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GROENLÂNDIA - Perdas de gelo generalizadas da Groenlândia resultaram em quase 30 centímetros de aumento global do nível do mar que deve ocorrer em um futuro próximo – e novas pesquisas sugerem que não há como detê-lo, mesmo que o mundo parasse de liberar o aquecimento do planeta emissões hoje.

O estudo, publicado na segunda-feira na revista Nature Climate Change, descobriu que a perda geral de gelo da camada de gelo da Groenlândia provocará pelo menos 25 centímetros de aumento do nível do mar, independentemente dos cenários de aquecimento climático. Essa é geralmente a mesma quantidade que os mares globais já aumentaram no último século da Groenlândia, Antártica e expansão térmica (quando a água do oceano se expande à medida que aquece) combinadas.

Pesquisadores do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia observaram mudanças no volume do manto de gelo dentro e ao redor da Groenlândia e viram que o escoamento da água derretida tem sido o principal fator. Usando “teoria bem estabelecida”, os cientistas foram capazes de determinar que cerca de 3,3% da camada de gelo da Groenlândia – equivalente a 110 trilhões de toneladas de gelo – inevitavelmente derreterá à medida que a camada de gelo reage às mudanças que já ocorreram.

O aumento do nível do mar a partir desse gelo derretido ocorrerá “independentemente de qualquer caminho climático futuro previsível neste século”, de acordo com o principal autor Jason Box, cientista do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia. “Esta água já está tecnicamente debaixo da ponte.”

Embora os autores não especifiquem uma linha do tempo, eles preveem que a mudança no nível do mar pode ocorrer entre agora e o final do século.

A pesquisa foi apenas para estimar um mínimo, ou “um limite inferior muito conservador”, de aumento do nível do mar devido ao derretimento na Groenlândia, “e no evento virtualmente certo de que o clima continua aquecendo, o comprometimento do nível do mar só cresce”, disse Box.

Mantos de gelo maciços podem derreter rapidamente quando a temperatura do ar está quente, mas a água oceânica mais quente também está erodindo a camada ao redor das bordas.

As descobertas vêm logo após um relatório de aumento do nível do mar em 2022 divulgado no início deste ano pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, que descobriu que as costas dos EUA podem esperar 25 a 30 centímetros de aumento do nível do mar nos próximos 30 anos. Isso fará com que as inundações da maré alta ocorram com mais de 10 vezes mais frequência e permitirão que as tempestades se espalhem mais para o interior, de acordo com o relatório.https://www.istoedinheiro.com.br/

A Groenlândia contém gelo suficiente para que, se tudo derretesse, poderia elevar o nível do mar em cerca de 7 metros ao redor do mundo. Pesquisadores apontam que um aumento do nível do mar de 6 metros não significa que ele aumentará uniformemente em todo o mundo, deixando alguns lugares devastados enquanto o nível do mar cai em outros.

À medida que lugares como a Groenlândia perdem gelo, por exemplo, eles também perdem a atração gravitacional do gelo sobre a água, o que significa que o nível do mar da Groenlândia está caindo à medida que o nível aumenta em outros lugares, disse William Colgan, pesquisador sênior do Serviço Geológico da Dinamarca e da Groenlândia.

“Será muito difícil se adaptar a uma mudança tão rápida”, disse Colgan, de pé na geleira Jakobshavn, na Groenlândia, onde o fiorde está cheio de gelo que se desprendeu da geleira.

Antes da mudança climática causada pelo homem, temperaturas próximas a 0 grau Celsius na Groenlândia eram desconhecidas. Mas desde a década de 1980, a região aqueceu cerca de 1,5 grau por década – quatro vezes mais rápido que o ritmo global – tornando ainda mais provável que as temperaturas ultrapassem o limite de derretimento.

Vários dias de clima excepcionalmente quente no norte da Groenlândia provocaram recentemente um rápido derretimento, com temperaturas em torno de 60 graus – 10 graus mais quentes do que o normal para esta época do ano, disseram cientistas.

A quantidade de gelo que derreteu na Groenlândia apenas entre 15 e 17 de julho – 6 bilhões de toneladas de água por dia – seria suficiente para encher 7,2 milhões de piscinas olímpicas, segundo dados do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos EUA.

Cientistas globais disseram que as tendências nas quais as mudanças climáticas estão se acelerando são bastante claras e que, a menos que as emissões sejam contidas imediatamente, muitos outros eventos extremos de derretimento continuarão a ocorrer com mais intensidade e frequência.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

IBATÉ/SP - Na última semana todas as unidades de ensino de Ibaté homenagearam os alunos,  em homenagem ao estudante, já que nessa data do dia 11, celebramos o dia daqueles que dedicam parte de seu tempo aos estudos, os estudantes. Para celebrar, cada escola fez uma linda homenagem aos discentes.

Para o secretário de Educação e Cultura, Alexandre Moraes Gaspar, as instituições valorizam os estudantes, já que a tarefa deles não é fácil e requer muita dedicação.“É importante reconhecer o esforço diário dos alunos, por isso as escolas fizeram essa homenagem. Os professores abordaram o tema em sala de aula, de forma interdisciplinar, já que o processo ensino-aprendizagem não pode e nem deve ser fragmentado. Acreditamos que o aluno que participa de forma direta do processo pedagógico é mais comprometido com a própria aprendizagem, além de sentir-se valorizado”, comentou o Gaspar.

O secretário destacou que cada escola preparou algo para enaltecer a data, seja algodão doce, pipoca, sessão cinema, atividade lúdicas, entre outras, com o objetivo de refletirmos sobre a importância dos estudos e das instituições de ensino para a sociedade. “O estudante tem um papel muito importante para o desenvolvimento da sociedade. Quando estudamos, não estamos nos preparando apenas de forma individual, mas sim para contribuirmos, de alguma forma, com o meio em que vivemos”, concluiu. 

Sobre a data
A comemoração pelo Dia do Estudante acontece desde o ano de 1927 e teve como ponto de partida algo que ocorreu 100 anos antes, isto é, em 1827, na época do recém-instituído Império Brasileiro. Em 11 de agosto de 1827, o então imperador Dom Pedro I autorizou a criação das duas primeiras faculdades do Brasil, a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco, e a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo.

SÃO CARLOS/SP - A Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituição responsável pela elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de São Carlos, iniciou a fase de análises técnicas e de diagnóstico para a elaboração da matriz de origem-destino, ferramenta fundamental para o planejamento da mobilidade urbana. No caso de São Carlos, a Fundação Getúlio Vargas está trabalhando com dados de telefonia celular para a construção da matriz.
A empresa Kido Dynamics, fundada na Suíça com presença na Europa, América Latina e Oriente Médio, e que se dedica a gerar conhecimento profundo sobre o comportamento de mobilidade de milhões de pessoas por meio de tecnologias de big data e machine learning, alavancadas pela ciência da física social, vai fazer a pedido da FGV, a pesquisa origem destino de São Carlos.
De um país inteiro a uma área específica, a Kido Dynamics pode dizer com alta precisão como as pessoas se deslocaram em qualquer período de tempo e trazer conhecimento relevante para apoiar na elaboração do Plano de Mobilidade de São Carlos” explica o coordenador de projetos da FGV, Manoel Reis.
A empresa acessa o big data das operadoras de telefonia móvel, que contém um histórico diário do deslocamento relacionado a milhões de pessoas que se movimentam pelo território nacional, com anonimização apropriada para cumprir com a mais recente Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais do Brasil. Algoritmos baseados em física social analisam todos os dados fragmentados para reconstruir trajetórias completas da população e sistemas alimentados com machine learning realizam milhares de simulações para alcançar a mais alta precisão na identificação do uso de ruas e estradas específicas.
Os conhecimentos gerados por essas análises são apresentados em formatos que vão desde relatórios detalhados com análises aprofundadas de questões específicas até dados gerados em formatos padrão, exibidos em plataforma própria de publicação, e que podem ser baixados via plataforma e API para serem usados em qualquer software de gestão de dados e geoprocessamento.
De acordo com o secretário de Transporte e Trânsito, Paulo Luciano, a pesquisa abrange toda a população que reside, trabalha, estuda ou busca serviços na cidade. Os resultados obtidos ajudarão a mapear as necessidades de deslocamento da população e embasarão as atualizações das linhas do transporte público, além de subsidiar as políticas municipais para pedestres e ciclistas”, garante o secretário.

Crescimento da presença militar na sociedade brasileira motivou estudo em parceria da Universidade de Oxford com a UFSCar, UFPE, UFMG e Cebrap

 

SÃO CARLOS/SP - No Brasil, 43,9% dos jovens entre 16 e 26 anos se declaram propensos a buscar carreiras militares. É o que mostra pesquisa realizada entre outubro e novembro de 2021, com aplicação de 2.055 questionários junto a amostra representativa da população brasileira nesta faixa etária. O levantamento foi realizado em parceria entre a Universidade de Oxford (no Reino Unido); as universidades federais de São Carlos (UFSCar), Pernambuco (UFPE) e Minas Gerais (UFMG); e o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Andreza Aruska de Souza Santos, da Oxford School of Global and Area Studies, conta que a motivação para realização do estudo veio do cenário de crescimento da presença militar na sociedade brasileira. Os pesquisadores registram, por exemplo, a existência de mais de 6.000 cargos comissionados no Governo Federal ocupados por militares em 2021 (18% do total), bem como o crescimento de candidaturas ao legislativo estadual e federal - de 786 para 1.199 entre 2018 e 2020. O aumento mais relevante, entretanto, ocorreu entre os deputados e senadores eleitos - de 14 para 76 no mesmo período (ou 442% a mais em 2020).
"Nas pesquisas que realizo, tive essa percepção de que, entre classes médias e médias baixas, a carreira militar estava se tornando uma opção importante. Encontrava, por exemplo, jovens que, em vez de buscar uma universidade, já começavam fazendo cursos preparatórios para as carreiras militares", conta a pesquisadora. "Como o Gabriel Feltran trabalha com as periferias urbanas e em contextos relacionados à juventude, conversamos sobre o tema, e ele me disse que também estava vendo as forças armadas e as polícias se tornarem mais populares", complementa, citando docente do Departamento de Sociologia da UFSCar que também integra o time de pesquisadores.
Para realização da pesquisa, foram aplicados - via Internet - questionários compostos por 58 itens, junto a 2.055 pessoas de todas as regiões brasileiras, em survey com intervalo de confiança de 95% e erro máximo de 2,2%. Essas questões são vinculadas a oito categorias de análise: propensão a buscar as carreiras militares; percepções sobre essas carreiras; associação a visões e atitudes conservadoras; habilidades e aspirações de trabalho; percepções do mercado de trabalho; perfil sociodemográfico; trajetória escolar e na carreira; e contexto familiar.
"De todas as condicionantes que poderiam explicar o interesse nas carreiras militares - como fatores ideológicos, questões materiais concretas, geracionais, gênero, raça, classe -, os resultados mostram claramente que a tendência a este interesse cresce conforme aumenta a vulnerabilidade dos jovens", destaca Gabriel Feltran. "Apesar de um discurso do empreendedorismo que inunda o ambiente onde esses jovens circulam, que fomenta a iniciativa individual em oposição a empregos estáveis, eles estão fazendo escolhas bastante racionais, percebendo nas carreiras militares a possibilidade de estabilidade, de crescimento e, também, questões muito básicas, como a garantia de alimentação, em um país em que mais de 33 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar", complementa.
Os resultados da pesquisa, bem como o detalhamento da metodologia empregada, estão publicados no artigo "Dataset on the perceptions of Brazilian youth toward a military career post-Covid-19" (em revisão pelos pares, disponível via https://bit.ly/3QUvMx6). "Um aspecto importante é a disponibilização pública de todos os materiais de replicação (dados originais e scripts computacionais). Dessa forma, qualquer pessoa pode verificar os resultados e reaproveitar as informações em outros projetos de pesquisa", compartilha Dalson Figueiredo, docente no Departamento de Ciência Política da UFPE.
"Existe hoje um equilíbrio civil-militar muito diferente de governos anteriores. Poderíamos pensar, assim, que uma mudança de governo levaria a alterações nesse cenário, mas a pesquisa mostra um legado para além de questões ideológicas. Ela mostra que questões econômicas podem gerar esse desequilíbrio mais duradouro, o que nos leva à necessidade de pensar em que tipo de oportunidades estamos criando para esses jovens", aponta a pesquisadora da Universidade de Oxford. "Na pesquisa, vimos que 67,3% dos jovens consideram a oferta de empregos em suas respectivas cidades como baixa, muito baixa ou nenhuma, sendo que esse número é pior entre aqueles que moram no Nordeste (75,9%)", complementa.
"Análises preliminares dos dados da pesquisa indicam uma associação inversa entre o interesse pelas carreiras militares e a escolaridade dos pais. Isto reforça nossa hipótese de que esta disposição para ingressar nas Forças Armadas ou na Polícia Militar mantém relação com as condições sociais e econômicas das famílias", afirma Valéria Cristina de Oliveira, docente no Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da UFMG.
Adson Amorim, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, acrescenta que "há pouquíssimas informações disponíveis sobre o ingresso nas carreiras militares, tanto policiais quanto das Forças Armadas, em contraste com dados sobre o crescimento da presença de militares no Legislativo e em cargos comissionados no governo federal". Para o futuro, os pesquisadores elencam como prioridades o monitoramento do interesse pelas carreiras militares ao longo do tempo, bem como análises que expliquem como a propensão a entrar nessas carreiras influencia a sociedade e suas instituições.

 

Pesquisa analisou mais de 4,7 mil indivíduos com 50 anos ou mais

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo desenvolvido por pesquisadores dos departamentos de Fisioterapia (DFisio) e de Gerontologia (DGero) da UFSCar identificou que existe relação entre baixos níveis sanguíneos de vitamina D e o risco de desenvolver incapacidade funcional em atividades instrumentais de vida diária (AIVD) em homens.
A pesquisa foi desenvolvida por Mariane Marques Luiz, atual doutoranda em Fisioterapia pela UFSCar, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do DGero da UFSCar e coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), um consórcio de estudos longitudinais, que abrange o English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA), um grande estudo longitudinal de saúde dos idosos da Inglaterra. O estudo também contou com a participação de pesquisadores da University College London (UCL) no Reino Unido.
As AIVD são atividades cotidianas que exigem um maior nível de complexidade e atenção durante sua execução, como por exemplo as atividades domésticas, o gerenciamento de finanças, capacidade de utilizar meios de transporte e de comunicação. Essas atividades são fundamentais para a manutenção da capacidade funcional de idosos, que reflete a habilidade de atender, de forma independente, às demandas físicas do dia a dia.
De acordo com os pesquisadores, estudos anteriores já identificaram que baixos níveis sanguíneos de vitamina D prejudicam a capacidade funcional, porque comprometem o desempenho nas atividades básicas de vida diária (ABVD), que são aquelas relacionadas com autocuidado como comer, tomar banho e vestir-se. No entanto, ainda não tinha sido verificado se a deficiência de vitamina D também estaria associada com maior risco de desenvolver incapacidade especificamente nas AIVD. Segundo Mariane Luiz, "a pesquisa teve como objetivo investigar se a deficiência de vitamina D era um fator de risco para desenvolver incapacidade em AIVD e verificar se esse risco se dava de forma distinta entre homens e mulheres".
Para tanto, foram avaliados 4.768 indivíduos ingleses participantes do Estudo ELSA, com 50 anos ou mais, que não apresentavam dificuldade em nenhuma das seguintes AIVD: gerenciar finanças, utilizar meios de transporte, fazer compras, preparar refeições, usar o telefone/meios de comunicação, gerenciar medicamentos e realizar tarefas domésticas. Os indivíduos tiveram seus níveis de vitamina D no sangue classificados como suficiente, insuficiente ou deficiente e tiveram outras informações coletadas como dados socioeconômicos, hábitos de vida e condições de saúde. Após quatro anos de acompanhamento, esses indivíduos foram reavaliados para verificar se houve o desenvolvimento de dificuldade para realizar uma ou mais das AIVD. De acordo com a autora do estudo, no final dos quatro anos de acompanhamento, não foi encontrada nenhuma associação entre deficiência de vitamina D e incidência de incapacidade em AIVD para as mulheres. No entanto, a deficiência de vitamina D aumentou em 43% o risco de desenvolver incapacidade em homens.
Tiago Alexandre explica "que a vitamina D possui uma ação importante para o funcionamento dos músculos e, quando seus níveis estão baixos, leva à fraqueza e atrofia muscular, o que compromete o desempenho nas atividades cotidianas, repercutindo em dificuldade nas AIVD". Também aponta que "a vitamina D desempenha uma ação protetora no sistema nervoso central e há evidências de que a sua deficiência favorece o declínio cognitivo, o que pode explicar o pior desempenho nas AIVD, uma vez que se tratam de atividades que precisam da capacidade cognitiva preservada".
Os autores sugerem que os resultados encontrados apenas para os homens possivelmente ocorrem devido à associação entre vitamina D e a testosterona. "Os homens sofrem uma maior atrofia das fibras musculares do que as mulheres devido à redução dos níveis de testosterona com o envelhecimento. Uma vez que a vitamina D contribui para a produção de testosterona, a sua deficiência pode intensificar a atrofia muscular nestes indivíduos", relatam. Os pesquisadores acrescentam que a testosterona tem um efeito protetor sobre a capacidade cognitiva e a redução de seus níveis, que é intensificada pela deficiência de vitamina D, pode favorecer o declínio cognitivo mais precocemente em homens. "Assim, o pior desempenho muscular e cognitivo nestes indivíduos pode estar associado à incapacidade em AIVD", apontam Mariane Luiz e Tiago Alexandre.
A pesquisa concluiu que a deficiência de vitamina D representa um indicador precoce do comprometimento funcional em idosos e os autores reforçam que essa deficiência é uma condição modificável. Além disso, destacam que o monitoramento dos níveis de vitamina D pode ser uma estratégia para prevenir a dificuldade nas AIVD e impedir o desenvolvimento de incapacidade em idosos.
Os autores alertam que os resultados encontrados podem ser semelhantes no cenário brasileiro e que a avaliação dos níveis de vitamina D deve ser realizada através da mensuração das concentrações de 25-Hidroxivitamina D (25OHD) no sangue. Apesar da principal fonte de vitamina D ser a exposição ao sol, quando seus níveis estão deficientes, a suplementação de vitamina D deve ser uma estratégia de tratamento, precisando ser prescrita somente por nutricionistas e médicos.
O estudo teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recentemente, a pesquisa foi publicada na Nutrients, conceituada revista na área de Nutrição. A íntegra do artigo pode ser acessada neste link (https://bit.ly/3zu3Z0e).
É possível contribuir por PIX, boleto, transferência ou débito automático

 

SÃO CARLOS/SP - As ações voltadas à assistência estudantil, um direito dos estudantes, correm risco de serem inviabilizadas diante da redução de recursos destinados às Universidades nos últimos anos. Como medida emergencial, a UFSCar concebeu em 2021 o Programa de Fomento à Permanência Estudantil CRIE - sigla para Captação de Recursos para Investimento em Equidade. A iniciativa permite que qualquer pessoa ou empresa faça doações a partir de R$ 10,00, para ajuda no custeio das necessidades de estudantes em situação de vulnerabilidade. Para doações em valores de até R$ 500,00, é possível usar o PIX Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Para colaborações acima desse valor, basta acessar bit.ly/crieufscar. É possível contribuir por débito automático, transferência bancária ou boleto.
Em um ano de existência, o CRIE arrecadou pouco mais de R$ 80 mil. Com o recurso, foi possível a realização de dois editais de Auxílio Inclusão e Acessibilidade, oferecendo bolsas de R$ 900 reais para alunos com deficiência investirem em tecnologia assistiva. Danielle Parolis, estudante do curso de Análise e Gestão Ambiental, tem baixa visão e, com a ajuda das doações feitas ao programa, pôde comprar um monitor. "Me ajudou bastante! Eu consigo ampliar as letras. Se a gente quer ter uma sociedade mais inclusiva e mais representativa, é importante valorizar as Universidades públicas e ajudar por meio dessas doações que são muito importantes para a gente", afirma.
"Os investimentos arrecadados pelo CRIE são distribuídos de forma transparente. Todo o dinheiro doado é repartido por meio de editais, com critérios e procedimentos já adotados pela Universidade e que avaliam as mais diversas situações de vulnerabilidades", explica Djalma Ribeiro Junior, Pró-reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis. Sandro Francischini, coordenador de Inclusão e Direitos Humanos da UFSCar, que também tem deficiência visual e foi bolsista durante sua graduação, sabe da importância desse tipo de apoio. "Os produtos de tecnologia assistiva são caros e, nesses dois processos, nós podemos acompanhar pessoas com grandes dificuldades, essa bolsa vem em boa hora para aquisição de material, aquisição de equipamentos, aquisição de um melhor aparelho auditivo, dentre outras melhorias", avalia.
"Queremos ofertar Educação Superior pública, gratuita e de qualidade, promovendo inclusão e diversidade, democratizando o acesso e garantindo a permanência na Universidade a todos os estudantes. A UFSCar pretende contar com o apoio de seus egressos, que hoje ocupam lugares de destaque no mercado de trabalho e podem retribuir o que conquistaram a partir da sua formação na Universidade e, mais importante, contribuir para que outros jovens tenham as mesmas oportunidades neste momento difícil. Queremos contar com a sensibilidade de empresários e o maior número de pessoas possível de todos os outros setores da comunidade que podem nos ajudar nessa importante tarefa", afirmou a Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira.
A redução de investimentos e o atual empobrecimento da sociedade causam ainda um aumento no número de pessoas em situação de vulnerabilidade e, por consequência, mais estudantes precisam de apoio. Ao mesmo tempo em que a equipe administrativa da Universidade segue batalhando para ampliar os investimentos do Governo Federal - que tem a obrigação de investir em educação para garantir o direito à permanência estudantil aos alunos -, é preciso apelar para a solidariedade das pessoas que podem colaborar. "Neste momento, peço a ajuda de todos para somarmos forças. Precisamos de doações mensais e recorrentes", ressalta a Reitora da UFSCar. "Os mais atingidos são aqueles que estão socialmente mais vulneráveis. O CRIE veio para conseguirmos resistir a esses tempos. O dinheiro doado complementa as ações de assistência da UFSCar, que é uma referência já há muitos anos ", complementa Djalma Ribeiro Junior.

Serviço:
Doações de até R$ 500 - PIX Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Transferência Bancária - Banco do Brasil / Agência 1888-0 / Conta 39.546-3
*O valor mínimo para contribuição de pessoas físicas é R$ 10,00; para pessoas jurídicas, R$ 50,00.

CAMPINAS/SP - Onça parda, lobo guará, guaxinim, veado, cachorro do mato. Esses são alguns dos animais que circulam nos arredores do campus da Unicamp em Campinas. Junto à flora da Mata Atlântica, as espécies compõem as belezas nativas do território. No entanto, estão em situação de risco devido ao avanço da urbanização e à derrubada da mata. Para permitir o trânsito seguro dos animais e recuperar as espécies da flora, o Projeto Corredores Ecológicos no Campus da Unicamp e Região foi aprovado pela Comissão de Planejamento Estratégico Institucional da Universidade (Copei).

Os corredores ecológicos irão restabelecer e conectar remanescentes de mata nativa na região da Fazenda Argentina, área de 1,4 milhão de metros quadrados adquirida pela Unicamp em 2014. A conexão entre os fragmentos de mata deverá permitir a troca gênica das espécies de fauna e flora, evitando sua degeneração. O plano também contempla a conexão e recuperação de nascentes de água.

A previsão é que, em cinco anos, sejam criados 217.000m² de corredores ecológicos, 300.000m² de área de plantio, 92 metros de passadores de fauna e 6.500 metros de cercamentos de corredores. O plantio está previsto para ser iniciado na próxima estação chuvosa, a partir de setembro, e seguirá o mapeamento das espécies nativas realizado pela professora do Instituto de Biologia (IB) Dionete Santin.

A proposta de criação dos corredores e recuperação de nascentes integra o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), criado para ser um distrito modelo em sustentabilidade. O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destaca que o projeto está alinhado ao compromisso da Universidade com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os ODS propõem metas para a eliminação de problemas globais, como pobreza, desigualdades, fome e degradação ambiental, a serem cumpridas até 2030.

O projeto de corredores ecológicos é fundamental para que a ocupação da Fazenda Argentina e, de modo mais abrangente, de toda a área do HIDS, se dê de forma sustentável, refletindo o compromisso da Unicamp com a agenda de 2030 da ONU, pontua Meirelles.

 

Recuperação da mata nativa e das nascentes

Na área em que está localizada a Fazenda Argentina, há fragmentos da Mata Atlântica, bioma que perdeu 88% da sua vegetação nativa devido à ação humana. O distrito de Barão Geraldo, onde se localiza o campus de Campinas da Unicamp, também é caracterizado por ser uma zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e Cerrado, o que favorece uma grande diversidade de espécies.

Segundo a coordenadora do Serviço de Áreas Verdes da Divisão de Meio Ambiente da Unicamp, Camila Santos, a degradação da vegetação da região se deu em razão da expansão urbana e do uso do solo para agropecuária. As características da degradação dificultam a regeneração da mata de forma natural. Há alguns fatores que impedem que a mata se regenere. Por exemplo, aqui é uma área rural com bastante capim, um solo muito mexido por causa da agropecuária. Por isso é importante fazer os plantios, avalia.

Outro fator decisivo para a regeneração da flora é a presença de animais. Os passadores, além de permitirem a circulação segura, irão promover a disseminação das espécies da mata. O projeto contempla passadores superiores, para fauna arborícola, e inferiores, para fauna terrestre. Os passadores inferiores são implantados quando há uma sobreposição entre um corredor e uma via de trânsito, de forma que os animais consigam fazer a transposição, explica a coordenadora de Sustentabilidade da Unicamp, Thalita Dalbelo.

A conexão e recuperação de nascentes, também contemplada na proposta, será importante para propiciar água aos animais. A Fazenda Argentina abriga parte da bacia do Rio das Pedras e o Ribeirão Anhumas. Ao recompor a mata ao longo dos corpos d’água, evitam-se processos de erosão e assoreamento, garantindo melhoria na qualidade da água. 

 

Corredores ecológicos da Unicamp integram projeto macrorregional

Os corredores dão sequência às ações de preservação ambiental da DMA da Unicamp. Em 2012, observando o elevado número de atropelamentos de animais, o órgão iniciou a instalação de placas de advertência para motoristas e o cercamento parcial das Áreas de Preservação Permanente (APP) localizadas no campus. Em um ano, houve uma diminuição de 70% nos atropelamentos.

Depois disso, teve início a implantação de corredores que interligam manchas de floresta e de APPs. Em 2016, a Prefeitura de Campinas estabeleceu o Plano Municipal do Verde, cujas resoluções foram elaboradas com a participação da Unicamp. Foi uma contribuição nossa ao município de Campinas e agora daremos início a esse plano, afirma Thalita.

O plano prevê linhas de conectividade para Campinas e região metropolitana, dentro das quais se inserem os corredores a serem implementados na Fazenda Argentina. Participamos desse projeto macrorregional de integração dos nossos corredores com os de fora do território da Unicamp para viabilizar a sobrevivência das espécies em toda a região. Dessa forma, teremos uma comunicação segura entre os fragmentos, evitando que os animais venham para as vias e sejam atropelados, explica o coordenador do Centro de Monitoramento Animal (CEMA) da DMA, Paulo de Tarso.

A previsão é que dez anos após o plantio já exista uma mata amadurecida. O monitoramento do crescimento da vegetação e do uso dos corredores pelos animais será constante.

 

Proposta contribui para a persistência de espécies

Além de conectar os fragmentos de mata e recuperá-los, os corredores contribuem para o fortalecimento genético das espécies da fauna. Quando os animais estão isolados em um mesmo espaço, pode ocorrer perda da adaptabilidade e até extinção. Possibilitar que animais de uma mesma espécie tenham contato com indivíduos de outros grupos permite a troca genética entre eles e a viabilização desses grupos no ambiente regional como um todo, diz Paulo, idealizador do projeto.

Ele destaca que os corredores buscam devolver um equilíbrio mínimo às espécies, o que é relevante não só para elas, mas também para a saúde pública. Sem isso, estamos sujeitos a problemas como a pandemia de Covid-19. Há microorganismos circulando em ambientes selvagens. Quando invadimos e degradamos esses espaços, eles passam a ter acesso a nós, aponta.

Os benefícios que os sistemas naturais promovem, denominados serviços ecológicos, poderão ser fortalecidos por meio do projeto. Dentre eles, a redução da temperatura e melhoria na qualidade do ar. A implantação dos corredores visa reduzir o impacto da fragmentação, promovendo uma conectividade maior. Talvez nunca mais tenhamos uma mata contínua, mas podemos mitigar o problema. Enquanto existirem, os corredores poderão garantir uma troca mínima de genes entre populações de plantas e animais e permitir que fauna e vegetação caminhem pelos corredores, o que promove a manutenção dos serviços ecológicos, explica o coordenador de patrimônio do HIDS e professor de Zoologia do Instituto de Biologia da Unicamp, Wesley Silva.

 

Corredores ecológicos integram missão do HIDS

O Projeto Corredores Ecológicos é de responsabilidade da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (DEPI) e conta com a contribuição de diversos órgãos da Unicamp. Além da Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura Universitária, há a participação da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) e de unidades de ensino. O envolvimento de múltiplas áreas para a utilização do espaço como um laboratório vivo é incentivado pela Reitoria.

Integrada ao HIDS, a proposta alinha-se à preocupação da Universidade em fortalecer ações direcionadas à sustentabilidade. A coordenadora do componente físico-espacial do HIDS e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, Gabriela Celani, indica que o projeto de ocupação da Fazenda Argentina está sendo elaborado levando em conta a proteção dos corredores ecológicos e das APPs. Redução da densidade de construções nas regiões próximas aos corredores e zonas de amortecimento são medidas que ela cita como possibilidades.

O projeto do HIDS e dos corredores pode servir de modelo para outras universidades. Sabemos que muitos campi estão em zonas periurbanas como a nossa e estão implantando regiões de conhecimento, áreas em que há parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Com a aproximação de instituições de pesquisa e desenvolvimento, ocorre um processo de urbanização. Nosso exemplo de como lidar com situações de fragilidade ambiental poderá ser uma referência para outras universidades, afirma.

 

 

 

Este texto foi originalmente publicado por Jornal da Unicamp de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.

TEXTO: LIANA COLL

ALEMANHA - O asteroide que provocou a extinção de boa parte das espécies de dinossauros há 66 milhões de anos não selou somente o destino dos animais, mas também alterou a rota evolutiva de plantas, flores e frutas. É essa a conclusão de um estudo recente, realizado por pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa Integrada em Biodiversidade (iDiv) e da Universidade de Leipzig: a extinção dos dinossauros provocou mudanças radicais no comportamento e no futuro da vegetação do planeta a partir de então.

O princípio de tal efeito é ligado diretamente à extinção em massa dos animais: muitos deles eram herbívoros, e as ausências, no consumo e manipulação das plantas e frutas causaram uma redução na velocidade evolutiva média e no desdobramento em novas espécies vegetais. A conclusão contraria a ideia recorrente de que, com o desaparecimento dos animais, as vegetações viveram uma explosão de crescimento, diversificação e evolução.

Já a velocidade de plantas com grandes frutos, segundo o estudo, permaneceu praticamente constante, com o tamanho dos frutos aumentando no período após a extinção. “Assumimos, portanto, que a falta de influência de grandes herbívoros levou a vegetações mais densas nas quais plantas com sementes e frutos maiores tinham uma vantagem evolutiva”, afirmou Renske Onstein, pesquisador que liderou o estudo, realizado a partir da análise de plantas fossilizadas e outras ainda vivas.

De acordo com a pesquisa, ao longo dos primeiros 25 milhões de anos que sucederam o asteroide, a vegetação enfrentou mudanças expressivas, com diversas plantas perdendo mecanismos de defesa, como espinhos, enquanto outras começaram a crescer frutos maiores. “Assim, pudemos refutar a suposição científica anterior de que a presença de grandes frutos de palmeiras dependia exclusivamente de mega-herbívoros”, diz o autor. “Traços de defesa sem predadores aparentemente não ofereciam mais vantagens evolutivas”, explicou o cientista.

Segundo o estudo, com a perda das defesas das plantas, os animais menores também passaram a comer grandes frutas e, assim, espalhar suas sementes. Não por acaso, essas defesas retornaram na maioria das espécies de palmeiras, quando os novos mega-herbívoros surgiram, como elefantes e rinocerontes. O estudo foi publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society.

 

 

Vitor Paiva / HYPENESS

Material foi testado visando entender quais possíveis danos podem causar no organismo

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), em parceria com o Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas (LIDI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), coordenado pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP), têm desenvolvido diversas investigações sobre a segurança do uso de nanopartículas industriais.
Em trabalhos publicados recentemente, os pesquisadores relatam os resultados da avaliação de segurança das nanopartículas de carbono black modificado com etilenodiamina (CB-EDA), de Dióxido de titânio (TiO2) e os nanotubos de carbono (OCNT-TEPA), todas caracterizadas pela equipe do CDMF.
As nanopartículas foram testadas em uma linhagem celular de fibroblastos de camundongos, buscando entender quais possíveis danos esses materiais podem causar no organismo. Os fibroblastos foram as células escolhidas para os testes pelo fato de estarem distribuídas por todo o organismo e apresentarem um papel importante nos processos inflamatórios.
Utilizando técnicas que analisaram a viabilidade celular, as vias de estresse oxidativo, vias inflamatórias e morte celular, o grupo identificou que, em concentrações maiores, essas nanopartículas são tóxicas. O mecanismo elucidado demostra que as nanopartículas podem interagir com os lipídeos da membrana celular por meio dos elétrons presentes na superfície da nanopartícula, podendo, inclusive, penetrar a célula. Tal efeito pode gerar um sinal para a célula desencadear processos fisiológicos e genéticos de proteção.
As espécies reativas de oxigênio (EROs) são sintetizadas normalmente pela célula e são responsáveis por manter a homeostase (equilíbrio) celular. Quando a célula sofre um estresse, a interação ou entrada da nanopartícula por exemplo, há aumento das EROs. O mesmo ocorre com as espécies reativas de nitrogênio (ERNs). O aumento dessas leva à inibição da função mitocondrial e mais aumento de EROs. Como consequência, ocorre ativação de genes repressores, danos no DNA e síntese de citocinas inflamatórias, como o TNF-α e a IL-6.
Os resultados apontaram que as 3 nanopartículas testadas apresentam potencial para causar um aumento significativo na síntese de EROs, ERNs, TNF-α e IL-6, levando à morte celular por apoptose em concentrações superiores a 250 µg/mL de nanopartícula de carbono e superiores a 10 µg/mL de nanopartículas de titânio.
As pesquisas foram reportadas nos artigos "Analysis of cytotoxicity and genotoxicity in a short-term dependent manner induced by a new titanium dioxide nanoparticle in murine fibroblast cells" e "New Multi-Walled carbon nanotube of industrial interest induce cell death in murine fibroblast cells", ambos publicados no períódico Toxicology Mechanisms and Methods, e, por fim, "Apoptosis and Oxidative Stress Triggered by Carbon Black Nanoparticle in the LA-9 Fibroblast", publicado no periódico Cellular Physiology and Biochemistry. Mais informações no site do CDMF (www.cdmf.org.br).

CDMF
O CDMF, sediado na UFSCar, é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e recebe também investimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN).
Artigo foi publicado no Journal of Biomolecular Structure & Dynamics

 

SÃO CARLOS/SP - O Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) tem reconhecida expertise na produção de materiais com capacidade de eliminação de fungos, bactérias e vírus. Com a emergência da pandemia, esta linha de atuação foi ampliada buscando a pesquisa de novos materiais com atividade virucida, uma das pesquisas desenvolvidas se dispõe a estudar possíveis propriedades dos nanotubos de silício (Si192H16) contra o SARS-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19.
O artigo "Single-walled silicon nanotube as an exceptional candidate to eliminate SARS-CoV-2: A theoretical study", publicado recentemente no Journal of Biomolecular Structure & Dynamics, relata os primeiros resultados da pesquisa com os nanotubos de silício e se propõe a responder, via simulação, duas questões principais: se os nanotubos de silício poderiam ser utilizados no combate ao Sars-Cov-2 e como essa eliminação viral ocorreria.
O pesquisador Jeziel Rodrigues, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Química pela Universidade Federal de São Carlos (PPGQ - UFSCar) e pesquisador vinculado ao CDMF, é um dos autores do estudo e conta que diversos métodos da química computacional foram usados na pesquisa para analisar as propriedades estruturais e eletrônicas dos nanotubos puros (Si192H16) e oxidados (Si192H16@O2)/(Si192H16@O2H-OH).
Os resultados foram obtidos a partir de cálculos de DFT com Funcional Híbrido B3LYP e correção de Grimme GD3, implementado no Software Gaussian09. Para análise da interação dos nanotubos (puro e oxidado) com a proteína-S do Sars-CoV-2, Cálculos de Docking molecular foram realizados, permitindo a observação dos melhores sítios de interação entre proteína e nanotubo.
O pesquisador conta que os Cálculos de Docking molecular mostraram que os nanotubos Si192H16 e Si192H16@O2H-OH se ligam favoravelmente ao domínio de ligação do receptor da proteína spike SARS-CoV-2 com energia de ligação e com constante de inibição de -11,83 (Ki = 2,13 nM) e -11,13 (Ki = 6,99 nM) kcal/mol, respectivamente.
"No geral, os resultados aqui obtidos indicam que o nanotubo de Si192H16 é um potencial candidato a ser utilizado contra a Covid-19 a partir do processo de reatividade e/ou impedimento estérico na proteína - S", explica Rodrigues .
O doutorando espera que esses resultados alcançados possam auxiliar outros pesquisadores do CDMF, principalmente, no desenvolvimento de materiais com capacidade virucida. "Assim continuaremos os estudos, abordando a interação com novas proteínas virais, desenvolvimento do mecanismo (eletrônico/estrutural) de eliminação e tentaremos entender se a quiralidade (morfologia) do nanotubo interfere no processo de eliminação, de tal forma a auxiliar experimentalistas na rota sintética", conta o pesquisador.
Rodrigues ressalta a importância do financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que permitiram a realização da pesquisa e também das parcerias institucionais entre o CDMF, a UFSCar, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) para a concretização do projeto.
O artigo também tem entre seus autores os pesquisadores Pedro Simão Sousa Mendonça, da UEG, - primeiro autor -; Osmair Vital de Oliveira, do IFSP; José Divino dos Santos, da UEG; e Elson Longo, da UFSCar.
O artigo pode ser acessado clicando neste link (https://bit.ly/3JeKfji).

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