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Pesquisa, que busca voluntários, é realizada na UFSCar em parceria com universidade holandesa

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pretende avaliar as experiências dos profissionais da Saúde que prestaram assistência de fim de vida a pacientes que faleceram recentemente e como eles têm sido afetados pela atual crise da Covid-19. A pesquisa é coordenada, na UFSCar, por Esther Ferreira, docente do Departamento de Medicina (DMed), e integra o projeto iLIVE (www.iliveproject.eu), sob o comando da professora Agnes van der Heide, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Erasmus de Rotterdam, na Holanda.
Ferreira afirma que a pandemia do novo Coronavírus pode afetar seriamente a relação com a morte de pacientes, familiares e profissionais da Saúde, tanto nos casos da própria Covid-19 quanto de outras causas. "O impacto não diz respeito apenas ao domínio físico, mas também aos domínios psicológico, social e espiritual", destaca a professora. 
Também de acordo com a pesquisadora, a morte deve ser compreendida como um fenômeno natural, tal como ela é, mas que pode desencadear processos de luto especialmente em amigos e familiares os quais, em algumas situações, precisarão de ajuda especializada. Para Ferreira, o atual contexto pandêmico tende a dificultar as experiências desses processos.
No caso específico dos profissionais da Saúde, que convivem com óbitos em seus cenários de trabalho, a dificuldade de lidar com o luto pode acarretar muitos problemas, inclusive "relacionados à saúde mental, como a depressão", como exemplifica a docente. A expectativa do estudo é levantar pontos críticos nessa relação dos profissionais com o processo de fim de vida e discuti-los, propondo ideias para minimizar danos em situações semelhantes no futuro.
"Estamos avaliando não apenas como o profissional da Saúde se auto percebe, mas também se o ambiente em que ele está inserido tem alguma relação com o processo de luto; o que possibilitará a proposição de melhorias", afirma. Além disso, por meio da parceria com o projeto holandês, os dados coletados no Brasil serão juntados com os de outros países, ampliando as análises dos resultados. 

Voluntários
Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados profissionais da Medicina, Enfermagem e Fisioterapia, de qualquer região do País, que vivenciaram situações de morte de pacientes a partir de março de 2020. Os voluntários responderão a um questionário online (https://bit.ly/3g2Mp72), disponível até o dia 10 de outubro. Projeto aprovado pela Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 31896820.1.0000.5504).

Para pesquisador, avanço "silencioso" de loteamentos põe em risco o principal manancial do município

 

SÃO CARLOS/SP - Apesar da proibição da legislação existente, São Carlos está, "silenciosamente", crescendo dentro da área do manancial da bacia hidrográfica Ribeirão do Feijão, o que pode comprometer a médio e longo prazo a qualidade e a quantidade do abastecimento hídrico do município. O alerta é do professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Francisco Dupas, que desenvolve estudos sobre a preservação do Ribeirão Feijão desde 1994.
Localizada ao sul do município, a bacia do Feijão abrange também Analândia e Itirapina e compreende uma extensão aproximada de 243 km², em parte da área de recarga do Aquífero Guarani, uma unidade de grande importância hidrológica para o estado de São Paulo e o Brasil. "Na década de 1980, a bacia do Feijão e outras captações de água superficial supriam, de modo complementar, o consumo da cidade de São Carlos. Hoje, o consumo de água superficial foi reduzido e a água subterrânea já é maior parcela", compara o docente. "A estratégia dos loteadores é usar ao máximo poços de outras áreas para abastecer São Carlos e, enquanto isso, restringir o uso da estrutura do Feijão para esses novos loteamentos dentro da bacia", diz ele.
Para o professor da UFSCar, é urgente tornar público o que realmente está acontecendo no principal manancial da cidade, para que a degradação ambiental do Feijão seja coibida e recuperada por vias da revegetação. "O grande problema são os interesses financeiros dos loteadores e a falta de divulgação das pesquisas com informações sobre o tema", afirma o professor, que disponibilizou o e-mail baciadofeijãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. para trocar informações com o público sobre o assunto.
De acordo com os resultados da última pesquisa da equipe coordenada por Dupas, a adoção de regras mais restritivas como a de Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Município (Aprem), em conjunto com o Plano Diretor, tem gerado bons resultados, uma vez que a vegetação é um dos usos da bacia que mais apresentou crescimento nas Áreas de Proteção Permanentes (APPs) - de 38% para 43% em 10 anos da existência da lei. No entanto, a quebra de restrições à expansão urbana dentro da bacia do Feijão, ocorrida na revisão do Plano Diretor em 2016, deverá gerar um grande retrocesso na recuperação das áreas degradadas e aumento dos poluentes lançados nos rios da bacia, alerta o docente. 
E os danos ambientais não se restringem à escassez e poluição das águas. Segundo Dupas, a implantação de um loteamento gera a construção de novas casas e, consequentemente, a impermeabilização do solo, erosão e assoreamento dos rios e córregos. "A impermeabilização por asfaltamento e demais construções provocam pouca infiltração da água de chuva, fazendo com que o escoamento superficial seja cada vez mais turbulento, o que leva a maiores enchentes", detalha o professor.
Nesse cenário, o pesquisador da UFSCar explica que a vegetação tem papel essencial para garantir a manutenção de todo tipo de vida e deve ser central nas políticas públicas de preservação ambiental. "Além da urbanização, a agropecuária, devido ao desmatamento, tem pesado muito para a manutenção da qualidade e da quantidade de água. Portanto, a recuperação das áreas degradadas por pastagens também se faz necessária", reforça Dupas, que participa do Grupo de Pesquisa em Geotecnologias, Meio Ambiente e Sustentabilidade. 
Além de Dupas, os estudos contam com a participação de professores do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) e Engenharia Civil (DECiv) da UFSCar e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Políticas públicas
Os estudos coordenados por Francisco Dupas indicam algumas ações de curto a longo prazo que podem ser implantadas para frear a degradação da bacia do Feijão. "O primeiro passo imediato seria tornar a população informada sobre a importância vital do manancial em relação ao suprimento de água no município e região", defende o professor.
Para ele, o segundo passo, simultâneo ao primeiro, seria a criação de um grupo junto ao Comitê de Bacias Piracicaba, Corumbataí e Jundiaí (CBH-PCJ) para a viabilização de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) pelos serviços prestados pela bacia em termos de produção de água para a cidade de São Carlos. Esse dispositivo levaria em conta questões como o quanto e qual parcela da população pagaria, conforme o tipo de uso e quantidade consumida em cada propriedade. Outra recomendação, de longo prazo, é estabelecer uma ordem de prioridade para recuperação da bacia, de acordo com a fragilidade de cada ponto. "Feito isso, iniciaríamos a recuperação das áreas degradadas de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros arrecadados pelo PSA", afirma o pesquisador.

Mais informações
Os trabalhos coordenados por Dupas têm como objetivo diagnosticar e analisar a situação atual da bacia, principalmente nas questões que envolvem a recuperação ambiental do manancial para a melhoria da qualidade e da quantidade da água de abastecimento urbano de São Carlos. "Estudamos também as alternativas para solução do desmatamento, além das implicações do uso intensivo da bacia hidrográfica pela urbanização, agropecuária, indústrias e serviços. Tudo isso é para que não falte água no futuro, pois a superexploração subterrânea levará à falta desse recurso, haja visto o que ocorreu em cidades como Ribeirão Preto, Bauru etc.", alerta Dupas. 
Mais informações sobre esses estudos podem ser obtidas pelo e-mail baciadofeijãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Evento, inteiramente virtual, recebe inscrições da comunidade interna e externa da Universidade até 7 de agosto

 

SÃO CARLOS/SP - Com o objetivo de criar soluções para os problemas gerados pela Covid-19 e levar efetivamente à sociedade os avanços tecnológicos resultantes de estudos, pesquisas, esforços acadêmicos e empreendimentos, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou no último dia 6 de julho a segunda edição de seu Desafio de Inovação e Empreendedorismo. 

O evento vai acontecer integralmente de maneira remota e é destinado à comunidade interna e externa da UFSCar, podendo ser realizado em equipes de três a cinco pessoas, com inscrições individuais ou em grupos. No caso da inscrição individual, a organização formará as equipes. As inscrições podem ser realizadas até as 23h59 do dia 7 de agosto e a abertura acontecerá no dia 10 de agosto às 19 horas. 

A partir daí, serão disponibilizadas tecnologias protegidas e registradas do portfólio da UFSCar (patentes, softwares, cultivares ou outros ativos) para utilização nos projetos. Ao longo do período de execução do Desafio, serão oferecidas atividades de capacitação e apoio aos participantes em etapas que levarão à entrega do projeto. 

Os finalistas serão definidos pelos jurados e os projetos selecionados serão aperfeiçoados para a etapa final. O Desafio contará com premiação nas categorias "Startup" e "Licenciamento". A premiação será em forma de recursos - dinheiro, mentorias, cursos, aceleração e insumos físicos - para a continuação dos projetos vencedores (primeiro, segundo e terceiro lugar). Além disso, haverá premiações específicas como de melhor pitch, melhor modelo de negócios, entre outros.

As informações completas estão disponíveis no site https://bit.ly/DesafioUFSCar e nas redes sociais do evento @desafioufscar (Instagram e Facebook). Os interessados também podem tirar dúvidas pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

RIO DE JANEIRO/RJ - O estudo clínico internacional HPTN 083 comprovou que a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) contendo Cabotegravir injetável de ação prolongada (CAB-LA) utilizado a cada oito semanas obteve eficácia superior ao Truvada na Prevenção da infecção pelo vírus. “Esta é uma conquista sem precedentes para o campo da prevenção do HIV. A PrEP com CAB-LA é uma estratégia nova e poderosa que pode realmente fazer a diferença no controle da epidemia de HIV/Aids”, destacou Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). Beatriz coordenou a nível global o ensaio clínico em parceria com Raphael Landovitz, professor associado da Divisão de Doenças Infecciosas da David Geffen School of Medicine, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). O anúncio foi feito durante o 23ª Conferência Internacional de Aids (Aids 2020).

O estudo foi realizado pela rede de pesquisa HIV Prevention Trials Network (HPTN) e financiado pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases/National Institutes of Health (NIAID/NIH) dos Estados Unidos. A Unidade de Ensaios Clínicos em HIV/Aids liderada pela pesquisadora Beatriz Grinsztejn integra o HPTN desde 1999. 

HPTN 083

O HPTN 083 foi o primeiro ensaio clínico em larga escala contendo um medicamento injetável de ação prolongada para prevenção ao HIV. O estudo comparou a eficácia e a segurança em 4.570 voluntários HIV negativos da PrEP contendo CAB-LA com a PrEP com Truvada. Participaram da pesquisa homens gays, outros homens que fazem sexo com homens, mulheres travestis e trans que fazem sexo com homens, em 43 centros de pesquisa de sete países (África do Sul, Argentina, Brasil, Estados Unidos da América, Peru, Tailândia e Vietnã). A inclusão teve início em novembro de 2016. Dois terços do grupo de participantes têm menos de 30 anos e 12% são mulheres trans e travestis. A coordenação clínica do estudo no Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do INI/Fiocruz foi feita por Lara Esteves Coelho, pesquisadora da unidade, que é o centro de pesquisa que incluiu o maior número de participantes (240) entre todos os centros do mundo.

Os participantes, todos considerados sob risco aumentado de adquirir o HIV, foram aleatoriamente designados para receber PrEP contendo Cabotegravir injetável de ação prolongada (CAB-LA) a cada oito semanas ou Truvada diariamente. O desenho do ensaio clínico previa que cada voluntário receberia Cabotegravir ou Truvada por três anos na fase cega do estudo (quando nem os participantes nem os pesquisadores sabem que medicamento os pacientes estão recebendo).

Na primeira das três análises intermediárias previstas no protocolo, o Comitê de Monitoramento de dados e Segurança verificou que os dados mostravam a superioridade da PrEP contendo Cabotegravir injetável de ação prolongada (CAB-LA). Entre os que usaram Cabotegravir, a taxa de aquisição da infecção pelo HIV foi 66% mais baixa do que entre os que usaram Truvada em dose diária. No total de 52 pessoas que adquiriram o HIV durante o estudo, 39 estavam alocadas no braço Truvada e 13 no braço Cabotegravir.

“O HPTN 083 foi o primeiro estudo de PrEP a ser desenhado com foco nas populações mais vulneráveis entre os vulneráveis, que até então estavam pouco representadas nos estudos anteriores de PrEP: jovens, negros, travestis e mulheres Trans. Os resultados vão contribuir para diminuir a disparidade no acesso aos benefícios da PrEP”, afirmou Grinsztejn. O estudo será apresentado por Beatriz Grinsztejn durante a 23ª Conferência Internacional da Aids (Aids 2020) nesta quinta-feira (9/7).

Rede HPTN

A Rede de Ensaios de Prevenção ao HIV (HPTN) é uma rede mundial de ensaios clínicos colaborativos que reúne pesquisadores, especialistas em ética, membros da comunidade e outros parceiros para desenvolver e testar a segurança e a eficácia de intervenções projetadas para impedir a aquisição e transmissão do HIV. O HPTN colabora com mais de 85 locais de pesquisa clínica em 19 países para avaliar novas intervenções e estratégias de prevenção do HIV em populações consideradas mais vulneráveis à infecção. A agenda de pesquisa da HPTN - mais de 50 ensaios em andamento ou concluídos com mais de 161 mil participantes inscritos e avaliados - concentra-se principalmente no uso de estratégias integradas: uso de medicamentos antirretrovirais (terapia antirretroviral e profilaxia pré-exposição); intervenções para abuso de substâncias, particularmente uso de drogas injetáveis; intervenções comportamentais de redução de risco e intervenções estruturais.

Mostra retrata mais de 40 povos indígenas e sua atuação que marca a história da Instituição já há 13 anos

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com o apoio das pró-reitorias de Graduação (ProGrad) e de Extensão (ProEx), apresenta a exposição fotográfica "A presença dos povos indígenas na UFSCar", agora disponível virtualmente. A mostra, desenvolvida no âmbito das comemorações dos 50 anos da Universidade, objetiva retratar a presença de diversos povos indígenas na UFSCar e sua atuação em ações e eventos que marcam a história da Instituição. A obra foi desenvolvida em colaboração com o Centro de Culturas Indígenas (CCI) da Universidade, de acadêmicos indígenas e de servidores técnico-administrativos e docentes de seus quatro campi (São Carlos, Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino).
De acordo com a coordenadora da iniciativa e pedagoga, Thaís Palomino, as fotos revelam momentos que marcaram tanto o coletivo indígena como, também, a própria Universidade, ao longo de 13 anos da presença indígena: os primeiros profissionais formados, a construção do I Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), o nascimento do CCI, a II SBPC Indígena (durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), a representação no Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da Organização das Nações Unidades (ONU), entre outros eventos.
Para Gegê Pankararu, liderança do CCI, a exposição retrata muito mais que a presença indígena na UFSCar. Ela é, na sua essência, a expressão de lutas dos povos indígenas, que se iniciam na base - desde os primeiros passos e desafios enfrentados na aldeia - e remetem à sua resistência até a ocupação dos espaços nas universidades públicas. 
A exposição virtual pode ser conferida no site da ProGrad, em https://bit.ly/31Gmxta.

Sobre os povos indígenas na UFSCar
Com o Programa de Ações Afirmativas, instituído em 2007, a UFSCar vem realizando seu Vestibular Indígena desde 2008. Essa forma de ingresso diferenciado abre as portas da Universidade para uma diversidade cultural e linguística que não é vista em nenhuma outra instituição de Ensino Superior do Estado de São Paulo ou do País.
Atualmente, a Universidade conta com mais de 40 povos indígenas, presentes nos quatro campi. Além disso, já são 42 profissionais formados, nos cursos de Administração, Agroecologia, Biblioteconomia e Ciência da Informação, Biotecnologia, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Agronômica, Fisioterapia, Geografia, Gerontologia, Gestão e Análise Ambiental, Imagem e Som, Letras, Medicina, Pedagogia, Psicologia e Turismo.
Nos últimos 13 anos, muitas iniciativas vêm sendo desenvolvidas no âmbito da educação das relações étnico-raciais pelo CCI; a Coordenadoria de Acompanhamento Acadêmico e Pedagógico para Estudantes (CAAPE); a Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE); os dois grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) que são específicos para estudantes indígenas - PET "Ações em Saúde" e PET "Saberes Indígenas"; o Observatório de Educação Escolar Indígena; o Instituto de Línguas (IL); e tantos outros setores e grupos da UFSCar, para a valorização das culturas indígenas nacionais.

Pesquisa busca voluntários para validar instrumento que pode colaborar com quem sofre com o problema

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), convida pessoas que tenham dor na coluna cervical (dor no pescoço) para participarem de processo de validação de um instrumento utilizado no exterior e que pode colaborar com a reabilitação de pacientes brasileiros que sofrem com o problema. O estudo é desenvolvido pela mestranda Mariana Quixabeira Almeida, sob orientação de Mariana Avila, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade.           

A pesquisa é intitulada "Adaptação transcultural e validação do The Northwick Park Neck Questionnaire (NPQ) para o Português brasileiro". O objetivo é fazer uma adaptação da versão original (Inglês) desse questionário para o Português brasileiro e verificar se ele pode ser válido e confiável na versão traduzida.         

De acordo com a orientadora, a dor cervical crônica é a quarta causa de incapacidade relacionada à dor no mundo. "Apesar de tão importante socioeconomicamente, ainda existe a necessidade de instrumentos que abordem de forma abrangente o problema, inclusive levando em conta atividades que são realizadas diariamente e que são impactadas quando a pessoa tem dor", destaca ela. Nesse contexto, foram desenvolvidos no exterior diversos métodos que avaliam a função das pessoas que sofrem com dor na cervical, mas, segundo a docente, esses instrumentos precisam passar por um processo de tradução e adaptação cultural para serem aplicados em pacientes de cada país.         

Atualmente, há apenas dois questionários adaptados para o Português e utilizados no Brasil para avaliar a capacidade funcional e cervicalgia. O NPQ traduzido terá como função mensurar a dor cervical e suas interferências na vida diária das pessoas acometidas pelo problema, ampliando, assim, as ferramentas confiáveis e validadas para o uso em pacientes brasileiros. Segundo a docente da UFSCar, a expectativa quanto aos resultados do estudo é positiva. "Esperamos que a versão adaptada do NPQ para a população brasileira seja válida e confiável, permitindo que mais instrumentos de avaliação possam ser utilizados para esse quadro da dor cervical", conclui.         

Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, que tenham relato de dor crônica na cervical (pescoço) há mais de três meses. Os voluntários podem ser qualquer região do Brasil e responderão a questionários online para avaliar as propriedades do NPQ. O tempo de resposta do primeiro questionário é de 30 minutos, e o segundo, aplicado uma semana depois, tem 5 minutos de duração. Interessados podem acessar o questionário nesse link (https://bit.ly/2CBSdFI) ou entrar em contato com a pesquisadora até o mês de agosto, pelo telefone (16) 99622-1003 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 87346778.9.3001.5504).

Pesquisadores da UFSCar e parceiros nacionais e internacionais inovam ao combinar fatores espaciais em relação à série temporal

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) publicaram dois estudos geográficos pioneiros no uso de método de escaneamento estatístico espaço-temporal para monitorar a Covid-19. O primeiro abrange o estado de São Paulo, avaliando a dispersão da doença nos municípios paulistas, tendo como base o número de casos diários e identificando clusters (agrupamentos) espaço-temporais emergentes ativos nesses municípios. Já a segunda pesquisa determina os clusters emergentes em todo o Brasil, levantando o risco relativo da doença para os 5570 municípios brasileiros. Neste, também são considerados na análise o risco relativo com índices de vulnerabilidade social (IVS), desigualdade (GINI) e com a taxa de mortalidade.

Os trabalhos são fruto de uma parceria entre instituições do Brasil e Estados Unidos e são assinados pelos pesquisadores Rogério Hartung Toppa, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA-So), Marcos Roberto Martines, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So), ambos do Campus Sorocaba da UFSCar; Ricardo Ferreira Vicente, da  Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); Luiza Maria de Assunção, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Michael Richard Desjardins, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health; e Eric M. Delmelle, da Universidade da Carolina do Norte.

"No estudo sobre os municípios paulistas, nós subdividimos todo o período de estudo - 25 de fevereiro (data do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil) a 5 de maio - em três recortes temporais: 25/2 a 24/3; 25/2 a 15/4; e 25/02 a 05/05. Isso permitiu determinar o arranjo geográfico deste risco relativo para o estado de São Paulo por meio dos clusters emergentes", detalham Toppa e Martines. Enquanto no primeiro período não havia nenhum cluster significativo no Estado, no terceiro recorte, que abrangeu todo o período de análise (70 dias da pandemia), foram identificados três clusters emergentes significativos e 23 municípios com risco relativo maior do que 1, ou seja, com mais casos observados de Covid-19 do que esperados. "O que chamou a atenção é que esses clusters estavam todos próximos da capital do Estado, o que corrobora com a ideia de que a cidade de São Paulo era o epicentro da doença no período analisado", destacam.

No segundo estudo, que inclui variáveis socioeconômicas, os professores da UFSCar e demais colaboradores observaram uma "correlação positiva do risco relativo com essas variáveis, ou seja, locais mais vulneráveis e mais desiguais socialmente têm uma maior tendência de apresentarem os maiores riscos relativos da doença, além de uma maior taxa de mortalidade".

Para esse estudo de abrangência nacional foi feito um recorte temporal de 103 dias (de 25 de fevereiro a 7 de junho). "Encontramos 11 clusters emergentes de Covid-19 ocorrendo em todas as regiões do Brasil, sendo que sete deles apresentaram um risco relativo maior do que 1, o que significa que esses clusters têm mais casos observados do que esperados. O cluster mais crítico foi observado predominantemente na região Norte, também incluindo o estado do Tocantins", revelam os professores da UFSCar. 

"Nesse estudo nós listamos os três municípios mais críticos em relação aos sete clusters ativos identificados e cujos casos observados são maiores do que os casos esperados", descrevem Toppa e Martines. Segundo eles, a situação mais crítica se encontra no município de Pedra Branca do Amapari, no estado do Amapá. "Vale destacar que todos os 16 municípios do estado do Amapá estão com o risco relativo maior do que 1", completam. Por outro lado, foram encontrados municípios com risco relativo zero e outros com baixos valores de risco relativo em diversos estados brasileiros. 

"Os resultados obtidos são um sinal de alerta sobre os casos de Covid-19 em municípios mais vulneráveis socioeconomicamente. Acreditamos que a ampla divulgação desse trabalho chama a atenção do poder público sobre o arranjo geográfico da doença em diferentes condições socioeconômicas do País, e que é necessário ter uma maior atenção em regiões mais vulneráveis", analisam. 

De acordo com os docentes da UFSCar, o método usado nesses estudos permite a identificação de padrões espaciais e/ou espaço-temporais que geram agrupamentos de dados como resultados, possibilitando que os tomadores de decisão identifiquem pontos críticos estatisticamente significativos dos casos de Covid-19. "Dentre as aplicabilidades possíveis está a capacidade de identificar e prever ocorrências de fenômenos com base na identificação de áreas - conjuntos - de dados. Isso pode subsidiar possíveis medidas de prevenção para minimizar os danos à população exposta ao risco do fenômeno estudado", concluem os professores da UFSCar. 

Saiba mais
O artigo sobre o avanço da Covid-19 no estado de São Paulo, intitulado "Applying a Prospective Space-Time Scan Statistic to Examine the Evolution of COVID-19 Clusters in the State of Sao Paulo, Brazil", está disponível no site da medRxiv, em https://bit.ly/3fyE7Db, um servidor online gratuito de manuscritos na área das Ciências da Saúde. Já a publicação que amplia o estudo para todo o Brasil, intitulada "Detecting space-time clusters of COVID-19 in Brazil: mortality, inequality, socioeconomic vulnerability, and the relative risk of the disease in Brazilian municipalities", pode ser acessada em https://bit.ly/2AIx8sJ.
Mais informações podem ser obtidas com os autores pelos e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Estudo compara cenários de São Carlos e Sorocaba com a realidade do Brasil e do Estado de São Paulo

 

SÃO CARLOS/SP - O Comitê de Controle e Cuidados em relação ao Novo Coronavírus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) elaborou uma análise epidemiológica transversal dos dados divulgados publicamente até o último dia 4 de maio sobre o número de casos da Covid-19 no Brasil, no Estado de São Paulo e nas cidades de São Carlos e Sorocaba onde a UFSCar tem campus universitário. 

O levantamento realizado demonstrou que as curvas do acúmulo do número de casos nos locais estudados estão em ascensão e que o ritmo de crescimento do número de casos tem sido diferente entre o Brasil, o Estado e os municípios de São Carlos e de Sorocaba. Em relação a São Carlos, verificou-se que a pandemia é de início mais recente e encontra-se a uma taxa de crescimento mais ascendente do que a registrada no Brasil e no Estado neste momento, ainda que menor que a de Sorocaba.

Já com relação à velocidade do crescimento, as cidades de São Carlos e Sorocaba se encontram em evolução mais lenta, o que, de acordo com o Comitê, pode ser efeito de diferenças na intensidade e precocidade de implantação das medidas de isolamento social, assim como da idade da pandemia em cada lugar. "Quanto menor o tempo acumulado desde o primeiro caso, e quanto mais rigorosas e precoces as medidas de isolamento social, mais lento é o acúmulo do número de casos até o momento presente, considerando a fase em que a epidemia ainda não alcançou seu ápice quantitativo", afirma Bernardino Geraldo Alves Souto, professor do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar e Presidente do Comitê.

O estudo demonstra também como foi nítida a redução do ritmo de crescimento do número de novos casos da pandemia relacionada à adoção das medidas de isolamento social. "Entretanto, há demanda por ampliação dessas medidas uma vez que o ritmo de crescimento em todos os locais estudados ainda se encontra em inclinação ascendente", pondera Souto.

O professor destaca que "apesar da redução nas taxas de crescimento relacionadas às medidas de isolamento social, a pandemia ainda está em fase de crescimento no País, no Estado e nos municípios estudados. Portanto, ainda não alcançou seu ápice antes da fase de estabilização para posterior queda".

De acordo com o Comitê de Controle e Cuidados em relação ao Novo Coronavírus da UFSCar, as taxas de isolamento social e a testagem diagnóstica precisam ser ampliadas para melhor controlar o crescimento do número de casos que ainda é exponencial. "Isso significa que o momento atual ainda exige rigor em relação às medidas de quarentena, de isolamento de doentes, e de distanciamento e isolamento social, entre outras ações", conclui o Presidente. Os resultados do estudo na íntegra podem ser conferidos neste documento (https://bit.ly/2YQh2GO).

Araras e Buri
Outras duas cidades que também têm campus da UFSCar - Araras e Buri - não foram incluídas na análise realizada pelo Comitê. O motivo é que em Buri não havia nenhum caso registrado e publicamente disponível da Covid-19 até o dia 4 de maio. Os dados de Araras não foram alcançados em nível de detalhamento suficiente para a análise realizada.

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