BERLIM - O gabinete da chanceler Angela Merkel aprovou na quarta-feira (24) um orçamento suplementar financiado por dívida de 60 bilhões de euros (US $ 71 bilhões) que elevará os novos empréstimos anuais a um recorde de mais de 240 bilhões de euros este ano, disse um funcionário do governo.
O ministro das Finanças, Olaf Scholz, também sugeriu um projeto de orçamento para o próximo ano com uma nova dívida líquida adicional de 81,5 bilhões de euros, pela qual o parlamento terá de suspender um freio constitucional da dívida pelo terceiro ano consecutivo, acrescentou o funcionário.
Os planos orçamentários revisados significam que a nova dívida líquida geral da Alemanha relacionada à pandemia pode ultrapassar 450 bilhões de euros de 2020 a 2022.
Os planos orçamentários sublinham a prontidão da Alemanha em continuar gastando com déficit maciço na pandemia COVID-19, enquanto Berlim luta para conter uma terceira onda de casos de coronavírus ligados a uma variante mais infecciosa.
($ 1 = 0,8455 euros)
*Reportagem de Michael Nienaber e Holger Hansen / REUTERS
BRASÍLIA/DF - O mês de fevereiro foi de mulheres mais resilientes do que homens diante da crise no controle de suas pequenas e microempresas. Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que as empresárias demitiram menos e contrataram mais nesse mês. Além disso, recorreram menos a empréstimos no setor financeiro.
No mês passado, 9% das empresárias entrevistadas desligaram funcionários; entre os homens, esse número subiu para 12%. Quando o assunto é contratação, 16% das empreendedoras fizeram contratações, contra 13% de empreendedores.
Questionados sobre empréstimos tomados em fevereiro, 52% dos empreendedores afirmaram a tentativa de obter empréstimo. Entre as mulheres, esse percentual foi um pouco menor, 46%. O Sebrae ouviu 6.228 empresários e empresárias de todo o país entre 25 de fevereiro de 1º de março.
A maioria das mulheres consultadas acredita que o governo deveria estender linhas de crédito (38%), além do auxílio emergencial (31%). Já 11% delas sugeriram o adiamento dos impostos. Entre os homens, 52% entendem que a extensão de linhas de crédito deveria ser a medida tomada pelo governo neste momento do país.
O levantamento também mostra que as mulheres usam mais a internet na condução dos seus negócios. Setenta e quatro por cento das empresárias vendem seus produtos ou serviços de forma digital. Entre os homens, esse percentual cai dez pontos.
“Percebemos que os pequenos negócios mantidos por mulheres seguem a tendência de vendas online e marketing por meio de mídias sociais. Esse movimento já vinha sendo notado, mas foi acelerado com a pandemia”, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
*Por Agência Brasil
EUA - O WeWork teve prejuízo de 3,2 bilhões de dólares no ano passado, de acordo com documentos mostrados pela companhia a investidores em potencial, publicou o jornal britânico Financial Times nesta segunda-feira, 22. A empresa, que virou sinônimo de 'coworking' pelo modelo de negócios focado em compartilhamento de escritórios, tenta captar 1 bilhão de dólares e listar ações no mercado.
Os documentos acessados pelo jornal descrevem prejuízo de 3,5 bilhões de dólares em 2019 e que a empresa planeja abrir o capital com uma avaliação de 9 bilhões de dólares, incluindo dívidas, por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC), diz a reportagem.
Em 2019, o WeWork já havia cancelado a abertura de capital outras duas vezes após fraca resposta dos investidores e enfrentou escrutínio público sobre seus problemas de governança.
A companhia se recusou a comentar a notícia.
*Agências
*Por: ESTADÃO
SÃO CARLOS/SP - O presidente da Câmara Municipal de São Carlos, vereador Roselei Françoso (MDB), foi convidado pelo Instituto Inova a visitar as obras do Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde (CITESC), uma parceria público-privada que nasceu há 11 anos.
Durante a visita, realizada na sexta-feira (19), o presidente foi recepcionado pelo presidente do Conselho Administrativo do Instituto Inova, Marcelo da Paz, pela presidente executiva do Inova, Bruna Boa Sorte, e pelo relações institucionais do Instituto, Emiliano Saran.
Roselei aproveitou para discutir com os representantes do Instituto Inova perspectivas para o futuro da economia pós-pandemia. “Agora, estamos focados em encontrar soluções para salvar vidas, mas não podemos deixar de pensar num segundo momento, que é o de retomar o crescimento econômico”, observou.
O CITESC tem a missão de acelerar resultados de pesquisas científicas em áreas médicas e farmacêuticas com o objetivo de se tornar uma referência na área da saúde quanto à produção de equipamentos, serviços, validação, licenciamento, acesso a mercados e comercialização de produtos inovadores.
A Prefeitura de São Carlos, as universidades instaladas no município, Instituto Inova e governo federal são parceiros do CITESC. “A meta aqui é abrigar, desenvolver e fomentar projetos com perfil de extensão, aplicação de ciência, tecnologia e inovação em saúde”, explica Marcelo da Paz, diretor administrativo do Instituto Inova, responsável pela gestão do Citesc.
A construção do prédio encontra-se na fase final. Ao todo serão 10 mil metros quadrados, dos quais 4,7 mil serão concluídos nesta primeira fase. A obra recebeu recursos municipais, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Finep e recursos do grupo Encalso Damha.
“Eu vi nascer este projeto quando trabalhei na Prefeitura e agora posso acompanhar sua conclusão. Fico feliz de saber que estamos prestes a colocar o CITESC para funcionar e no que depender da Câmara Municipal daremos todo o apoio necessário”, frisou o presidente.
Seminário – Durante a visita, o presidente da Câmara e os representantes do Inova iniciaram as discussões para realizar um seminário que irá debater e apontar saídas para a economia depois da pandemia.
“São Carlos reúne todas condições para construirmos saídas para a economia”, destacou Bruna Boa Sorte, “e o Instituto Inova está pronto para colaborar no que for preciso”, frisou. “Ao mesmo tempo em que dedicamos esforços para auxiliar o sistema de saúde a sair do colapso, precisamos iniciar um plano para o pós-pandemia”, observou Roselei.
BRASÍLIA/DF - Às vésperas de retomar o pagamento do auxílio emergencial, a Caixa Econômica Federal convida os usuários do aplicativo Caixa Tem a atualizar os dados cadastrais no aplicativo. Clientes nascidos em maio podem fazer o procedimento a partir de hoje (22).
A atualização é feita inteiramente pelo celular, bastando o usuário seguir as instruções do aplicativo, usado para movimentar as contas poupança digitais. Segundo a Caixa, o procedimento pretende trazer mais segurança para o recebimento de benefícios e prevenir fraudes.
Ao entrar no aplicativo, o usuário deve acessar a conversa “Atualize seu cadastro”. Em seguida, é necessário enviar uma foto (selfie) e os documentos pessoais (identidade, CPF e comprovante de endereço).
O calendário de atualização seguirá um cronograma escalonado, conforme o mês de nascimento dos clientes. O cronograma começou no último dia 14 para os nascidos em janeiro e encerrará em 31 de março, para os nascidos em dezembro.
Confira o cronograma completo abaixo:
Mês de nascimento |
Data de atualização |
Janeiro |
14/3 (domingo) |
Fevereiro |
16/3 (terça) |
Março |
18/3 (quinta) |
Abril |
20/3 (sábado) |
Maio |
22/3 (segunda) |
Junho |
23/3 (terça) |
Julho |
24/3 (quarta) |
Agosto |
25/3 (quinta) |
Setembro |
26/3 (sexta) |
Outubro |
29/3 (segunda) |
Novembro |
30/3 (terça) |
Dezembro |
31/3 (quarta) |
No ano passado, a Caixa abriu mais de 105 milhões de contas poupança digitais, das quais 35 milhões para brasileiros que nunca tiveram contas em banco. Além do auxílio emergencial, o Caixa Tem foi usado para o pagamento do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).
Uma lei sancionada no fim de outubro autorizou a ampliação do uso das contas poupança digitais para o pagamento de outros benefícios sociais e previdenciários. Desde dezembro, os beneficiários do Bolsa Família e do abono salarial passaram a receber por essa modalidade.
*Por: Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
ALEMANHA - Elon Musk estava no Twitter há mais de dez anos quando, em janeiro, o presidente da Volkswagen, Herbert Diess, desembarcou na rede com uma mensagem: a gigante alemã vai se recuperar na corrida pelos veículos elétricos.
Um objetivo que vindo da maior fabricante da era dos motores térmicos deixou os observadores céticos. Especialmente depois do escândalo "dieselgate" que custou à Volkswagen (VW) bilhões de dólares e prejudicou sua reputação.
Mas esta semana eles mudaram de ideia após o anúncio de um plano ofensivo para dominar o mercado em 5 anos, baseado na abertura de seis fábricas de baterias na Europa.
"Volkswagen é a nova Tesla", decretou o Financial Times em referência à empresa californiana que se tornou um modelo de inovação elétrica. E seu chefe, o "technoking" Elon Musk, deve ter cuidado com o "Technokaiser" Diess, avisa Bloomberg.
"Nossa transformação será rápida, sem precedentes e em uma escala nunca vista na indústria automobilística em um século", assegurou Diess.
Muitos consideram isso possível. O especialista Tatsuo Yoshida, da Bloomberg Intelligence no Japão, considera que a VW tem "potencial" para prevalecer no mercado elétrico "em alguns anos".
"A combinação de recursos financeiros e capacidade de produção torna a Volkswagen a melhor colocada" para atacar a Tesla, embora "não seja fácil", disse à AFP Karl Brauer, analista do site Carexpert.
- "Salvar aparências" -
O CEO de 62 anos, que comanda a VW desde 2018, tem admiração por Elon Musk, 49, com quem, segundo uma pessoa próxima, mantém uma relação amigável e se comunica por e-mail.
Ao apresentar sua estratégia em um "Power Day" bem organizado, a fabricante alemã buscou chamar atenção nos Estados Unidos.
E conseguiu: os investidores americanos reagiram.
Em uma semana, suas ações subiram mais de 15% na Bolsa de Valores de Frankfurt, tornando a empresa de Wolfsburg a mais valiosa no Dax, com mais de 130 bilhões de euros (155 bilhões de dólares) de capitalização.
A meta do presidente de 200 bilhões de euros (US$ 239 bilhões) parece próxima. Mas Tesla vale 619 bilhões de dólares (€ 519 bilhões).
O mercado reconhece a "transição forçada" da Volkswagen, comentou à AFP Eric Kirstetter, do gabinete Roland Berger na França.
Após o escândalo dos motores a diesel fraudados, a Volkswagen não teve escolha a não ser dar um "salto adiante" para "salvar as aparências", segundo Matthias Schmidt, especialista em mobilidade elétrica.
A Volkswagen decidiu em 2015 desenvolver uma base técnica exclusiva para carros elétricos que foi usada pela primeira vez no modelo ID.3 lançado no outono.
Patrick Hummel, analista do UBS, considera essa estratégia "o compromisso mais significativo de uma fabricante tradicional". Outras apostam em plataformas mistas, combináveis com várias tecnologias.
- Software -
A gigante VW também quer apostar no seu principal ativo: economia de escala (quanto mais uma empresa produz, menor é o custo de fabricação do produto).
"A Tesla aprende a produzir grandes volumes, mas grupos como a Volkswagen já possuem essacapacidade", explica Subodh Mhaisalkar, diretor executivo do instituto de pesquisa de energia da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura.
Esse tamanho tem suas desvantagens: todas as decisões importantes são tomadas por consenso, não apenas pelo poderoso chefe do conselho da empresa, mas também com as lideranças das 12 marcas do grupo, incluindo Audi, Porsche, Seat e Bugatti.
A tecnologia elétrica não é a única coisa que fica para trás. A Volkswagen deve alcançar a Tesla no domínio do software, o outro eixo da guerra automotiva.
"Em geral, a Tesla deve continuar na liderança elétrica graças às vantagens em baterias e direção autônoma", aspecto em que as fabricantes tradicionais têm dificuldade de inovar, diz Ben Kallo, analista do gabinete americano Baird.
"A Volkswagen pode não ser a Apple, mas pode ser a Samsung do mundo elétrico", resume o relatório do UBS. Por enquanto, no Twitter, Diess tem 49 milhões de seguidores a menos que Elon Musk.
*Por: AFP
O Procon-SP multou a Apple em mais de R$ 10 milhões por desrespeitar o CDC (Código de Defesa do Consumidor). De acordo com a entidade, diversas práticas adotas pela empresa estariam em desacordo com a lei do consumidor.
Para a instituição, a companhia adotou prática abusiva ao vender modelo de smartphone sem o adaptador do carregador de energia, acessório necessário e essencial para o seu funcionamento.
Após reclamações registradas por consumidores sobre a venda de modelos de smartphones sem o acessório, o Procon-SP notificou a empresa pedindo explicações, mas não obteve resposta.
Além disso, os consumidores reclamaram no Procon-SP que seus aparelhos de smartphone modelo iPhone 11 Pro – cuja publicidade afirmava ser resistente à água – apresentaram problemas sem que a empresa os reparasse. Quando questionada pelo Procon-SP, a empresa informou que a resistência à água não seria uma condição permanente do aparelho, podendo diminuir com o tempo; e que para evitar danos líquidos os consumidores devem deixar de nadar ou tomar banho com o smartphone e de usá-lo em condições de extrema umidade.
“Todavia, as publicidades do modelo faziam afirmações como: “testes rigorosos e refinamentos ajudaram a criar um iPhone durável e resistente à água e poeira”, “resistente à água a até 4 metros por até 30 segundos”, “feito para tomar respingos e até um banho” e traziam imagens do celular recebendo jatos de água nas laterais e na parte superior sendo utilizado na chuva e em recipiente de água”, diz a nota do Procon-SP.
O Procon-SP também recebeu reclamações de consumidores que relataram problemas com algumas funções de seus aparelhos após fazerem a atualização do sistema. Apesar de notificada, a Apple não teria apresentado explicações sobre vários questionamentos feitos, deixando de prestar informações de interesse dos consumidores e inviabilizando a verificação de eventual conduta lesiva aos mesmos.
A entidade também analisou o termo de garantia dos produtos e constatou que a Apple impõe algumas cláusulas abusivas – em uma delas a empresa se isenta de todas as garantias legais e implícitas e contra defeitos ocultos ou não aparentes; em outra informa que “o software distribuído pela Apple, seja da marca Apple ou não ( inclusive, entre outros software de sistema), não está coberto por esta garantia” e que “a Apple não garante que o funcionamento do produto Apple será ininterrupto ou sem erros” ”
Há outra cláusula prevendo que a empresa poderá solicitar autorização de cobrança em cartão de crédito do valor do produto ou da peça de substituição e custos de envio. Tal cláusula é abusiva e desrespeita o artigo 51, IV, do CDC na medida em que transfere ao consumidor o risco da atividade e o custo com o cumprimento da garantia, ofendendo o princípio da boa-fé, do equilíbrio e da vulnerabilidade do consumidor e o colocando em desvantagem exagerada.
Por fim, o Procon-SP destaca que a Apple não teria consertado problema apresentado por um aparelho adquirido no exterior dentro do prazo estabelecido pela lei, que é de 30 dias.
Ao deixar de resolver o problema do smartphone Apple adquirido no exterior, mas também comercializado no Brasil, a empresa constituída neste país como distribuidora e prestadora de serviços de assistência técnica dos produtos da Apple, desrespeitou o artigo 18 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor (CDC).
“A Apple precisa entender que no Brasil existem leis e instituições sólidas de Defesa do Consumidor. Ela precisa respeitar essas leis e essas instituições”, diz o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
A sanção no valor de R$ 10.546.442,48 será aplicada por meio de processo administrativo e a empresa tem o direito à defesa.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
RIO DE JANEIRO/RJ - A Petrobras anunciou na 6ª feira (19) que reduzirá em R$ 0,14 o preço médio do litro de gasolina a partir deste sábado (20). Com a redução, o valor médio será de R$ 2,69 nas refinarias. A queda é menor do que a alta aplicada no último reajuste feito pela petroleira no preço do combustível, de R$ 0,23 no começo do mês.
Em nota, a petroleira afirmou que “os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.
“Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, diz o documento.
O anúncio acompanha a queda do petróleo tipo Brent (referência do Mar do Norte, na costa do Reino Unido) ao longo da semana. Foram 5 dias seguidos de redução no valor do barril, apesar de apresentar alta ao longo desta 6ª feira de 2,12% às 14h (horário de Brasília).
*Por: Ludmylla Rocha / PODER360
Aumento da taxa básica de juro seria evitado se o governo fosse mais incisivo sobre problemas fiscais do Brasil
SÃO PAULO/SP - O aumento da Selic, a taxa básica de juro da economia brasileira, em 0,75 ponto porcentual, anunciada nesta quarta-feira (17) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), braço do Banco Central (BC) confirma previsão que já havia sido feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP): a medida vem em um momento de aumento da inflação acumulada e da desvalorização do real frente ao dólar.
No entendimento da Federação, porém, a taxa poderia ter continuado no mesmo patamar de antes (2%) se o governo federal tivesse se manifestado de forma clara ao mercado sobre como resolver os problemas fiscais do País, o que inclui uma sinalização inequívoca de que não pretende aumentar impostos para cobrir os gastos da União em meio à pandemia e de que, além disso, vai cumprir com teto de gastos determinado há pouco menos de quatro anos.
Adotando essa postura, o governo brasileiro faria com que o real voltasse a se valorizar frente ao dólar não apenas por meio da atração de investidores estrangeiros por uma taxa de juro elevada, mas também apresentando a eles uma política econômica previsível e estável – favorecendo a demanda agregada, ponto-chave da recuperação.
Para a Entidade, a mudança – o primeiro aumento em cinco anos e oito meses, deixando a taxa em 2,75% – é uma reação à alta de 5,20% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses, impactado principalmente pela subida de 15% nos preços do grupo de alimentos e bebidas, o maior gasto das famílias brasileiras.
Nesse sentido, o sinal que o BC manda ao elevar a taxa básica de juro é que não pode demonstrar fraqueza no combate à inflação: caso contrário, o receio do mercado com um descontrole dos juros encareceria ainda mais a dívida e o acesso ao crédito. Logo, ainda que não seja uma boa notícia aumentar a Selic, ela é melhor do que ver um processo inflacionário sem controle daqui para frente.
No entanto, a decisão do Copom também diz respeito, principalmente, à desvalorização que o real vem enfrentando frente à moeda internacional: com o avanço das commodities brasileiras no mercado global, os preços do mercado interno acabaram sendo pressionados (como se vê na alta dos alimentos) fazendo com que o comitê ficasse em um dilema entre proteger a moeda nacional da inflação e, por outro lado, incentivar a recuperação da economia – mantendo ou mesmo diminuindo a Selic.
Nesse sentido, a elevação da taxa se explica: com o disparo do risco país no começo de 2021, a chegada aos 90% da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) e as dúvidas do mercado sobre o cumprimento do teto de gastos estatais – ainda mais com a demanda nacional por assistência à população afetada pela crise de covid-19 –, a manutenção da Selic a 2% era inviável e poderia gerar o efeito oposto ao desejado, pressionando as taxas futuras ao invés de reduzi-las.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
BRASÍLIA/DF - A Secretária Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Domingues, destacou ontem (19) a importância do Decreto 10.634, de fevereiro deste ano, que dispõe sobre a divulgação de informações aos consumidores referentes aos preços dos combustíveis automotivos.
A secretária participou do workshop virtual Fiscalização e o Direito do Consumidor no Mercado de Combustíveis, promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O decreto entra em vigor no final deste mês e visa dar clareza e transparência às informações passadas aos consumidores, inclusive aquelas relativas aos descontos e benefícios oferecidos por meio de aplicativos de fidelização.
Juliana Domingues destacou que a concorrência e a defesa do consumidor são “princípios basilares da nossa Constituição federal”. A secretária quer valorizar esse direito à informação, que é “essencial para o exercício da livre escolha, para assegurar as condições que são indispensáveis para o respeito aos demais direitos”. Segundo ela, esse tema ganhou maior relevância com as oscilações no mercado de combustíveis, nesse momento de pandemia do novo coronavírus. Há uma preocupação, por parte dos consumidores, com a formação dos preços, indicou.
Equilíbrio
Juliana afirmou que o objetivo é promover um ambiente competitivo que dê equilíbrio ao mercado. Não se trata, conforme declarou, de interferir no preço, mas que haja “transparência no preço”. Os postos devem trazer informações discriminadas sobre os componentes do preço, para maior compreensão por parte dos consumidores do real motivo para a variação. Referindo-se em especial aos aplicativos, disse que eles têm de trazer clareza de informação para o consumidor, “para além dos benefícios e descontos vinculados a esses aplicativos. Essas informações devem ser claras para evitar que o consumidor seja induzido ao erro”. Com a vigência do decreto, as informações devem ser transparentes quanto aos preços sem benefício e também em relação aos preços promocionais. Isso vai trazer mais segurança jurídica para o consumidor, avaliou.
A secretária Nacional de Defesa do Consumidor afirmou que as ações que vão ser feitas agora pelos Procons, pelos Ministérios Públicos e outros atores que fazem a fiscalização do mercado de combustíveis, incluindo a ANP, vão garantir o cumprimento desses regulamentos, para coibir práticas abusivas contra os consumidores. O objetivo é que haja uma harmonização nessas condutas e mais segurança jurídica para o consumidor, que poderá atuar na ponta, fazendo denúncias de práticas abusivas aos órgãos competentes.
Proteção
A diretora da ANP, Symone Araújo, salientou que as operações coordenadas e realizadas pela agência junto com órgãos de defesa do consumidor servem para a proteção do consumidor brasileiro e, também, para assegurar que a segurança e a qualidade do abastecimento estão sendo atendidos. Entre os dias 9 e 18 deste mês, foram efetuadas pela ANP e seus parceiros 713 ações de fiscalização em estabelecimentos revendedores de combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP) em 133 municípios. A meta da ANP é “ter um mercado eficiente que garanta qualidade do produto e razoabilidade de preço para o consumidor”, disse a diretora. É interesse da agência que haja mais competitividade e concorrência no mercado para “benefício de todos e atendimento da demanda”.
Atualmente, a ANP tem 18 acordos de cooperação técnica e operacional em vigor, sendo 11 com Procons, seis com secretarias de estados e um com MP estadual. Para 2021, o objetivo é ampliar os acordos, para coibir irregularidades no mercado de combustíveis. Symone Araújo informou ainda que a ANP buscará, este ano, conjugar forças com o programa Abastece Brasil, do Ministério de Minas e Energia, visando ter um mercado saudável no país e o consumidor bem atendido.
O programa Abastece Brasil visa o desenvolvimento do mercado de combustíveis e a segurança do seu abastecimento, com foco na promoção da livre concorrência no setor. Entre as ações, destaque para o combate à sonegação e à adulteração de combustíveis.
Foi levantada também durante o evento a possibilidade de ser investigada a formação de cartéis nesse mercado, com necessidade de atuação da fiscalização não só a partir dos donos dos postos de revenda, mas envolvendo também as grandes distribuidoras. A tributação foi outro tema sugerido para análise porque tem efeito cascata sobre o preço praticado no mercado.
*Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
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