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Material gratuito foi elaborado pela UFSCar e validado por profissionais experientes

 

SÃO CARLOS/SP - Um projeto de iniciação científica do Departamento de Enfermagem (DEnf) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) elaborou um guia educativo sobre o uso do Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP), muito utilizado por agentes da Saúde para tratar pacientes com acesso venoso periférico de difícil visualização ou que necessitam de acesso venoso central por tempo prolongado. O guia é voltado a esse público e foi validado por profissionais experientes na área, com o objetivo de colaborar na manutenção e manejo de ocorrências do CCIP em pacientes adultos. O material é digital e distribuído gratuitamente aos interessados
O guia foi elaborado no escopo da pesquisa da graduanda Isadora de Freitas Marcatto, sob orientação de Fernanda Berchelli Girão, docente do DEnf e coordenadora da Unidade de Simulação em Saúde (USS) da Universidade, e recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O CCIP é um dispositivo intravenoso, extenso e flexível, que é inserido em uma veia periférica localizada nos membros superiores ou pescoço em pacientes adultos e sua extremidade chega próxima ao coração. Ele pode ser utilizado em pacientes com rede venosa difícil de ser visualizada, com necessidade de acesso venoso central prolongado (acima de sete dias) e para aplicação de diferentes medicamentos e terapias. O cateter é normalmente usado em serviços de saúde de nível hospitalar, mas também pode ser utilizado em âmbito domiciliar, desde que manipulado por profissionais de Enfermagem capacitados.
A manipulação incorreta do CCIP pode causar infecção no local de inserção do cateter ou sistêmica, obstrução do cateter (trombótica ou mecânica), extravasamento ou infiltração de medicamentos e soluções, flebite, tração e consequentemente a perda do cateter. "O guia foi produzido para contribuir com a assistência da equipe de Enfermagem ao paciente em uso de CCIP", reforça  Fernanda Girão. O material está dividido em seis capítulos que abordam a descrição do dispositivo, indicações do cateter de CCIP e critérios de escolha, assistência de Enfermagem ao paciente em uso de CCIP, curativo, salinização e heparinização do cateter e os eventos adversos com o paciente portador de CCIP. Além disso, há imagens para facilitar o entendimento e aproximar o cenário assistencial. 
Profissionais interessados em obter uma cópia do guia digital, podem solicitá-la pelo e-mail fernanda.berchelli@ufscar.br. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE:  52219621.4.0000.5504).

SÃO CARLOS/SP - Quando era adolescente, Yvonne Mascarenhas gostava de escrever e pensava em se tornar jornalista. Porém, quando chegou a época do vestibular, acabou optando pela química. “Tive um excelente professor e, pensando bem, vi o quanto a química é útil para a sociedade”, diz Yvonne, ao lembrar da decisão que a levou a ser a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), em 1956.

Quase 70 anos depois, aos 92 anos de idade, Yvonne vê na docência uma de suas maiores realizações na carreira. “Eu sempre digo: 'não foi nenhum trabalho especial que eu fiz, que eu considere assim tão importante'. O mais importante foi o número de pessoas que aprenderam comigo, aprenderam nos cursos que eu organizei.”

São Paulo (SP) 09/02/2024.  A química Yvonne Mascarenhas, primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física e Engenharia de S. Carlos da USP em 1956 .  
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Yvonne Mascarenhas, primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física e Engenharia de S. Carlos da USP em 1956.Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Em 2001, aos 70 anos e com quase 50 anos como professora da USP, ela se aposentou compulsoriamente, mas não deixou a universidade. “Recebi primeiro o título de professora emérita, depois surgiu uma posição na USP, que se chama professor sênior, que tem até um contrato. Não é um contrato de trabalho, é uma permissão de uso dos espaços”, explica. “Posso ter uma sala, ter meu computador, ter o laboratório. Só não posso dar aula, nem ter atividade administrativa”, diz a pesquisadora, ao lembrar como continuou orientando alunos de mestrado e doutorado depois da aposentadoria.

Prêmios

São Paulo (SP) 09/02/2024.  A química Yvonne Mascarenhas, primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física e Engenharia de S. Carlos da USP em 1956 .  
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Yvonne Mascarenhas. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Yvonne, que estudou nos Estados Unidos e na Inglaterra, ganhou diversos prêmios especializando-se na cristalografia, ciência que estuda a composição dos materiais a partir da forma como as ondas os atravessam. “Como eu trabalhei em uma área muito interdisciplinar, tive prêmios de sociedades de química, de física”, relata, sem destacar nenhuma honraria em especial.

Em 2017, ela foi uma das 12 cientistas agraciadas com o prêmio Distinguished Women in Chemistry or Chemical Engineering Awards, da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac).

Na última terça-feira (6), foi a vez de receber o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “Eu posso destacar como sendo um que engloba praticamente todos os outros de uma maneira como se fosse agora uma conclusão da minha vida”, resumiu a professora, logo após participar da cerimônia de entrega dos troféus no campus Maria Antônia da USP, no centro da capital paulista.

A professora conta que tem um carinho especial pela SBPC, por causa do papel que a instituição teve durante a ditadura militar. “Nos maiores momentos da vida nacional, em que vivíamos angustiados com os amigos sendo presos, torturados, durante a ditadura, a SBPC foi uma sociedade que teve comportamento ímpar de defesa da democracia, de defesa dos direitos humanos.”

Neste Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, lembrado anualmente no dia 11 de fevereiro, a Agência Brasil traz uma entrevista exclusiva com a pesquisadora que lembra os momentos mais marcantes de sua vida e sua carreira na ciência:

Agência Brasil - Como a senhora decidiu se tornar cientista?
Yvonne Mascarenhas - Eu fui, quando era adolescente, muito apaixonada por literatura, jornalismo, tudo que é de arte, tudo que é comunicação. O meu ideal era estudar no ensino superior na área de letras. Meu pai me estimulava muito, porque, como eu gostava muito de escrever, e ele tinha um amigo que tinha um jornal, de vez em quando, ele pegava uma das minhas redações, como se chamava naquele tempo, levava lá e publicava.
Mas quando eu cheguei no que antigamente chamava-se curso colegial, que era dividido em clássico e científico, eu fui para o clássico, mas tive professores muito bons em matemática, física e química, mesmo dentro do curso clássico. Então, eu me interessei muito por química. Tive um excelente professor e, pensando bem, eu vi que a química é tão útil para a sociedade, tem tantas vertentes em que ela é importante, tanto nas aplicações biológicas como nas aplicações industriais.
Eu me apaixonei pela química, principalmente a área de química orgânica. Aí, resolvi fazer vestibular para química. Consegui, passei, entrei na Faculdade de Filosofia, que antigamente era a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, porque o Rio de Janeiro era a capital. E se transformou essa universidade em UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro].
No meu tempo – era um tempo muito mais ameno, digamos assim –, tudo acontecia, a faculdade de filosofia era ali perto da Cinelândia, do Rio, um lugar muito privilegiado. Tem o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional, todos os cinemas, que era uma das coisas principais daquela época, teatros, tudo por ali. Eu tive uma oportunidade maravilhosa de conviver com cientistas, com matemáticos, com biólogos, tudo desde a Faculdade de Filosofia, e ao mesmo tempo frequentar esse ambiente cultural riquíssimo que era no Rio de Janeiro. Eu tive muita sorte.

Agência Brasil - Qual foi o seu primeiro marco na carreira de cientista?
Yvonne Mascarenhas - Decidir eu mesma, dentro da química, o que achava interessante, foi quando fiz uma disciplina com um professor que tinha acabado de voltar dos Estados Unidos, tinha se doutorado no MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts], chamava-se Elysiário Távora [importante geólogo]. Ele tinha se doutorado junto com um orientador que era um dos grandes cristalógrafos da época, em que a cristalografia estava se formando mesmo, de difração de raio x. E ele nos deu um curso muito interessante.
Eu falei: “é isso que eu quero”. Porque as propriedades de todos os materiais dependem da estrutura molecular e da estrutura do empacotamento das moléculas dentro do cristal, dentro do material que vai ser usado.

Agência Brasil - O que é a cristalografia?
Yvonne Mascarenhas - É o estudo dos cristais. É um estudo, porque pode não ser cristal, começou como cristal, mas hoje em dia até com materiais amorfos a gente tem certas aplicações da difração e espalhamento de raios x. Então fiquei nessa área. [estudo da estrutura dos materiais a partir da maneira como as ondas, como os raios-x, se espalham ao atravessar a matéria].
Claro que essa área evoluiu muito. Hoje em dia, tem difração de nêutrons, aperfeiçoam-se muito as espectroscopias. A área de determinação de estruturas moleculares até hoje é muito importante. Quando era mais fácil, molécula pequena, depois passava para proteína, passava para moléculas muito maiores. Hoje em dia, complexos de proteína. Está indo assim num desenvolvimento extraordinário e muito vivo até hoje. Se você pensar bem, o Brasil se envolveu em ter um laboratório nacional de luz síncrotron, lá em Campinas, é do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. E aquilo se transformou no CNPEM [Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais], e agora nós temos um dos maiores aceleradores para essa finalidade lá no CNPEM.
É uma área que está muito viva até hoje. Tem muito aluno que está interessado nisso, tanto [de] departamentos químicos como físicos, muitas vezes bioquímicos, [que] acabam entrando nessa área para entender a estrutura das moléculas, para entender como que elas funcionam.

Agência Brasil - A senhora falou da importância que os professores tiveram na sua motivação. Vendo-se hoje, com muitos anos como professora, a senhora tem esse orgulho, essa felicidade de sentir que motivou muita gente também?
Yvonne Mascarenhas - Olha, esse é o principal produto do resultado do meu trabalho. Eu sempre digo: 'não foi nenhum trabalho especial que eu fiz que eu considero assim tão importante'. O mais importante foi o número de pessoas que aprenderam comigo, aprenderam nos cursos que eu organizei. Não cursos na faculdade, na universidade. Cursos que podiam receber gente de qualquer lugar. Eu organizei muitos cursos fora de São Carlos, em Brasília, em Belo Horizonte, em vários lugares.
Essas pessoas que se formaram e que aprenderam, e que depois até foram fazer doutoramento fora do Brasil, até porque, esses cursos, em que a gente mostrava o panorama da cristalografia mundial e que levaram à formação de uma comunidade que absolutamente não existia quando eu voltei dos Estados Unidos, em 1960. Essa comunidade [que estuda cristalografia] é extremamente ativa. Eu fico muito feliz.

Agência Brasil - A senhora poderia contar um pouco mais das experiências internacionais que teve ao longo da carreira?
Yvonne Mascarenhas - A primeira foi na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, onde eu tive uma sorte incrível de encontrar o professor Ernesto Hamburger. Ele estava fazendo física nuclear, que era coisa da moda na época.
Eu estava muito desanimada porque a minha bolsa era para uma outra instituição lá de Pittsburgh, a Carnegie Tech. Aí, eu falei com ele que eu ia desistir, que eu ia fazer qualquer outra coisa, ia fazer uns cursos, umas disciplinas. Ele falou: 'não, mas o melhor curso de cristalografia dos Estados Unidos é aqui, na Universidade de Pittsburgh'.
Eu fui lá e encontrei o chefe do laboratório, um inglês maravilhoso, o George Jeffrey, que relutou um pouquinho, mas depois me aceitou. Sem nenhuma burocracia, eu usei a minha bolsa da Fulbright e, em vez de ir no Carnegie Tech, eu usei trabalhando no laboratório do professor Jeffrey, lá na Universidade de Pittsburgh.
Foi uma maravilha, porque ali eu tive contato direto, havia um bom laboratório, com as técnicas daquela época, de 1960 – que era muito antes da automação, e tudo isso, mas com gente muito competente. Meu orientador era um cara muito bacana, Brian Craven, um cristalógrafo da Nova Zelândia radicado nos Estados Unidos, e que me botou para trabalhar, nem querendo saber quanto eu sabia de cristalografia nem de raio x.
Eu estava em um ambiente muito bom, com aquele monte de alunos ali, em que um ensinava o outro . Fui aprendendo e consegui trazer o conhecimento, que eu posso dizer que não era muito profundo, mas era razoável para começar. E aí comecei o laboratório de cristalografia lá em São Carlos [interior de São Paulo].

Agência Brasil - A senhora voltou dos Estados Unidos e já foi para São Carlos?
Yvonne Mascarenhas - Não, eu fui para São Carlos, passei lá uns quatro, cinco anos, aí fui para Pittsburgh. Depois que me graduei, conseguimos emprego, eu e o Sérgio [marido], para trabalhar na Universidade de São Paulo, no campus de São Carlos, onde tinha uma escola de engenharia. Então, eu e ele, depois que trabalhamos lá uns 4, 5 anos, conseguimos um afastamento, fomos passar um ano nos Estados Unidos com bolsa Fulbright, uma bolsa americana [organização internacional vinculada aos governos do Brasil e dos Estados Unidos].
Com isso, passamos lá quase dois anos. Quando acabou a bolsa Fulbright, o próprio cara do meu laboratório, o Jeffrey, me ofereceu uma bolsa de um contrato dele. E a mesma coisa aconteceu com o Sérgio, lá do Carnegie Tech. E criamos ótimos amigos nessa época, foi maravilhoso. Aí ficamos lá de meados de 59 até o fim de 60 e voltamos para São Carlos.
A cada quatro anos na USP você tinha direito ao que se chamava uma licença-prêmio, que era equivalente a um ano letivo fora do Brasil. Fomos para a Universidade de Princeton, depois eu fui para Boston, para a Universidade de Harvard, e depois, finalmente, a quarta saída, fui para a Universidade de Londres, onde passei um tempo muito bom, tendo um bom contato com cristalografia de proteínas, que era uma coisa que me interessava, difícil, muito difícil, mas que me deu um banho de cristalografia de proteínas.
Voltei para o Brasil, comecei a tentar fazer coisas com proteínas.

Agência Brasil - Qual a importância para a senhora de ter recebido Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência?
Yvonne Mascarenhas - Eu acho que foi uma ideia brilhante da Carolina [Bori, que foi presidente da SBPC], fazer essa premiação, porque as mulheres estão tendo um acesso, mas ainda falta muito para elas realmente terem disposição de entrar nessas carreiras mais difíceis, lutar pelos seus direitos e, principalmente, visar os postos mais elevados da função.Por exemplo, quando chegam à universidade, elas muitas vezes fazem mestrado, doutorado, às vezes, fazem postdoc, mas, depois, na hora da competição, para entrar como professoras, não é muito fácil. Algumas conseguem. Agora, galgar dentro da carreira docente vai ficando mais difícil.
Eu tenho a impressão de que tem algumas que até já nem competem, porque acham que é muito árduo, muito difícil vencer a barreira. Mas eu acredito que muitas já estão conseguindo ser professoras titulares. Então, precisa estimular para que elas não desistam de fazer uma carreira dentro da sua profissão, seja ela qual for, visando o progresso que elas merecem pela experiência, pelo conhecimento, pelo trabalho. Não precisa nem ser em ciência.
Em qualquer empresa, a mulher tem que entrar pensando: 'eu vou poder ser chefe de sessão, eu vou poder ser gerente de não sei o quê'. Eu tenho visto muitos que estão conseguindo fazer isso. Acho que estamos no caminho certo. Ainda não é o ideal, não é, mas estamos no caminho certo. O foco está lá longe, mas estamos caminhando na direção dele. Estou muito otimista quanto a isso.

Agência Brasil - A senhora teria algo a dizer para as mulheres que pensam em seguir carreira na ciência?
Yvonne Mascarenhas - Que as mulheres novas agora sigam o exemplo das que já usaram os direitos e se estimulem mais ainda para exercer esses direitos de educação, de busca de uma vida econômica independente, sem ser dependente nem de marido, nem de pai, nem de ninguém, e que sejam felizes com uma vida em que elas se sintam mais bem realizadas, e sem desistir da vida familiar, se elas quiserem ser mães. Ficar frustrada porque não tem um filho também não é muito bom. Ficar frustrada porque não tem família também não é muito bom. O isolamento às vezes é penoso para mulheres. Para algumas mulheres, é a solução, para outras, não é.
Então, quando elas optarem por terem uma vida familiar, que saibam escolher um bom cara de cabeça aberta. Hoje em dia, já existem muitos, graças a Deus. Quando a gente fala da liberação das mulheres, eu acho que é também dos homens, de deixar de ser o preconceito contra a atividade da mulher. Já temos muitos homens de boas famílias, que têm essa cabeça aberta. Encontrar um bom marido com cabeça aberta, que os dois façam uma vida profissional de muito sucesso e que eduquem bem seus filhos.
E que ela, na hora mais difícil, que é quando tem filho, não perca o foco do seu ideal profissional. Continue trabalhando firme e mantendo o foco na profissão bem aceso, bem vivo, para poderem se realizar e se realizarem também como mães, como mães de família, como papel social. Quando a mulher tem filhos, começa a ter um papel social muito maior. Tem que se preocupar com a educação das crianças e tudo mais.

Agência Brasil - A senhora teve quantos filhos?
Yvonne Mascarenhas - Eu tive quatro. Quatro filhos. Quando eu fui para Pittsburgh, aquela senhora que está comigo [aponta para a filha do outro lado da sala], a Ivoninha, ela tinha 3 anos e o irmão dela, 4. Levei, coloquei no jardim de infância, no kindergarten [jardim de infância], eles ficavam quase o tempo todo lá, eu tinha que sair correndo, às 4h, para pegar eles. Nem precisava porque tinha uma condução que levava eles para casa.
Eu ia trabalhando o que dava para trabalhar, chegava em casa, fazia jantar, cuidava um pouco da casa. No fim de semana, cuidava da roupa, da limpeza, mas isso daí eu fiz sem nunca deixar de fazer a coisa que me interessava, que era a cristalografia. E todas as vezes foi assim. Sempre levamos nossos filhos junto [dois dos filhos de Yvonne são falecidos]

 

 

Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil

Neste ano, além do mestrado, a Universidade oferece também o doutorado na área

 

SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som (PPGIS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas. A novidade deste ano é que a Universidade oferece, além do mestrado, também o curso de doutorado na área, cuja criação foi possível graças ao aumento da nota do PPGIS na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As inscrições ocorrerão de 1° a 31 de março, e poderão ser realizadas de forma online.
O PPGIS tem como objetivo proporcionar uma formação sólida e inovadora nas áreas de produção audiovisual, cinema, fotografia, som e mídias digitais. Seus cursos de mestrado e doutorado são uma grande oportunidade para o aprofundamento de pesquisas nessas áreas.
Para mais informações, acesse o site do PPGIS (www.ppgis.ufscar.br/pt-br/processo-seletivo).

Programação aborda temas em fase de consolidação no Brasil

 

SÃO CARLOS/SP - Nos dias 17 e 18 de fevereiro, acontece a I Jornada de Atualização em Psicopedagogia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No evento, especialistas irão abordar assuntos em fase de consolidação no Brasil. Dentre as atividades previstas na programação, há palestras sobre "Psicopedagogia aplicada ao atendimento do idoso", "Neuropsicopedagogia", "Psicopedagogia Empresarial" e "Psicopedagogia em contexto hospitalar". Será apresentado um panorama abrangente sobre esses tópicos, desde aspectos históricos, investigações, fundamentação, e atuação do psicopedagogo nesses contextos específicos. Também haverá apresentação cultural. A programação completa está disponível no site do Laboratório de Neurociências do Bem-Estar (LANEUBE) da UFSCar, em www.laneube.ufscar.br.
A Psicopedagogia, campo ainda considerado recente no Brasil, investiga os processos de aprendizagem bem como as condições que dificultam a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos. O principal objetivo é promover condições que propiciem o desenvolvimento, sobretudo de pessoas que apresentam dificuldades, contexto nos quais o uso de habilidades cognitivas, afetivas, psicomotoras e sensoriais torna-se fundamental à sua inclusão educacional, social e pertencimento de grupo.
A I Jornada de Atualização em Psicopedagogia da UFSCar acontece no Anfiteatro Bento Prado Júnior, localizado na área Sul do Campus São Carlos da Universidade. Estudantes de psicopedagogia, psicopedagogos, profissionais das áreas de Educação e de Saúde, e demais interessados já podem se inscrever pelo site https://jornadapsico.faiufscar.com. Mais informações www.laneube.ufscar.br.

anexos:

Vídeo compartilha atividades do projeto ‘UFSCar na Área!’, coordenado pelo Instituto da Cultura Científica

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de lançar o minidocumentário "UFSCar na Área!", ccurta-metragem gravado em outubro de 2023, durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A produção acompanha estudantes, pesquisadores, docentes e técnico-administrativos - de diferentes áreas do conhecimento - indo ao encontro de diferentes grupos sociais para divulgar a própria Universidade e conversar sobre a Ciência desenvolvida na Instituição. A comunidade da UFSCar esteve presente, naquela ocasião, nas linhas de ônibus do transporte público coletivo de São Carlos e no evento "São Carlos Experience", que reuniu cientistas, empresários e representantes do poder público. O minidocumentário "UFSCar na Área!" pode ser conferido no canal UFSCar Oficial no Youtube.
A ideia de levar a Comunidade UFSCar ao encontro dos passageiros do transporte público coletivo surgiu em parceria com a Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Carlos. Durante dois dias, equipes formadas por servidores e estudantes abordaram, em diferentes trajetos, os mais variados assuntos, como parto natural, envelhecimento, biodiversidade, ergonomia, fenômenos físicos, saúde, tecnologia, linguagem, dentre outros, apresentando para a população uma série de iniciativas desenvolvidas em laboratórios e outros espaços de produção de conhecimento na UFSCar.
"A resposta da comunidade universitária ao nosso chamado foi surpreendente. Sabemos que só vamos alcançar todas as pessoas, de fato, indo aonde elas já estão, onde elas já vivem o seu cotidiano, a sua vida de trabalho, de lazer. A UFSCar precisa ir aos diferentes lugares, conversar com os diferentes públicos", avalia Mariana Pezzo, Diretora do Instituto da Cultura Científica (ICC) da UFSCar e coordenadora do projeto "UFSCar na Área!". A jornalista lembra que a influência da universidade está em todos os lugares, porém nem todas as pessoas têm essa percepção. "Tudo o que acontece e é produzido nas Instituições de Ensino Superior e de Ciência e Tecnologia, como é o caso da UFSCar, tem um impacto direto e profundo na vida da sociedade como um todo. Cada aula ministrada, cada pesquisa conduzida e cada descoberta alcançada vai muito além das classes e dos laboratórios. O presente e o futuro são moldados a partir disso. O conhecimento gerado inspira inovações, transforma a tecnologia, revoluciona o cotidiano, impulsiona a economia e pode melhorar muito a qualidade de vida das pessoas", ressalta.
Para Renato Luvizoto, docente no Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da UFSCar e um dos participantes do "UFSCar na Área!", é de extrema importância transpor os muros da universidade. "Essa iniciativa promove a Ciência em uma linguagem acessível para as pessoas perceberem, de forma mais tangível e palpável, o que a gente faz", afirmou durante as gravações. Por sua vez, Jamile Bussadori, professora no Departamento de Enfermagem (DEnf), classificou a iniciativa como fantástica. "Conseguimos mostrar que a Ciência não é algo intocável, impossível, e que a gente pode contribuir para várias questões", destacou. Já Maria Beatriz Magoci Dal Secco, estudante do curso de Licenciatura em Biologia que também participou da ação nos ônibus, contou que mesmo com a pressa, com a correria do dia a dia, os passageiros se mostraram interessados. "Acho muito importante essa tarefa da divulgação científica. O pessoal de São Carlos foi muito receptivo", disse. "Eu já tinha andado de ônibus e já tinha divulgado Ciência, mas os dois juntos eu não tinha feito ainda não", comentou Gabriel Baroni, estudante do curso de Física da UFSCar. "O que a gente percebe é que a população está aberta a receber o conhecimento, a notícia, a informação. Foi muito interessante", concluiu Pedro Galetti, professor no Departamento de Genética e Evolução (DGE).
O projeto "UFSCar na Área!" também esteve presente na São Carlos Experience, cuja programação reuniu mais de 60 eventos gratuitos, entre palestras, apresentações e discussões, além de atrações culturais e festivais gastronômicos. Ao longo de cinco dias, em diferentes locais da cidade, o público participou de atividades promovidas por universidades, empresas e outras organizações, para debater assuntos relacionados a indústria, cidades inteligentes, o futuro do trabalho, agricultura, diversidade, economia solidária, arte e cultura, dentre outros temas.
A UFSCar esteve presente na São Carlos Experience por meio de um estande montado no hub de inovação Onovolab. No local, ocorreu uma programação de palestras, oficinas e outras iniciativas de diálogo que evidenciam a diversidade de áreas de atuação da Universidade. "Nossa participação na São Carlos Experience visou criar oportunidades e apoiar a comunidade universitária no contato e na estruturação de projetos em parceria com diferentes segmentos sociais, de escolas e poder público às empresas e indústrias", situa Mariana Pezzo. "Muitas vezes, estamos muito distantes do setor produtivo e da sociedade. Por isso, esse evento é extremamente importante para mostrar para todas as pessoas o que a gente desenvolve e para fazer uma prestação de contas porque, afinal, nós somos mantidos pelo dinheiro público", evidencia Marcio Turra, professor no Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec).
O projeto "UFSCar na Área!" conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do edital de apoio às atividades da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O projeto aprovado prevê a itinerância para os demais municípios em que a UFSCar tem seus campi, o que acontecerá ao longo de 2024.
O minidocumentário "UFSCar na Área" pode ser conferido no canal UFSCar Oficial no Youtube.

Primeiro episódio, disponível no Instagram UFSCar Oficial, explora a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de lançar a série de vídeos educativos "Gênero e Sexualidade". O primeiro episódio, disponível no Instagram UFSCar Oficial, explora a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual, esclarecendo conceitos essenciais para construir uma sociedade mais inclusiva. A série, composta por episódios curtos e didáticos, é uma maneira de ensinar, combater a ignorância e promover a aceitação, contribuindo assim para um mundo menos violento e mais acolhedor para todos.
"No mês da Visibilidade Trans, a UFSCar se junta a outras vozes para trazer mais informações sobre noções como gênero e sexualidade, cisgênero, transgênero, transexual, travestis, intersexual e pessoa não binária. A série vai tratar ainda de direito ao nome social, uso de banheiro, contexto histórico de gays e lésbicas, dentre outros assuntos. São temas fundamentais para promover o respeito à diversidade humana, sem o qual nunca avançaremos enquanto sociedade", ressalta Mariana Luz, Diretora da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da UFSCar.
Vinicius Nascimento, Secretário Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da universidade, lembra que a população trans e travesti é, infelizmente, uma das mais alvejadas pelas violências. "Por essa razão, ações como essa são importantes não apenas para visibilizar essas existências, mas para provocar e mobilizar as pessoas cisgêneros a pensar que existem outros modos de viver e existir", destaca.
A produção reflete o compromisso da UFSCar com a promoção da diversidade e igualdade. Além da série, a Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE), via Coordenadoria de Diversidade e Gênero (CoDG) em parceria com o Grupo de Trabalho (GT) Transformar, vem trabalhando de forma a diminuir as violências contra essa população por meio da publicação de cartilhas, rodas de conversas e ações de formação na comunidade. Ainda na retomada do Conselho de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (CAADE), em novembro de 2023, foi aprovada a Política de Identidades de Gênero da UFSCar, um passo importante para garantir os direitos dessa população.
A série "Gênero e Sexualidade", que terá episódios inéditos mensalmente, é uma produção do Núcleo de Apoio a Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (Naiipee) da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar, em conjunto com a SAADE, o GT Transformar, a CCS e o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Universidade.

Livro aborda o conceito desde as origens até os golpes de Estado

 

SÃO CARLOS/SP - Prudência e golpe de Estado são palavras que fazem parte do vocabulário político corriqueiro e estão no centro do debate do livro "Prudência Política - das origens aos golpes de Estado", de autoria do pesquisador Eugênio Mattioli Gonçalves e que está sendo lançado pela Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar). O prefácio é assinado pela pesquisadora da USP, Marilena Chaui. 
A ideia do livro surgiu da busca por entender a relação entre dois polos aparentemente opostos: a virtude clássica da prudência, bastião da moralidade para os antigos, e as teorias modernas da razão de Estado, como a ideia de golpe de Estado. "Sempre me interessei pela temática dos golpes de Estado, que na tradição de estudos da filosofia política se insere diretamente no âmbito das teorias da 'razão de Estado', questão central do pensamento político dos séculos XVI e XVII. A partir de minhas pesquisas sobre o assunto pude notar uma relação direta entre a virtude antiga da prudência e esses novos problemas da filosofia política moderna", afirmou o autor, complementando que a obra é produto direto de seu doutorado em Filosofia, pela USP, que por sua vez é a etapa final de sucessivas pesquisas, desenvolvidas desde meados de 2009.
Para Gonçalves, a prudência se refere à tomada de decisão, ao questionamento sobre a melhor ação possível em determinada situação. Qual a melhor escolha diante de um desafio? Como devemos agir em cada caso? Segundo o autor, tradicionalmente, na história da Filosofia, essas perguntas encontram referência no conceito de prudência. "A discussão sobre a prudência, assim, é a discussão central da ética: qual o melhor agir? Essa questão, por sua vez, pode se referir tanto ao agir em âmbito individual - como às escolhas cotidianas que cada um de nós faz - como também às decisões públicas, políticas, tomadas por governantes e que envolvem o coletivo. É esse o escopo da prudência política", definiu.
Já sobre os golpes de Estado, o livro demonstra como a primeira teoria sobre o tema, publicada em 1639 pelo pensador francês Gabriel Naudé, é produto direto das transformações sofridas pelo conceito de prudência na história da Filosofia, o que nos permite entender melhor a gênese da primeira grande formulação sobre a ideia de golpe de Estado na teoria política moderna.
Dessa forma, a obra se propõe a reconstruir a genealogia do conceito filosófico de prudência, noção fundamental para a história do pensamento ético e político. O livro remonta à origem dessa virtude, na filosofia clássica, mostrando as transformações pela qual passa a discussão sobre a prudência, até seu auge no debate público, ao redor das teorias sobre o Estado moderno. "A publicação é dividida de modo didático, elencando em ordem cronológica as principais referências a esse percurso de nascimento e transformação do conceito de prudência, esmiuçando as principais referências ao assunto na história da filosofia", descreveu o autor.
E continua: "A pesquisa permite observar a grande transformação conceitual sofrida pela ideia de prudência política durante o passar dos séculos, abandonando durante esse percurso seu peso moral e sua preocupação com a justiça, enquanto passa a ganhar um caráter mais instrumental, de ferramenta política na luta pela preservação do poder".
O livro pode ser adquirido pelo site da EdUFSCar (www.edufscar.br), onde podem ser encontradas mais informações.

Metodologia inovadora de síntese e modificação de peptídeos visa aprimorar suas propriedades farmacológicas

 

SÃO CARLOS/SP - Peptídeos são moléculas com um amplo espectro de ação biológica e, assim, imenso potencial para novas aplicações tecnológicas. Suas aplicações como fármacos, por exemplo, são bastante diversas, podendo abranger tratamentos para diferentes tipos de câncer, assim como de diabetes, dentre outras possibilidades. Apesar da fatia de mercado ocupada ainda ser pequena, é uma plataforma química que apresenta excelentes resultados, e o desenvolvimento de novas moléculas vem crescendo nas últimas duas décadas.
No entanto, a síntese química e modificações nessas moléculas - que despertam interesse crescente da indústria farmacêutica - ainda enfrentam grandes desafios. Cientistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), junto com colegas da Universidade de Regensburg, na Alemanha, acabam de compartilhar resultados que representam um passo significativo na ampliação das possibilidades de obtenção dessa importante classe de compostos.
Peptídeos, encontrados no nosso organismo e demais seres vivos, podem ser fabricados (sintetizados) quimicamente, em quantidade suficiente para a realização de pesquisas e posterior produção em escala industrial. Uma das estratégias empregadas, a síntese de peptídeos em fase sólida, rendeu o Prêmio Nobel de Química de 1984 a Robert Bruce Merrifield, dos Estados Unidos. Nela, aminoácidos, os "blocos" que, combinados em uma determinada sequência, produzem um peptídeo específico, vão sendo inseridos um após o outro. Na pesquisa da UFSCar, o grupo combinou essa rota a metodologia de catálise que emprega luz e metais (metallaphotocatalysis, no Inglês) para alterar cadeias laterais de aminoácidos de forma precisa e, assim, buscar as propriedades que viabilizem a utilização clínica desses compostos.
Outras técnicas já são investigadas com essa mesma finalidade. No entanto, a metodologia empregada no estudo da UFSCar realiza modificações sem afetar outras partes essenciais dos peptídeos. Em laboratório, um catalisador metálico e um fotossensibilizador são incorporados a um sistema reacional contendo o peptídeo selecionado, que em seguida é exposto à luz, permitindo assim a inserção seletiva de novas porções ao peptídeo.
"Esta é uma técnica avançada para modificar, de forma simples, moléculas complexas. O conceito da seletividade é essencial neste cenário. Por exemplo: se um determinado peptídeo é composto por 21 aminoácidos, em nossa técnica, apenas um deles se modifica. Essa modificação seletiva, além de melhorar a eficácia dos peptídeos, preserva as suas propriedades originais", explica Márcio Weber Paixão, docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar e um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Os chamados fármacos peptídicos têm, dentre as suas vantagens, a alta seletividade e especificidade - que permitem atacar um alvo desejado sem afetar outros tecidos ou órgãos - e a baixa imunogenicidade. De outro lado, ainda apresentam pontos fracos como pouca estabilidade, tempo curto de circulação no organismo e baixa biodisponibilidade, desafios a serem enfrentados justamente por essas novas possibilidades de intervenção visando o aprimoramento de suas propriedades farmacológicas.
"Ao avaliarmos o protocolo em diferentes tipos de peptídeos, detectamos que ele funcionou em várias situações, mesmo nas mais complexas, indicando a sua versatilidade e o potencial para o desenvolvimento de moléculas bioativas mais eficazes", reforça Paixão. O pesquisador registra que, além da aplicação para a saúde humana, outras aplicações potenciais dizem respeito à área veterinária e ao desenvolvimento de novos agroquímicos.
O pesquisador registra como o resultado atual, de ciência básica, tem ao mesmo tempo grande potencial e um caminho a percorrer até chegar à aplicação. A história da plataforma de produção de vacinas a partir de RNA mensageiro (mRNA), que nos levou à vacina contra a Covid-19 em tempo recorde, ajuda a entender esse percurso. No ano passado, Katalin Karikó e Drew Weissman receberam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por descobertas fundamentais sobre a interação entre o mRNA e o sistema imune publicadas em 2005 (com aprofundamentos em 2008 e 2010). Ou seja, 15 anos se passaram entre os primeiros resultados de um trabalho iniciado muito antes, no início dos anos 1990, e sua aplicação na vacina que nos tirou da pandemia.
Os resultados da pesquisa reportada foram publicados em artigo científico no Journal of the American Chemical Society, que pode ser acessado em bit.ly/sintese-peptideos. Assinam a publicação, além de Paixão, José A. C. Delgado, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar; Burkhard König, Ya-Ming Tian e Michela Marcon, cientistas atuantes na Universidade de Regensburg.
O estudo contou com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, processo nº 88887.569938/2020-00), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, processos nº 444061/2018-5 e nº 405052/2021-9) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, processo nº 2021/06099-5. Na Alemanha, também teve apoio da Fundação Alemã de Ciência (DFG).

Novo episódio do Conexão Federal fala sobre o papel da SRInter neste cenário e traz as experiências e as vivências dos convidados em intercâmbios

 

SÃO CARLOS/SP - O processo de internacionalização no âmbito universitário é essencial para fortalecer a presença da instituição no cenário mundial do Ensino Superior e da pesquisa, além de trazer vivências enriquecedoras à comunidade acadêmica.
Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) desempenha um papel fundamental nesse contexto, com a missão de ampliar as oportunidades de mobilidade acadêmica para docentes, estudantes, pesquisadores e técnico-administrativos.
Estas temáticas foram abordadas no quinto episódio do "Conexão Federal" (bit.ly/conexao-federal-srinter), que contou com a participação de Márcio Weber Paixão, Secretário Geral de Relações Internacionais da Instituição, e Tatiane Ferreira Olivatto, doutoranda em Engenharia Urbana na UFSCar e participante do Programa Escala, da Asociación de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), com experiência em mobilidade na Universidade Nacional do Litoral, na Argentina.
O produto, em formato videocast, tem o objetivo de fomentar debates construtivos, por meio da disseminação de iniciativas relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão do ambiente universitário, e entender como elas se relacionam com a vida das pessoas.
Ao longo do episódio, os convidados conversam com a jornalista do Instituto da Cultura Científica (ICC), Adriana Arruda, sobre o papel da Secretaria no apoio a oportunidades de intercâmbio, colaboração internacional e acordos de cooperação para a comunidade acadêmica, bem como no recebimento e no acolhimento de estudantes de outros países.
Também compartilham suas experiências em intercâmbios, trazendo, para debate, desde os benefícios dessas vivências para a pesquisa, até os desafios enfrentados pelo caminho. 
O episódio completo pode ser assistido em bit.ly/conexao-federal-srinter.
A série tem periodicidade mensal, com publicação no YouTube (https://bit.ly/conexao-federal), Instagram (instagram.com/ufscaroficial) e outras redes sociais da UFSCar, e também no Portal da UFSCar (ufscar.br) e site do ICC (icc.ufscar.br). Além da íntegra de cada episódio, vários "cortes" são publicados no Instagram, para fomentar o engajamento do público com a temática selecionada.
A iniciativa é uma realização do ICC, com o apoio do Núcleo de Apoio à Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (NAIIPEE), vinculado à Fundação de Apoio Institucional (FAI-UFSCar).
Sugestões de temas para os próximos episódios do videocast podem ser feitas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Obra, em formato físico e digital, é destinada para quem quer aperfeiçoar a escrita

 

SÃO CARLOS/SP - Quando você escreve, fica com dúvida em relação ao uso de crase? Um livro lançado pela EdUFSCar trata do uso da crase na língua escrita, já que na fala ela passa despercebida. Na obra "Só crase: método fácil em quinze lições", a autora Maria Tereza de Queiroz Piacentini a autora Maria Tereza de Queiroz Piacentini apresenta as regras do uso de crase de forma simples e direta, ilustradas com exemplos do dia a dia brasileiro. Para facilitar o aprendizado ou reforçar o seu conhecimento, no final de cada lição o leitor encontra exercícios pertinentes ao assunto abordado, bem como a solução dessas questões, tão importantes para uma comunicação eficiente.
"O problema para nós brasileiros é que na Língua Portuguesa o artigo definido feminino, que veio do latim 'illa', tornou-se apenas 'a' (e não 'la', como em Espanhol, Francês e Italiano), portanto igual à preposição 'a'. Então na hora de escrever fica mais difícil reconhecer se o 'a' falado é artigo ou preposição, ou os dois termos juntos, uma vez que a crase indica a fusão de 'a' com 'a' (o que no masculino equivale a 'ao'). Já em Portugal, não se observa essa dificuldade, pois eles pronunciam 'a' e 'à' de forma diferente", relata a autora.
"A maior dica, que eu enfatizo ao longo do livro, é ter em mente que só se usa o 'à' craseado diante de substantivo feminino determinado - jamais antes de palavra masculina", destaca Piacentini, que é professora e revisora. "É bom saber também que esse substantivo pode estar qualificado por um adjetivo ou numeral. Por exemplo, escreve-se 'Enviou cumprimentos à melhor tenista do campeonato e à primeira aluna da classe'. Outra questão importante é tratada na Lição 11 do livro: nas expressões adverbiais femininas de modo, meio, tempo e lugar, embora o 'a' inicial possa ser apenas mera preposição, costuma-se usar o 'à' craseado por clareza. Um caso típico é o de 'lavar à máquina' (com máquina), que assim não se confunde com 'lavar a máquina' (limpar a própria máquina)".
O livro "Só crase: método fácil em quinze lições" destina-se a toda pessoa interessada em aperfeiçoar a sua escrita na vida pessoal ou no mercado de trabalho: estudantes universitários e de Ensino Médio, professores, operadores do Direito, jornalistas e outros profissionais e está disponível em formato físico e digital, através do site da EdUFSCar (https://www.edufscar.com.br).

Sobre a autora
Maria Tereza de Queiroz Piacentini, titular da Cadeira 21 da Academia Catarinense de Letras, é licenciada em Letras (Português e Inglês), com Mestrado em Educação pela UFSC. Em 1989, ficou responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina. Por mais de duas décadas ministrou cursos de Língua Portuguesa e ainda trabalha com revisão técnica de traduções do Inglês e Francês. Como diretora do Instituto Euclides da Cunha, em Curitiba (PR), responde pelo conteúdo do portal Língua Brasil. Publicou os livros "Só vírgula: método fácil em vinte lições", "Só palavras compostas: manual de consulta e autoaprendizagem", "Não tropece na língua: lições e curiosidades do português brasileiro", "Não tropece na redação: questões de gramática e estilo", "Manual da boa escrita" e o e-book "Tira-dúvidas de português para estrangeiros".

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