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SÃO CARLOS/SP - No artigo de hoje, trago um assunto que no início de seu surgimento causou certo desconforto ao consumidor, o chamado score alto ou baixo.

Diariamente ouvimos dizer no meio comercial que a pessoa X ou Y é bom pagador ou mau pagador.

Ocorre que, geralmente o título é destinado a uma pessoa que mantém suas contas em dia ou não.

A “fama” de bom pagador atualmente é denominada de “score alto”, que avalia e armazena o histórico de pagamento dos consumidores. 

Vamos lá, para entendermos definitivamente sobre o assunto, trago as principais dúvidas existentes na população em geral.

Score nada mais é que uma palavra em inglês para a chamada pontuação. O score vai de 0 a 1.000 pontos e é calculado de acordo com os hábitos de cada consumidor.

É exatamente essa pontuação que mostra para as instituições financeiras e empresas se você é ou não “bom pagador” e se há risco de inadimplência. Com referência nestes pontos, é possível avaliar se o consumidor poderá honrar compromissos financeiros futuros com base no seu comportamento principalmente dos últimos 12 meses.

No caso se presume que se o cliente pagou todas as dívidas que adquiriu no último ano, é considerado um bom pagador e a instituição financeira entende que é seguro conceder a ele um novo crédito. No caso de não ter honrado com seus compromissos e deixou de pagar alguma conta e/ou está com o nome inscrito no SCPC/SERASA, não é aconselhável fornecer mais crédito a esta pessoa, já que as chances de inadimplência são mais altas. 

Desta maneira, baseado na pontuação do score as instituições que concedem crédito procuram analisar a capacidade de pagamento do consumidor antes de fechar qualquer negócio. Isso vale para empréstimo, financiamento e até mesmo para liberar limite no cheque especial ou parcelamento de compras no cartão de crédito/crediário.

Fato é, quanto maior o seu score, maiores são suas chances de conseguir um empréstimo ou crédito, bem como taxas mais baixas. Se o consumidor possuir score baixo, por exemplo, as instituições financeiras não terão segurança de que o crédito solicitado será quitado, por isso algumas vezes as solicitações são negadas ou os juros são mais altos do que a média.

Toda e qualquer informação sobre o score é obtida por meio do CPF sendo que o histórico fica armazenado nos quatro birôs de crédito que existem no Brasil: Serasa, SPC Brasil, Boa Vista SCPC e Quod. 

O interessante é que qualquer pessoa pode checar a própria pontuação de forma online. Para tanto, acesse os sites que permitem a consulta como, por exemplo, o do Serasa Score ou do Consumidor Positivo e insira seu CPF, faça o cadastro para acessar o sistema. As consultas das empresas citadas são gratuitas.

O consumidor poderá consultar também se o seu nome está “limpo” e se você está regularizado perante a Receita Federal. Poderá ainda obter a informação por quais os motivos da pontuação estar baixa.

Podemos dizer que existem quatro  faixas utilizadas pelo Serasa  e elas são definidas por cores: vermelho, laranja, amarelo e verde, sendo que de 0 a 300 pontos é considerado vermelho, existindo alto risco de inadimplência, de  300 a 600 pontos é a cor laranja, possuindo risco médio de inadimplência, de 600 a 800, é a cor amarelo sendo o risco intermediário de inadimplência e por fim de 800 a 1000, que é o da cor verde, sendo é a faixa onde existem os menores riscos de inadimplência.

Por exemplo, ao fazer a consulta com o seu CPF no site do Serasa, gratuitamente, será possível constatar qual sua pontuação e sua cor. Saliento que a partir dos 300 pontos, apesar de ainda ser uma faixa considerada baixa, já é possível ter acesso a crédito.  Isso não significa que baixo não conseguirá crédito. Vai depender de cada empresa ou instituição financeira que poderão cobrar taxas e juros mais altos e limitar o valor de crédito.

Resumindo, o bom score é aquele que se encontra entre 600 e 800 pontos, a faixa amarela que é o mais habitual. Quanto a faixa verde, esta é a mais difícil de alcançar, mas não impossível, onde se encontram os consumidores que raramente nunca deveram uma fatura.

A chamada consulta de score veio com o intuito de proteger as empresas e ajudar para que os bons pagadores obtenham juros menores nas negociações de crédito, tendo ainda caráter educacional, estimulando boas práticas de pagamento ao consumidor.

 Com a prática de consulta ao score para a concessão de crédito, faz com que o consumidor tenha maior controle nas compras, controlando suas finanças e diminuindo sua inadimplência.

O score baixo é obtido a partir do momento que há atrasos em contas e principalmente, inadimplência, ocasião que as informações ficam armazenadas em seu CPF, impactando diretamente a pontuação (de 0 a 300 pontos – faixa vermelha).

Na maioria das vezes, o consumidor descobre que o score está baixo quando necessita de crédito, passando a dar maior importância a sua situação financeira.

Estando com o score baixo, existe apenas uma solução, tentar aumentá-lo e para isso é importante começar a pagar suas contas, sem deixar passar do vencimento. Lembre-se, todas as contas que estão em seu nome influenciam para sua pontuação no Serasa. Por isso, faça o possível para não deixar nenhuma passar do vencimento. 

Tenha ciência que todos os seus dados financeiros estão vinculados ao seu CPF. Isso significa que o Serasa por exemplo tem como acompanhar qual a sua renda e qual seu percentual de dívidas.

 Se o seu nome estiver com restrição, procure renegociar e pagar a dívida para que sua pontuação aumente. É primordial “limpar o nome”.

Importante ainda destacar que a inclusão de novas informações de dívidas estão ocorrendo aos poucos e que poderão ser incluídas informações das prestadoras de serviços continuados (água, luz, telefone etc).

O score do Serasa analisa principalmente as movimentações financeiras realizadas nos últimos 12 meses, desta forma, pode demorar para que o consumidor constate a mudança em sua pontuação.

Caso esteja com score baixo e/ou com restrição no “nome”, não se desespere. Entre em contato com as empresas ou instituição financeira, tente renegociar a dívida e o mais importante de tudo, tenha paciência, com isso o seu score irá aumentar gradativamente.

Por hoje é só, até a próxima. Use álcool em gel, siga as recomendações médicas e sanitárias.

 

*Dr. Joner Nery é advogado inscrito na OAB/SP sob o n° 263.064, pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho e Especialista em Direito do Consumidor, ex-diretor do Procon São Carlos/SP e ex-representante dos Procons da Região Central do Estado de São Paulo, membro da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da OAB/SP. 

BRASÍLIA/DF - A Receita Federal paga nesta quinta-feira (30) as restituições do segundo lote do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) 2022. O lote também contemplará restituições de anos anteriores.

Ao todo, 4.250.448 contribuintes receberão R$ 6,3 bilhões. Desse total, 2.776.808 são contribuintes não prioritários que entregaram declarações de exercícios anteriores até 19 de março deste ano.

O restante tem prioridade legal, sendo 87.401 idosos acima de 80 anos; 675.495 entre 60 e 79 anos; 48.913 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e 661.831 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.

Inicialmente prevista para terminar em 29 de abril, o prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física foi adiado para 31 de maio, a fim de diminuir os efeitos da pandemia de covid-19 que pudessem prejudicar o envio, como atraso na obtenção de comprovantes. Apesar do adiamento, o calendário original de restituição foi mantido, com cinco lotes a serem pagos entre maio e setembro, sempre no último dia útil de cada mês.

Como consultar

A consulta pode ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar no campo Meu Imposto de Renda e, em seguida, Consultar Restituição. A consulta também pode ser feita no aplicativo Meu Imposto de Renda, disponível para os smartphones dos sistemas Android e iOS.

Quem não está na lista pode consultar o extrato da declaração para verificar eventuais pendências. Nesse caso, o contribuinte deverá entrar na página do Centro Virtual de Atendimento da Receita (e-CAC) e verificar se há inconsistências de dados. Nessa hipótese, o contribuinte pode avaliar as inconsistências e fazer a autorregularização, mediante entrega de declaração retificadora.

A restituição fica disponível no banco durante um ano. Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento da Receita por meio do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos) para agendar o crédito em conta corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

 

 

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

CATAR - Uma delegação dos talibãs chegou na quarta-feira (29) ao Catar para discutir com os Estados Unidos um mecanismo que permita desbloquear fundos internacionais e garantir que sejam usados para fins humanitários, após o terremoto mortal ocorrido no Afeganistão.

O ministro talibã de Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, chegou a Doha com representantes do Ministério de Finanças e do banco central para negociar com o representante especial dos EUA para o Afeganistão, Tom West, indicou no Twitter o porta-voz da diplomacia talibã, Hafiz Zia Ahmed.

Após o aceno ao poder talibã em agosto de 2021, Washington requisitou em fevereiro 7 bilhões de dólares de reservas do banco central afegã depositados nos Estados Unidos.

O presidente americano Joe Biden desejava que metade dessa quantia fosse reservada à indenização das famílias das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 e a outra metade à ajuda humanitária ao Afeganistão, mas garantindo que o dinheiro não caísse nas mãos dos talibãs.

O país, assolado por uma grave crise econômica, foi atingido na semana passada por um terremoto de magnitude 5,9, no leste do país, que deixou mais de mil mortos e milhares de deslocados.

“Trabalhamos fervorosamente para resolver questões difíceis sobre o uso desses fundos de forma a assegurar que beneficiem o povo afegão e não aos talibãs”, declarou na semana passada Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca.

Um membro do conselho de administração do banco central do Afeganistão confirmou nesta quarta à AFP que havia negociações em andamento, mas alertou que poderia levar tempo.

“Os detalhes do mecanismo de transferência de reservas ao banco central não foram fechados”, disse Shah Mehrabi, que também é professor de Economia no Montgomery College, nos Estados Unidos.

O Departamento de Estado dos EUA não confirmou a princípio essas negociações.

Mehrabi indicou que 3,5 bilhões de dólares deveriam ser entregues ao banco central e propôs “um desbloqueio limitado e controle de reservas, como 150 milhões mensais para pagar importações”.

Essa medida ajudaria a reforçar a moeda afegã, estabilizar preços e permitir que sua população adquira produtos básicos como pão, azeite, açúcar e combustível, apontou o economista.

O uso desses fundos “pode ser controlado e auditado de maneira independente por gabinetes externos”, acrescentou.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, 24 milhões de afegãos, mais da metade da população, precisam de ajuda humanitária urgente.

 

 

AFP

EUA - O governo dos Estados Unidos e seus aliados bloquearam mais de 330 bilhões de dólares em ativos russos desde o início do conflito na Ucrânia, informou o Departamento do Tesouro.

Os países aliados congelaram 30 bilhões dólares em ativos pertencentes a oligarcas russos próximos do governo e US$ 300 bilhões do Banco Central da Rússia, afirma um comunicado divulgado pela força-tarefa criada para rastrear o capital russo.

Também apreenderam pelo menos cinco iates de luxo e congelaram propriedades de bilionários russos com vínculos com o presidente Vladimir Putin.

"Juntos, vamos garantir que nossas sanções continuem representando um custo para a Rússia por sua agressão contínua e não provocada contra a Ucrânia", afirmou a força-tarefa no comunicado divulgado pelo Departamento do Tesouro.

A força-tarefa foi criada em 17 de março, três semanas após a invasão da Ucrânia, para aumentar a pressão econômica contra Moscou.

Entre os membros do grupo estão funcionários de alto escalão dos Estados Unidos, Austrália, França, Canadá, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido e da Comissão Europeia.

Outra meta da força-tarefa é isolar Moscou no sistema financeiro global.

No domingo, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos anunciaram que pretendem vetar a compra de ouro por parte da Rússia, para impedir que o país e seus oligarcas utilizem este metal para evitar as sanções.

 

 

AFP

BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal paga hoje (29) a parcela de junho do Auxílio Brasil aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 9. O valor mínimo do benefício é R$ 400. As datas seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês.

O beneficiário pode consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. No início do ano, 3 milhões foram incluídas no Auxílio Brasil. 

Veja o calendário:

NIS jun jul ago set out nov dez
1 17/06 18/07 18/08 19/09 18/10 17/11 12/12
2 20/06 19/07 19/08 20/09 19/10 18/11 13/12
3 21/06 20/07 22/08 21/09 20/10 21/11 14/12
4 22/06 21/07 23/08 22/09 21/10 22/11 15/12
5 23/06 22/07 24/08 23/09 24/10 23/11 16/12
6 24/06 25/07 25/08 26/09 25/10 24/11 19/12
7 27/06 26/07 26/08 27/09 26/10 25/11 20/12
8 28/06 27/07 29/08 28/09 27/10 28/11 21/12
9 29/06 28/07 30/08 29/09 28/10 29/11 22/12
0 30/06 29/07 31/08 30/09 31/10 30/11 23/12

Auxílio Gás

O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 9. Com valor de R$ 53 em junho, o benefício segue o calendário regular de pagamentos do Auxílio Brasil.

Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026, com o pagamento de 50% do preço médio do botijão de 13 quilos, conforme valor calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos seis meses.

Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás tem orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano. Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Benefícios básicos

O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga emprego ou tenha um filho que se destaque em competições esportivas ou em competições científicas e acadêmicas.

Podem receber o benefício as famílias com renda per capita até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza, e até R$ 200, em condição de pobreza.

 

* O Auxílio Brasil é coordenado pelo Ministério da Cidadania, responsável por gerenciar os benefícios do programa e pelo envio dos recursos para pagamento da Caixa.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

PERU - O Peru representa um raro exemplo de estabilidade econômica na América Latina. Muitos especialistas até falam de um "milagre econômico peruano" devido ao crescimento sustentado do país nas últimas décadas, apenas interrompido pela pandemia de covid-19.

Embora em amplos setores haja descontentamento com a manutenção das desigualdades, os números macroeconômicos da história recente do Peru são citados como exemplo de sucesso mundo afora.

Uma razão, segundo os especialistas, é a estabilidade da moeda peruana, o sol.

Waldo Mendoza, economista da Pontifícia Universidade Católica do Peru e ex-ministro da Economia do Peru, disse à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC, que "se observarmos o comportamento do câmbio na América Latina, o do Peru é o menos volátil".

Em outras palavras, a moeda peruana é a que menos vê seu valor flutuar em relação à moeda de referência, o dólar americano, e não apresenta tendência a desvalorizações acentuadas em momentos econômicos adversos típicos de outras economias da região.

Neste ano, o comportamento dessa divisa até agora parece embasar a afirmação de Mendoza.

Segundo o ranking de moedas elaborado pela agência Bloomberg, o sol é a segunda moeda latino-americana que teve melhor desempenho em relação ao dólar em 2022, superada apenas pelo peso uruguaio.

A estabilidade no preço de sua moeda é alcançada graças a uma estratégia do Banco Central do Peru (BCRP) conhecida como "flutuação suja".

 

Como funciona a "flutuação suja"?

O valor do dólar medido em unidades da moeda local (taxa de câmbio) é um aspecto fundamental na economia, especialmente para países como a América Latina, em que a moeda americana desempenha um papel-chave e é utilizada amplamente.

Em economia, distinguem-se três modelos principais de regime cambial.

Com a taxa de câmbio fixa, o preço da moeda estrangeira permanece constante ao longo do tempo, mas isso requer uma intervenção permanente do banco central no mercado, comprando ou vendendo dólares conforme necessário para regular a oferta e a demanda e, assim, manter a taxa de câmbio no nível desejado.

Poucos lugares aplicam esse modelo. Um caso típico é o do território autônomo chinês de Hong Kong. Na América Latina, a Bolívia ainda o mantém e ele vigorou na Venezuela chavista por anos.

No modelo de câmbio flutuante, a taxa de câmbio flutua livremente, sem intervenção do Banco Central. É o seguido pelos países europeus que compartilham o euro, ou na América Latina, por exemplo, pelo Chile. Isso pode levar a grandes flutuações influenciadas pela situação atual ou fatores econômicos externos.

Por fim, há o modelo de taxa de câmbio flutuante suja que o Peru segue, em que a taxa de câmbio também oscila, mas de forma muito limitada.

A "flutuação suja" também é adotada pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

 

Por que se chama "flutuação suja"?

Devido a uma intervenção também limitada do banco central no mercado. Nas palavras de Mendoza, "o banco central luta contra a corrente no mercado de câmbio. Ele tende a comprar dólares quando a taxa de câmbio cai e tende a vender quando a taxa de câmbio sobe". Dessa forma, é possível manter seu preço relativamente estável.

É um modelo comum em economias emergentes, onde as autoridades o utilizam para proteger suas moedas de grandes flutuações indesejadas.

Algumas das maiores economias de "flutuação suja" incluem, além do Brasil, Índia, Cingapura, Turquia e Indonésia. Nos dois últimos, os bancos centrais intervieram em 2014 e 2015 para apoiar suas respectivas moedas locais.

No Peru, esse modelo tem sido o adotado pelo Banco Central do Peru (BCRP) e os especialistas concordam que ele pode explicar a estabilidade monetária do país dos últimos anos, contrastando notavelmente com o que aconteceu em outros momentos da história, como a hiperinflação do final da década de 1980, que ainda traz lembranças amargas para muitos peruanos.

 

Quando a "flutuação suja" começou no Peru e como tem sido usada até agora?

O Banco Central do Peru começou a intervir no mercado de câmbio durante a política de estabilização econômica da década de 1990, quando o governo de Alberto Fujimori (1990-2000) realizou uma agressiva reforma econômica liberal.

Quando Fujimori chegou ao poder em 1990, os peruanos viviam sob a hiperinflação herdada do primeiro governo de Alan García (1985-1990), que devorou o poder de compra e a credibilidade da moeda peruana da época, o inti. Em 1991, foi criada uma nova moeda nacional, o novo sol, e estabilizar seu valor tornou-se uma prioridade para o novo governo.

No início, foi implementado um modelo de câmbio fixo, que acabou relaxado. Adotou-se, então, o modelo de taxa de câmbio de flutuação suja, que se mantém até hoje e tem ajudado o sol a enfrentar algumas das turbulências financeiras dos últimos anos.

Nos primeiros anos, foram utilizadas intervenções limitadas e esporádicas, mas a partir de 2002, quando o BCRP adotou sua política de metas de inflação, com o objetivo oficial declarado de manter os níveis de aumento de preços entre 1% e 3%, a flutuação suja acabou implementada.

Os sucessivos presidentes do Banco Central peruano permaneceram fiéis a esse sistema, a ponto de, segundo Mendoza, "não haver nenhum banco central que intervenha mais no mercado de câmbio do que o peruano".

Segundo seu relatório anual, o BCRP interveio em 82% dos dias de 2021 e até agora, em 2022, vendeu US$ 1,8 bilhão em moeda estrangeira para manter o câmbio estável.

Mas o peruano tem algumas particularidades em relação à "flutuação suja" de outros países.

Diego Macera, especialista do Instituto Peruano de Economia e membro do conselho do BCRP, diz à BBC News Mundo que "a diferença mais importante com outros sistemas é que o Peru não tem regras fixas antes da intervenção".

"Nos outros países, foi possível conhecer com mais clareza o momento e a magnitude da intervenção do banco central, o que possibilita a manipulação do sistema. O BCRP tem mais discricionariedade, o que lhe permite ser mais eficaz na redução da volatilidade."

Como o Banco Central do Peru não anuncia com antecedência quando vai intervir no mercado, nem com que intensidade, a incerteza desencoraja os especuladores interessados em "apostar contra" a moeda nacional com manobras de curto prazo.

Foi o que aconteceu com a libra esterlina quando em 1992 um ataque especulativo do financista George Soros acabou forçando sua exclusão do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio (MTC), sistema acordado pelos países que acabaram adotando o euro antes de sua entrada em vigor.

Macera aponta outras vantagens do modelo aplicado no Peru: "Ele é menos vinculante que o sistema de câmbio fixo, o que pode acarretar um risco maior de esgotamento rápido de reservas e especulação em relação à nossa moeda".

O BCRP também é muito ativo na compra de dólares em momentos favoráveis para manter seus níveis de reservas e sua capacidade de intervir em momentos adversos, considerando o peso das exportações minerais na economia peruana.

"Quando o preço dos minerais sobe, o valor do dólar tende a cair e é aí que o BCRP compra dólares", explica Mendoza. "Nos bons tempos, acaba acumulando muito e isso permitiu-lhe ser um dos bancos centrais com mais reservas internacionais."

O BCRP tem US$ 76,1 bilhões em reservas internacionais, o que significa 30,5% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços) do Peru.

O Chile, por exemplo, apesar de ter um PIB maior, tem aproximadamente US$ 30 bilhões a menos em reservas internacionais.

Já as reservas internacionais do Brasil totalizavam, em dezembro de 2021, US$ 362,20 bilhões.

Macera explica que a elevada disponibilidade de reservas é fundamental para o sucesso da "flutuação suja".

"A credibilidade da intervenção do BCRP no mercado é particularmente importante, e é alcançada com um bom histórico da instituição e com um nível de internacionalização de reservas significativo", explica.

Foi isso que permitiu ao banco agir com vigor, como em 2009, quando o Peru foi abalado pelas consequências da crise financeira global, ou, mais recentemente, pela fuga de capitais após a chegada à presidência de Pedro Castillo, em julho de 2021.

 

Ameaça da inflação

Mas a taxa de câmbio não é a única variável, nem mantê-la estável basta para solucionar todos os problemas da economia. A peruana tem alguns atualmente.

O Banco Central recentemente baixou suas expectativas de crescimento para o Peru para este ano de 3,4% para 3,1%. Especialistas concordam que se trata de uma taxa muito baixa para uma economia emergente e que, a esse ritmo, o país terá dificuldade em criar empregos em volumes significativos.

Tampouco uma taxa de câmbio estável é suficiente para corrigir os efeitos da queda na produção mineral, item fundamental para o Peru, devido aos conflitos que paralisaram algumas das principais minas do país.

Depois, há o grande problema dos dias atuais, a inflação, em alta desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. O Peru tampouco está imune a isso. A previsão é de que a inflação peruana feche o ano em 6,4% — a previsão anterior era de 3,5%.

E o BCRP não espera que a inflação volte aos níveis normais até pelo menos o final de 2023.

"Grande parte disso se deve ao preço do trigo, petróleo e outros produtos importados que representam entre 30% e 50% da cesta básica local e que seguirão dinâmicas próprias associadas à guerra", diz Mendoza.

O BCRP está tentando conter essa escalada de preços, como outros bancos centrais, principalmente com o aumento nas taxas de juros, o que indiretamente também ajuda a limitar uma possível desvalorização do câmbio.

Mas, como alerta Mendoza, "isso está esfriando a economia e terá custos, porque é a inflação mais alta em muito tempo".

 

 

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61945230'

SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP - Ontem (27), a fábrica de São Bernardo do Campo da Volkswagen do Brasil, na região metropolitana de São Paulo, concedeu 10 dias de férias coletivas aos funcionários, em razão falta de semicondutores, conforme confirmou a empresa.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que 3 mil trabalhadores terão em férias coletivas em função da falta de peças e componentes eletrônicos para finalizar a produção dos veículos. Os metalúrgicos ficarão fora da fábrica até 7 de julho. A montadora não informou o número de funcionários envolvidos.

De acordo com informações do sindicato, a crise dos semicondutores tem diversos fatores, mas que para o setor automobilístico o principal é a disponibilidade restrita de fabricação dos componentes para o setor por parte de fornecedores. Ainda segundo a entidade, essa é uma crise bem ampla que envolve fatores geopolíticos, logística, pandemia e até fatores climáticos, e já vem de no mínimo três anos.

A montadora já havia colocado cerca de 2,5 mil metalúrgicos em coletivas no mês de maio por problemas na cadeia de fornecimento de peças. Dados do sindicato dão conta de que a empresa conta com cerca de 8,2 mil trabalhadores na planta de São Bernardo, sendo 4,5 mil na produção.

O coordenador-geral da representação do sindicato na Volkswagen, José Roberto Nogueira da Silva, avalia que a falta de componentes tem impactado não só o ramo automotivo, mas todo setor industrial brasileiro. “Este é um problema que vem afligindo não só a indústria automobilística. Toda a indústria nacional vem sendo impactada. Isso acaba atingindo diretamente os trabalhadores. A falta de política industrial e de desenvolvimento no país tem causado a desestruturação da cadeia produtiva nacional”, disse, em nota. 

Segundo Silva, um acordo vigente na montadora, negociado entre sindicato e a empresa, dá aos trabalhadores tranquilidade em relação aos empregos. “É muito importante neste momento termos um acordo de longo prazo que prevê situações como esta que vem perdurando a muito tempo. O acordo dá previsibilidade para trabalhadores se organizarem e também para a empresa pensar o futuro da planta”.

 

 

Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil 

JAPÃO - O governo do Japão fez um apelo aos moradores da capital Tóquio e seus arredores para usarem menos eletricidade nesta segunda-feira (27/6), alertando que o fornecimento de energia será prejudicado à medida que o país enfrenta uma onda de calor.

A expectativa do Ministério da Economia, Comércio e Indústria é que haja uma demanda "severa" de energia nesta tarde (horário local).

A orientação é que as pessoas devem desligar as luzes desnecessárias, mas continuar usando ar-condicionado para evitar insolação.

Há semanas, as autoridades vêm alertando para uma crise de energia à medida que as temperaturas aumentam.

No fim de semana, a temperatura no centro de Tóquio passou de 35°C, enquanto a cidade de Isesaki, a noroeste da capital, registrou um recorde de 40,2°C. Foi a temperatura mais alta já registrada em junho no Japão.

Junho marca o início do verão no país, com temperaturas tipicamente abaixo de 30°C durante o mês.

Em comunicado divulgado no domingo (26/6), o ministério disse que a capacidade de geração de energia excedente deve cair para 3,7% na tarde desta segunda-feira em Tóquio e oito prefeituras vizinhas.

Uma reserva de 3% é considerada necessária para um fornecimento estável.

O governo pediu às pessoas que desliguem as luzes desnecessárias por três horas a partir das 15h (horário de Tóquio — 07:00 BST), enquanto "usam adequadamente o ar-condicionado e se hidratam durante as horas quentes".

Embora os fornecedores de eletricidade estejam trabalhando para aumentar a oferta, o ministério informou que a situação é "imprevisível" à medida que as temperaturas sobem.

"Se houver um aumento na demanda e problemas repentinos de oferta, a margem de reserva vai cair abaixo do mínimo necessário de 3%", afirmou.

O fornecimento de energia do Japão está apertado desde que um terremoto na região nordeste do país, em março, forçou algumas usinas nucleares a suspender as operações.

As autoridades também fecharam várias usinas de combustível fóssil em uma tentativa de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2).

Estas questões, somadas a um aumento na demanda por eletricidade, resultaram na contenção de energia.

No início deste mês, o governo japonês pediu a famílias e empresas que economizassem o máximo de eletricidade possível durante o verão.

Enquanto isso, a emissora pública de televisão japonesa NHK informou que 46 pessoas em Tóquio foram levadas ao hospital por suspeita de insolação, na tarde de domingo. E um idoso de 94 anos teria morrido em decorrência da condição, na cidade vizinha de Kawagoe.

Também neste mês, autoridades australianas fizeram um apelo às famílias em Nova Gales do Sul — Estado que inclui a maior cidade do país, Sydney — para desligarem suas luzes diante de uma crise de energia.

As restrições no mercado de energia australiano foram suspensas no final da semana passada.

 

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61948938'

BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal paga hoje (27) a parcela de junho do Auxílio Brasil aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 7. O valor mínimo do benefício é R$ 400. As datas seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês.

O beneficiário poderá consultar informações sobre datas de pagamento, valor do benefício e composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Atualmente, 17,5 milhões de famílias são atendidas pelo programa. No início do ano, 3 milhões foram incluídas no Auxílio Brasil.

O Auxílio Brasil é coordenado pelo Ministério da Cidadania, responsável por gerenciar os benefícios do programa e pelo envio dos recursos para pagamento pela Caixa.

Veja o calendário:

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Auxílio Gás

O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 7. Com valor de R$ 53 em junho, o benefício segue o calendário regular de pagamentos do Auxílio Brasil.

Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias, até o fim de 2026, com o pagamento de 50% do preço médio do botijão de 13 quilos, conforme valor calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos seis meses.

Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás tem orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano. Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Benefícios básicos

O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga emprego ou tenha filho que se destaque em competições esportivas, científicas e acadêmicas.

Podem receber o benefício as famílias com renda per capita até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza, e até R$ 200, em condição de pobreza.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

SÃO PAULO/SP - No sábado (25), o concurso 2494 da Mega-Sena pagou R$ 78 milhões aos jogadores que conseguiram acertar todas as seis dezenas extraídas.

Ao todo, XX apostas atingiram a pontuação máxima, sendo que cada uma delas levou para casa cerca de R$XX milhões, um valor bem interessante. Por acaso você foi um dos contemplados?

A seguir, você confere o resultado da Mega-Sena 2494:

01 - 04 - 10 - 22 - 53 - 54.

Quem não conseguiu fazer seis pontos, mas acertou quatro ou cinco números, também ganhará prêmios. Na Quina, 157 bilhetes vão ficar com R$ 35.919,96 mil cada, enquanto que na Quadra, 11.899 apostas vão dividir os prêmios e faturar cerca de R$ 677,05 mil cada.

O próximo concurso da Mega-Sena está marcado para quarta-feira (29), valendo R$ 35 milhões na faixa principal. Se quiser tentar a sorte, veja a seguir como fazer sua aposta.

 

 

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