SÃO PAULO/SP - Com o objetivo de combater as faltas injustificadas de professores e evitar prejuízos ao aprendizado dos mais de três milhões de alunos da rede estadual, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) divulgou uma nova resolução que estabelece medidas administrativas para docentes que se ausentarem sem apresentar justificativas legais. A medida foi publicada na sexta-feira (27) no Diário Oficial do Estado.
A decisão foi motivada por um dado preocupante: no primeiro semestre de 2025, 14,32% da carga total de aulas não foram ministradas em função da ausência de professores. Desse total, 33,9% das aulas não dadas ocorreram por ausências não amparadas por atestados médicos, odontológicos ou licenças previstas em lei. Para a Seduc-SP, esse comportamento afeta diretamente a qualidade do ensino e compromete a formação dos estudantes.
A partir de agosto, professores temporários que ultrapassarem 5% de faltas injustificadas em relação à carga horária mensal terão seus contratos encerrados e ficarão impedidos de lecionar até o fim do ano letivo. Já os professores efetivos que atuam no Programa de Ensino Integral (PEI) perderão o direito de participar do programa no ano seguinte, caso descumpram o mesmo limite.
A nova regra vale para todos os professores em atividade na rede estadual. As únicas ausências que não serão contabilizadas são aquelas justificadas por atestados médicos ou odontológicos válidos ou licenças previstas na legislação, como saúde, morte, gestante e prêmio. Os documentos devem ser entregues no dia da falta ou no dia seguinte.
O problema se manifesta em todos os turnos: no período da manhã, a taxa de faltas chegou a 13,19%; à tarde, foi de 14,39%; a situação é mais crítica à noite, período em que o absenteísmo alcançou 20,69%.
Além do impacto direto na aprendizagem dos estudantes, o absenteísmo também gerou um custo estimado de R$ 33,9 milhões aos cofres públicos — valor que considera tanto o pagamento de professores ausentes quanto a contratação de docentes eventuais para substituições entre os meses de fevereiro e abril.
Antes da nova regra, não havia um limite formal de ausências para docentes temporários. As faltas implicavam apenas em desconto salarial. Com a nova resolução, a frequência passa a ser monitorada mensalmente, com consequências administrativas para quem ultrapassar o limite estabelecido.
Para os professores efetivos, a resolução nº 95/2024 já previa restrições para a ampliação da jornada de trabalho caso a frequência anual ficasse abaixo de 90%. Agora, com as novas diretrizes, o controle se torna mais rigoroso também entre os temporários, com foco claro na redução das faltas sem justificativa.
Governo de SP
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação de São Carlos vem a público manifestar-se acerca de um episódio ocorrido durante evento de formação de professores da Rede Municipal de Ensino, no qual uma fala proferida por uma das docentes participantes foi considerada, por alguns presentes, como de cunho racista.
O referido episódio deu-se durante uma explanação sobre a Lei 10.639/2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), tornando obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nos currículos do ensino fundamental e médio, tanto nas redes públicas quanto privadas. Esta lei representa um marco essencial na luta pela valorização da identidade e da trajetória do povo negro no Brasil, sendo instrumento pedagógico de combate ao racismo e promoção da equidade racial.
Reiteramos que a Secretaria Municipal de Educação de São Carlos repudia veementemente qualquer prática racista ou discriminatória, e reafirma seu comprometimento com a formação cidadã, inclusiva e plural, fundamentada nos princípios constitucionais da dignidade humana, da igualdade de direitos e do respeito à diversidade.
Destacamos que a Rede Municipal de Educação de São Carlos é reconhecida no Estado de São Paulo por seu compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira e por desenvolver práticas pedagógicas que promovem a equidade étnico-racial em sala de aula.
Ressaltamos ainda que, respeitando os princípios do devido processo legal, à servidora envolvida será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, nos termos da legislação vigente.
Para tanto, será instaurado procedimento de sindicância com o objetivo de apurar os fatos de forma isenta, transparente e responsável.
A Secretaria se coloca à disposição da comunidade escolar e da sociedade civil para o diálogo construtivo, reafirmando seu compromisso com a justiça social, a educação antirracista e a formação de uma rede de ensino cada vez mais inclusiva.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação realiza nesta sexta-feira (27/06), a formatura de 20 alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A cerimônia, que marca a conclusão do Ensino Fundamental (9º ano) para estudantes das EMEB’s Dalila Galli e Arthur Natalino Deriggi, será realizada no auditório do Paço Municipal.
A EJA é uma importante modalidade da Educação Básica, criada para que jovens e adultos possam retomar e finalizar seus estudos. Ela oferece qualificação essencial para o mercado de trabalho e promove uma maior compreensão da cidadania. O programa é estruturado em etapas: a 1ª etapa abrange os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), a 2ª etapa corresponde aos anos finais (6º ao 9º ano), e a 3ª etapa foca no Ensino Médio (1º ao 3º ano).
A chefe da Seção da EJA e articuladora regional do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo, Maria Alice Zacharias, esta formatura representa a concretização de sonhos e a superação de obstáculos para esses alunos, que têm entre 15 e 70 anos.
As matrículas para a EJA, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e o Movimento Popular de Alfabetização (MOVA) estão abertas para pessoas com 15 anos ou mais.
Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Educação, localizada na Rua Treze de Maio, nº 2.000, ou pelos telefones (16) 3373-3222 e (16) 99235-2190.
SÃO CARLOS/SP - Na quinta-feira (26/6), a Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Antônio de Lourdes Rondon, localizada no bairro Maria Stella Fagá, viveu um momento de transformação ambiental com a implantação de uma Mini Floresta Urbana. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de São Carlos e a empresa Amdocs, e teve a participação ativa dos alunos da escola. O evento contou com a participação do vice-prefeito, Roselei Françoso, e do secretário de Educação, Lucas Leão.
O projeto foi idealizado a partir do contato da direção da escola com a permacultora e educadora ambiental Joelma Marcolino. Inspirada na metodologia do japonês Akira Miyawaki — que propõe o reflorestamento urbano com alta densidade de espécies nativas — Joelma coordenou o plantio de mudas da Mata Atlântica e do Cerrado em um pequeno espaço, priorizando espécies frutíferas e adaptadas à convivência com o ambiente escolar.
“É como montar um quebra-cabeça vivo, unindo diferentes espécies de forma integrada. Nosso objetivo é criar pequenos fragmentos de floresta que ajudem a combater o caos climático e promovam educação ambiental na prática”, explicou Joelma, que liderou a equipe técnica do projeto formada por profissionais da agroecologia e da permacultura.
INÉDITO - A diretora da escola, Natália Cristina Cabrera de Araújo, destacou o ineditismo da ação. “É a primeira Mini Floresta, que temos conhecimento, implantada em uma escola da rede municipal. É um projeto pensado para crescer junto com as crianças. Daqui a poucos anos, elas poderão colher os frutos dessa experiência — no sentido literal e simbólico”, explicou.
Representando a Amdocs, empresa parceira da iniciativa, o diretor Ricardo Ortega comemorou o impacto do projeto. “É muito gratificante contribuir com a cidade e deixar essa marca verde e viva. Queremos que essa floresta seja um legado para as futuras gerações, e um convite para que todos se envolvam com o meio ambiente”.
O secretário municipal de Educação, Lucas Leão — ex-aluno da unidade escolar — também reforçou o orgulho e a importância do projeto. “É emocionante ver essa escola tão bem cuidada e ainda mais bonita com esse projeto. Que essa ideia sirva de inspiração para outras escolas, sempre com o apoio da comunidade e da iniciativa privada”.
Já o vice-prefeito Roselei Françoso enalteceu o papel da educação ambiental diante das mudanças climáticas. “As árvores que plantamos hoje vão oferecer sombra, frescor e vida em um futuro que já mostra seus desafios. Ao cuidar da natureza, as crianças aprendem desde cedo o valor do respeito, do cuidado e da responsabilidade com o planeta. Cada muda plantada é também uma semente de consciência que cresce junto com elas”.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação de São Carlos, por meio da Seção de Educação de Jovens e Adultos (EJA), firmou uma nova parceria para ampliar o acesso à alfabetização. Desta vez, a iniciativa envolve a empresa GUIMA, responsável pelos serviços de conservação e limpeza das áreas verdes das escolas da rede municipal. Cerca de 30 funcionários da empresa já aderiram ao Programa Brasil Alfabetizado (PBA).
Com apoio da empresa, os colaboradores terão seus horários de trabalho flexibilizados para frequentar as aulas, o que possibilita uma participação efetiva nas atividades educacionais. A GUIMA é a segunda empresa da cidade a integrar o programa. A primeira foi a Celebre, que conta com aproximadamente 40 trabalhadores matriculados na EJA da Fundação Educacional São Carlos (FESC). Os alunos iniciam o dia com aulas e café da manhã antes de seguir para suas atividades laborais, em um modelo considerado simples, mas transformador.
A chefe da Seção da EJA e articuladora regional do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo, Maria Alice Zacharias, destaca a importância da iniciativa. “Reconhecemos o esforço e a dedicação desses trabalhadores, que são essenciais para o bom funcionamento das nossas unidades escolares. Portanto, buscamos proporcionar uma oportunidade de continuidade e aprimoramento educacional, com a flexibilidade necessária para que todos possam conciliar trabalho e estudo”, afirmou.
Maria Alice também coordena a identificação dos novos estudantes, garantindo o encaminhamento de cada um à Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos Austero Manjerona, referência no ensino para esse público em São Carlos. “Nossa prioridade é acolher cada pessoa com dignidade e garantir que esse retorno aos estudos seja significativo e contínuo”, completou.
Outras informações sobre o Programa Brasil Alfabetizado podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Educação ou pelos telefones e WhatsApps (16) 3373-3222, (16) 99235-2190 e (16) 3364-2434.
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos avança na ampliação da rede de ensino infantil com a construção do novo Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI) Sílvio Padovan, localizado no Residencial Ipê Mirim, na região sul da cidade. As obras da unidade estão com 85% de execução e devem ser concluídas nos próximos meses.
A nova escola terá capacidade para atender 94 crianças com idades entre 0 e 5 anos, em período integral. O prédio está sendo construído na rua Paschoal Frujuelle e conta com cinco salas de aula — incluindo berçário —, uma sala multiuso e estrutura planejada para futura expansão de até mais duas salas. Ao todo, a unidade ocupa um terreno de 1.575 m², com 860 m² de área construída.
A construção está sob responsabilidade da empresa HS Lopes Construtora Ltda., vencedora da licitação no valor de R$ 3.305.327,62. A obra é supervisionada pela Secretaria Municipal de Gestão da Cidade e Infraestrutura, com apoio da Secretaria de Educação.
Além do novo CEMEI, a região sul da cidade já conta com o CEMEI Carminda Nogueira de Castro Ferreira e a EMEB Ulysses Ferreira Picolo, no Residencial Eduardo Abdelnur, e o CEMEI Renato Jansen, no Jardim Zavaglia, reforçando a cobertura da rede de ensino infantil.
“Essa é uma obra muito esperada pela população do Ipê Mirim e bairros vizinhos. Estamos avançando dentro do cronograma e cuidando de todos os detalhes técnicos para que a unidade atenda com qualidade e segurança. Além da função educacional, esse equipamento representa um investimento direto no desenvolvimento urbano e social da região sul”, disse o secretário de Educação, Lucas Leão.
O vice-prefeito Roselei Françoso também destacou a importância do investimento em infraestrutura educacional como instrumento de transformação social. “A entrega dessa nova unidade representa mais do que uma escola: é a presença concreta do poder público nos bairros que mais precisam. Investir em educação infantil é garantir que nossas crianças tenham um futuro com mais oportunidades, e isso começa desde os primeiros anos de vida”, afirmou.
De acordo com o prefeito Netto Donato, ampliar o acesso à educação infantil é uma prioridade da gestão. “Com o novo CEMEI Sílvio Padovan, daremos mais uma opção de ensino de qualidade para as famílias do Ipê Mirim e arredores. É um compromisso com o presente e o futuro das nossas crianças. A educação transforma vidas e é por meio dela que estamos construindo uma cidade mais justa e preparada”, finaliza o prefeito.
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na segunda-feira (23) um decreto que cria o Prêmio Nacional da Educação para reconhecer os esforços das redes municipais para melhorar a qualidade da educação básica. O anúncio foi feito durante reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana, no Palácio do Planalto.
"O objetivo é premiar as cidades e estados que atingirem as metas de creches, alfabetização de crianças, escolas em tempo integral e ensino técnico profissionalizante", escreveu o presidente em postagem nas redes sociais.
"Acreditamos que uma educação pública de qualidade exige atuação conjunta do governo federal, estados e municípios. E é para isso que estamos trabalhando", acrescentou Lula.
Os detalhes sobre o prêmio não foram informados, mas, segundo Camilo Santana, deve ser concedido a estudantes, professores, gestores, prefeitos e outras autoridades responsáveis por projetos educacionais. O decreto ainda será publicado no Diário Oficial da União (DOU). A data da premiação está prevista para o dia 11 de agosto, Dia Nacional do Estudante.
AGÊNCIA BRASIL
SÃO CARLOS/SP - Até sábado, a Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Dalila Galli, localizada no bairro Jóquei Clube, realiza uma ação especial voltada à formação de alunos do 3º ao 9º ano: o Projeto Escola do Dinheiro. A iniciativa integra uma programação itinerante que vai passar por 12 cidades do estado de São Paulo até agosto, com atividades intensivas durante seis dias em cada localidade.
O projeto conta com o apoio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca), além do envolvimento das famílias e da comunidade local.
Com uma abordagem didática, dinâmica e acessível, a Escola do Dinheiro oferece aulas interativas e gamificadas. Os estudantes participam de atividades práticas em grupo, jogos educativos, planilhas e simuladores de investimento que incentivam o aprendizado de forma lúdica e significativa. O foco é desenvolver habilidades essenciais para o planejamento financeiro, a gestão de orçamentos e o entendimento sobre investimentos.
O educador financeiro Diego Alves Andrade destaca que a proposta é transformar o conhecimento financeiro em algo leve e divertido para as crianças, tornando-as protagonistas na mudança de percepção sobre o dinheiro — e até multiplicadoras desse saber dentro de casa. “A ideia é que elas levem esses aprendizados para os pais e familiares, promovendo um efeito positivo que ultrapassa os muros da escola”.
Diego também ressalta a importância do consumo consciente. “Trabalhamos os conceitos de economia, investimento e destacamos que jogos de azar não são formas de investimento. Ao contrário, podem gerar perdas e endividamento”.
Para Aline dos Santos Iglesias, aluna do 5º ano da EMEB Dalila Galli, o aprendizado vai muito além do conteúdo escolar. “Estamos aprendendo que devemos nos responsabilizar pelo nosso dinheiro. Antes de gastar, é importante pensar se estamos lidando com um desejo ou com uma necessidade. Aprendemos também que apostar não é o caminho e que podemos levar esse conhecimento para nossas famílias”.
ESTRUTURA - A estrutura do projeto conta com uma carreta equipada para atender até 35 participantes por sessão, com notebooks e recursos tecnológicos que facilitam a aprendizagem ativa. Durante a semana, as atividades são destinadas aos estudantes, nos períodos da manhã e da tarde. Já as noites de terças e quintas, além das manhãs de sábado, são abertas à comunidade.
A diretora da escola, Edvilma Duarte Garcia, comemora os impactos positivos do projeto. “Essas crianças serão futuros jovens e adultos que terão que lidar com escolhas financeiras importantes. Ao compreenderem, desde cedo, o valor do dinheiro e a importância do uso consciente, estarão mais preparados para evitar dívidas e gastos impulsivos”.
Edvilma enfatiza ainda que as experiências proporcionadas são enriquecedoras. “Por meio de atividades lúdicas e significativas, nossos alunos participam ativamente do processo de aprendizagem. Estamos extremamente felizes, pois o projeto beneficiará um número expressivo de estudantes — do 3º ao 9º ano — gerando reflexos positivos em toda a comunidade escolar”.
SÃO CARLOS/SP - Desenvolver tecnologias, buscar parcerias e atacar problemas de alta relevância, passou a ser uma das missões de grandes instituições de ensino e pesquisa em todo mundo. Além disso, essas instituições se preocupam atualmente em mostrar o que fazem não apenas para externalizar suas conquistas, mas também para compartilhar com outras que vivem as mesmas necessidades. É assim que nascem as grandes parcerias e viabilizações tecnológicas.
A VIVATEC é uma das maiores exibições de tecnologia e desenvolvimento da Europa, uma feira que ocorreu entre os dias 11 e 14 de junho na cidade de Paris, tendo contado com a participação de mais de sessenta países e acolhendo cerca de vinte e cinco mil visitantes, com a participação de importantes organizações científicas e instituições de pesquisa.
A Universidade de São Paulo (USP) apresentou-se junto com a FAPESP em um funcional stand onde foram apresentados projetos de grandes áreas de interesse, como saúde, energia renovável, mobilidade urbana, eletrônica e sensores, e meio ambiente. Dentre os projetos escolhidos para serem apresentados estiveram dois desenvolvidos pelo IFSC/USP e CEPOF: o primeiro, que consiste na quebra da resistência bacterina aos antibióticos e o tratamento da pneumonia resistente, utilizando ação fotodinâmica; e o segundo, consistindo no uso do mesmo princípio para evitar infecções durante o processo de intubação de pacientes em hospitais.
A exibição desses projetos foi feita no espaço de eventos, através de protótipos que explicaram os processos, sendo que as apresentações foram realizadas em um dos auditórios da feira. As tecnologias desenvolvidas foram extremamente bem recebidas, com visitação constante no stand de autoridades, delegações estrangeiras e empresas de diversos setores, especialmente de especialistas do Instituto Pasteur de Paris.
A técnica para tratamento de pneumonia, que já foi demonstrada em experimentos in vitro, pequenos animais e porcos, segue agora para uma experimentação com ovelhas através do desenvolvimento natural de pneumonia, que está sendo feita em colaboração com a Texas A&M University dos EUA.
Em linhas gerais, a técnica usa processos amplamente estudados pelos laboratórios de biofotônica do IFSC/USP e CEPOF, que consiste na ativação de drogas, com luz, que destroem microrganismos através da geração intensa de radicais livres. O processo começa através da inalação de uma substância fotossensível que carrega as moléculas para os pulmões, promovendo a absorção pelas colônias bacterianas. Em seguida, um sistema de lasers, desenvolvido em parceria com a empresa MMO de São Carlos através de um programa EMBRAPII, opera no infravermelho e realiza a iluminação externa no corpo, chegando dessa forma às diversas regiões infectadas, causando a eliminação parcial da infecção e promovendo a quebra da resistência aos antibióticos. Em seguida, a administração do antibiótico ajuda a eliminar totalmente a infecção.
Segundo o pesquisador responsável pela pesquisa, o docente do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Salvador Bagnato “A pesquisa é de grande relevância pois ataca um dos problemas mais sérios que temos, que é a eliminação de infecções que não respondem aos antibióticos. Já estamos realizando a eliminação das infecções de garganta com a mesma técnica, mas o desafio da pneumonia é especial por ser de alta complexidade“, explica o pesquisador.
O problema é de grande urgência e os diversos pesquisadores do CEPOF envolvidos na resolução deste problema - Vanderlei Bagnato, Cristina Kurachi, Kate Blanco e diversos alunos e pós-doutores - trabalham de forma intensa para se chegar rapidamente aos seres humanos e minimizar o crescimento dos milhares de mortes causadas pela pneumonia resistente em todo mundo. “O fato de tornarmos as bactérias susceptíveis novamente aos antibióticos é de extrema importância, pois temos, sim, excelentes antibióticos, apenas temos que eliminar os mecanismos criados pelas bactérias para não mais reagirem a eles, e isto já demonstramos” conclui Bagnato.
As propostas e novas tecnologias desenvolvidas pelo IFSC/USP e CEPOF sempre estão dentro dos grandes desafios que a ciência enfrenta hoje, para ter a relevância necessária em resolver grandes problemas.
SÃO CARLOS/SP - Já imaginou se uma substância natural pudesse fortalecer nossas células e impedir que vírus respiratórios — como os da gripe ou da COVID-19 — conseguissem nos infectar? Esse foi o foco de uma pesquisa brasileira que mergulhou nas propriedades de uma molécula chamada baicaleína, encontrada em uma planta usada há séculos pela medicina tradicional chinesa (Scutellaria baicalensis / Escutelária Chinesa / Huang Qin / Raiz Dourada). Embora seja um nome pouco conhecido do público, a baicaleína pode estar entre as futuras armas no combate a infecções virais.
Os pesquisadores mostraram que essa molécula tem a capacidade de interagir com as membranas celulares humanas e, dependendo do tipo de célula, reforçar suas defesas naturais. Segundo o pesquisador do FCL/UNESP, Pedro Henrique Benites Aoki e um dos autores do estudo “Isso pode representar um novo tipo de proteção contra vírus que atacam o sistema respiratório, como o coronavírus, o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório (VSR), entre outros”.
Um escudo invisível: como a baicaleína age nas nossas células
Todas as nossas células são envoltas por uma membrana — uma camada microscópica composta basicamente por gorduras (lipídios), que funciona como uma espécie de “parede inteligente”, controlando o que entra e sai. Quando um vírus ataca nosso corpo, ele precisa atravessar essa barreira para infectar a célula e, por isso, fortalecer essa estrutura é uma estratégia promissora para bloquear o início da infecção.
O estudo, publicado neste ano de 2025 na respeitada revista científica Langmuir (VER AQUI), investigou exatamente como a baicaleína interage com modelos de membranas celulares. Para isso, os cientistas utilizaram dois tipos diferentes de células humanas cultivadas em laboratório: as Células HEp-2, da região da faringe, que costumam ser altamente vulneráveis a infecções respiratórias, e as Células A375, da pele, que normalmente não são infectadas por vírus respiratórios.
E o que os pesquisadores descobriram foi surpreendente: Nas células HEp-2, a baicaleína ajudou a compactar e organizar melhor a membrana celular. Isso a torna mais rígida e resistente — dificultando a entrada de vírus. Já nas células A375, o efeito foi o contrário, ou seja, a membrana ficou mais fluida e desorganizada, sem efeitos protetores. Resumidamente, a baicaleína parece atuar de forma inteligente e seletiva, protegendo principalmente as células mais vulneráveis a infecções respiratórias.
Por que isso é um avanço importante?
Atualmente, a maioria dos medicamentos antivirais age, tentando impedir a sua replicação. Essa estratégia é eficaz, mas tem limitações, já que muitas vezes, quando os sintomas aparecem, o vírus já está bem instalado no organismo. Além disso, os vírus podem sofrer mutações e se tornar resistentes a esses medicamentos, como já aconteceu com várias variantes do SARS-CoV-2. A baicaleína traz uma proposta diferente, que é reforçar a defesa das células antes da infecção acontecer, tornando o corpo um terreno hostil para os vírus. Isso representa uma abordagem inovadora e complementar à medicina tradicional, podendo ser especialmente útil como forma de prevenção. Imagine um futuro em que pessoas com maior risco — como idosos, portadores de doenças respiratórias crônicas ou profissionais de saúde — possam tomar um suplemento com baicaleína para reduzir as chances de infecção em períodos de alta circulação viral. Parece promissor!
Outros benefícios da baicaleína
A baicaleína não é apenas antiviral. Ela também apresenta propriedades antioxidantes, que ajudam a combater o envelhecimento celular, e anti-inflamatórias, que reduzem processos inflamatórios crônicos associados a várias doenças. Isso significa que seu uso pode trazer benefícios amplos à saúde, especialmente em situações que envolvem estresse celular, infecções ou lesões. Em estudos anteriores, por exemplo, a baicaleína já demonstrou proteger os pulmões de danos causados por vírus e melhorar a sobrevivência de células infectadas — inclusive em testes com o coronavírus.
O que falta para virar um medicamento?
Apesar dos resultados promissores, a baicaleína ainda não está disponível como tratamento aprovado contra infecções virais, isso porque a ciência exige um processo rigoroso para transformar descobertas de laboratório em medicamentos seguros e eficazes.
Contudo, as próximas etapas incluem:
a)Testes em células vivas e tecidos reais, para confirmar os efeitos observados em modelos simplificados;
b)Estudos em animais para entender como a baicaleína se comporta no organismo — como é absorvido, distribuído, metabolizado e eliminado;
c)Ensaios clínicos em humanos para avaliar segurança, dose ideal, possíveis efeitos colaterais e, claro, sua real eficácia;
d)Desenvolvimento de formulações práticas, como cápsulas, sprays nasais ou inaladores, que garantam que a baicaleína chegue ao local desejado — principalmente aos pulmões e vias respiratórias.
Ciência e natureza: uma parceria com grande futuro
Esse estudo mostra como a união entre a sabedoria tradicional e a pesquisa científica moderna pode gerar soluções inovadoras. Muitas vezes, a natureza já oferece moléculas potentes — e o papel da ciência é compreender como elas funcionam e como os cientistas a podem usar da melhor forma. “Num mundo que ainda enfrenta os impactos das pandemias e o surgimento de novas variantes virais, buscar estratégias que fortaleçam o organismo e atuem preventivamente é mais urgente do que nunca”, conforme afirma o docente, pesquisador do IFSC/USP e coautor deste estudo, Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior.
A baicaleína urge como uma promessa nesse cenário e talvez, no futuro, essa molécula que hoje está nas raízes de uma planta ancestral possa estar nas farmácias, ajudando a proteger milhões de pessoas.
Bruna Alves Martins é a primeira autora deste estudo e faz parte do grupo Nanotec, coordenado pelo Prof. Dr. Pedro Henrique Benites Aoki. Ela realizou seu projeto de pesquisa de iniciação científica com bolsa Fapesp (2023/17301-5) durante a graduação em Engenharia Biotecnológica, investigando as interações moleculares do flavonoide baicaleína.
Ela segue investigando esse flavonoide agora no mestrado, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia de Materiais (POSMAT), com bolsa Fapesp (2025/00626-4).
Para conferir esta pesquisa, acesse - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/06/martins-et-al-2025-baicalein-interactions-with-lipid-membrane-models-implications-for-its-protective-role-against.pdf
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.