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MUNDO - Foi dada a largada no último domingo (6) para a corrida eleitoral na Bolívia até as eleições de 18 de outubro, um processo que interessa ao Brasil, que enfrentará eleições municipais também no contexto da pandemia e que tem na atual presidente Jeanine Áñez uma aliada política de Jair Bolsonaro.

Em jogo, uma definição política depois de um processo de transição iniciado em 20 de outubro do ano passado, quando as eleições foram anuladas, e a definição de um modelo político e econômico, caso haja uma mudança de rumo, não apenas de nomes.

"Estamos diante de um eventual novo modelo que deixe para trás o 'nacionalismo comunitário' de Evo Morales. Apesar disso, não se vê nenhum candidato que aponte para um horizonte, mais do que para a conjuntura de curto prazo, deixando dúvidas sobre se o país terá um modelo alternativo ou apenas novos nomes", explica à RFI o cientista político boliviano Diego Ayo, da Universidade Mayor de San Andrés, em La Paz.

Essa expectativa de futuro ficou truncada na Bolívia depois das frustradas eleições do ano passado, quando uma série de protestos e greves paralisaram o país durante três semanas contra uma fraude apontada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

O então presidente Evo Morales renunciou depois de perder o apoio dos sindicatos, da Igreja e das Forças Armadas, pondo fim ao projeto de um questionado quarto mandato, após de 14 anos de governo.

Quando os bolivianos votarem no próximo dia 18 de outubro terão passado por um ano de uma transição que, inicialmente, estava prevista para durar apenas dois meses, até janeiro, mas que, devido à pandemia, foi adiada três vezes: 3 de maio, 6 de setembro e 18 outubro.

Para isso, todos os mandatos, tanto do Executivo quanto do Legislativo, foram ampliados à espera de uma definição.

Nesse período, o ex-presidente Evo Morales, asilado primeiro no México, refugiado depois na Argentina, sofreu uma série de denúncias e novos processos penais, que o impedem hoje de retornar à Bolívia sem ser preso.

 

Campanha atípica

As eleições gerais na Bolívia serão as primeiras da América do Sul em meio à pandemia e têm regras próprias do contexto.

A experiência boliviana é observada de perto pelos países vizinhos que terão eleições também sob efeito da pandemia. O Chile enfrentará um plebiscito em outubro, o Brasil eleições municipais, em novembro; a Venezuela, eleições legislativas em dezembro; e o Peru, eleições presidenciais em abril.

A Bolívia vive uma estabilidade com tendência a queda no número de casos; o que permitiu uma abertura desde o dia 1 de setembro.

Uma incógnita é se a campanha eleitoral terá incidência no número de contágios, revertendo a tendência. Esse ponto é preocupante num país com frágil sistema de saúde.

A outra incógnita é como a proibição de comícios e de marchas incidirá nos votos num país acostumado a maciças mobilizações populares como demonstração de força.

A campanha terá um forte componente digital e audiovisual, mais do que as manifestações pelas ruas, mas há dúvida quanto à eficácia de uma campanha virtual num país onde a cobertura de internet é baixa. A propaganda nos meios de comunicação tradicionais só começa no dia 18 de setembro.

A corrida eleitoral começou neste domingo com os principais candidatos em carreatas pela cidade de Santa Cruz de La Sierra, a mais próspera do país. As carreatas implicam menos gente, mas o distanciamento social não foi respeitado.

 

Disputa cabeça a cabeça

São três os candidatos principais. Pela esquerda, o candidato de Evo Morales (2006-2019), o ex-ministro da Economia Luis Arce, quem liderava a disputa ao longo dos últimos meses, com chances de vencer no primeiro turno.

Arce tem perdido votos de forma acelerada, afetado pelos escândalos e denúncias que envolvem o seu padrinho político. Está agora empatado com o ex-presidente Carlos Mesa, candidato pela centro-esquerda.

Os dois estão empatados com 23% de intenções de voto, segundo a mais recente sondagem da consultora 'Mercados y Muestras'.

Com metade desse nível, aparece a atual presidente de direita, Jeanine Áñez, com 12% das intenções de voto.

O desafio de Áñez é roubar votos de Carlos Mesa, porque as projeções indicam que ganhará aquele que disputar o segundo turno com o candidato de Evo Morales.

"Não existe nenhuma chance de Luis Arce ganhar no primeiro turno. As sondagens indicam uma queda abrupta do candidato de Evo Morales. E não existe nenhuma chance de a presidente Jeanine Áñez reverter o jogo. O que aparece é Carlos Mesa colhendo as consequências dos erros de Morales e de Áñez", observa o analista Diego Ayo, destacando que "o voto anti-Evo Morales está fragmentado em outros sete candidatos".

Num segundo turno, o voto opositor a Evo Morales se juntaria, tal como indicavam as sondagens há um ano. Assim, Carlos Mesa venceria o duelo com 47% dos votos contra 30% de Luis Arce num segundo turno em 29 de novembro

"As sondagens indicam que mais da metade dos eleitores de Morales, se não votassem no seu candidato, escolheriam Carlos Mesa. Outros anulariam. Quase ninguém passaria a votar em Jeanine Áñez. O eleitorado de Morales migra a Mesa, mas não a Jeanine. É que os eleitores da esquerda migram ao centro, onde está Mesa, mas não à direita, onde estão todos os demais candidatos", aponta Diego Ayo.

Mas a disputa está aberta porque a maioria dos votos está entre indecisos (19%) e nulos (11%). Juntos, esses votos chegam a 30% dos eleitores.

 

Evo Morales onipresente

O ex-presidente Evo Morales, mesmo refugiado em Buenos Aires, está onipresente na disputa.

Em primeiro lugar, isso ocorre porque os votos dividem-se em pró e contra Evo Morales. O seu candidato, Luis Arce, iria ao governo, enquanto Evo Morales, ao verdadeiro poder por trás.

Em segundo lugar, porque apesar de o Tribunal Supremo Eleitoral ter impugnado a candidatura de Evo Morales ao Senado em fevereiro, o ex-presidente insiste na Justiça com essa candidatura que lhe daria imunidade parlamentar contra uma série de processos e ordens de prisão.

Terceiro, porque Evo Morales, mesmo refugiado na Argentina, é o chefe de campanha do seu partido.

Quarto, porque Evo Morales aparece envolvido em uma série de escândalos que levam, por tabela, o seu candidato a perder votos.

Sobre Evo Morales recaem uma série de acusações e de processos penais por genocídio, terrorismo, fraude eleitoral, sedição e até estupro.

"Essas acusações têm sido lapidárias para Evo Morales. Isso o deslegitimou muito e tem sido visível uma grande queda de Evo Morales", indicou Diego Ayo, da Universidade Mayor de San Andrés em La Paz.

 

Denúncias e acusações

Nas últimas semanas, apareceram casos de envolvimento com adolescentes.

Um dos casos sob investigação é uma suposta filha que Morales teria tido com uma adolescente, hoje com 16 anos, mas que teria sido mãe aos 15 anos de idade. Segundo o governo que denunciou o caso, a criança está formalmente registrada como filha de Evo Morales.

O segundo caso envolve uma jovem de 19 anos, Noemí Meneses. Essa adolescente, hoje maior de idade, admitiu que são namorados desde maio passado, mas que se conhecem desde que ela tinha 14 anos.

Pela Internet, circulam uma série de fotos dos dois juntos. As fotos foram colhidas pela polícia e pela Justiça do celular da jovem. Também há passagens aéreas em nome de Noemí supostamente para ver Evo Morales no México e na Argentina. A adolescente fugiu da prisão domiciliar e foi, clandestinamente, com os pais aqui para a Argentina, onde está Evo Morales.

Na Bolívia, as relações com menores são delitos por mais que sejam consentidas.

Outra denúncia do governo foi na Corte Penal Internacional de Haia por crimes contra a humanidade. Evo Morales é acusado de ser o responsável pela morte de 40 pessoas, provocada pelos bloqueios nas estradas que, durante 12 dias de protestos, impediram a passagem de oxigênio medicinal aos hospitais, onde pacientes padeciam os efeitos do coronavírus. Os protestos, contra o adiamento das eleições de setembro a outubro, teriam sido ordenados por Evo Morales.

O ex-presidente classifica as acusações como "uma campanha de desprestígio" que visa "um impacto político-eleitoral" e que "as denúncias são falsas".

 

 

Por: Márcio Resende / RFI

MUNDO - A polícia disparou spray de pimenta contra manifestantes em Hong Kong neste último domingo (6) e prendeu quase 300 depois que manifestantes saíram às ruas para protestar contra o adiamento das eleições legislativas e uma nova lei de segurança nacional imposta pela China.

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, adiou em julho a eleição de 6 de setembro para vagas no Conselho Legislativo do centro financeiro asiático por um ano devido a um aumento nos casos de coronavírus.

A medida representou um golpe para a oposição pró-democracia, que esperava ganhar uma maioria histórica no Conselho, onde apenas metade dos assentos é eleita diretamente e a outra metade ocupada por membros nomeados que, em sua maioria, apoiam Pequim.

O pleito teria sido a primeira votação oficial da ex-colônia britânica desde que Pequim impôs uma nova legislação de segurança no final de junho. O governo insiste que não houve motivo político para o adiamento.

Milhares de policiais estavam posicionados ao redor da agitada península de Kowloon enquanto centenas de manifestantes agitavam cartazes e gritavam slogans populares antigovernamentais como "liberte Hong Kong".

Esses slogans agora estão proibidos pela nova lei de segurança. Em uma nota em sua página no Facebook, a polícia disse ter prendido 298 pessoas, principalmente por aglomerações ilegais.

 

 

*Por Jessie Pang - Reuters

BRASÍLIA/DF - Pesquisa PoderData mostra que, mesmo com o adiamento do 1º turno para 15 de novembro, praticamente metade (49%) dos brasileiros acha arriscado ir votar presencialmente por causa da pandemia de covid-19. Outros 43% dizem haver segurança para realização do pleito. Os que não souberam responder são 8%.

Em julho, o Congresso aprovou e promulgou projeto que alterou a data do 1º turno de 4 de outubro para 15 de novembro e do 2º de 25 de outubro para 29 de novembro.

Havia 1 temor de que os eventos ligados ao processo eleitoral, como as sessões de votação e a campanha, propagassem ainda mais o coronavírus.

A pesquisa foi realizada pelo PoderData, divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é realizada em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Os dados foram coletados de 31 de agosto a 2 de setembro, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 509 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Com as mudanças no calendário eleitoral, será possível a diplomação dos prefeitos e vereadores eleitos ainda em 2020. Será em 18 de dezembro.

O PoderData separou recortes para as respostas à pergunta sobre a segurança nas eleições. Foram analisados os perfis por sexo, idade, nível de instrução, região e renda.

Os homens (53%), os moradores do Norte (52%) e os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (58%), bem como aqueles que ganham acima dessa faixa (57%) são os que mais acham seguro ir votar presencialmente.

Já as mulheres (56%), os moradores do Centro-Oeste (58%) e os desempregados ou sem renda fixa (54%) são os grupos que mais acham o pleito arriscado.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ampliou em uma hora o horário de votação para reduzir a chance de aglomerações. Agora, as sessões ficarão abertas de 7h às 17h nos dias de votação.

Além disso, as primeiras 3 horas serão preferenciais para pessoas com mais de 60 anos, que fazem parte do grupo de maior risco para a covid-19.

O Tribunal também anunciou doação de empresas, que disponibilizarão protetores faciais, máscaras e álcool em gel para intensificar a segurança de mesários e eleitores.

 

 

*Por: RAFAEL BARBOSA / PODER360

MUNDO - Há dois meses da eleição presidencial, marcada para 3 de novembro, a administração de Donald Trump corre contra o tempo para fazer a vacina contra coronavírus chegar aos americanos nem que seja apenas um dia antes de os cidadãos comparecerem às urnas.

Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) remeteu aos departamentos de saúde dos 50 Estados e da capital do país diretrizes para o preparo de ambientes refrigerados para armazenar as doses de dois tipos diferentes de imunizantes contra o novo coronavírus e orientações sobre quem deve receber a vacina primeiro — auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos. De acordo com o comunicado, pelo menos alguns milhões de doses já estarão disponíveis ao público no final de outubro.

Os documentos, revelados pelo jornal The New York Times, foram enviados aos órgãos de saúde no mesmo dia em que Trump fez seu discurso de oficialização como candidato republicano na convenção do partido. Em mais de uma hora de fala, o presidente afirmou:

"Nós estamos entregando terapias que podem salvar vidas e vamos produzir a vacina até o fim do ano, ou talvez até antes disso".

A sincronia entre o comunicado do CDC e o discurso de Trump e o fato de o presidente ter demonstrado interesse em apressar os procedimentos para uma vacina desde o início da pandemia levantaram questionamentos sobre se os órgãos de controle de saúde americanos, como o próprio CDC ou a Agência Reguladora de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês), estariam agindo por pressão política.

Cerca de sete pontos percentuais atrás do candidato democrata Joe Biden nas pesquisas nacionais de intenção de voto, de acordo com o agregador estatístico do site FiveThirtyEight, Trump tem buscado formas de virar o jogo. Os Estados Unidos são o país com maior número absoluto de mortes por covid-19 — 185 mil — e enfrentam forte recessão econômica na esteira da pandemia.

A resposta de Trump ao vírus é aprovada por apenas 39% dos americanos. Ao longo dos últimos meses ele fez movimentos contraditórios diante do público: subestimou o potencial da doença, se recusou a usar máscaras até recentemente, incentivou americanos a quebrar a quarentena e advogou por tratamentos sem eficácia, como o consumo de hidroxicloroquina.

Tudo isso teria baixado as chances de Trump obter mais quatro anos na Casa Branca. E os próprios apoiadores do presidente admitem que obter uma vacina antes da votação aumentaria suas chances de sucesso eleitoral.

"Em um universo paralelo, em que a integridade do CDC e da FDA estivessem protegidas e não houvesse preocupações de que a pressão política estaria acelerando os processos regulatórios, essa poderia mesmo ser uma etapa inicial importante na preparação da logística para a distribuição da vacina, especialmente para os trabalhadores de saúde. Neste universo em que estamos, é preocupante", afirmou Alexandra Phelan, professora do Centro para Saúde, Ciência e Segurança Global da Universidade Georgetown, em Washington D.C.

A dubiedade na reação de Phelan não é gratuita. Se por um lado, a administração Trump injetou bilhões de dólares em um plano ambicioso de desenvolvimento da vacina, por outro, acumulou um histórico de conflitos e ingerência política tanto com a FDA quanto com o CDC nos últimos meses.

Velocidade de Star Trek

Normalmente, o prazo de aprovação de uma vacina é de ao menos quatro anos, mas uma série de fatores explica a velocidade com que as imunizações contra covid-19 estão sendo desenvolvidas agora.

Além de se mostrar um vírus relativamente estável, com poucas mutações, o Sars-CoV-2, causador da covid-19, é um vírus parecido com o patógeno da Sars, doença que se tornou epidemia na Ásia no começo dos anos 2000. Uma série de laboratórios pelo mundo já trabalhavam há anos com esse vírus em busca de uma vacina.

"Toda essa rapidez agora só foi possível porque os laboratórios aproveitaram a tecnologia do estudos de vacina contra Sars na nova vacina", afirmou à BBC News Brasil William Schaffner, professor de medicina preventiva e doenças infecciosas na Universidade de Medicina Vanderbilt.

Graças a esse conhecimento acumulado, muitos laboratórios conseguiram reduzir de dois anos para seis meses o tempo de conclusão das fases 1 e 2 de testes. As vacinas de covid-19 já mostraram que não produzem efeitos colaterais graves e que induzem a produção de anticorpos capazes de matar o vírus. A fase 3 inclui a aplicação da vacina e de placebo em dezenas de milhares de pessoas que serão acompanhadas pelos pesquisadores ao longo de meses — ou anos.

Após um dado período, os cientistas calculam quantos dos voluntários vacinados contraíram a doença, em comparação com o número dos que receberam placebo e adoeceram. É o contraste entre um grupo e o outro que provará a eficácia do imunizante. Por motivos éticos, os laboratórios não inoculam o vírus no corpo dos voluntários para testar a eficiência da vacina. É necessário que as pessoas pesquisadas sejam expostas naturalmente aos patógenos, o que explica porque essa é a fase mais demorada da produção de uma vacina.

Mas, dada a dimensão da pandemia, que já contaminou 26 milhões de pessoas, os resultados da fase 3 podem surgir mais rapidamente que o usual, especialmente porque os testes têm sido feitos em áreas com grande circulação do vírus, como os Estados Unidos e o Brasil.

Mas, para além dos aspectos específicos à biologia do vírus, a rapidez da ciência se deve à enxurrada sem precedentes de dinheiro e também de especialistas dedicados à corrida por uma vacina.

"Essa é a maior emergência das nossas vidas. Dinheiro não é o problema. Nós não temos é tempo", afirmou o infectologista Kawsar Talaat, da Universidade Johns Hopkins ao site especializado em medicina StatNews.

Um dos países a injetar mais dinheiro nessa busca foram os Estados Unidos. Em meados de maio, a administração Trump lançou um programa federal batizado de Operação Warp Speed, em referência à velocidade máxima da nave espacial da série de ficção científica Star Trek.

A Operação Warp Speed, com custo de cerca de US$13 bilhões de dólares, distribuiu recursos entre ao menos 14 candidatas a vacina a partir de maio. As pesquisas foram sendo eliminadas por critérios de segurança e eficiência até chegar às cinco mais promissoras imunizações. Entre elas, estão as das empresas Moderna e AstraZeneca, que usam metodologias distintas para obter a vacina. Embora as candidatas ainda estejam entre a fase 2 e a fase 3 de testes, as doses já começaram a ser produzidas em larga escala no país.

O plano inicial era ter até 300 milhões de doses até janeiro de 2021, prazo que será aparentemente adiantado em mais de dois meses agora. Trata-se de uma aposta: assim que os testes forem concluídos — e se as vacinas forem aprovadas — elas poderiam ser injetadas imediatamente na população. Se forem reprovadas — por serem ineficientes ou não seguras — todos as doses seriam descartadas, e o dinheiro, perdido. Para ser aprovada pela FDA, a vacina precisa mostrar ser eficaz em 50% das pessoas para impedir o contágio ou abrandar os sintomas da covid-19.

Os resultados da Operação Warp Speed tem endereço certo: se der certo, apenas americanos receberão as doses produzidas. Isso porque, nessa semana, a Casa Branca anunciou que não irá participar do Covax, o consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para produzir e distribuir a vacina do qual fazem parte mais de 170 países, incluindo o Brasil.

Os Estados Unidos acusam a OMS de ter sido complacente e "corrupta" em relação à pandemia e à China, onde o vírus surgiu. E está em processo de deixar o órgão, do qual era o maior financiador.

Vacina de emergência

Mas nem mesmo para os americanos a notícia da pressa na produção da vacina foi inteiramente bem recebida. Isso porque a Operação Warp Speed já previa prazos extremamente enxutos e os especialistas duvidam que seja possível concluir os procedimentos para atestar segurança e eficiência das doses se o tempo for ainda mais reduzido.

O temor é que o governo Trump lance mão de um instrumento chamado Autorização de Uso Emergencial, um protocolo da FDA desenvolvido para permitir o "uso de terapias, equipamentos e medicações em doenças para as quais eles não foram cientificamente testados e aprovados em casos em que não há uma alternativa melhor", conforme explica o site da agência.

O expediente foi usado algumas vezes durante a pandemia de covid-19: sob essa autorização, hospitais americanos usaram hidroxicloroquina em pacientes de coronavírus ao longo de algumas semanas, até que a agência concluiu que os danos aos pacientes eram maior que os benefícios que a droga produzia e a autorização foi suspensa. Da mesma forma, ventiladores foram usados em pacientes experimentalmente.

Os médicos afirmam que, em uma emergência como uma epidemia, é razoável lançar mão dos instrumentos possíveis para tentar salvar uma vida. Muito diferente, no entanto, seria injetar uma substância sem comprovação em milhões de pessoas saudáveis.

O único país a já ter iniciado vacinação em massa contra o coronavírus foi a Rússia, de Vladimir Putin. E embora tenha passado a recomendar a vacina, o governo russo não cumpriu protocolos internacionais de segurança nem comprovou a eficácia da substância que injeta em seus cidadãos. Por causa disso, a distribuição das doses foi vista internacionalmente como uma manobra populista e arriscada do ponto de vista da saúde pública.

"Nos Estados Unidos, nunca liberamos uma grande vacina sob Autorização de Uso Emergencial. Essa autorização tem um nível científico inferior, e não faz sentido lançar uma vacina nessas circunstâncias", afirmou à BBC News Brasil pesquisador em vacinas Peter Hotez, da Faculdade de Medicina de Doenças Tropicais da Universidade do Texas.

Segundo Hotez, o uso desse expediente seria ainda mais arriscado porque parte das vacinas da Operação Warp Speed adota uma tecnologia inteiramente nova, capaz de reproduzir no corpo humano cópias do código genético do Sars-CoV-2, o chamado mRNA. Ainda não existe no mundo uma vacina para humanos com essa tecnologia.

"É o caso da vacina da Moderna ou da Pfizer, e essa técnica nunca resultou em uma vacina licenciada antes. Portanto, há ainda mais razão para passar por uma revisão completa pela FDA", diz Hotez.

O risco anti-vax

Mesma opinião tem o ex-diretor do CDC Tom Frieden. Em postagem no Twitter, ele chegou a sugerir que não tomaria uma vacina aprovada sob o protocolo emergencial.

"Para ser claro: o licenciamento de uma vacina exige que ela seja comprovadamente segura e eficaz. Esse é um padrão razoável. Se alcançado, eu me sentiria confortável em receber uma dose e recomendá-la para minha família. (Uma vacina aprovada) por autorização de uso de emergência, em contraste, é um padrão muito inferior", afirmou.

Frieden joga luz sobre um problema sério. Uma vacina lançada sob condições pouco transparentes pode engrossar as fileiras dos que rejeitam imunizações. Uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup no início de agosto mostrou que, antes da tentativa de apressar o lançamento da vacina, 35% dos americanos já afirmavam não querer tomá-la, mesmo que ela fosse aprovada pela FDA e gratuita.

O país possui uma relevante comunidade anti-vax, que se baseia em premissas religiosas ou em teorias conspiratórias (e falsas) sobre supostos malefícios da imunização para se recusar a tomá-la. Nos últimos anos, diversas cidades americanas enfrentaram surtos de sarampo em decorrência da queda no número de pessoas protegidas contra a doença.

O resultado disso é óbvio: a covid-19 se mostrou uma doença profundamente perturbadora da ordem social. Para retomar à conhecida normalidade, será preciso uma vacina. Mas vacinas se baseiam na lógica da coletividade: é preciso que a maior parte da população tome para que o vírus não encontre mais organismos em que se propagar e desapareça. Se não atingir a cobertura populacional necessária, a vacina simplesmente não funciona.

Assim, todo o dinheiro e o esforço seria jogado fora, alerta Frieden.

"Uma vacina parece ser nossa melhor ferramenta para combater a covid-19. É por isso que é tão importante acertarmos agora e não ignorarmos a segurança. Se as pessoas não confiarem na vacina, arriscamos um passo para frente e muitos para trás".

 

 

*POR: BBC NEWS

MUNDO - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ultrapassou o rival democrata Joe Biden como favorito na bolsa de apostas europeia Betfair para vencer as eleições presidenciais do país em 2020, informou a bolsa nesta quarta-feira.

A Betfair Exchange afirmou que quatro apostas de mais de 10 mil libras foram feitas na plataforma durante a noite, das quais três foram em Trump, enquanto a maior aposta da campanha até agora, no valor de 50 mil libras, foi colocada no candidato republicano no fim de semana.

Essas apostas, em parte, ajudaram Trump a assumir a liderança, depois de ter ficado empatado com Biden no início desta semana, completando uma recuperação impressionante nos mercados de apostas.

"Em agosto, Trump tinha as piores chances de reeleição de qualquer presidente em exercício da história e a derrota para Biden parecia cada vez mais provável", disse Darren Hughes, porta-voz da unidade Betfair Exchange da Flutter Entertainment.

Uma pesquisa de opinião nacional Reuters/Ipsos mostrou nesta quarta-feira que 40% dos eleitores registrados apoiam Trump, em comparação com 47% que disseram que votarão em Biden.

A liderança de Biden manteve-se praticamente inalterada nas últimas três semanas, durante as quais ambos os partidos realizaram convenções para oficializar a nomeação de seus candidatos para a Presidência.

 

 

*Por Aaron Saldanha/ REUTERS

BRASÍLIA/DF - O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou hoje (28), por unanimidade, ser vedada a apresentação de artistas como cantores e atores, sejam estes remunerados ou não, em transmissões ao vivo pela internet (lives) feitas por candidatos.

O entendimento foi proferido em resposta a uma consulta do Psol, que havia indagado ao TSE se, levando em consideração o contexto da pandemia de covid-19, seria permitida a “realização de apresentação dos candidatos aos eleitores juntamente com atores, cantores e outros artistas através de shows (lives eleitorais) não remunerados e realizados em plataforma digital”.

O relator da consulta, ministro Luís Felipe Salomão, entendeu que as lives com candidatos e a apresentação de artistas equivalem a showmícios, que são proibidos pela legislação eleitoral. Para o magistrado, é “irrelevante” que tais eventos sejam realizados em uma plataforma diferente.

“Aliás, o potencial de alcance desses eventos, quando realizados e transmitidos pela internet, é inequivocamente maior em comparação com o formato presencial, dada a notória amplitude desse meio de comunicação, acessível por qualquer pessoa em quase todos os lugares”, disse Salomão em seu voto.

Para vedar o que chamou de “livemícios”, o ministro aplicou o artigo 39 da Lei das Eleições (9.504/1997), que proíbe a “realização de showmício e de evento assemelhado para promoção de candidatos, bem como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício e reunião eleitoral”.

Ao votar, Salomão afirmou ainda que “o cenário de pandemia atualmente vivido em nosso país não autoriza por si só transformar em lícita conduta expressamente vedada pela legislação de regência”. O entendimento dele foi seguido por todos os outros seis ministros que compõem o TSE.

O TSE já afirmou, no entanto, que os pré-candidatos podem aparecer em lives na internet ou aparecer na mídia em geral, inclusive em entrevistas, embora não possam pedir votos antes de 27 de setembro, quando se inicia o período de campanha.

 

 

*Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil

MUNDO - O Partido Republicano confirmou nessa 2ª feira (24) que Donald Trump é o candidato da legenda na eleição presidencial nos Estados Unidos. O anúncio foi feito no 1º dia da convenção nacional do partido e oficializou Mike Pence como o candidato a vice na chapa republicana.

Apesar de ter reduzido o tamanho do evento, a convenção republicana tem parte de suas atividades realizadas presencialmente, em Charlotte, na Carolina do Norte. Trump quebrou a tradição segundo a qual os candidatos discursam só no último dia e falou aos presentes.

Ele está na Carolina do Norte para 1 encontro com fazendeiros, mas passou pelo ginásio onde a convenção é realizada. Foi recebido com gritos de “mais 4 anos” e respondeu dizendo que poderia ser “mais 12 anos”.

Trump, mais uma vez, colocou em dúvida a eficácia os votos pelos correios. “A única forma de os democratas nos roubarem isto é a manipulação das eleições. Vamos ganhar estas eleições”, disse o republicano. Trump já usou o voto por correio em pleitos passados.

Também voltou a acusar o ex-presidente Barack Obama e os democratas de terem espionado sua campanha em 2016: “Nós os pegamos fazendo coisas ruins. Vamos ver o que acontece, eles estão tentando fazer de novo”. Trump disse que os democratas estão usando a pandemia da covid-19 para roubar as eleições.

O republicano caracterizou seu oponente, o democrata Joe Biden como um esquerdista radical. Disse que, caso ele vença o pleito de novembro, “a esquerda radical exigirá que ele [Biden] nomeie juízes loucos e super-radicais de esquerda para a Suprema Corte”. O que, segundo Trump, seria a “morte do sonho americano”.

 

VÍDEO DA CASA BRANCA

Trump fez outra aparição na 1ª noite da convenção republicana. Em 1 vídeo gravado na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos agradeceu os trabalhadores da linha de frente da pandemia de coronavírus. Ao lado de alguns deles, todos sem máscaras, Trump disse que “esses são os trabalhadores incríveis que ajudam muito com a covid”. “São ótimas, ótimas pessoas. Médicos, enfermeiras, bombeiros, um policial. Queremos agradecer a vocês, o quanto vocês têm sido incríveis e queremos agradecer a vocês e a todos os milhões de pessoas que vocês representam”, falou.

 

 

*Por: PODER360

MUNDO - Joe Biden foi oficializado nessa última 3ª feira (18) como candidato democrata na eleição dos Estados Unidos, marcada para 3 de novembro. Ele agradeceu a nomeação, mas deixou o discurso para a última noite da Convenção Nacional Democrata, que será realizada na 5ª feira (20). O 2º dia do encontro democrata teve a participação do ex-presidente norte-americano Bill Clinton e da deputada Alexandria Ocasio-Cortez.

A oficialização de Biden é apenas protocolar, já que ele é o único candidato democrata desde que o senador Bernie Sanders desistiu da corrida, em abril de 2020. Também foi protocolar o endosso a Sanders feito por Ocasio-Cortez, que foi convidada a falar pelo senador e defendeu as ideias de Sanders. Depois, ela parabenizou Biden pela nomeação.

Em seu perfil no Twitter, Biden escreveu que “é a honra da minha vida aceitar a nomeação do Partido Democrata para Presidente dos Estados Unidos da América”.

Biden escolheu a senadora Kamala Harris para compor sua chapa como vice-presidente. Ela tem 55 anos e foi a 1ª negra eleita para o Senado no Estado da Califórnia. Caso vençam o presidente Donald Trump em novembro, ela será a 1ª mulher a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos.

BILL CLINTON ATACA TRUMP E O ‘CAOS’ DA CASA BRANCA

Falando por pouco mais de 5 minutos, Clinton seguiu a linha de Michelle Obama e Sanders que, no 1º dia da convenção, atacaram o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, e o “caos” de sua gestão. “Em 1 momento como este, o Salão Oval deveria ser 1 centro de comando. Em vez disso, é um centro de tempestade. Existe apenas caos. Só uma coisa nunca muda, sua determinação em negar responsabilidade e transferir a culpa. A bola nunca para por aí”, disse Clinton.

“Nosso partido está unido para oferecer a vocês uma escolha muito diferente: 1 presidente com atuação. Um cara pé no chão que faz o trabalho. Um homem com uma missão: assumir responsabilidades, não transferir a culpa. Concentrar, não distrair. Unir, não dividir. Nossa escolha é Joe Biden”, completou o ex-presidente dos Estados Unidos.

 

 

*Por: PODER360

Capitão Augusto (PL-SP) pretende garantir base para o governo de Bolsonaro na Câmara



BRASÍLIA/DF - A disputa para Presidente da Câmara, em Brasília, já tomou forma. A eleição é em Fevereiro de 2021, mas já há candidatos despontando, como o deputado Federal Capitão Augusto (PL-SP). É desse resultado que dependerá o desempenho de Jair Bolsonaro até o fim de seu mandato, afinal, os líderes do Executivo e do Legislativo, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já trocaram algumas farpas.

Três candidatos têm se mostrado mais fortes na disputa da presidência da Casa: Arthur Lira (Progressistas-AL), Marcos Pereira (Republicanos - SP) e Capitão Augusto (PL-SP)), sendo este último membro do partido com a segunda maior bancada da câmara.

Enquanto Lira representa o “centrão” e Marcos Pereira, assim como Lira, já foi citado na Lava Jato, Capitão Augusto se define como a alternativa.
A preocupação do parlamentar é garantir base suficiente para a equipe de Jair Bolsonaro dar continuidade a importantes projetos, como a Reforma Tributária apresentada por Paulo Guedes. Sem contar a sua bandeira de combate à corrupção.

MUNDO - O Grupo de Lima, composto por Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru, divulgaram ontem (14) uma declaração reiterando seu apoio ao líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó. A Venezuela, representada exclusivamente pela ala de oposição ao presidente Nicolás Maduro, também faz parte do Grupo de Lima e assinou o documento.

“Os membros do Grupo de Lima […] renovam sua unidade e firme compromisso em favor do presidente encarregado Juan Guaidó, da transição democrática, e da reconstrução institucional, econômica e social na Venezuela, país que vive uma crise multidimensional sem precedentes, que tem gerado o sofrimento crescente do povo venezuelano e que se agravou em função da pandemia de covid-19”, diz um trecho da declaração conjunta.

O Grupo de Lima também expressou repúdio ao anúncio do governo de Maduro de realizar eleições parlamentares “sem as garantias mínimas e sem a participação de todas as forças políticas”. Além disso, apoiaram a “Declaração Conjunta de Apoio à Transição Democrática na Venezuela”, assinada por 31 países. Esse documento convoca toda a população do país, suas instituições e partidos políticos a apoiarem um processo de transição inclusivo e “que leve o país a eleições presidenciais livres e justas no menor prazo possível”.

Guaidó, parlamentar líder da oposição no país, chegou a se autodeclarar presidente da Venezuela e foi reconhecido como tal por países como Brasil e Estados Unidos. Guaidó visitou o Brasil no início de 2019, quando se encontrou com Jair Bolsonaro. Na época, a pressão internacional para uma troca de comando na Venezuela pareceu insustentável, mas Maduro se manteve no poder, onde está desde 2013.

 

 

*Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

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