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BERLIM - A economia da Alemanha não deve ter uma recuperação sustentada nos próximos meses com base em indicadores como novas encomendas e clima de negócios, disse o Ministério da Economia nesta segunda-feira.

"Na frente doméstica, a esperada recuperação cautelosa do consumo privado, serviços e investimento está mostrando os primeiros sinais de esperança, que devem se fortalecer ao longo do ano", disse o ministério em seu relatório mensal.

"Ao mesmo tempo, a demanda externa ainda fraca, as contínuas incertezas geopolíticas, as taxas ainda altas de aumento de preços e os efeitos cada vez mais perceptíveis do aperto monetário estão amortecendo uma recuperação econômica mais forte."

 

 

Por Miranda Murray / REUTERS

SÃO PAULO/SP - A Embraer registrou lucro líquido ajustado de R$ 279 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 20% ante igual intervalo de 2022. Considerando o resultado atribuído aos acionistas, houve prejuízo de R$ 96,2 milhões, melhora em comparação a cifra também negativa de R$ 741,7 milhões reportada um ano antes.

O Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 724,1 milhões entre abril e junho, 16,5% maior na comparação anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 11,4% ante 12,3% no segundo trimestre do ano passado.

No critério não ajustado, o Ebitda somou R$ 592,2 milhões ante um resultado negativo de R$ 933 milhões um ano antes. A margem Ebitda foi de 9,3% no segundo trimestre de 2023 ante 18,5% em igual intervalo de 2022.

Já o Ebit ajustado somou R$ 482,1 milhões, alta anual de 18%, com margem de 7,6% contra 8,1% no segundo trimestre do ano passado. No critério não ajustado, a cifra chegou a R$ 350,2 milhões ante R$ 1,1 bilhão negativo um ano antes.

A receita líquida da Embraer atingiu R$ 6,3 bilhões entre abril e junho, avanço anual de 26% e trimestral de 71%. Comparado ao segundo trimestre de 2022, a Aviação Comercial cresceu 56%, devido ao maior número de entregas. A Executiva teve alta de 39% na receita, refletindo aumento de volumes e do mix de entregas.

Por outro lado, a receita de Defesa e Segurança cedeu 28%, devido ao atraso no reconhecimento de receita no primeiro semestre de 2023, segundo o release de resultados.

A carteira de pedidos firmes encerrou o segundo trimestre de 2023 estável em US$ 17,3 bilhões.

 

 

ISTOÉ 

RÚSSIA - A moeda russa era negociada nesta segunda-feira (14) a 100 rublos por dólar pela primeira vez desde março de 2022, quando a cotação da divisa desabou no início da ofensiva militar contra a Ucrânia.

Na Bolsa de Moscou, a cotação era de 100,73 rublos por um dólar e de 110,22 por um euro às 10H05 (4H05 de Brasília).

O rublo registrou uma série de quedas nas últimas semanas, o que coincide com o retorno da inflação (+4,3% em julho), que ameaça o poder aquisitivo dos russos.

A economia russa também enfrenta as sanções ocidentais e o crescente custo financeiro do conflito ucraniano.

Diante da crise, o Banco Central da Rússia elevou a taxa de juros oficial a 8,5%.

 

 

AFP

SÃO PAULO/SP - O concurso 2.620 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (12), na cidade de São Paulo. Quatro apostas acertaram as seis dezenas e vão dividir o prêmio de R$ 116.232.513,11.

 

Veja os números sorteados:

04 - 06 - 13 - 21 - 26 - 28.

 

Dois ganhadores são de Sinop (MT), um de Fortaleza (CE) e outro de Uberaba (MG). Cada um vai levar R$ 29.058.128,28.

De acordo com a Caixa Econômica Federal, as duas apostas de Sinop foram feitas presencialmente, na mesma casa lotérica. A de Uberaba também foi feita de forma presencial, enquanto a de Fortaleza foi pela internet.

A quina teve 404 apostas ganhadoras; cada uma vai receber R$ 23.042,04.

Já a quadra teve 21.667 vencedores; cada um vai levar R$ 613,76.

O próximo sorteio da Mega-Sena será na quarta-feira (16).

 

 

Por g1

CHINA - As expectativas de que a economia chinesa se recuperaria após o fim da rígida política de "covid zero" eram altas. Mas essa recuperação não está ocorrendo como o esperado: as exportações estão em seu nível mais baixo desde a primavera de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) está bem abaixo das previsões recentes, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI), um dos principais indicadores da atividade econômica, vem caindo há quatro meses. Além disso, o desemprego entre a população jovem atingiu um recorde de mais de 20%.

Mas Pequim tem um plano para reverter esse cenário. Na semana passada, o governo chinês anunciou medidas para estimular o consumo. Os chineses receberão subsídios para comprar carros elétricos e o acesso à habitação social será ampliado. O objetivo é colocar mais dinheiro no bolso da população.

Especialistas estão céticos quanto ao impacto da medida. "Muito seletiva, muito pequena. Só ataca os sintomas, não a origem dos problemas", critica Rolf Langhammer, economista do Instituto Kiel para a Economia Mundial. "É um fogo de palha. Queima rápido, mas apaga muito rápido também."

 

Confiança em queda

Para Langhammer, o principal problema é que a população perdeu a confiança na economia do país. O alto desemprego entre os jovens e o medo de estagnação dos salários são dois fatores que levaram a essa perda de confiança.

Em entrevista coletiva sobre as medidas para promover o consumo, Li Chunlin, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, admitiu que muitos chineses "têm muito pouca confiança e estão muito preocupados com a economia".

"Se você não sabe como a economia vai se desenvolver, você é mais cauteloso com o consumo, porque há muita incerteza e muitas vezes a poupança serve como aposentadoria", destaca Vera Eichenauer, economista do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Zurique (ETH). "O alto desemprego entre jovens afeta a capacidade de compra. Isso significa que os filhos geralmente precisam de mais apoio dos pais, o que, por sua vez, significa que estes também terão menos para gastar'', acrescenta.

Eichenauer aponta ainda que a China também corre o risco de deflação, o que significa que os preços podem cair. "À primeira vista, isso seria bom para os consumidores. Mas eles consumiriam menos hoje porque esperam preços ainda mais baixos no futuro", explica a economista.

Eichenauer também enfatiza que medidas como descontos em veículos elétricos e eletrônicos não chegam ao cerne da questão. "É preciso trabalhar no sistema de pensões e no desemprego para dar aos consumidores mais esperança e confiança no futuro", disse ela. A economista sugere a suspenção de algumas restrições às empresas digitais, lembrando que tais empresas – como a Alibaba, por exemplo – empregaram muitos jovens recentemente.

 

Consumo como novo motor da economia

Durante décadas, exportações, projetos imobiliários e de infraestrutura foram os pilares mais importantes da economia chinesa. Há vários anos, Pequim tenta estabelecer um outro eixo sustentado pelo grande consumo interno. Mais do que nunca, essa nova força se faz necessária, já que as outras três começam a ruir: o setor imobiliário está em profunda crise, os investimentos em infraestrutura demoram a trazer retorno e as exportações estão enfraquecidas.

A economia global vive, de forma geral, um momento vacilante. "Há temores de recessão, mas os países ocidentais estão usando altas taxas de juros para combater a inflação, isso prejudica a demanda por produtos chineses", afirma Eichenauer. "Há ainda a situação geopolítica. Não se têm certeza de como as tensões entre a China e os EUA, ou com o Ocidente como um todo, continuarão. Há uma série de desafios vindo de uma só vez", resume.

Para Langhammer, se a China quer se tornar uma superpotência econômica baseada em mais consumo doméstico, está mais do que na hora de fortalecer esse pilar. "Isso só é possível se o Estado gastar muito em investimentos sociais que deem confiança e coragem aos chineses para consumir mais novamente. Esse é um caminho de longo prazo, mas é o único caminho".

 

Recursos limitados

Justamente quando mais precisa, a China está ficando sem dinheiro. Os governos locais, em particular, estão fortemente endividados e, diante dos enormes desafios e problemas estruturais, as medidas de Pequim são, na visão de Eichenauer, muito pequenas e não atacam a raiz dos problemas.

Para a pesquisadora, medidas que realmente ajudem a economia custariam muito dinheiro, o que o país não tem no momento. "Uma possibilidade é estimular os empréstimos reduzindo as taxas de juros, mas isso pode ser arriscado devido aos atuais problemas de dívida", destaca. "Outra possibilidade é a desregulamentação ou liberalização, onde você desmonta regras, por exemplo para empresas digitais. Isso vai abrir novas oportunidades de negócios e gerar uma nova dinâmica".

 

 

Autor: Mu Cui  / DW BRASIL

WASHINGTON - Os preços ao produtor dos Estados Unidos subiram em julho em meio a uma recuperação no custo dos serviços, mas a tendência permaneceu consistente com uma moderação nas pressões inflacionárias.

O índice de preços ao produtor para a demanda final subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento do Trabalho na sexta-feira. Os dados de junho foram revisados ​​para baixo para mostrar que o índice ficou inalterada, em vez de alta de 0,1% relatada anteriormente.

Nos 12 meses até julho, os preços ao produtor aumentaram 0,8%, após alta de 0,2% em junho. A aceleração da taxa anual aconteceu porque os preços foram mais baixos no ano passado.

Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,2% no mês e avançaria 0,7% na comparação anual.

O governo informou na quinta-feira que os preços ao consumidor subiram moderadamente em julho, fortalecendo as expectativas de que o Federal Reserve provavelmente deixará a taxa de juros inalterada no próximo mês.

Desde março de 2022, o banco central dos EUA elevou sua taxa de juros referência em 525 pontos-base, para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.

 

 

Reportagem de Lucia Mutikani / REUTERS

Setor obteve faturamento R$ 19,2 bilhões superior ao registrado no mesmo período de 2022

 
SÃO PAULO/SP - As vendas reais do comércio paulista cresceram 4,2% entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, são R$ 19,2 bilhões a mais do que o obtido nos cinco primeiros meses 2022. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela FecomercioSP.
 
De acordo com o levantamento, em maio, o setor registrou novamente o melhor resultado para o mês da série histórica, atingindo o faturamento de R$ 101,4 bilhões no período. Apesar disso, o baixo crescimento (de 0,9%) em relação a maio do ano passado e a queda na maioria (cinco de nove) dos segmentos apurados na pesquisa são sinais de perda de fôlego no varejo.
 
Na avaliação da FecomercioSP, a despeito da base de comparação elevada e o arrefecimento natural após um grande volume nas vendas atingido, esse movimento foi influenciado pelo aumento de preços e pelos juros elevados, que têm dificultado o desempenho do comércio de forma direta e indireta. Diante da redução anunciada pelo Banco Central (Bacen), espera-se um efeito sobre o consumo, que deverá ser observado no fim do ano e início de 2024. Até lá, o comércio se beneficiará do ganho real do trabalhador, principalmente pela queda na inflação.
 
Das nove atividades pesquisadas, no quinto mês do ano, quatro mostraram aumento no faturamento real: farmácias e perfumarias (15,3%), autopeças e acessórios (13,7%), concessionárias de veículos (11,3%) e supermercados (9,3%). Essas altas contribuíram para o resultado geral com 5,6 pontos porcentuais (p.p.). Já as retrações foram apresentadas pelos grupos de outras atividades (-17,9%), lojas de móveis e decoração (-3,2%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-2,9%), materiais de construção (-2,6%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-0,4%), resultando numa pressão negativa de 4,7 p.p.
 
A taxa de juros limita o consumo em determinados segmentos comerciais. São os casos dos materiais de construção e dos móveis e decoração (ambos também afetados pelo esfriamento do mercado da construção civil). Apesar de ser o mais movimentado no Dia das Mães, o segmento de vestuário voltou a cair após nove meses de crescimento. A explicação são os preços — à época, bastante pressionados pelo aumento de custos observado nos últimos anos.
 
O grupo de outras atividades (que reúne comércio de combustíveis, joalherias, artigos esportivos, lojas de brinquedos, entre outros e tem um peso enorme no varejo, com o segundo maior faturamento na PCCV), sofreu influência do comércio de combustíveis, que, em um ano, apontou queda nos preços superior a 30%. Dessa forma, mesmo com o aumento do consumo, não foi possível reverter o resultado nas vendas.
 
Entretanto, as concessionárias de veículos surpreenderam positivamente. Em maio, quando o governo anunciou o programa de desconto nos carros populares, esperava-se um movimento de postergação da compra para o mês seguinte. Contudo, isso não ocorreu. A razão, avalia a Entidade, pode ter sido a necessidade imediata da compra e da aquisição de modelos que não entrariam no programa de desconto (ou, ainda, condições mais vantajosas).
 
Por fim, dentre as atividades pesquisadas, destacaram-se os resultados dos supermercados e das farmácias. Esses setores básicos seguem sendo beneficiados pela recomposição real da renda, com mais emprego e menos inflação. A tendência, segundo a FecomercioSP, é que continuem dessa forma ao longo do ano.
 


Desempenho na capital
Na capital paulista, as vendas apresentaram um crescimento de 4,8% no faturamento real, em relação ao mesmo período do ano passado. A cidade atingiu uma receita de R$ 31,9 bilhões no mês, R$ 1,4 bilhão a mais do que o registrado em maio de 2022. Com esses resultados, a taxa acumulada no ano foi de 7,4%, o que, em termos de valores atuais, representa um incremento de R$ 10,2 bilhões em comparação ao apurado entre janeiro e maio do ano passado.
 
Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades). Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

ARARAQUARA/SP - O Grupo HEINEKEN anunciou um investimento de R$ 80 milhões para ampliar sua capacidade produtiva de Heineken 0.0 na cervejaria de Araraquara. O anúncio oficial será realizado na tarde de quinta-feira (10), em cerimônia no parque fabril.

Em 2021, o Brasil se tornou o mercado que mais consome a versão zero álcool da marca Heineken® no mundo, o que reflete a boa aceitação do consumidor brasileiro ao produto. “Temos registrado um forte crescimento no país e, por isso, sabemos da nossa responsabilidade em garantir que a relação com o nosso produto seja equilibrada e consciente. Até 2025, nossa expectativa é ter 100% dos nossos pontos de venda abastecidos com Heineken 0.0 para que os consumidores tenham a opção de tomar uma cerveja zero álcool sem abrir mão de qualidade e sabor, fomentando o consumo responsável”, explica o vice-presidente de Produção, Rodrigo Bressan.

A operação de Araraquara tem forte comprometimento com a agenda ESG do Grupo HEINEKEN, com metas alinhadas à estratégia global da companhia de garantir seu crescimento pautado nos compromissos socioambientais no país e recebeu no último ano investimentos para implementação de novas tecnologias para ganho de eficiência hídrica e energética, a exemplo das caldeiras de biomassa e redução no consumo de água por hectolitro produzido.

 

 

Luis Antônio / PORTAL MORADA

BRASÍLIA/DF  - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou, na quinta-feira (10), que a autarquia estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito. Essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho.

Campos Netos participou hoje de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária e estabilidade financeira tomadas pelo BC no semestre anterior.

O rotativo é aquele crédito contratado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano em junho.

Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito. E a solução que está se encaminhando é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês. 

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”. Campos Neto ressalta que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil.

Uma das situações que faz os juros do cartão serem tão altos, segundo o presidente do BC, é a grande utilização do parcelamento de compras por prazos mais longos. Isso aumenta o risco do crédito para as instituições financeiras e, consequentemente, os juros.

“A gente tem um parcelado sem juros, que ajuda muito o comércio, que ajuda muito a atividade, mas que tem aumentado muito o número de parcelas, de três para cinco, para sete, para nove, para onze. Hoje, o prazo médio são 13 parcelas. Então, é como se fizessem um financiamento de longo prazo sem juros. A pessoa que toma a decisão de dar os juros não é a mesma que paga pelo risco, isso gera uma assimetria”, explicou Campos Neto.

 

Facilidades

Além disso, o Brasil teve um grande aumento no número de cartões nos últimos anos e facilidades de crédito, o que fez crescer a inadimplência na modalidade. “Os bancos, novos entrantes e varejistas acabaram usando o cartão de crédito como um instrumento de fidelizar o cliente. Então, nós saímos de cento e poucos milhões de cartões de crédito para 215 milhões de cartões de crédito num período de dois anos e meio, isso é uma alta bastante grande”, disse. “O resultante disso foi uma inadimplência no rotativo de 52%. Não tem nenhuma inadimplência, nem parecida, em nenhum outro lugar do mundo, que eu tenha olhado, no cartão de crédito”, acrescentou.

Outra solução seria simplesmente limitar os juros de cartão, mas segundo o presidente do BC, isso acarretaria na retirada dos cartões de circulação. “Para as pessoas que têm mais risco os bancos não ofereceriam aquele cartão, devido a uma relação de risco e retorno ineficiente. O problema de cortar o número de cartões é que se sabe como começa, mas não se sabe como termina. Então, isso pode gerar um efeito muito grande na parte de consumo, na parte de varejo”, disse.

 

Política monetária

Campos Neto afirmou aos senadores que sua mensagem principal é que, na condução da política monetária, o BC “fez um bom trabalho em termos de pouso suave”, de “trazer a inflação para baixo com o mínimo de custo possível”. Ele destacou que as previsões para o crescimento da economia subiram e que o desemprego vem recuando.

“O que é o pouso suave? É a gente ter conseguido trazer a inflação muito alta para um nível muito mais baixo, com quase nenhum custo ou muito pouco custo, tanto de crescimento, quanto de emprego, quanto de contração de crédito. Quando a gente faz uma comparação relativa, o Brasil atingiu ou está atingindo um pouso suave. É importante mencionar que a gente ainda tem uma luta com a inflação pela frente, mas a gente está atingindo um pouso suave de forma bastante eficiente”, disse.

Diante da forte queda na inflação, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic, a taxa básica de juros, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Foi o primeiro corte de juros em três anos. A taxa Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

A decisão da manutenção da Selic nesse patamar, por esse prazo, vinha sendo motivo de críticas do governo federal e de alguns setores produtivos. Isso porque o aumento da Selic causa reflexos nos preços, encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que também pode dificultar a expansão da economia.

Como em outras apresentações, Campo Neto destacou que as decisões do BC sobre a Selic são técnicas e consideraram a expectativa de inflação (12 a 18 meses a frente), o hiato de produto (capacidade de crescer sem gerar inflação) e a inflação corrente. Ele ainda defendeu a autonomia do Banco Central e apresentou dados apontando a uma relação entre o grau de autonomia dessas instituições pelo mundo e a inflação. 

“Ela [a autonomia] garante um ganho institucional, ele separa o ciclo político do ciclo econômico, ele facilita a obtenção de inflação baixa e menores juros estruturais na economia e alinha o Brasil às melhores práticas internacionais”, disse.

O presidente do Banco Central afirmou ainda que as atuais boas avaliações e previsões para a economia brasileira também são mérito da atuação do BC. Ele citou a elevação das notas de crédito do Brasil por agências de classificação de risco internacionais e avaliações de outras instituições reconhecidas e até da imprensa especializada. 

“Quando a gente olha todos esses índices de termômetro, todos eles, 100% deles, mencionam a autonomia do Banco Central e mencionam a política de juros do Banco Central como um fator decisivo”, disse. “Isso foi atingido aqui, com a ajuda do Congresso, em termos de colocar a autonomia do Banco Central e essa capacidade do Banco Central de gerir a crise de forma autônoma e técnica, tem mostrado grandes e grandes frutos. Então acho que, por trás de cada comemoração que a gente tem feito recentemente no Brasil, tem também um pedaço que foi a atuação do Banco Central. Eu gostaria que isso não fosse esquecido”, acrescentou.

 

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

ARGENTINA - O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, afirmou que agirá com rigor contra o mercado paralelo de dólar. "Parecia que estava caindo, mas depois reapareceram os mesmos bandidos que estavam brincando", disse o ministro em evento com sindicalistas na última terça-feira (8), segundo informações do jornal Clarín.

Pré-candidato à presidência, Massa ameaçou os especuladores em seguida. "Amanhã (quarta-feira), vamos fazer com que eles sintam o rigor com todos os instrumentos que a UIF (Unidade de Investigação Financeira tem", afirmou. O ministro não especificou quais seriam essas medidas.

Porém, na quarta-feira (8), a cotação no mercado paralelo chegou a 598 pesos para um dólar, um valor recorde e que representa uma desvalorização de 17,5% da moeda argentina em um mês.

Um sistema de controle de divisas vigora na Argentina desde 2019, e diversas taxas de câmbio funcionam paralelamente à oficial, que fechou a 297,82 pesos por dólar na quarta-feira.

Embora o mercado do chamado "dólar blue" seja considerado pequeno, sua cotação reflete as expectativas do mercado, em um país que enfrenta uma inflação de 115% ao ano.

Os argentinos apostam historicamente no dólar para se protegerem da desvalorização de sua moeda, comportamento que ganha força às vésperas de processos eleitorais, que será realizada no domingo (13).

Há meses, as reservas internacionais diminuem a cada dia. Na terça-feira, fecharam em US$ 24,1 bilhões, segundo o Banco Central do país. Analistas econômicos, no entanto, estimam que as de livre disponibilidade se encontrem praticamente em zero.

 

 

por FERNANDO NARAZAKI / FOLHA de S.PAULO

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