou-se desesperado diante da perda de popularidade que vem sofrendo e por ser alvo de denúncias de suspeitas de irregularidades e corrupção na compra de vacinas.
*Por: WASHINGTON LUIZ / FOLHA
BRASÍLIA/DF - O ex-presidente Lula disse à TV mexicana na 4ª feira (28) que, enquanto governou o país (2003-2011), todos tiveram aumento na renda –desde os banqueiros aos trabalhadores. “Nunca na história do Brasil os empresários ganharam tanto dinheiro, os terratenentes ganharam tanto dinheiro, os banqueiros ganharam dinheiro. Mas os trabalhadores também ganharam dinheiro. A economia brasileira cresceu, nós geramos empregos, o Brasil virou protagonista internacional”, afirmou.
As declarações rebatem críticas de que o petista fez vista grossa aos ganhos dos mais ricos durante seu período no comando do país. Mais cedo nesta 4ª feira (28.jul), o ex-ministro Ciro gomes (PDT), afirmou que um possível 3º mandato de Lula seria voltado a classes sociais mais altas.
O petista é possível candidato à Presidência em 2022, e também aproveitou parte da entrevista ao Canal Once, para criticar o presidente Jair Bolsonaro –seu principal adversário político– que, segundo ele, foi “irresponsável” no combate à pandemia e atrasou a compra de vacinas ao Brasil.
“Nós temos no governo um genocida. Um cidadão que não gosta de trabalhador, que não gosta de negro, que não gosta de mulher, que não gosta de índio, que não gosta de pobre, que não acredita na vacina, que não acredita no coronavírus. Ou seja, é um cidadão que despreza aquilo que todos seres humanos prezam”.
Lula também cumprimentou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador –de esquerda–, elogiando seu trabalho no cargo.
Assista (42min8s):
PROTESTOS EM CUBA
O ex-presidente, que afirmou ser “amplamente favorável a alternância de poder”, criticou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por não revogar normas editadas por Donald Trump contra Cuba.
“O povo cubano tem o direito de ir para a rua, tem o direito de pedir liberdade, o povo cubano tem direito de pedir mais comida na meda, de pedir mais energia. […] O que eu não consigo compreender é por que o presidente Biden, depois da decisão da ONU que pediu para tirar os embargos em relação a Cuba, não foi ontem à televisão e anunciou tranquilamente que ele iria revogar todos os atos do presidente Trump contra Cuba? Por que ele não foi?”.
Segundo Lula, sem citar diretamente o país latino-americano, “não existe maneira de você construir uma forma de governança justa se não for democrática”.
“Eu, como você, tenho um profundo respeito sobre Cuba. Eu amo o povo cubano. Sou fã ardoroso da revolução cubana. Acho que foi um marco extraordinário do nosso continente. E, lamentavelmente, a gente ao fazer crítica ao regime cubano, a gente tem que lembrar uma coisa: os Estados Unidos não tiverem sequer a delicadeza de tentar conversar com os cubanos para tentar se alinhar com a União Soviética logo depois da revolução. O que é importante é que nós temos que entender 60 anos de bloqueio. É muito ódio acumulado dos cubanos de Miami com os cubanos de Cuba”, disse.
BRASIL E ESTADOS UNIDOS
Lula também defendeu a criação de um bloco econômico com países da América Latina para “fazer frente” a outros grupos. Segundo o petista, todo o continente “está muito subordinado ao poder econômico dos norte-americanos”.
“É necessário que a gente tenha um bloco para fazer frente aos outros blocos. […] Nós temos que fazer frente aos Estados Unidos e ao Canadá. Nós temos que fazer frente a China, nós temos que fazer frente ao mundo asiático, a Rússia. Nós temos que tomar consciência que agindo separado e negociando separado nós somos mais fracos”, afirmou.
De acordo o ex-presidente, o objetivo não é criar inimizade com os Estados Unidos, mas sim “alternativas” para o fortalecimento econômico dos países da região.
“Nós precisamos olhar o mundo não apenas para os Estados Unidos, não apenas para a Europa. Nós temos que olhar o mundo para nós mesmos”, completa.
*Por: Rafael Barbosa / PODER360
BRASÍLIA/DF - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira que a eventual adoção da impressão do voto em urnas eletrônicas obrigará o transporte de 150 milhões de cédulas no país do roubo de carga e de milícias.
"Qual a razão pela qual o TSE tem se empenhado contrariamente ao voto impresso? É que vamos ter que transportar 150 milhões de votos no país do roubo de carga, da milícia, do Comando Vermelho, do PCC, dos Amigos do Norte", disse Barroso em audiência pública no Senado que discute mudanças na legislação eleitoral.
Barroso destacou que o atual sistema é seguro e "totalmente transparente", citando que as urnas eletrônicas, quando estão em funcionamento, não entram em rede.
"As pessoas dizem que atacam a Nasa, o FBI, Pentágono, por que não atacam o TSE? Mesmo que ataquem, derrubem o sistema do TSE, as urnas não entram em rede", afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro tem defendido a adoção do voto impresso na eleição do ano que vem, em meio a frequentes acusações sem fundamentos de que existem fraudes no sistema atual. Ele tem atacado duramente a atuação de Barroso.
Bolsonaro, que afirma de maneira errada que a votação eletrônica não é auditável, diz ter provas de fraude na eleição presidencial de 2018, alegando tê-la vencido já no primeiro turno. Ele, no entanto, jamais apresentou as provas que alega possuir e, na semana passada, disse que as apresentará "se quiser".
A eventual adoção do voto impresso --em discussão no Congresso Nacional-- tem enfrentado resistências de partidos políticos, inclusive aliados do governo.
PARADOXO
Para Barroso, a única forma para que a impressão do voto seja "algo palatável" é que a contagem seja feita de forma automática e não de forma manual.
"Há um paradoxo. O voto impresso seria imprimido pela mesma urna eletrônica que está sob suspeita, portanto, se fraudar o eletrônico, frauda o impresso", disse.
"De modo que vamos gastar 2 bilhões de reais, criarmos um inferno administrativo para essa licitação, com um risco imenso de fraude e, pior, quebra de sigilo tão ruim quanto porque no voto eletrônico o eleitor vota e vai para um arquivo da urna", reforçou.
Na apresentação, o presidente do tribunal disse que há um discurso para tirar a credibilidade de algo que sempre funcionou bem, "como se pudesse haver um grande esquema de fraude conduzido pelo TSE".
"Teria que ser uma conspiração de milhares de pessoas", afirmou.
Mais cedo, pesquisa CNT/MDA apontou que 32,9% manifestaram confiança elevada no sistema atual de votação, ao passo que 30,8% disseram ter confiança moderada, 15,8% confiança baixa e 18,7% nenhuma confiança.
Além disso, 58% dos entrevistados disseram ser a favor das urnas com impressão do voto, alegando que a iniciativa iria gerar maior confiança nos resultados. Outros 34,9% afirmaram serem contra a prática, porque o sistema atual já funciona bem.
*Por Ricardo Brito / REUTERS
SÃO CARLOS/SP - Passados pouco mais de sete meses das eleições 2020, ocorrido em 15 de novembro, os holofotes estão voltados ao prefeito reeleito Airton Garcia (PSL). O paradeiro de quem venceu o pleito é bem conhecido: o Paço Municipal “Sesquicentenário de São Carlos”.
Mas onde estão os outros 11 candidatos que disputaram o posto de chefe do Executivo Municipal?
Leandro Guerreiro
Guerreiro como é mais conhecido terminou o mandato de vereador ajudando uma mãe que estava com o bebê precisando do seu auxílio. E em 2021 continuou ativo na rede social facebook (quando facebook deixou) com muitas curtidas em cada postagem, assuntos como Covid-19, contra lockdowm, cobrando o poder público em vários assuntos... Em fevereiro, continuou na Rádio São Carlos e conduzido o Programa ‘Fala São Carlos’, enquanto o nosso amigo Tucura se recupera do Covid-19. Sobre a política, está com grandes chances em ir para o MDB, onde o presidente do partido João Mulher disse que vai lançar candidatos a deputados estadual e federal e segundo Guerreiro, “eu quero disputar as eleições do ano que vem. Mas é apenas um convite”.
Leandro está bloqueado no facebook, que segundo ele, “deve ser os esquerdistas que ficam me denunciando meu perfil”, está usando também o TikTok que está indo bem com mais 20 mil seguidores, e tem vídeo de aproximando de 1 milhão de visualizações, sem falar no WhatsApp que tem mais de 3 mil contatos e 1 mil pessoas que veem o status.
Guerreiro afirma que continua sendo procurado pelo povo e que tenta ajudar o máximo possível e que ouve na rádio e pela rua que ele está fazendo muita falta na atual câmara municipal.
ANTONIO SASSO
Antonio Sasso é advogado, com pós-graduação em direito empresarial e especialista em relações sindicais. Continua advogando, filiado ao PODEMOS e ouvindo a população e encaminhando as demandas ao partido a nível estadual e federal.
“Prezado Ivan, boa tarde. Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo convite que me foi apresentado, para que eu pudesse falar um pouco sobre a trajetória que venho tomando após as eleições de 2020. Refleti muito sobre a minha participação nas referidas eleições e acredito que concorrer ao cargo de prefeito municipal da minha amada São Carlos/SP, tenha sido uma experiência muito importante para mim: pude conhecer melhor a nossa cidade, pude aprender mais sobre a nossa gente e pude entender melhor como funciona a política ‘pelo lado de dentro’. Juntamente com os membros da Direção local do partido, com o meu candidato a vice e com os candidatos a vereadores, também nos foi possível protagonizar uma maior consolidação da “Podemos” aqui em São Carlos. Por outro lado, o fato de não ter sido eleito não me desanima na luta que todos temos que travar por uma cidade mais moderna, mais humana e melhor gerida! Por isso, desde o encerramento das eleições de 2020, tenho me dedicado integralmente não apenas à família e à profissão (como você sabe, sou advogado e faço parte de um escritório de Advocacia daqui da nossa querida São Carlos/SP), mas também a acompanhar a política local sempre imaginando como teria agido frente a este ou àquele desafio, se tivesse sido eleito. No meu ministério privado, tenho sempre conjugado as três principais características da (boa) política, quais sejam: a arte de bem conviver, de bem articular e de agir com boa fé no trato da “coisa pública”! Nisso tudo é onde tenho colocado foco na minha atuação institucional e no fortalecimento “Podemos” aqui em São Carlos, secundado pelos demais membros da Direção local do partido e pelos valorosos cidadãos que integraram o nosso quadro de candidatos”.
MARINA MELO
Marina Melo é formada em direito e empresária. Nós entramos em contato pelo WhastApp, onde foi ouvido o áudio, mas não tivemos a resposta.
SERGIO FERRÃO
Nascido em São Carlos, Sérgio Ferrão é formado em publicidade e propaganda, pós-graduado em administração pública. Tem uma agência de comunicação há mais de 15 anos e é ex-presidente do Country Club. Segundo Ferrão, ele cumpre o que disse em campanha, não se sustenta com dinheiro público, está fazendo cursos de atualização política. Continua trabalhando com terceiro setor ajudando as entidades que precisam. Os trabalhos junto a população continuam, que inclusive, está sendo desenvolvido um portal de notícias onde irá fiscalizar o poder público e apresentando propostas. E dentro das conversas políticas o futuro à Deus pertence.
AIRTON GARCIA
Airton Garcia conhecido como O homem do boné é político e empresário, casado e tem dois filhos e filiado ao Partido Social Liberal (PSL).
No último pleito, Airton foi reeleito com 54.573 votos (48,88%) dos votos válidos, continua trabalhando para o desenvolvimento do município.
CHICO LOCO
Francisco Márcio de Carvalho, mais conhecido como Chico Loco nasceu em Santo André, é médico neurologista e intensivista, atuando em São Carlos desde 1992. O candidato continua exercendo normalmente sua atividade profissional como médico, assim como fez em toda a campanha política. Em relação ao futuro político, afirma que depende da possibilidade de ser aceito pela legenda PSB, para novas candidaturas, considerando-se que sua votação pouco expressiva para prefeito (3347 votos) indica que seu projeto de governança corporativa, não agradou ao eleitor são-carlense.
MESTRE TAROBA CAPOEIRA
Em entrevista, Mestre Taroba fala sobre os resultados pós eleições municipais. “Estou muito feliz pelo reconhecimento que tenho da população caminhando pelas ruas de São Carlos. Posso sentir o carinho das pessoas em cada conversa, em cada pedido que fazem. A política transformou minha vida. Já recebi convites de alguns partidos políticos para concorrer às eleições de 2022. Estou estudando a possibilidade, mas continuo afiliado ao partido do Avante. Lugar tive a oportunidade de concorrer à Prefeitura de São Carlos. É bom ressaltar que pela primeira vez, nossa cidade, teve os únicos candidatos negros a prefeito e vice-prefeito.
O trabalho não para. Sigo firme em torno dos projetos sociais. São mais de 40 anos ajudando nossas crianças e adolescentes a vencer a barreira das drogas e da violência através do projeto social da capoeira.
Outro ponto positivo é o projeto da Capoterapia. Estou trabalhando online em razão da pandemia e mesmo a distância o projeto entrega benefícios a população como: auto estima, combate a depressão e outros de caráter físico e mental aos nossos idosos da nossa querida São Carlos.” Finaliza Mestre Taroba.
NETTO DONATO
Donato é casado e advogado com especialização em direito público e mestrado em gestão e políticas públicas. Netto está como coordenador estadual de Cidades Inteligentes. Nossa redação entrou em contato com assessoria do coordenador que disse que iria responder no mesmo dia (01/07), mas até fechamento desta matéria não fomos respondidos.
RONALDO MOTA
Nascido em São Paulo, é professor da rede pública e particular, militante da educação e das causas sociais como direção da Apeoesp (sindicato dos professores) e membro do PSOL-RESISTÊNCIA E TRAVESSIA. Com o fim das eleições retomou as aulas na escola pública estadual que estava afastado por imposição da lei e continuou com as aulas particulares. Professor Ronaldo considera positiva a participação nas eleições, o que lhe obrigou a dividir ainda mais o tempo destinado ao trabalho e a família com a organização dos movimentos sociais.
“Com poucos recursos financeiros, conseguimos apresentar o programa do PSOL na defesa dos direitos de 99% da população, isto é, os grupos oprimidos como a população negra; as mulheres; a comunidade LGBTQIA+; trabalhadores desempregados, uberizados e sem teto. O partido se afirmou como o defensor dos serviços e servidores públicos ao lutar, por exemplo, por melhores condições de trabalho e salário para garantir atendimento a toda população no que diz respeito às suas demandas em saúde, educação, habitação, transporte e meio ambiente.
Acumulamos a grande vitória de ocuparmos pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Vereadores por meio do nosso amigo e companheiro Djalma Nery, que está garantindo a implementação de projetos de grande alcance social e, ao mesmo tempo, mantém a fiscalização do poder executivo municipal.
Ademais, nossas vitórias aumentam o nosso compromisso com as bandeiras defendidas pelo PSOL e, consequentemente, intensificam a nossa obrigação de manter o trabalho de acompanhamento e de organização, sobretudo, dos setores periféricos que continuam sendo negligenciados pelo atual prefeito e seu grupo político. O maior exemplo disso é a forma como ocorre o controle da pandemia, ou seja, sucumbe-se às pressões dos grandes setores econômicos que forçam a manutenção da abertura da economia irresponsável e, simultaneamente, abandona-se os pequenos empresários e trabalhadores autônomos que estão falindo por falta de apoio econômico. Também estamos participando dos movimentos sociais de solidariedade ativa aos setores mais vulneráveis e também estamos cobrando os executivos municipal, estadual e nacional para que tomem todas as medidas indicadas pela ciência para minimizarmos o número de mortos e para garantir a dignidade dos brasileiros com renda por meio da luta pelo auxílio emergencial no valor de no mínimo R$600,00, além da continuidade da não volta das aulas presenciais enquanto a população não estiver vacinada.
Em suma, o governo de Bolsonaro boicotou a compra das vacinas, única forma de controle da pandemia e da economia voltar a normalidade. Aliás, pior que isso, o presidente incentiva a população a abandonar os protocolos de segurança como o uso de máscara e o distanciamento social.
Levando tudo isso em conta, continuamos militando nos movimentos sociais e movimentos institucionais (na câmara municipal) contra os bolsonaristas de São Carlos que imitam as atitudes grosseiras e ignorantes do Presidente. A cidade da ciência e tecnologia é rodeada por grupos que desprezam e odeiam a produção universitária e discriminam a população periférica.
SÃO CARLOS precisa mudar e isso será resultado de luta e organização”.
JÚLIO CESAR
Nascido em São Carlos, Júlio Cesar é professor universitário, mestre em ciência política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas, bacharel em direito e possui licenciatura plena em história.
Foi vereador por três oportunidades. Foi secretário de Planejamento, presidente da Câmara e deputado estadual.
Entramos em contato com o Júlio, através de áudio enviado via WhatsApp, e o mesmo reproduziu o áudio, porém não retornou ou se manifestou.
ERICK SILVA
Erick Silva, é metalúrgico, formado em Ciências Sociais com mestrado em gestão pública. Atualmente metalúrgico na Volkswagen, Dirigente do Sindicato na VW, Presidente do PT São Carlos e Diretor Executivo da FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos/SP).
DEONIR
Deonir nasceu em Ciríaco (RS) é empresário, formado em magistério, engenharia química e processos gerenciais. Foi candidato a vereador por duas vezes, em 2012 e 2016, e secretário municipal de Agricultura e Abastecimento do município entre os anos de 2017 e 2019.
"Após as eleições de 2020 eu voltei a administrar minha empresa, pois não vivo da política, entretanto moro e fui bem acolhido por São Carlos, então decidi que irei continuar fiscalizando. Estou de olho no que vem acontecendo com relação ao Ginásio de Esportes, aos 120 leitos que foram prometidos e só ficaram no papel, e vou cobrar! Primeiramente como cidadão, depois como um lutador pela dignidade do povo de São Carlos e pelas pessoas que acreditam em meu trabalho. Irei dedicar ainda mais tempo para fiscalizar e mesmo não estando na prefeitura, irei cuidar de São Carlos mostrando o que deve ser feito de melhor para a cidade".
*Colaboração: Rodrigo Stein
BRASÍLIA/DF - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou a interlocutores que ainda enxerga caminhos para reverter a decisão do colega, ministro Edson Fachin, que permite o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participar das eleições no ano que vem. As informações são do canal My News.
Fux mencionou o uso do princípio da moralidade, dentro da Lei da Ficha Limpa, para barrar a candidatura do petista.
Na avaliação do presidente do STF, a eventual eleição de Lula pode acirrar os ânimos com as Forças Armadas. Sendo assim, não permitir a candidatura poderia evitar riscos de ruptura democrática em 2022.
De acordo com a reportagem, a opinião de Fux não é compartilhada pelos demais ministros da Corte. Para os magistrados, seria muito difícil justificar juridicamente qualquer interpretação tendo em vista não haver condenações contra o petista.
Na última sexta-feira (25), o Ipec (Instituto de Pesquisas Cananéia) divulgou um levantamento, em que mostra Lula liderando as eleições para presidência com 49%, enquanto Jair Bolsonaro (sem partido) tem 23%.
*Por: TV CULTURA
SÃO PAULO/SP - O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) seria o nome com mais chances de vencer as eleições ao governo do estado de São Paulo, se elas fossem hoje. Em todas as simulações de segundo turno para 2022, ele aparece com vantagem nas intenções de voto em relação aos outros possíveis candidatos, com aproximadamente 44%.
No primeiro turno, apesar de estar empatado com mais quatro nomes dentro da margem de erro, que é de 2,65 pontos percentuais para mais ou para menos, ele está em primeiro lugar, quando a disputa é sem João Doria (PSDB). Na simulação com o atual governador, ambos aparecem empatados, e logo atrás de Fernando Haddad (PT).
Os dados da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostram que a disputa pelo governo de São Paulo será uma das mais acirradas do país. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.000 pessoas entre os dias 22 e 24 de junho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares.

Maurício Moura, fundador do IDEIA, avalia que a força e imagem de Alckmin, sobretudo no interior do estado, ainda são muito presentes no imaginário dos paulistas.
“A pesquisa de intenção de voto mostra que existe uma memória positiva em relação ao Alckmin, que lidera numericamente os vários cenários de primeiro e de segundo turno. Quando fazemos as quebras regionais, na região do Vale do Paraíba, na região do sul, e no interior do estado de São Paulo, ele é muito bem avaliado”, diz.
Diferentemente das outras vezes em que foi governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deve se candidatar por outro partido. É praticamente certa a sua saída do PSDB nos próximos dias. Conversas nos bastidores indicam que é mais provável que ele vá para o DEM ou PSD.
Tudo isso ocorre pela falta de espaço dentro do PSDB. A ideia de João Doria é se lançar à presidência e colocar na disputa ao Palácio dos Bandeirantes o atual vice-governador, Rodrigo Garcia. Recentemente, Garcia deixou o DEM, se filiou ao mesmo partido de Doria, e anunciou a pré-candidatura.
Primeiro turno difícil
Mesmo que Alckmin seja o nome mais competitivo, o primeiro turno deve ser uma prova de fogo a todos os postulantes ao governo de São Paulo. Em uma simulação de primeiro turno, Alckmin tem 18% das intenções de voto, Márcio França (PSB), 17%, Fernando Haddad aparece com 13%, Guilherme Boulos (PSOL) também com 13%, e Paulo Skaf (MBD) tem 10%.
Considerando a margem de erro da pesquisa, eles estão tecnicamente empatados. Essa simulação leva em conta uma candidatura com o vice-governador, Rodrigo Garcia. Caso Doria mude de ideia e resolva concorrer à reeleição, o cenário fica ainda mais embolado, com empate entre Haddad, Doria, Alckmin, França, Boulos e Skaf.
Maurício Moura faz uma leitura de que há dois polos claros de preferência do eleitor paulista: um de centro-direita e outro de esquerda. E como há mais de uma candidatura nesses espectros políticos, os votos se dividem levando a um empate.
“Temos uma eleição no estado de São Paulo muito aberta com figuras inclusive que foram candidatos a presidente, e nomes com potencial de crescimento, como o Rodrigo Garcia [vice-governador]. O polo de centro e o centro-direita são representados por Alckmin, França, Skaf e Rodrigo Garcia. E o lado da esquerda é muito mais claro, temos Boulos ou Haddad. Se só um deles for candidato, com certeza estará no segundo turno”, avalia.
O fundador do IDEIA também pontua que no interior há uma resistência maior aos candidatos de esquerda. Tanto Haddad quanto Boulos vão melhor na capital paulista e na Região Metropolitana. Ou seja, a união de uma candidatura pode juntar mais votos e deixar o conjunto mais competitivo.
*Por Gilson Garrett Jr / EXAME
PERU - O candidato de esquerda Pedro Castillo foi o mais votado no segundo turno das eleições presidenciais realizadas no Peru no último dia 6, com 50,12% dos votos, contra 49,87% da direitista Keiko Fujimori, de acordo com a apuração final, divulgada na terça-feira (15).
Embora o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) tenha concluído a contagem dos votos, o vencedor ainda não pode ser proclamado, porque o partido de Keiko, o Força Popular, pediu a anulação de aproximadamente 200 mil votos devido a supostas irregularidades em seções eleitorais.
Considerando todos os votos contabilizados, Castillo obteve 8.835.579, e Keiko, 8.791.521.
Mais de 25 milhões de peruanos estavam aptos a ir às urnas no último dia 6, e 18,8 milhões (74,5%) o fizeram no país e no exterior, sendo que 17,6 milhões de votos foram considerados válidos.
O Júri Nacional de Eleições (JNE), o mais alto órgão eleitoral peruano, está atualmente analisando os casos de contestação de urnas, sendo que a maioria dos pedidos foi descartada por eles terem sido apresentados foram do prazo regulamentar ou sem provas contundentes de irregularidades.
A Constituição peruana não permite a anulação das eleições em nenhuma circunstância, exceto "quando os votos inválidos ou em branco, somados ou separadamente, excederem dois terços do número de votos válidos", de acordo com o artigo 184.
Da EFE
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