BERLIM - A produção industrial da Alemanha caiu inesperadamente em janeiro uma vez que o inverno desacelerou a construção e a escassez de semicondutores afetou a indústria automobilística, sugerindo que a maior economia da Europa começou o ano com fraqueza.
Dados da Agência Federal de Estatísticas mostraram nesta segunda-feira que a produção do setor industrial, incluindo manufatura, construção e energia, caiu 2,5% no mês. Pesquisa da Reuters apontava expectativa de alta de 0,2%.
O dado de dezembro foi revisado para cima a um aumento de 1,9%, de estabilidade informada anteriormente.
A queda de janeiro, que encerrou uma série de oito meses consecutivos de altas, deveu-se à queda de mais de 12% em construção. A produção manufatureira recuou apenas 0,5%.
"Apesar das medidas para conter a pandemia, a produção na manufatura registrou apenas pequena queda em janeiro, que se deveu principalmente à escassez de semicondutores na indústria automotiva", disse o Ministério da Economia.
Os produtores de maquinário registraram aumento na produção, completou.
"O cenário para o setor industrial permanece neutro por enquanto", disse o ministério. A forte demanda externa foi compensada pela fraqueza doméstica causada por medidas para conter a pandemia de Covid-19, completou.
*Reportagem de Michael Nienaber / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que a pandemia de covid-19 reduziu a proporção de mulheres no empreendedorismo. De acordo com o levantamento, no terceiro trimestre de 2020 havia cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil. Desse universo, aproximadamente 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%).
Em 2019, a presença feminina correspondia a 34,5% do total de empreendedores, o que representou perda de 1,3 milhão de mulheres à frente de um negócio entre um ano e outro. A principal explicação para esse resultado foi a necessidade de as mulheres se dedicarem mais às tarefas domésticas durante a pandemia, um reflexo do machismo estrutural na sociedade.
"Na crise, cuidados com idosos e crianças foram muito mais necessários. Primeiro, porque as crianças estavam fora das escolas e, segundo os idosos estavam demandando mais cuidados por serem grupo de risco para a covid. Por motivos culturais, essas tarefas sempre recaem muito mais sobre a mulher. O que era precário ficou muito pior", diz Renata Malheiros, coordenadora nacional do Projeto Sebrae Delas, que fortalece o empreendedorismo feminino.
Em pesquisa anterior, o Sebrae já havia observado uma perda maior para as mulheres nos negócios do que para os homens. Do total de empreendedoras atingidas pela pandemia, 75% delas registraram perda de faturamento mensal, enquanto que, para os homens, essa perda foi um pouco menor (71%).
"O tempo que as mulheres dedicam às empresas é, em média, 17% menor do que os homens", afirma Malheiros. Outro dado que aponta a desigualdade de gênero no ambiente de negócios é que, apesar de as mulheres serem 16% mais escolarizadas do que os homens, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas lideradas por mulheres faturam, em média, menos do que empresas lideradas por homens. Uma das razões disso é que as mulheres costumam empreender em setores como alimentos, bebidas, moda e beleza, que são segmentos de menor valor agregado na produção e de baixa inovação.
"Cadê as mulheres nas exatas, nas engenharias, nas ciências, em setores fortes em inovação e tecnologia? É uma presença bem inferior à dos homens ainda, porque as mulheres são ensinadas culturalmente que determinadas áreas não são para elas, e isso traz reflexos nessas escolhas", afirma a coordenadora do Sebrae Delas.
A maternidade também é um fator que, no Brasil, cria dificuldades para as mulheres se manterem no mercado de trabalho e no mundo dos negócios. Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), de 2019, mostrou que metade das mães que trabalham é demitida ou pede demissão até dois anos depois que acaba a licença, devido à mentalidade de que os cuidados com os filhos são praticamente uma exclusividade delas.
É o caso da empresária Renata Matos Zamperlini, de Campo Grande (MS). Dona de uma loja que vende roupas infantojuvenis, ela começou vendendo de porta em porta enquanto ainda era executiva em uma empresa privada. Com o nascimento do filho Davi e a necessidade de dedicar mais tempo em casa, ela abriu mão da carreira profissional e passou a se dedicar integralmente à estruturação de seu negócio.
"Eu queria ter esse horário mais flexível para poder dar conta das demandas de casa também", explica. Esse tipo de decisão, motivada por alguma necessidade, é mais comum para as mulheres do que para os homens. De acordo com Renata Malheiros, do Sebrae, 42% dos empreendimentos das mulheres são por necessidade e não por oportunidade, enquanto que para os homens, esse número é menor (34%). "O empreendedorismo por necessidade é mais precário, porque normalmente a pessoa não tem alternativa e não se planeja".
No caso de Renta Zamperlini, a aposta deu certo e ela prosperou no negócio a partir de 2018, quando chegou a abrir uma loja física na capital sul-matogrossense. Mas veio a pandemia e a empresária acabou pisando no freio, encerrando as atividades presenciais e focando as vendas no delivery. Com o filho de 7 anos o tempo todo dentro de casa, as tarefas se multiplicaram. "Meu filho Davi foi alfabetizado ao longo de 2020 por meio de aula online, de manhã e à tarde, e eu precisei ficar dando esse suporte, além de cuidar de casa, do almoço, da loja. Me senti bastante sobrecarregada. Eu brinco que a mulher acaba tendo que ser como um polvo, com muitos braços para dar conta das demandas".
Para a empresária Brunna Campos, de Taboão da Serra (SP), a pandemia também afetou fortemente os negócios no início. Dona de uma empresa de marketing e propaganda em sociedade com o marido, ela temeu que os clientes cortassem os serviços.
"Foi uma fase bem difícil. Passamos os dois primeiros meses achando que teríamos que reduzir equipe, mas no final do ano a gente se recuperou e acabou contratando mais três pessoas", comemora.
Por não ter filhos, Brunna conta que é mais fácil se dedicar integralmente à vida profissional, mas ela percebe como a sobrecarga de trabalho tem afetado a vida de outras mulheres. "Uma das minhas colaboradoras, que era representante comercial, tem três filhos, sendo dois pequenos, e com a pandemia ela teve que virar mãe em tempo integral dentro de casa. Não conseguia mais trabalhar nem por telefone".
Para enfrentar um desafio tão estrutural, segundo Renata Malheiros, é preciso o envolvimento de toda a sociedade. "Precisamos estimular que os homens discutam essas questões e que as mulheres se articulem em rede para melhorar portfólio, se capacitar e desenvolver novas habilidades. As empresas e instituições também precisam se adaptar, criando brinquedotecas com cuidadores em tudo que é canto, por exemplo, para que a mulher tenha suporte com os filhos para poder se dedicar ao trabalho. Pela minha experiência, trabalhar em rede é sempre a melhor forma de conseguir coisas difíceis".
Para marcar o Dia Internacional da Mulher, o Sebrae realiza nesta segunda-feira (8) um evento virtual. Serão três painéis focados em temas relacionados à digitalização dos micro e pequenos negócios e ao empreendedorismo feminino. A transmissão começa às 10h no canal do Sebrae no Youtube .
Voltado para as mulheres empreendedoras, o Sebrae Delas apoia o empreendedorismo feminino por meio do desenvolvimento de competências. Segundo a instituição, é um programa de aceleração, com o objetivo de aumentar a probabilidade de sucesso de ideias e negócios liderados por mulheres. Entre 2019 e 2020, mais de 10 mil donas de pequenos negócios já foram atendidas. O programa oferece cursos, workshops e consultorias para mulheres de todo o país. O Sebrae Delas também incentiva o contato entre as empreendedoras, para que elas construam uma rede de apoio e compartilhamento de problemas e soluções na gestão empresarial.
Apesar de identificar a persistente desigualdade de gênero nos negócios, a pesquisa do Sebrae mostrou que as mulheres estão mais tecnológicas do que os homens: 76% delas fazem uso das redes sociais, aplicativos ou internet na venda de seus produtos e serviços, enquanto 67% dos homens utilizam esses canais. Além disso, os homens estão mais endividados do que as mulheres: 38% deles têm dívidas/empréstimos, mas estão em dia, contra 34% delas. Já as mulheres são mais cautelosas em relação a contrair dívidas. Segundo o levantamento, 35% delas disseram que não têm dívidas, contra 30% dos homens.
A maior parte dos homens tem também mais empréstimos bancários (46%) do que as mulheres (43%). As dívidas com impostos e taxas foram citadas por 16% dos homens e 13% das mulheres. A maior parte das mulheres (51%) disse que não buscou empréstimo bancário para a sua empresa desde o começo da crise, enquanto 54% dos homens buscaram.
*Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
EUA - Os bilionários norte-americanos teriam pagado US$ 114 bilhões em 2020 sob um imposto “ultra milionário” que a senadora Elizabeth Warren propôs na segunda-feira (1). O projeto, chamado Ultra-Millionaire Tax Act, aplicaria um imposto anual de 2% sobre o patrimônio líquido individual entre uma faixa de US$ 50 milhões e US$ 1 bilhão. As pessoas físicas deveriam pagar um imposto anual de 3% sobre o patrimônio líquido acima de US $ 1 bilhão.
Segundo o Business Insider, Warren disse que o imposto afetaria apenas cerca de 100 mil famílias americanas e que os bilionários do país pagariam cerca de metade do valor total do imposto.
Os cerca de 650 bilionários do país têm uma riqueza coletiva de mais de US$ 4,2 trilhões, segundo levantamento feito pelo American for Tax Fairness e o Institute for Policy Studies Project on Inequality, baseando seus cálculos em dados da Forbes. Na contramão de boa parte do mundo que ficou mais pobre, as fortunas dos bilionários aumentaram cerca de 44% desde março de 2020, quando teve início a pandemia da covid-19 nos Estados Unidos.
Com base na riqueza dos bilionários americanos no final de 2020, ao longo de uma década, o imposto sobre a riqueza deles financiaria cerca de três quartos do pacote de alívio do coronavírus de US$ 1,9 trilhão proposto pelo presidente Joe Biden. E cerca de um terço do imposto sobre a fortuna seria pago pelos 15 americanos mais ricos, que juntos têm uma fortuna de mais de US $ 2,1 trilhões.
A ideia é usar todo esse dinheiro e aplicá-lo em pontos sensíveis da maquina pública norte-americana, como educação e saúde, por exemplo.
Veja a seguir quanto cada um dos bilionários teria pagado em impostos no ano passado se a lei já estivesse valendo:
Jeff Bezos: US$ 5,7 bilhões
Deixando o cargo de CEO da Amazon, Jeff Bezos teria pagado US$ 5,7 bilhões em impostos. No final de 2020 ele tinha uma fortuna de US$ 191,2 bilhões, segundo dados da Forbes. Os legisladores de Washington também propuseram um imposto estadual sobre os bilionários. Bezos pagaria quase US $ 2 bilhões por ano somente com esse imposto.
Elon Musk: US$ 4,6 bilhões
Segundo homem mais rico do mundo, Elon Musk, o bilionário por trás da Tesla, SpaceX, Neuralink e The Boring Company, teria pagado US $ 4,6 bilhões em 2020 de acordo com a proposta de Warren. No final de 2020, o valor da fortuna de Musk era de US$ 153,5 bilhões, depois que sua riqueza aumentou mais de seis vezes em menos de 10 meses.
Bill Gates: US$ 3,6 bilhões
Criador da Microsoft, Bill Gates, que tinha uma fortuna de US$ 120 bilhões em dezembro, teria pagado US$ 3,6 bilhões em impostos sobre a fortuna.
Mark Zuckerberg: US$ 3 bilhões
O CEO do Facebook teria pagado cerca de US$ 3 bilhões em impostos sobre a fortuna em 2020. No final de 2020, ele valia US$ 99,9 bilhões, de acordo com a Forbes.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
BRASÍLIA/DF - O consumidor, afetado pelo preço da gasolina, também está tendo dificuldades para recorrer ao substituto imediato nos veículos com motor flex. Motivado por uma combinação de entressafra e aumento de demanda, o preço do etanol hidratado acumula aumento de 21,1% desde janeiro, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O preço médio do litro do combustível saltou de R$ 3,221 para R$ 3,901, conforme o levantamento semanal da ANP. Apesar de ser mais cara que o etanol, a gasolina comum subiu menos: 14,6% de janeiro a março. O preço médio do litro da gasolina no país passou de R$ 4,622 para R$ 5,299.
No atacado, o aumento é ainda maior. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o etanol acumula alta de 35% nas usinas do Centro-Sul, a principal região produtora do país.
Dependendo do modelo do veículo, o etanol torna-se vantajoso quando custa até ou menos que 75% do valor da gasolina. Segundo o levantamento da ANP, somente seis estados atingiram essa proporção na primeira semana de março: Goiás (68,9%), Mato Grosso (69,3%), Minas Gerais (72,8%), Amazonas (74,4%), Mato Grosso do Sul (74,7%) e Sergipe (74,9%).
Em alguns estados, o preço do etanol quase se iguala ao da gasolina. As maiores proporções foram registradas no Amapá (93,9%), Rio Grande do Sul (91%), em Santa Catarina (85,9%) e no Pará (83%).
Mesmo com o etanol sendo desvantajoso na maioria dos estados, a demanda pelo substituto da gasolina está aumentando. De acordo com a edição mais recente do Boletim de Monitoramento Covid-19, do Ministério de Minas e Energia, o consumo de gasolina em 2021, até 23 de fevereiro, tinha caído 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, o consumo de etanol hidratado subiu 6,1% na mesma comparação.
À demanda maior do etanol, somam-se fatores ligados à safra de cana-de-açúcar. A tradicional entressafra, no início do ano, encarece o etanol no primeiro quadrimestre. Neste ano, porém, a oferta continuará baixa por mais tempo.
Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), a safra deste ano deve atrasar por causa da estiagem no segundo semestre do ano passado no Centro-Sul. Com menos chuva na primavera, as plantações de cana estão levando mais tempo para se desenvolver, fazendo parte das usinas adiar a colheita que costuma ocorrer no início de abril.
Durante a entressafra, a produção de etanol de milho costuma substituir o combustível proveniente da cana-de-açúcar. O ritmo, no entanto, é insuficiente para repor a oferta. Até a metade de fevereiro, conforme o levantamento mais recente da Única, a produção de etanol acumulava 29,68 bilhões de litros, queda de 8,54% sobre os 32,45 bilhões de litros obtidos no mesmo período na safra 2019/2020.
*Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
EUA - Autoridades de alto escalão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) expressaram pouca preocupação nesta sexta-feira com o rápido aumento nos yields dos Treasuries nas últimas semanas, sinalizando que não vão fazer nada para intensificar a já ultra-acomodatícia política monetária na próxima reunião.
Os movimentos do mercado de Treasuries fizeram com que alguns investidores especulassem que o Fed agiria para reforçar seu atual programa de compra de títulos, a fim de reduzir os custos de empréstimos de longo prazo.
Yields mais elevados podem encarecer o custo de financiamento para empresas e famílias, prejudicando de forma potencial o objetivo do Fed de manter baixos os custos dos empréstimos. A ideia de manter esses custos baixos é promover gastos e investimentos para acelerar a recuperação da recessão causada pela pandemia. Mas não é assim que os formuladores de política monetária do Fed veem as coisas.
"Se estivéssemos vendo um aumento verdadeiro nos yields reais, isso me faria dar uma pausa, me geraria preocupação de que a quantidade de estímulo que estamos fornecendo à economia estaria reduzindo, e isso poderia justificar consideração de uma resposta de política monetária", observou o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari.
"Mas não estamos vendo muito movimento nos yields reais", disse ele, apontando que a mudança está na demanda por compensação pela alta nas expectativas de inflação.
As observações daquele que provavelmente é o mais "dovish" membro do Fed ficaram em linha com as do chair do banco central, Jerome Powell, que na quinta-feira afirmou achar que a atual postura da política está apropriada, deixando de lado preocupação de que o recente aumento nos yields de dez anos possa atrapalhar o trabalho do Fed.
Sob um novo arcabouço de política monetária, adotado em 2020, o Fed prometeu manter os juros em seu atual nível, de quase zero, até que a economia alcance o pleno emprego e a inflação chegue a 2% e pareça caminhar acima disso.
A autoridade monetária também está adquirindo mensalmente 120 bilhões de dólares em títulos, a fim de manter os custos de empréstimos em patamares baixos.
As movimentações no mercado de Treasuries, afirmou Kashkari nesta sexta-feira, sugerem que o novo arcabouço está ajudando a elevar a inflação e "proporcionando o tipo de acomodação que esperávamos".
Em entrevista à Rádio SiriusXM, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, concordou: "Não é adequado agora que precisamos ser mais 'dovish' do que já somos", disse Bullard.
Ele também descartou a necessidade de o Fed tomar medidas específicas a qualquer momento para limitar o aumento nos yields por meio de uma "Operação Twist", que migraria as compras de títulos para prazos mais longos, buscando colocar mais pressão de baixa sobre os yields de longo prazo.
O Fed executou tal ferramenta há cerca de uma década, quando a economia estava se recuperando da crise financeira de 2008.
Os yields dos Treasuries de dez anos subiram a 1,625% nesta sexta-feira, antes de recuarem a 1,5609%, apenas retornando a um nível consistente com os seis meses anteriores à pandemia, disse Bullard, para quem o patamar dos rendimentos ainda está "bastante baixo".
Reiterando comentários feitos na véspera por Powell, Bullard afirmou que ficaria preocupado com o comportamento desordenado no mercado dos Treasuries. "Algo de pânico chamaria minha atenção, mas não estamos nesse ponto."
Questionado sobre a perspectiva de estímulo fiscal adicional além do atual projeto de lei de alívio no valor de 1,9 trilhão de dólares, agora em debate no Congresso, Bullard disse que estava "cético" sobre isso, vendo probabilidade de apenas 50% para tal.
Bullard reiterou sua projeção recente de que a taxa de desemprego nos EUA encerrará o ano em torno de 4,5% e de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pode ficar em torno de 6,5%, já que a distribuição de vacinas e a diminuição das taxas de infecção pela Covid-19 permitem uma retomada mais ampla da atividade econômica.
Mesmo assim, de acordo com ele, "ainda precisamos de muitos reparos" no mercado de trabalho.
*Por: Ann Saphir e Dan Burns / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Pelo segundo ano consecutivo, os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) receberão o décimo terceiro salário de forma antecipada, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o ministro, a medida só vai ocorrer depois da aprovação do Orçamento Geral da União deste ano.
“O abono salarial já foi antecipado. Agora, assim que aprovar o orçamento, vai ser antecipado o décimo terceiro justamente dos mais frágeis, dos mais idosos, como fizemos da outra vez”, disse o ministro. No ano passado, os beneficiários do INSS tiveram o décimo terceiro antecipado para abril como medida de ajuda à população mais afetada pela pandemia de covid-19.
O ministro deu a declaração após reunião com o deputado Daniel Freitas (PSL-SC), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial na Câmara dos Deputados. Aprovado ontem (5) em segundo turno pelo Senado, o texto foi encaminhado para a Câmara, onde deve ser votado na próxima semana.
Guedes também anunciou que pretende reeditar o programa de suspensão de contratos e de redução de jornada (com redução proporcional de salários) que vigorou no ano passado. “O BEm, que é o programa de preservação de empregos, já estão sendo disparadas as novas bases. Então, tem mais coisa vindo por aí”, acrescentou Guedes.
Chamado de Benefício Emergencial (BEm), o programa prevê que o trabalhador com contrato suspenso ou jornada reduzida receba a parcela do seguro-desemprego a que teria direito se fosse demitido em troca do corte no salário. Em troca, o empregador não pode demitir o trabalhador após o fim da ajuda pelo tempo em que o trabalhador recebeu o BEm.
Guedes voltou a defender a vacinação em massa como a principal medida para salvar a economia e não respondeu a perguntas sobre uma eventual ampliação do Bolsa Família.
“O grande desafio é a vacinação em massa. Na saúde, nós precisamos avançar rapidamente para não derrubar a economia brasileira de novo. Além da dimensão humana, das tragédias, das famílias, tem o perigo de derrubar a economia de novo e aí você agudiza todo o problema brasileiro”, declarou. "Agora é saúde, vacinação em massa, não vamos falar de Bolsa Família agora.”
Em relação à PEC Emergencial, o deputado Daniel Freitas disse que não pretende alterar o texto aprovado pelo Senado para acelerar a tramitação da proposta. Ele afirmou que apresentará uma minuta do relatório na próxima segunda-feira (8).
“O Brasil tem pressa, a urgência dessa matéria é evidente e precisamos dar celeridade no processo. Qualquer alteração na PEC faz o Brasil atrasar, portanto, vamos discutir e conversar e tentar acelerar o mais rápido possível a aprovação dessa PEC”, comentou o relator da proposta na Câmara.
*Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - A decisão da Ford em abandonar a produção de carros no Brasil está provocando uma desvalorização forte nos dois principais modelos da montadora, o EcoSport e o Ka. No primeiro modelo a defasagem nos preços de dezembro a fevereiro chega a 9,35%, enquanto as versões hatch e sedan do Ka desvalorizaram 8,52% e 3,37%, respectivamente.
É o que aponta um levantamento feito pela Kelley Blue Book, empresa especializada em avaliações na indústria automotiva.
Já a Mobiauto, startup que auxilia na compra e venda de carros, apontou que entre os 30 modelos mais vendidos entre as montadores em fevereiro, o Ka era o único representante da Ford e foi listado na posição 30°, com 1.488 unidades negociadas.
O Ford Ranger ocupou a 34ª colocação, vendendo 1.305 unidades zero km – foram 1.926 unidades em janeiro.
O EcoSport caiu para a 53ª posição, vendendo apenas 526 unidades, enquanto o Ka Sedan aparece na posição 64°, com 280 unidades vendidas.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
WASHINGTON - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos provavelmente acelerou em fevereiro já que mais empresas de serviços reabriram em meio à queda dos novos casos de Covid-19, aceleração da vacinação e dinheiro adicional para alívio pela pandemia, colocando a recuperação do mercado de trabalho em trajetória firme.
Entretanto, o relatório de emprego do Departamento do Trabalho a ser divulgado nesta sexta-feira também será uma lembrança de que a recuperação permanece lenta conforme os EUA entram no segundo ano da pandemia de coronavírus, com milhões de norte-americanos passando por longos períodos de desemprego.
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, deu uma visão otimista na quinta-feira do mercado de trabalho, mas alertou que um retorno este ano ao pleno emprego é "altamente improvável",
Pesquisa da Reuters aponta expectativa de criação de 182 mil vagas de trabalho no mês passado depois de abertura de apenas 49 mil postos em janeiro.
*Por: Lucia Mutikani / REUTERS
SÃO PAULO/SP - O banco Itaú demitiu 50 funcionários que solicitaram de forma indevida o auxílio emergencial pago pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.
Os trabalhadores não atendiam aos critérios de elegibilidade para receber o benefício. De acordo com as regras do programa, pessoas com emprego formal não fazem parte do público-alvo.
As normas do auxílio emergencial também determinam que não são elegíveis aqueles que pertencem a uma família com renda superior a 3 salários mínimos (R$ 3.135).
O anúncio foi feito em comunicado interno nessa 4ª feira (03). Em nota, o Itaú afirmou que a solicitação indevida do auxílio “fere os interesses gerais e coloca em risco a reputação do banco”.
O TCU (Tribunal de Contas da União) divulgou, em novembro do ano passado, uma estimativa de que os pagamentos do auxílio emergencial a pessoas fora do público-alvo somavam R$ 29 bilhões. O valor total de fraudes no auxílio é estimado em R$ 54,7 bilhões. Somente R$ 274,7 milhões (0,5% do total) foram recuperados até o momento.
“Ética é um valor fundamental, que deve ser cultivado não apenas nas decisões do banco, mas também dos seus colaboradores, que são orientados e treinados de forma recorrente sobre o tema. Desta forma, ao identificar que alguns dos seus profissionais solicitaram o auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal, prática que caracteriza desvio de conduta, o banco decidiu pelo desligamento desses colaboradores.”
Mudança anunciada pelo governo paulista pode gerar perda média de R$ 11 bilhões no varejo do Estado
SÃO PAULO/SP - Diante da decisão do governo paulista de colocar todo o Estado sob as regras de restrição da Fase Vermelha do Plano SP, anunciada na quarta-feira (3) pelo governador João Doria, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) avalia que não haverá eficácia esperada sem fiscalização constante e intensiva das irregularidades e atividades clandestinas.
A Entidade estima que o comércio varejista paulista possa registrar perda média de R$ 11 bilhões no mês, diante da restrição das atividades não essenciais, cifra semelhante aos impactos mensurados de recuo médio mensal de abril e maio de 2020, meses mais críticos da pandemia no ano passado. Na capital, a estimativa de perda média seria de R$ 6 bilhões no mês em medição.
A Entidade reforça que, sem fiscalização constante e intensiva das atividades clandestinas, principais fatores de disseminação do vírus, a regressão de fase não terá a eficácia esperada. A medida, que se inicia neste sábado (6) e vai até o próximo dia 19 de março, prevê ainda toque de restrição de circulação entre 20h e 5h. Cabe ressaltar que, no entendimento da Entidade, o comércio formal não é responsável pela proliferação do novo coronavírus, já que a flexibilização das regras de funcionamento desse setor existe desde agosto em diversas regiões do Estado.
Além disso, a FecomercioSP, auxiliou na elaboração e na aplicação por parte das empresas dos protocolos sanitários, a fim de garantir a segurança dos consumidores e da população em geral na retomada das atividades. Nesse sentido, a FecomercioSP tem cumprido o seu papel – também firmado nas ocasiões em que tratou das propostas de protocolos –, de informar e orientar permanentemente os empresários de sua base sobre a necessidade do integral cumprimento das regras voltadas para a contenção da pandemia difundidas pelas autoridades.
Sem que essa operação de fiscalização seja realizada, os setores penalizados pelos impactos econômicos negativos da regressão de fase serão principalmente aqueles formalmente estabelecidos, que desde o começo da crise, estão respeitando as normas estipuladas pelos órgãos de saúde e pelas autoridades estatais.
Por fim, a FecomercioSP considera que, em paralelo à regressão de fase do Plano SP, se faz imprescindível por parte do Poder Público a oferta de amparo formal às empresas e consequentemente aos empregos. Isso poderia ser materializado, por exemplo, no atendimento a pleitos recorrentes da Federação para o governo estadual, como a revisão das medidas tributárias em torno do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diversas atividades no Estado, reabertura dos programas de parcelamento desse tributo e a aprovação de crédito emergencial direcionado para as micro e as pequenas empresas que, em meio a uma nova restrição rígida de circulação de pessoas, podem ter dificuldades em manterem seus negócios em 2021.
Já na esfera federal, é essencial a retomada das medidas emergenciais de proteção ao trabalho e à renda das famílias, com suspensão da folha de pagamento, parcial ou total, com apoio do governo para complemento de renda, com a ampliação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) além de nova liberação de recursos para o auxílio emergencial.
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