WASHINGTON - Um grupo de jornalistas e advogados processou a CIA e seu ex-diretor Mike Pompeo com alegações de que a agência de inteligência os espionou quando eles visitaram o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, durante a estada dele na embaixada do Equador em Londres.
De acordo com o processo, a CIA sob Pompeo violou os direitos de privacidade desses jornalistas e advogados norte-americanos ao supostamente espioná-los. Os demandantes incluem os jornalistas Charles Glass e John Goetz e as advogadas Margaret Kunstler e Deborah Hrbek, que têm representado Assange.
"A Constituição dos Estados Unidos protege os cidadãos norte-americanos dos excessos do governo dos EUA, mesmo quando as atividades ocorrem em uma embaixada estrangeira em um país estrangeiro", disse Richard Roth, principal advogado do grupo que entrou com a ação.
A CIA, que se recusou a comentar o processo, é proibida de coletar informações sobre cidadãos dos EUA, embora vários parlamentares tenham alegado que a agência mantém um arquivo secreto de dados de comunicações dos norte-americanos.
Assange apelou à Suprema Corte de Londres para bloquear sua extradição para os Estados Unidos para enfrentar acusações criminais em uma batalha legal que se arrasta há mais de uma década.
CHINA - A gigante chinesa de telecomunicações Huawei registrou uma queda anual de 6,2% na receita no primeiro semestre de 2022, segundo dados do grupo divulgados nesta sexta-feira (12).
A empresa, que enfrenta sanções dos EUA, faturou 301,6 bilhões de yuans (US$ 44,8 bilhões) entre janeiro e junho, acima dos 320,4 bilhões de yuans do ano anterior.
A pandemia de covid-19 e a situação global afetaram "fortemente" as atividades do grupo, admitiu o presidente em exercício da Huawei, Ken Hu.
"Enquanto nosso negócio de dispositivos foi duramente atingido, nosso negócio de infraestrutura de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) manteve um crescimento constante", acrescentou o executivo, no entanto.
A margem de lucro chegou a 5%, segundo comunicado da empresa, que não apresentou resultados financeiros do período. Um ano antes, esse coeficiente que mede a rentabilidade era de 9,8%.
O grupo, com sede em Shenzhen, no sul da China, está no centro de uma intensa rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos.
Washington acusa regularmente a Huawei de representar um perigo para a segurança nacional devido às suas possíveis ligações com os serviços de inteligência chineses, algo que a empresa nega.
Em 2018, o governo Trump colocou a Huawei na lista de sanções, proibindo empresas americanas de vender-lhe tecnologia sensível, incluindo microprocessadores. A atual administração Biden não mudou essa política.
EUA - A maioria das pessoas que sofre de hepatite C nos Estados Unidos não recebe atendimento, embora existam, há quase uma década, tratamentos seguros e eficazes contra essa perigosa doença, advertiram autoridades sanitárias americanas na terça-feira (09).
Por isso, pediram aos planos de saúde e a outros atores do setor a eliminação de barreiras, por exemplo, administrativas, que dificultam o acesso a medicações que salvam vidas.
No total, menos de uma em cada três pessoas com plano de saúde recebe tratamento para hepatite C nos Estados Unidos, no prazo de um ano desde o diagnóstico, segundo um relatório dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a principal agência de saúde pública dos EUA.
O tratamento antiviral consiste em tomar comprimidos por via oral durante algumas semanas.
"Quase da noite para o dia, a hepatite C passou de uma infecção crônica mortal para toda a vida para algo que é facilmente curável com medicamentos", disse Jonathan Mermin, dos CDC.
Contudo, o preço inicial dos tratamentos fez com que muitos planos de saúde criassem "barreiras" para o atendimento, explicou, e, em algumas ocasiões, isso se manteve apesar de os custos terem diminuído bastante nos últimos anos.
Mermin disse que essas restrições podem incluir requisitos para começar o tratamento, como ter algum dano hepático ou não ter consumido drogas e álcool durante meses. Também podem ocorrer exigências burocráticas, como a de que o tratamento deve ser prescrito por um médico especialista ou que o profissional tenha autorização prévia do plano de saúde.
Mas "nenhuma barreira, entre eles a burocracia e o lucro, deve impedir o acesso a tratamentos que salvam vidas", insistiu Mermin.
A hepatite C, contra a qual não existe vacina, é transmitida principalmente pelo sangue, e as maiores taxas de contágio são registradas em pessoas menores de 40 anos.
O modo mais comum de infecção é através do consumo de drogas injetáveis. Nesse sentido, os profissionais de saúde solicitam a implementação de programas gratuitos que permitam trocar seringas usadas por outras novas.
Se não for tratada, a hepatite C pode se tornar crônica, com complicações graves, às vezes por décadas, como cirrose e câncer de fígado.
Em 2019, a hepatite C contribuiu para a morte de aproximadamente 14.000 pessoas nos Estados Unidos (290.000 pessoas em todo o mundo). E o número de novos contágios está aumentando no país: agora está em torno de 60.000 por ano, quatro vezes mais que há dez anos.
As autoridades sanitárias estimam que quase 40% das pessoas infectadas nos Estados Unidos não sabem que têm a doença.
Os CDC recomendam que todos façam o teste ao menos uma vez na vida e que as pessoas do grupo de risco o façam regularmente.
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na terça-feira (09) uma lei para impulsionar o desenvolvimento e a produção de semicondutores no país, em meio a temores de que a China se torne a potência dominante neste setor.
A Lei Chips e Ciência, que libera US$ 52 bilhões em subsídios, ajudará os Estados Unidos a vencer "a competição econômica do século XXI", garantiu Biden.
Além do investimento nesses componentes cruciais para a eletrônica moderna, o texto prevê dezenas de bilhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento.
A lei, que o Congresso aprovou no fim de julho, representa uma vitória para Biden após uma longa disputa e é uma boa notícia para o seu partido com vistas às eleições de meio de mandato.
"Amplifica nossos esforços para fabricar semicondutores aqui nos Estados Unidos", disse Biden, que elogiou os empresários, aos quais se referiu como "a razão pela qual sou otimista sobre o futuro de nosso país".
A demanda mundial de semicondutores disparou durante a pandemia e provocou uma escassez mundial que se agravou com o fechamento de fábricas chinesas por surtos de covid-19.
Os Estados Unidos sofreram particularmente com essa escassez, pois reduziram drasticamente sua participação na produção mundial nos últimos anos, dando uma margem de vantagem para a Ásia, especialmente a China, atual potência dominante do setor.
A falta de semicondutores prejudicou consideravelmente a produção de automóveis no ano passado, o que resultou em um aumento de preços na indústria automotiva.
- Micron quer investir US$ 40 bi -
Por sua vez, a empresa americana de semicondutores Micron anunciou planos de investir 40 bilhões de dólares na produção nacional de chips até o final desta década, aproveitando os subsídios e créditos da nova lei.
O presidente e CEO da Micron, Sanjay Mehrotra, classificou a iniciativa de "um passo importante para consolidar a liderança de semicondutores americanos nas próximas décadas".
"A Micron anuncia hoje que, graças a esta lei, investirá 40 bilhões de dólares em 10 anos", afirmou Biden em seu discurso durante o ato de assinatura da nova lei nos jardins da Casa Branca.
A companhia estima que a produção começará na segunda metade da década e prevê que o enorme investimento "garantirá a segurança nacional dos Estados Unidos e a recuperação da cadeia de suprimentos à medida que a demanda por memórias crescer".
A Micron disse que espera criar mais de 40.000 novos empregos nos EUA e projeta que a produção doméstica de memória aumente de "menos de 2% para mais de 10% do mercado global na próxima década", segundo Mehrotra.
Na atualidade, os semicondutores são essenciais para a produção e operação de smartphones, veículos, redes 5G e até sistemas de defesa.
CHINA - As Forças Armadas da China anunciaram na segunda-feira (8) novos exercícios militares nos mares e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, suscitando preocupação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, um dia após o término programado de seus maiores exercícios para protestar contra a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada.
O Comando do Teatro Oriental da China disse que realizará exercícios conjuntos com foco em operações antissubmarino e de ataque marítimo - confirmando os temores de alguns analistas de segurança e diplomatas de que Pequim continuará a manter pressão sobre as defesas de Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan condenou a medida, dizendo que a China estava criando crises deliberadamente, e exigiu que Pequim interrompa suas ações militares e "se afaste do limite".
"Diante da intimidação militar criada pela China, Taiwan não terá medo nem recuará, e defenderá com mais firmeza sua soberania, segurança nacional e modo de vida livre e democrático", disse o ministério em comunicado.
Biden, em seus primeiros comentários públicos sobre o assunto desde a visita de Pelosi, disse que não estava preocupado com Taiwan, mas com as ações da China na região.
"Estou preocupado que eles estejam se movendo tanto quanto estão", afirmou Biden a repórteres em Delaware. "Mas eu não acho que eles vão fazer nada mais do que estão fazendo."
A secretária de imprensa da Casa Branca Karine Jean-Pierre mais tarde condenou os exercícios da China.
"Nós os condenamos desde que começaram a escalar", disse Jean-Pierre. "Eles são provocativos, irresponsáveis e aumentam o risco de erro de cálculo. E é a isso que ele [o presidente] estava se referindo."
A visita de Pelosi a Taiwan na semana passada enfureceu a China, que considera a ilha autogovernada como seu território e respondeu com lançamentos de teste de mísseis balísticos na região pela primeira vez, além de abandonar algumas linhas de diálogo com Washington.
A cooperação contra o tráfico ilícito de fentanil estava entre os canais que Pequim suspendeu, uma medida que o chefe da política de controle de drogas dos EUA, Rahul Gupta, chamou na segunda-feira de "inaceitável".
A duração e a localização precisa dos exercícios mais recentes ainda não são conhecidas, mas Taiwan já diminuiu as restrições de voo perto das seis áreas de exercícios chineses anteriores ao redor da ilha.
EUA - A famosa atriz Olivia Newton-John, morreu nesta segunda-feira, 08, aos 73 anos. O marido da atriz, John Easterling, postou em sua rede social que ela morreu em paz no seu rancho no sul da Califórnia, nos Estados Unidos, cercada de amigos e familiares.
O marido ainda postou no facebook: “Pedimos a todos que respeitem a privacidade da família durante este período muito difícil”.
A página oficial do Facebook de Newton-John, postou: “"Olivia vinha sendo um símbolo de triunfos e esperança por mais de 30 anos, compartilhando sua jornada com o câncer de mama. Sua inspiração e experiência pioneira com a medicina herbal vai continuar no Olivia Newton-John Foundation Fund, dedicado à pesquisas oncológicas".
De acordo com informações a artista vinha lutando contra maldita doença do câncer de mama há mais de 30 anos, porém, não se sabe se essa foi a causa da morte.
A atriz, que ficou conhecida por estourar o musical ao lado de John Travolta, foi diagnosticada em 1992 e, logo em seguida, entrou em remissão. Contudo, a doença voltou duas vezes, em 2013 e 2017.
A artista ficou famosa por viver, em 1978, o papel de Sandy no filme Grease.
Olivia Newton-John deixa o marido John Easterling e a filha, Chloe Lattanzi.
COREIA DO SUL - A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi e o presidente da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, Kim Jin-pyo, prometeram na quinta-feira (4) apoiar a campanha de desnuclearização da Coreia do Norte.
"Ambos os lados expressaram preocupação com a terrível situação da crescente ameaça da Coreia do Norte", disseram Pelosi e o presidente da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, Kim Jin-pyo, em comunicado conjunto após reunião em Seul.
"Concordamos em apoiar os esforços dos dois governos para alcançar a desnuclearização prática e a paz por meio da cooperação internacional e do diálogo diplomático, com base na dissuasão forte e estendida contra a Coreia do Norte."
Pelosi também disse em entrevista coletiva que ela e Jin-pyo discutiram maneiras de aumentar a cooperação em segurança regional e questões econômicas e climáticas.
A congressista norte-americana chegou à Coreia do Sul na noite de quarta-feira (3), após uma breve parada em Taiwan, o que causou irritação na China.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, não se encontrou com Pelosi devido às férias programadas para esta semana, mas manteve um telefonema de 40 minutos com ela, em que prometeu estreita cooperação com o Congresso dos EUA, disse o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Kim Tae-hyo.
A mídia sul-coreana especulou que Yoon poderia ter se esquivado do encontro com Pelosi pessoalmente para evitar antagonizar a China, depois que sua visita a Taiwan indignou Pequim, que reivindica a ilha autônoma como seu território.
*Com informações da Reuters.
RÚSSIA - Moscou acusou, os Estados Unidos de estarem “diretamente envolvidos” na guerra na Ucrânia, através do fornecimento do apoio de inteligência e ao coordenar, os ataques com mísseis do exército ucraniano.
O líder da inteligência militar ucraniana, Vadym Skibitsky, falou a um jornal britânico sobre parcerias entre agentes ucranianos e norte-americanos. E com isso, o porta-voz da Defesa russo, Igor Konashénkov, apontou as declarações, como provas de que EUA e Ucrânia coordenam as operações dos lança-foguetes móveis HIMARS.
“A administração de Joe Biden é diretamente responsável por todos os ataques de mísseis aprovados por Kiev em áreas residenciais e infraestruturas civis em áreas povoadas de Donbass e outras regiões que causaram a morte de muito civis“, disse o Ministério de Defesa da Rússia em comunicado.
Já Vadym Skivitsky negou que os EUA interfiram ou apontem os alvos a serem atingidos, mas não descartou que ambos os países troquem informações antes de cada ataque.
Segundo fontes a posição oficial dos Estados Unidos sobre estarem envolvidos na guerra é de total apoio econômico e logístico aos ucranianos. Nesta semana, os EUA anunciaram um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia, de 550 milhões de dólares, que inclui projéteis e lança-foguetes HIMARS.
EUA - Matt Miller pensava que ia ser promovido quando participou de uma reunião com o chefe na terça-feira. Em vez disso, foi demitido.
Os negócios na empresa do setor de arte da Pensilvânia (EUA), onde ele trabalhava, iam bem até alguns meses atrás. Mas, nos últimos tempos, os temores quanto a um crash no mercado de ações e uma possível recessão fez muitos clientes regulares acionarem os freios para novas aquisições.
“Nos últimos três meses, as vendas caíram 50%, depois 50% outra vez, até chegarem quase a zero”, disse Miller, 32 anos, que está preocupado com as perspectivas futuras de emprego. “A maioria dos nossos clientes era do setor de imóveis ou de tecnologia, e eles simplesmente desapareceram. Não querem gastar US$ 10 mil em um quadro quando estão preocupados com como as coisas vão estar daqui a alguns meses.”
O mercado de trabalho nos Estados Unidos, até agora um pilar da resiliência econômica, está mostrando rachaduras.
O crescimento no número de empregos está diminuindo, as solicitações de seguro-desemprego estão aumentando e várias grandes empresas, entre elas Apple e Meta, estão suspendendo os planos de novas contratações. Há sinais de que mais empresas estão reduzindo o quadro de funcionários em setores tão variados como tecnologia, publicidade, saúde, finanças e direito.
A rede de lojas de conveniência 7-Eleven demitiu 880 funcionários no Texas e em Ohio, após comprar uma rede rival, disse um porta-voz da empresa por e-mail. A Ford está planejando demitir 8 mil pessoas nas próximas semanas, informou a Bloomberg. Enquanto isso, a montadora de carros elétricos Rivian está cortando 700 postos de trabalho, a startup de entrega Gopuff está despedindo 1.500 e o credor hipotecário LoanDepot está cortando 4.800 funcionários de sua equipe este ano, de acordo com relatórios.
“As notícias sobre o mercado de trabalho que eram, sem exceção, positivas, não são tanto assim agora”, disse Liz Ann Sonders, diretora administrativa e estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab. “Os relatos de empresas demitindo trabalhadores, ou congelando contratações, ou limitando ofertas de emprego estão começando a aumentar.”
O número de vagas de emprego ativas em várias plataformas na internet diminuiu em todo os EUA durante cinco semanas consecutivas, de acordo com uma análise de Julia Pollak, economista trabalhista da ZipRecruiter.
Ao mesmo tempo, as primeiras solicitações de benefícios para desempregados aumentaram em 7.000 na semana passada, e estão 51% acima do registrado em meados de março, embora ainda estejam perto de mínimas históricas, mostram os dados do Departamento de Trabalho dos EUA.
O esfriamento do mercado de trabalho aquecido é, em vários aspectos, exatamente o que os formuladores de políticas vêm tentando criar. Na próxima semana, a expectativa é que o Federal Reserve eleve as taxas de juros pela quarta vez este ano, na esperança de desacelerar a economia o suficiente para controlar a inflação sem levar a perdas generalizadas de empregos ou à recessão. O Fed espera que a taxa de desemprego cresça de forma gradual de seu menor nível em quase 50 anos, de 3,6% para 4,1%, até 2024 – com a esperança de que a maior parte da desaceleração venha na forma de menos ofertas de emprego e contratações em vez de cortes de postos de trabalho e demissões.
Mas conquistar esse equilíbrio pode ser difícil. Economistas trabalhistas dizem que estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de o cenário azedar rapidamente.
“As coisas desaceleraram – em alguns lugares, de forma bastante brusca”, disse Guy Berger, economista-chefe do LinkedIn. “Não há nada agora que dê a sensação de estarmos passando por uma recessão, mas, em algum momento, podemos facilmente pender para o aumento das demissões e do desemprego. A variedade de relatos [de demissões] e de onde elas estão acontecendo está ficando maior.”
Este acerto de contas mais recente acontece após dois anos de crescimento intenso na geração de empregos, sinalizando a recuperação mais rápida do mercado de trabalho na história. Quase todos os 20 milhões de empregos perdidos nas primeiras semanas da pandemia foram recuperados. Os empregadores dos EUA criaram mais de 6 milhões de postos de trabalho somente no ano passado, e as vagas de emprego continuaram excedendo o número de candidatos em aproximadamente dois para um em maio.
No entanto, uma desaceleração mais ampla em outras áreas da economia do país está começando a provocar um efeito cascata no mercado de trabalho.
O esfriamento mais evidente, disse Berger, tem acontecido no setor de tecnologia, que passou por um crescimento rápido durante a pandemia. A contratação no setor caiu 9,1%, no mês passado, em comparação com a queda de 5,4% na contratação em todos os setores, de acordo com dados do LinkedIn.
O número de empresas de tecnologia e startups demitindo trabalhadores cresceu nas últimas semanas. Netflix, Tesla e Coinbase anunciaram reduções nas equipes ou congelamento de contratações. A Vimeo, plataforma de vídeo online e outrora queridinha do setor, anunciou esta semana que estava demitindo 6% do quadro de funcionários.
“Estamos tomando essa decisão para garantir que saiamos dessa desaceleração econômica como uma empresa mais forte”, disse Anjali Sud, CEO da empresa, em um memorando aos funcionários. “A realidade é que as condições econômicas desafiadoras ao nosso redor impactaram nossos negócios. Devemos partir do princípio que essas condições permanecerão assim no futuro próximo e que não estamos imunes.”
Os temores quanto a uma recessão podem ser autorrealizáveis: se as famílias e as empresas começarem a recuar porque estão apreensivas com seus futuros financeiros, isso pode ser suficiente para desencadear uma retração econômica. Até agora, os americanos continuaram a gastar bastante, sobretudo com serviços, assim como com alimentos, combustível e outras necessidades, mesmo enquanto os preços subiam. Mas economistas alertam que isso pode mudar depressa se as perdas de emprego aumentarem – ou os americanos começarem a cortar gastos, pois temem ser demitidos.
Neal Kemmerer perdeu o emprego em uma empresa de robótica em Lafayette, Indiana, há quatro semanas. Desde então, ele se candidatou a pelo menos 300 vagas de emprego – e conseguiu uma entrevista.
Com uma frequência bem maior, ele é avisado de que os postos de trabalho para os quais se candidatou foram suspensos ou extintos, disse ele. Bem diferente de janeiro, quando pôde escolher entre quatro ofertas de emprego.
“Sou pai solo de dois filhos, então tenho me candidatado desesperadamente para cerca de 75 a 100 vagas de emprego por semana”, disse Kemmerer, 38 anos. “Porém não há mais nada por aqui.”
Ele ganhava US$ 48 mil por ano como chefe do site da Starship Technologies, que fabrica robôs para a entrega de alimentos. No entanto, a maioria das vagas que está encontrando hoje são para fábricas de empresas como a Subaru e a Caterpillar, e os salários máximos são de US$ 19 por hora, ou menos de US$ 40 mil por ano, disse Kemmerer.
Durante a pandemia, muitos trabalhadores viram seus salários aumentarem pela primeira vez em anos. Entretanto, o crescimento salarial está começando a perder força, principalmente levando em conta o aumento da inflação. O valor médio pago por hora subiu mais de 9% nos últimos dois anos, enquanto os preços aumentaram cerca de 15% no mesmo período.
“A situação está quase estável agora, mas há um pouco de agitação por vir”, disse Nick Bunker, diretor de pesquisa econômica do laboratório de contratação do Indeed. “O Fed ainda está elevando as taxas de juros. Não está claro o quanto de instabilidade pode haver.”
Katherine Loanzon, recrutadora jurídica em Nova York, diz que houve uma desaceleração visível no número de contratações, de modo especial entre as empresas especializadas em direito societário. As fusões e aquisições caíram, assim como as ofertas públicas iniciais.
Alguns grandes escritórios de advocacia, disse ela, congelaram as contratações, apesar de continuarem a publicá-las em seus sites. Outros estão adiando aumentos salariais e demorando muito mais para contratar advogados.
“As pessoas estão bem mais cautelosas do que [durante] o frenesi de contratações de 2021?, disse Katherine, diretora da Kinney Recruiting. “Ainda não vimos demissões, mas esse costuma ser o próximo passo.”
Alguns dos próprios trabalhadores que foram cortejados e contratados com festa em 2021 estão entre aqueles sendo demitidos agora.
Pete Basgen estava empregado e contente em uma empresa de tecnologia no segundo semestre de 2021, quando foi abordado por recrutadores de uma empresa de software de transmissão ao vivo com a oferta de um salário 40% maior e a promessa de construir sua própria equipe de estratégia criativa. Ele assumiu o cargo em novembro e conseguiu contratar um grupo de funcionários antes de ele – assim como a maioria de sua equipe – ser demitido no mês passado. Os executivos de São Francisco estavam preocupados que a empresa chegasse ao fim rapidamente se houvesse uma recessão, foi o que lhe falaram.
“Eles me roubaram do meu antigo emprego, me ofereceram um salário enorme e um monte de ações, e depois me demitiram”, disse ele, acrescentando que não ficou na empresa por tempo suficiente para receber os benefícios dos títulos.
Segundo Basgen, muitas das empresas com as quais ele conversa hoje querem contratar consultores ou trabalhadores para serviços temporários, mas estão receosos em empregar profissionais com salário fixo.
“Parece uma economia muito diferente da que existia em novembro”, disse o homem de 37 anos.
Ethan Engel foi demitido de seu emprego de análise de dados em Phoenix este mês, depois que a seguradora internacional para a qual ele trabalhava cancelou um contrato de 18 meses na metade do período previsto. Todas as 60 pessoas no projeto de digitalização de dados perderam seus empregos.
“Pelo que ouvimos, foi porque a empresa percebeu essa recessão a caminho e, por isso, deram fim ao projeto”, disse Engel, 24 anos. “Não havia mesmo muito trabalho novo chegando.”
Engel passou as últimas três semanas se candidatando a dezenas de vagas de empregos nas áreas de análise de dados, defesa, aeroespacial, bancos e seguros, mas, até agora, não conseguiu uma única entrevista.
Na terça-feira, ele fez o cadastro para se tornar um motorista que faz entregas para a Amazon. Caso consiga o emprego, receberá 30% a menos do que costumava ganhar.
“Eu finalmente tive que dizer: ‘certo, preciso encontrar qualquer tipo de trabalho’”, afirmou. “Preciso que entre algum dinheiro.” / TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA
Abha Bhattarai e Lauren Kaori Gurley / ESTADÃO
AFEGANISTÃO - O líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, foi morto em um ataque dos Estados Unidos no Afeganistão no fim de semana, disse o presidente norte-americano, Joe Biden, nesta segunda-feira (1º), no maior golpe para o grupo militante desde que seu fundador, Osama bin Laden, foi morto em 2011.
Zawahiri, um cirurgião egípcio que tinha uma recompensa de US$ 25 milhões por sua cabeça, ajudou a coordenar os ataques de 11 de setembro de 2001 que mataram quase 3 mil pessoas nos EUA.
Autoridades norte-americanas, falando sob condição de anonimato, afirmaram que os EUA realizaram um ataque de drone em Cabul, a capital afegã, às 6h18 no horário local.
"Agora a justiça foi feita e esse líder terrorista não existe mais", disse Biden em declaração na Casa Branca. "Nós nunca recuamos."
A inteligência dos EUA determinou com "alta confiança" que o homem morto era Zawahiri, disse um alto funcionário do governo a repórteres. Nenhuma outra vítima ocorreu.
"Zawahiri continuava a representar uma ameaça ativa às pessoas, aos interesses e à segurança nacional dos EUA", disse o funcionário em uma teleconferência. "Sua morte é um golpe significativo para a Al Qaeda e degradará a capacidade de operação do grupo."
Houve rumores da morte de Zawahiri várias vezes nos últimos anos, e há muito tempo se diz que ele estava com problemas de saúde.
Sua morte levanta questões sobre se Zawahiri recebeu refúgio do Taliban após a tomada de Cabul em agosto de 2021.
O ataque de drone é o primeiro ataque conhecido dos EUA no Afeganistão desde que tropas e diplomatas dos EUA deixaram o país em agosto de 2021.
A operação pode reforçar a credibilidade das afirmações de Washington de que os Estados Unidos ainda podem enfrentar ameaças dentro do Afeganistão sem uma presença militar no país.
Em um comunicado, o porta-voz do Taliban Zabihullah Mujahid confirmou que um ataque ocorreu e o condenou veementemente, chamando-o de violação de "princípios internacionais".
O paradeiro de Zawahiri --com rumores apontando para a área tribal do Paquistão ou dentro do Afeganistão-- era desconhecido até o ataque.
Um vídeo divulgado em abril no qual ele elogiava uma muçulmana indiana por desafiar a proibição de usar um véu islâmico dissipou os rumores de que ele havia morrido.
Uma forte explosão ecoou por Cabul na manhã de domingo.
"Uma casa foi atingida por um foguete em Sherpoor. Não houve vítimas porque a casa estava vazia", disse Abdul Nafi Takor, porta-voz do Ministério do Interior, mais cedo.
Uma fonte do Taliban, pedindo anonimato, afirmou que houve relatos de pelo menos um drone sobrevoando Cabul naquela manhã.
Acredita-se que Zawahiri, com outros membros de alto escalão da Al Qaeda, tenha planejado o ataque de 12 de outubro de 2000 ao navio USS Cole no Iêmen, que matou 17 marinheiros norte-americanos e feriu mais de 30 outros, disse o site Rewards for Justice.
Ele foi indiciado nos EUA por participação nos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia que mataram 224 pessoas e feriram mais de 5.000.
Por Idrees Ali e Jeff Mason - Repórteres da Reuters
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