GÂMBIA - O presidente em final de mandato, Adama Barrow, foi declarado vencedor das eleições presidenciais na Gâmbia no domingo (5), um dia após uma eleição crucial para esta jovem democracia que pretende deixar para trás o seu passado ditatorial.
Barrow, cuja chegada à presidência há cinco anos pôs fim a mais de 20 anos de ditadura, obteve mais de 53% dos votos, superando com facilidade seu principal adversário, Ousainou Darboe, que recebeu 27,7%, de acordo com os resultados publicados pela comissão eleitoral.
Mas seus opositores disseram que contestariam os resultados antes mesmo do anúncio final e que "todos os meios de ação" seriam tomados.
"No momento, rejeitamos os resultados anunciados até agora" pela comissão, disse Ousainou Darboe a jornalistas, junto com outros dois dos seis candidatos.
"Todos os meios de ação estão sobre a mesa", acrescentou, conclamando "todos os gambianos a manterem a calma e a paz" enquanto as investigações são realizadas.
As eleições, que ocorreram no sábado, acontecem sem segundo turno. Os quase um milhão de eleitores, de uma população de dois milhões, escolheram o próximo presidente entre seis candidatos, todos homens.
SÃO PAULO/SP - Em 2018, a candidatura de Jair Bolsonaro (então no PSL, hoje no PL) representou um ponto de encontro para conservadores, liberais, lava-jatistas, antipetistas e suas subdivisões. Em 2022, seu ex-ministro Sergio Moro (Podemos) busca construir algo parecido.
Menos de um mês após ter reingressado no cenário político, o ex-juiz vem conquistando apoio em segmentos que foram cruciais para a vitória de Bolsonaro há quatro anos.
Embora ainda não admita a candidatura, Moro tem demonstrado que quer ser uma espécie de guarda-chuva tanto para a direita decepcionada com o presidente quanto para centristas que veem nele um líder moderado -ao menos na comparação com Bolsonaro.
Veja como está o apoio dele até o momento em alguns setores que foram importantes para Bolsonaro em 2018 e deverão novamente ter papel relevante no ano que vem.
ATIVISTAS E LAVA-JATISTAS
Os movimentos que se uniram a partir de 2014 em torno da pauta anticorrupção e organizaram manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) racharam já no começo do governo Bolsonaro.
Os que foram para a oposição em 2019 agora aderiram à pré-candidatura de Moro. É o caso do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua. Ambos estiveram presentes no ato de filiação do ex-juiz ao Podemos, em Brasília, em 10 de novembro.
Personalidades que têm o combate à corrupção como bandeira também mostram simpatia por Moro, como o professor da USP Modesto Carvalhosa.
Para Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, a candidatura de Moro "é um fato positivo do ponto de vista democrático".
"As duas candidaturas que lideram as pesquisas [Lula e Bolsonaro] não são recomendáveis do ponto de vista da agenda anticorrupção", afirma Livianu.
Segundo ele, Moro tem a simpatia de muitos que atuam na área, mas isso não significa que o ex-juiz estará livre de questionamentos.
"Muita gente que se dedica a combater a corrupção tem preocupação com a forma como foi conduzido o processo contra Lula, e há também os senões por Moro ter participado do governo Bolsonaro", diz.
INFLUENCIADORES
A maioria dos influenciadores digitais de direita segue fiel a Bolsonaro, a começar pelo principal deles, o escritor Olavo de Carvalho.
Olavo e seus seguidores frequentemente fazem críticas ao que veem como fraqueza do presidente no combate à esquerda, mas devem repetir o apoio a Bolsonaro em 2022. Estão nessa categoria nomes como Allan dos Santos, Bernardo Küster e Rodrigo Constantino, entre outros.
Na semana passada, o comentarista Caio Coppola ensaiou se desgarrar do grupo ao dizer, em um programa na rádio Jovem Pan, que daria um crédito de confiança a Moro. Criticado duramente pela direita bolsonarista nos dias seguintes, teve de recuar.
Entre os principais influenciadores direitistas, poucos aderiram a Moro. Um exemplo foi o ex-bolsonarista Nando Moura, que tem um canal no YouTube com 3,1 milhões de inscritos.
EVANGÉLICOS
Líderes evangélicos de peso como Silas Malafaia, Edir Macedo e a cúpula da Assembleia de Deus seguem defendendo ferrenhamente Bolsonaro, mas Moro pretende em breve fazer incursões pelo segmento.
"Moro se posicionou com relação a várias agendas, como combate à corrupção, economia, sustentabilidade e área social, mas ainda muito pouco ou nada falou dos seus compromissos com a pauta conservadora", diz o deputado federal Roberto de Lucena (SP), que é do Podemos, mesmo partido de Moro, e também uma importante liderança da igreja evangélica Brasil Para Cristo.
Segundo Lucena, é preciso esperar o ex-ministro se manifestar sobre temas como aborto, questões de gênero, drogas e casamento gay.
Desde que Moro rompeu com Bolsonaro, apoiadores do presidente têm tentado caracterizar o ex-ministro como progressista em temas culturais.
Para isso, mencionam declarações passadas em que Moro defendeu o uso medicinal da maconha e disse ser razoável a decisão da Suprema Corte americana que liberou o aborto nos anos 1970.
Um líder relevante que declarou apoio ao ex-ministro é o presidente licenciado da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos), Uziel Santana.
Em uma rede social, ele postou foto ao lado de Moro no ato de filiação ao Podemos. "Que Deus o abençoe e sustente nesta dura missão", escreveu Santana.
MILITARES
O setor mais identificado com o bolsonarismo registra também algumas das dissidências mais visíveis pró-Moro.
Entre elas estão os generais Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Otávio Rego Barros, ex-porta-voz da Presidência, Maynard Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos, e Paulo Chagas, que disputou o Governo do Distrito Federal em 2018 com apoio do presidente.
"Muita gente vota no Bolsonaro por medo da esquerda. Mas não acho que ele seja a única solução para impedir a volta do Lula, num país de 200 milhões de habitantes", afirma o general Chagas.
Segundo ele, Moro representa um "caminho do meio", algo que Bolsonaro deveria ter perseguido desde que venceu a eleição.
"Moro defende valores caros aos militares, como soberania e nacionalismo. Ele tem uma visão liberal-conservadora, mencionando a necessidade de olhar para a questão social", diz.
Bolsonaro ainda desfruta de amplo apoio na caserna, contudo, e tem o respaldo da maioria dos integrantes de instituições como o Clube Militar, por exemplo.
ARMAMENTISTAS
Os defensores de ampliar as possibilidades de porte e posse de armas para a população têm em geral resistência a uma candidatura de Moro.
Quando era ministro da Justiça e Segurança Pública, ele jamais fez uma defesa explícita do armamento, e chegou a dizer que iniciativas de Bolsonaro nessa área não haviam passado por sua equipe.
Ativistas pró-armas, como Benê Barbosa e Marcos Pollon, são críticos das posições "desarmamentistas" do ex-juiz. Tendem a defender a reeleição de Bolsonaro, mesmo considerando que as mudanças na legislação foram tímidas no atual governo.
Por outro lado, alguns integrantes da "bancada da bala" no Congresso, que são menos suscetíveis a pressões de ativistas, veem possibilidade de conversar com Moro sobre o tema.
Como disse um deputado, o ex-juiz não é frontalmente contra armas, como são partidos de esquerda, mas, sim, defende que seu uso obedeça a regras.
RURALISTAS
Outra base tradicional do bolsonarismo, o campo ainda registra poucos líderes de peso apoiando a pré-candidatura de Moro.
O presidente conta com sólido respaldo entre um dos principais segmentos do agronegócio, o dos produtores de grãos, sobretudo sojicultores.
Pesam, na avaliação do setor, obras de infraestrutura como a conclusão da pavimentação da BR-163, a chamada "rodovia da soja", que corta Mato Grosso e Pará, a ampliação do porte de armas em propriedades rurais e a retórica contrária ao meio ambiente e aos trabalhadores sem-terra.
"Antes era uma dicotomia: botava alguém do agro na agricultura e alguém antagônico no meio ambiente. O campo caminhava com um peso nas costas. Hoje não é mais assim", diz o deputado estadual Frederico D’Avila (PSL-SP), ligado ao agro e apoiador de Bolsonaro.
Um dos raros representantes do agro que aderiram a Moro é Xico Graziano, que foi deputado federal pelo PSDB, apoiou Bolsonaro em 2018 e se diz decepcionado com ele.
Segundo ele, a timidez do setor em embarcar na candidatura do ex-juiz é natural nesse momento, mas que haverá adesões com o tempo. "Está tudo muito aberto ainda. Não é hora de fazer campanha".
LIBERAIS
Os defensores do Estado mínimo foram uma força importante da coalizão que levou à vitória de Bolsonaro em 2018. O apoio veio na esteira da nomeação de Paulo Guedes como guru econômico do então candidato.
O desgaste de Guedes ao longo do mandato, simbolizado pela lentidão nas privatizações e pela decisão de furar o teto de gastos, acabou afastando parte expressiva dos liberais de Bolsonaro.
O ex-juiz vem fazendo acenos a esse grupo. Defendeu publicamente o teto e angariou a simpatia de grupos como o MBL e o Livres.
Também nomeou o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore como seu conselheiro econômico, uma medida que foi elogiada por economistas de centro-direita.
Há 15 dias, Moro reuniu-se com o liberal Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil.
"Moro está indo numa direção correta. Está disposto a ouvir liberais, setores mais pragmáticos e aqueles que não gostam da polarização extrema", diz Beltrão, que vem subindo o tom das críticas a Guedes.
Segundo ele, Moro pode ser uma opção aos que decepcionaram com o atual ministro da Economia. "Se ele fizer um plano econômico liberal, será uma alternativa. Mas, se não fizer, os liberais na hora H vão preferir o Bolsonaro."
SÃO CARLOS/SP - Em eleições realizadas em primeiro turno no dia 1º de dezembro, foi eleita a nova diretoria do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), correspondendo à gestão 2022/2026.
Concorreram a este pleito duas chapas, a saber:
Chapa-1 – Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Diretor) e Profª Ana Paula Ullian de Araújo (Vice-Diretora);
Chapa-2 – Prof. José Carlos Egues de Menezes (Diretor) e Prof. Hellmut Eckert (Vice-Diretor).
Os resultados do pleito deram a vitória à Chapa-1, através dos seguintes números:
Participantes habilitados – 57
Participantes votantes – 55
Chapa-1 – 39 votos
Chapa-2 – 14 votos
Votos nulos – 2
Votos brancos – 0
A Comissão Eleitoral foi constituída pelos Profs. Adriano Defini Andricopulo (Presidente), Euclydes Marega Junior e Paulo Barbeitas Miranda.
A nomeação para o exercício da nova diretoria, constituída pelos Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ullian de Araújo, acontecerá a partir da segunda quinzena de fevereiro de 2022, substituindo os atuais Diretor e Vice-Diretor do IFSC/USP, na circunstância, os Profs. Vanderlei Salvador Bagnato e Igor Polikarpov.
O Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Jr. é físico de formação, tendo concluído o doutorado na University of Wales, Bangor, Reino Unido. É professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Universidade de São Paulo, foi coordenador da FAPESP na área de física, é membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e foi presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SPBMat).
Publicou cerca de 500 artigos em periódicos especializados, 16 capítulos de livros, 2 livros de divulgação científica, 1 livro sobre escrita científica, e autor de 7 patentes. Esses trabalhos receberam cerca de 9.700 citações (na Web of Science em junho de 2017).
Orientou 21 mestres e 21 doutores. É membro fundador do Núcleo Interinstitucional de Linguística Computacional (NILC), que desenvolveu o revisor gramatical ReGra, agraciado com 2 prêmios de inovação tecnológica e disponível mundialmente com o processador de texto Word for Windows.
Recebeu, em 2006, o Prêmio Scopus, outorgado pela Elsevier do Brasil e a Capes, como um dos 16 pesquisadores brasileiros com maior produção científica, com base no número de publicações, citações e orientações.
A Profª Ana Paula Ullian de Araújo é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (1990), mestre em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1993), doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos (1997) e livre-docente pelo Instituto de Física de São Carlos-USP (2008).
Realizou pós-doutoramento no Plant Science Department, na Universidade de Cambridge, UK (2010).
BRASÍLIA/DF - Ex-juiz da Lava Jato e pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro parabenizou na noite de sábado (27) o governador de São Paulo, João Doria, por ter vencido as prévias do PSDB.
Segundo relatos, a conversa foi breve, por mensagem de telefone, e Doria convidou o ex-ministro para um encontro. Os dois ficaram de acertar uma data mais à frente.
A proposta ocorre em meio a uma tentativa do tucano de se aproximar dos candidatos da chamada terceira via, que busca votos dos que rejeitam tanto o presidente Jair Bolsonaro (hoje sem partido, mas rumo ao PL) quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além de Moro, estão no alvo de Doria o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
No mês passado, Doria, Mandetta e Moro se reuniram num jantar em São Paulo. Nenhum acerto eleitoral saiu do encontro, apesar de ter sido um importante gesto de aproximação.
Moro e Mandetta foram ministros de Bolsonaro e saíram do governo brigados com o chefe do Executivo. O primeiro deixou a Justiça alegando tentativa do presidente de interferir na Polícia Federal , o que levou à abertura de inquérito após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em depoimento à PF no começo do mês, Bolsonaro admitiu ter solicitado a troca no comando da organização ao seu então ministro e disse que Moro teria condicionado a mudança à sua indicação para uma vaga no STF. O ex-ministro nega.
Já Mandetta deixou o governo após uma sucessão de disputas com o Planalto devido a postura negacionista de Bolsonaro frente à pandemia.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, uma ala da União Brasil (resultado da fusão do PSL-DEM, que ainda precisa ser validada pela Justiça) defende que o futuro partido apoie o ex-juiz da Lava Jato na disputa pela Presidência da República em 2022.
O pré-candidato do Podemos jantou com deputados do PSL na semana passada. No DEM, a cúpula do partido não descarta um apoio ao ex-juiz, caso ele mostre viabilidade eleitoral.
Doria foi escolhido no último sábado (27) por seus correligionários para se lançar como o nome do partido à Presidência. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ficou em segundo lugar.
O gaúcho também recebeu uma mensagem de Moro, que parabenizou-o pelo "bom combate" e disse ter muito respeito pelos dois tucanos.
O governador de São Paulo ganhou as prévias por 53,99% contra 44,66% de Leite. O terceiro concorrente, ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, obteve 1,35%.
O resultado pôs fim a uma disputa acirrada que rachou o partido, com direito a pane no aplicativo de votação e trocas de acusações.
O partido, que já esteve na Presidência da República e chegou a todos os segundos turnos nas últimas eleições, com exceção de 2018, vem enfrentando crise sem precedentes.
A legenda rachou nos últimos anos e pode passar por uma nova debandada depois de um processo de prévias considerado traumático por tucanos.
Segundo integrantes da terceira via, a primeira missão de Doria será tentar minimizar as fissuras geradas pela disputa interna e reaglutinar forças em torno de seu nome no partido.
Ainda que sejam feitos gestos de aproximação, eles também dizem acreditar que o PSDB atrasou na escolha do seu candidato e chega como coadjuvante na disputa.
As conversas devem acontecer nas próximas semanas e os tucanos participarão, desde que não tentem impor candidatura, dizem interlocutores dos demais candidatos. Em especial, por causa do tamanho eleitoral que o PSDB passou a ter.
Na polarizada disputa de 2018, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, obteve apenas 4,72% dos votos, a despeito de sua experiência na política e da robusta coligação com oito partidos.
Mesmo com a entrada do PSDB na disputa, dirigentes partidários do centrão veem como improvável que uma candidatura de centro decole.
SÃO CARLOS/SP - O vereador Marquinho Amaral conclamou os vereadores, presidentes de partidos e lideranças comunitárias de São Carlos a promoverem uma “ampla união política” para que nas eleições de 2022 o município volte a ter representantes na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e na Câmara dos Deputados.
“Vamos pensar nesse assunto, amadurecer esta ideia”, declarou ele durante pronunciamento na Câmara Municipal na sessão de terça-feira (23). Com relação ao lançamento de candidaturas, recomendou às forças políticas da cidade que busquem um consenso para ter o menor número possível de candidatos. “É preciso deixar a vaidade de lado e ver quem tem mais chance”.
Acrescentou que “precisamos contar com um deputado, seja ele quem for, que seja de São Carlos e esteja na Alesp e na Câmara Federal dizendo:eu sou são-carlense”.
“A cidade tem uma universidade estadual porque estava na Alesp o deputado Miguel Petrilli, que possibilitou a São Carlos receber a USP, e temos a UFSCar porque estava no Congresso Nacional o saudoso ex-presidente desta Casa Dr.Ernesto Pereira Lopes, que viabilizou a criação da universidade”, afirmou.
Marquinho observou que a cidade está sem deputado estadual desde 2003, quando Lobbe Neto, eleito no ano anterior, assumiu o cargo de deputado federal. Ressaltou que Airton Garcia assumiu uma cadeira na Alesp por curto período e mais recentemente o ex-vereador Julio Cesar exerceu mandato por 40 dias.
“Temos visto a falta que faz um deputado estadual para São Carlos, quando observamos o trabalho de parlamentares de outras regiões do estado em favor de suas cidades de origem. Muitas vezes, nós temos que ficar mendigando com o penico na mão para solicitar verbas pequenas para poder suprir um pouco a falta de representação no legislativo paulista”, declarou.
Lembrou ainda que a Câmara Municipal tem votado neste ano vários convênios com o governo federal, de emendas ainda do mandato do deputado Lobbe Neto, “como aquelas que destinaram recursos de quase R$ 2 milhões para trocar todo o sistema de hemodiálise da cidade”.
O vereador lamentou que nas últimas décadas o elevado número de candidatos tenha prejudicado a cidade. “Quando fui presidente da Câmara em 2014, dos 21 vereadores, sete saíram candidatos a deputado, só aqui da Câmara”. Ele também citou que em 2002, quando concorreu a deputado estadual, teve 24 mil votos em São Carlos e o partido na época havia lançado também a candidatura do empresário Roberto Paulino.
Como exemplo da dispersão de votos locais nas eleições proporcionais, Marquinho destacou que “nas últimas eleições um candidato que é filho do atual presidente da República, ficou meia hora na Praça da 15 encostado numa banca de jornal e teve 10 mil votos em São Carlos. Ele não deu sequer uma emenda para a cidade e sequer conhece São Carlos, sabe onde está São Carlos. Teve aqui o número de votos que faltou para que o deputado Lobbe Neto, que teve quase 80 mil votos, continuasse nos representando na Câmara Federal”.
Para Marquinho, as lideranças políticas locais precisam deixar de lado as diferenças e pensar no desenvolvimento do município, que passa pela criação de canais de interlocução com os governantes em São Paulo e Brasília.
VENEZUELA - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse no domingo (21) que os observadores da União Europeia que acompanham as eleições de prefeitos e governadores no país "se portaram à altura".
"Até o dia de hoje se portaram à altura, respeitando a Constituição e as leis, tomara que seja assim até o fim de sua missão de observação, tomara que seja assim, desejo de verdade, sinceramente", disse o presidente após votar em Caracas.
A presença dos observadores europeus em uma eleição na Venezuela, a primeira em 15 anos, suscitou críticas de porta-vozes do chavismo, e de fato o próprio Maduro advertiu na véspera das eleições que a UE não está habilitada a dar um "veredicto" sobre o processo.
"Todos os acompanhantes internacionais devem respeitar as leis da Venezuela e devem respeitar estritamente o regulamento do poder eleitoral que os convidou", insistiu Maduro.
Mais cedo, a chefe da missão eleitoral da UE, Isabel Santos, disse que tudo transcorria "tranquilamente" no dia de votação.
BRASÍLIA/DF - Pré-candidatos à Presidência da República da terceira via defenderam, no 6º. Congresso Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), na sexta-feira, 19, uma “união” para vencer a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes das pesquisas eleitorais na eleição presidencial de 2022.
“Essa é uma eleição que está em risco a democracia”, disse Luiz Felipe d’Avila, pré-candidato do Novo. Precisamos nos unir para ter um candidato capaz de destruir o populismo de direita e de esquerda”, afirmou. Ele esteve acompanhado do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Em pronunciamento de abertura do debate, Mandetta que disse que “a terceira via é a única via, a melhor via”. Eduardo Leite, que disputa as eleições prévias do PSDB neste domingo, 21, concordou. O gaúcho manifestou que pretende fazer um governo que valorize as instituições fiscalizadoras do poder público e manteve as críticas aos governos Lula e Bolsonaro.
Mandetta, por sua vez, dedicou parte de sua fala para criticar programas sociais como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil. “Este programa muda de nome, mas não muda ação”, disse. “O programa social melhor não é nem o Bolsa Família, nem o Auxílio Brasil; é a carteira assinada.”
SÃO PAULO/SP - A Comissão Partidária das Prévias do PSDB decidiu ontem que 92 prefeitos e vice-prefeitos de São Paulo não estão aptos a participar do processo de escolha do candidato tucano à Presidência nas eleições de 2022. A impugnação dos nomes, sob alegação de suspeita de fraude, foi feita em outubro por presidentes de diretórios aliados ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. A decisão atinge a base eleitoral do governador paulista, João Doria – ele e Leite são os principais adversários na disputa interna marcada para o dia 21.
Os 92 filiados excluídos das prévias representam pouco menos de 10% dos cerca de mil prefeitos e vices do PSDB – o voto desse grupo tem peso de 25% no colégio eleitoral do partido. As acusações de fraude acirraram ainda mais a disputa interna. Doria e Leite vêm “caçando” apoio nas bases tucanas dos próprios rivais.
O colegiado das prévias definiu, por unanimidade, que todos os 92 nomes indicados foram lançados no sistema do partido com datas de filiação retroativas e, portanto, “destituídas de credibilidade”. “Destes, 44 filiados enviaram esclarecimentos ao Diretório Nacional apresentando declarações e fichas de filiação que não se prestam para fins de comprovação regular da filiação até o dia 31/5/2021 (o prazo-limite)”, disse o colegiado em nota divulgada ontem. Os demais 48 filiados nem sequer apresentaram as informações.
“A comissão entendeu que todos os 92 nomes não estão aptos a participar do Colégio Eleitoral das Prévias e devem ser excluídos automaticamente da lista de eleitores”, disse o comunicado assinado pelo senador José Aníbal (SP), que preside a comissão.
SÃO PAULO/SP - O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro retorna ao Brasil na segunda-feira, 1.º, vindo dos Estados Unidos, e já iniciou o movimento para ampliar as conversas políticas sobre sua possível candidatura ao Palácio do Planalto, em 2022, como alternativa da terceira via ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o fim do contrato de consultoria que tinha com a Alvarez & Marsal, Moro está liberado para atuar politicamente e vai se filiar ao Podemos no próximo dia 10, em Brasília. O convite para a cerimônia já começou a ser distribuído.
"Juntos, podemos construir um Brasil justo para todos", diz o texto, com a foto do ex-ministro, emoldurada por uma bandeira do Brasil. O ato de filiação ocorrerá em grande estilo, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Antes, no entanto, Moro vai se reunir com integrantes de outros grupos que têm simpatia por sua provável candidatura. O primeiro alvo dessas tratativas é o União Brasil, partido que surge com a fusão do DEM e do PSL.
Na ala do antigo PSL estão possíveis aliados de Moro, caso ele decida bater o martelo e concorrer mesmo à Presidência – a outra opção é a disputa por uma vaga ao Senado. Na terça ou quarta-feira, o ex-ministro deve conversar com o deputado Júnior Bozzella (SP), que hoje é vice-presidente do PSL e manterá o posto no União Brasil.
Dirigentes da nova legenda têm dito que pretendem discutir a possibilidade de um projeto próprio ao Planalto e já possuem pelo menos dois pré-candidatos em seus quadros: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o apresentador José Luiz Datena. Há no União Brasil, porém, um grupo influente que defende o apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. Uma outra corrente quer que o partido se junte ao projeto que Moro deverá liderar no Podemos. É justamente essa temperatura que o ex-juiz da Lava Jato vai medir na conversa com Bozzella, da qual também deve participar a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP).
Bozzella tem elogiado Moro, com quem costuma conversar informalmente, e diz que o União Brasil deve colocar no seu radar a possibilidade de apoiá-lo, caso ele confirme sua candidatura. “O momento é de união e despreendimento, de abrir mão dos projetos e vaidades pessoais em prol de uma única bandeira: a do Brasil! Só o esforço de todos nesse sentido será capaz de viabilizar a terceira via”, postou o deputado nas suas redes sociais sobre a reunião que deverá ter com Moro.
Antes da criação do União Brasil, Moro também já vinha conversando com Mandetta, que integra as fileiras do DEM. Os dois e mais o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), jantaram juntos no dia 30 de setembro, em São Paulo, para alinhar um projeto de terceira via. Em caso de vitória nas prévias do PSDB, é improvável que Doria aceite abrir mão de sua candidatura presidencial, o que impediria uma aliança em torno do nome de Moro. Mesmo assim, os três continuam trocando ideias sobre a melhor maneira de romper a polarização entre Lula e Bolsonaro, identificada até agora pelas pesquisas.
Marcelo de Moraes / ESTADÃO
BRASÍLIA/DF - Na quarta-feira, 27, véspera do julgamento em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) arquivaria, por unanimidade, o pedido de cassação da chapa Jair Bolsonaro-Hamilton Mourão, o presidente quebrou o silêncio decretado desde que insuflou apoiadores contra juízes da Suprema Corte e criticou a Justiça Eleitoral por levar a cabo o julgamento que poderia tirá-lo do cargo. “A que ponto chegou o TSE? Tem certas coisas que nem tem que colocar em pauta, tem que arquivar”, disse em entrevista à Jovem Pan News.
As ações de investigação que pediam a cassação da chapa presidencial de fato foram arquivadas, mas nos bastidores do TSE ministros trabalham há meses para deixar pronto um segundo capítulo com potencial demolidor para o presidente, capaz de impedi-lo até de ter o mais comezinho dos direitos de um candidato: o de registro de sua candidatura.
A ideia é inflar o inquérito administrativo aberto pelo TSE contra o presidente na época em que ele atacou a higidez das urnas eletrônicas e enxertá-lo com provas que demonstrem que desde já Bolsonaro está atuando ilegalmente em uma pré-campanha eleitoral. Com isso, partidos políticos, o Ministério Público Eleitoral e o próprio TSE, à revelia da equipe do procurador-geral Augusto Aras, considerado complacente com o chefe do Executivo, podem tomar para si as provas de agora e as futuras e trabalhar para que o registro de candidatura de Jair Bolsonaro seja negado.
Uma das hipóteses aventadas pelos magistrados é transformar os autos em inquérito judicial, uma espécie de investigação coordenada pelo TSE nos moldes dos inquéritos tocados pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar ataques aos ministros, e utilizá-los para conter apoiadores mais estridentes do presidente, cortar o financiamento de futuros canais propagadores de fake news e atuar como arma de contenção dos arroubos presidenciais. Integrantes do TSE ouvidos por VEJA sob reserva avaliam que já existem elementos, por exemplo, para questionar a campanha à reeleição por abuso de meios de comunicação, um dos requisitos para cassação ou rejeição de registro, pelo fato de o presidente ter utilizado a TV Brasil, uma emissora pública, para espalhar fake news sobre urnas eletrônicas e realizar atos de campanha antecipada, apresentando personagens como o ministro da Justiça Anderson Torres como potencial candidato em 2022.
Além do caso da TV Brasil, que suspendeu a programação normal para transmitir o que os magistrados avaliam como ato de campanha do presidente, o tribunal quer deixar engatilhadas provas que envolvem o financiamento das motociatas de Bolsonaro, a produção de lives, a desmonetização de canais bolsonaristas que espalham notícias fantasiosas e dão suporte ao ex-capitão e o suposto pagamento de manifestantes em atos como o de Sete de Setembro.
Não foi, portanto, à toa que apesar de não cassado o presidente e o vice no julgamento, o TSE entendeu que existe uma espécie de atalho que pode punir Bolsonaro no ano que vem. Para os ministros, o uso de aplicativos de mensagens com o objetivo de promover disparos em massa, contendo desinformação e mentiras sobre adversários, pode, sim, configurar abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social. “Essa tese é que ficará como legado nosso para conter, reprimir e até tornar inelegíveis quem ultrapassar os limites. Não se irá aguardar a formalização de ações para apurar abusos e crimes. No curso ou na antecedência da eleição, nós iremos reprimir quem vier com ataques ilegais e abusivos”, disse a VEJA um ministro do TSE.
“O TSE firmou posicionamento que certamente balizará o comportamento dos candidatos e partidos para as eleições de 2022”, completa o advogado Rodrigo Pedreira, membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep). O ministro Mauro Campbell, que assume a partir de agora a corregedoria e a relatoria do inquérito administrativo, já avisou a interlocutores que vai manter a postura do seu antecessor, Luis Felipe Salomão, que incomodou o Planalto ao determinar a suspensão de repasses feitos a canais bolsonaristas.
Rafael Moraes Moura / VEJA.com
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