SÃO CARLOS/SP - Os alunos do 3º ano da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Afonso Fioca Vitali – CAIC, localizada no bairro Cidade Aracy, participaram nesta quinta-feira (10/11) de uma atividade extraclasse. Toda a turma foi recebida pelo prefeito Airton Garcia e pela secretária de Educação, Wanda Hoffmann, no Paço Municipal para conhecer o local e saber como funciona a administração municipal. O vereador Bira também acompanhou a visita.
Os 21 alunos puderam conhecer as demais repartições da Prefeitura, sempre com uma pessoa explicando qual a função de cada uma delas e acompanhar o trabalho do prefeito no 5º andar do edifício Sesquicentenário.
As crianças ficaram surpresas com o número de processos que o prefeito precisa assinar por dia. “Acho que deve doer a mão dele, já fico cansado só de copiar o que a tia escreve na lousa”, observou o aluno Davi de 9 anos.
Já a aluna Yasmim convidou o prefeito para a noite de lançamento do livro que eles estão escrevendo chamado “Pequenos autores, grandes estrelas”. “No dia 30 nós vamos autografar o livro junto com a professora Juliane e seria muito legal se o senhor for lá”. O prefeito Airton Garcia imediatamente solicitou que sua assessoria já deixasse o evento agendado. “É muito bom ver essas crianças animadas com as atividades da escola e curiosas para conhecer o nosso trabalho. Essa atividade com certeza foi de grande importância para os alunos, que puderam ver bem de perto um pouco mais sobre o funcionamento do município”, avaliou o prefeito.
Para a professora Wanda Hoffmann, secretária de Educação, as atividades extraclasse são muito importantes para os alunos. “Proporcionar uma educação de qualidade é muito mais do que transmitir conteúdos. É preciso envolver os estudantes em cada disciplina, incentivando a autonomia e a participação na construção do conhecimento. Por isso, as atividades educativas extraclasse são grandes aliadas no engajamento dos alunos. Além disso, elas podem agregar valor ao projeto pedagógico, criando possibilidades diferentes para desenvolver as habilidades e aptidões de cada aluno”, disse a secretária.
Todos os alunos também receberam um lanche preparado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento no saguão do Paço Municipal.
Os secretários de Transporte e Trânsito, Paulo Luciano e de Comunicação, Leandro Severo também acompanharam a visita dos alunos.
ÔNIBUS ESCOLAR - Os alunos também estiveram na garagem municipal, acompanhados do prefeito Airton Garcia, da secretária Wanda Hoffmann e do vereador Bira, para conhecer o novo ônibus escolar que a cidade recebeu do Governo do Estado de SP. O veículo tem capacidade para transportar 29 estudantes e foi entregue para a secretária Wanda Hoffmann em solenidade realizada pelo governador Rodrigo Garcia no dia 4 de novembro no Palácio dos Bandeirantes.
São Carlos também recebeu um caminhão basculante para a Secretaria de Serviços Públicos.
Programa “Universitário por Um Dia” incentiva o ingresso no ensino superior
SÃO CARLOS/SP - Chegaram no dia 07 de novembro, às 04h30 da manhã na Área-2 do Campus USP de São Carlos, vindos de Campo Grande (MS). Vinte e sete alunos e cinco professoras da Escola Estadual Vespasiano Martins enfrentaram longas horas de viagem apenas com um objetivo: saber de que forma os alunos podem ingressar no ensino superior e como é que funciona a USP.
“Minha escola abriu uma chamada para selecionar vinte e cinco alunos com o intuito de vivenciarem o programa “Universitário por Um Dia” no Instituto de Física de São Carlos, da USP, e esse processo seletivo ocorreu entre os cerca de trezentos alunos que frequentam a minha escola - E.E Vespasiano Martins -, tendo em consideração o desempenho acadêmico, projeto de vida e a performance, tudo para que os selecionados estivessem preparados para interagir com os alunos e professores da USP de São Carlos. E o meu nome estava lá, na divulgação da primeira lista de alunos selecionados. Tem sido muito legal vivenciar esta experiência na melhor universidade do Brasil, que é também uma das melhores do mundo. Nunca imaginei que pudesse ter esta experiência. Numa altura em que estamos perto do vestibular, temos sempre a tendência de ver apenas nosso micro-mundo em Campo Grande e não pensarmos no que está mais além. Ou seja, na possibilidade de um aluno do Mato Grosso do Sul poder vir estudar na USP. Nossa professora de química falou - e bem - que esta nossa visita iria abrir nossos horizontes e mostrar que, de fato, somos capazes de conseguir entrar na USP, nós que somos alunos de escola pública. Sentimo-nos verdadeiramente acolhidos e a USP está, sim, ao nosso alcance e de uma forma relativamente simples. Ainda não caiu a minha ficha de que estou aqui, no Campus da USP. Estou muito feliz e esta visita reforça aquilo que sempre quis concretizar: entrar no ensino superior e fazer o curso com que sempre sonhei”, comemora a aluna Maria Eduarda Melo de Souza (17).
Uma aposta de alunos, pais, professores, direção da escola e secretaria estadual de educação
A Profª Amandha Kaiser (32) foi a grande incentivadora desta “aventura” a partir da escola de Campo Grande. Ex-aluna de mestrado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), a Profª Amandha não teve qualquer dúvida em iniciar este projeto. “Tudo começou com a oportunidade que tivemos, em agosto último, de poder trazer três alunos da escola em uma primeira visita aqui no decurso da iniciativa “USP e as Profissões”, graças à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS (FUNDCT) que ofereceu bolsas de Iniciação Científica a esses nossos alunos do ensino médio. E essa experiência inicial abriu portas para o convite que posteriormente foi feito pelo Prof. Herbert João, do IFSC/USP, para trazermos um grupo alargado de alunos para uma edição especial do “Universitário por Um Dia”, o que fizemos graças ao extraordinário apoio da Secretaria Estadual de Educação que apoiou integralmente a vinda de vinte e sete alunos”, sublinha a docente. Para ela, esta visita veio dar um grande alento e entusiasmo em todos os alunos, ainda sob os efeitos psicológicos da pandemia, e mostrar que eles, sendo de escola pública do Estado de Mato Grosso do Sul, são capazes de atingir aquilo que quiserem. “Os olhos deles estão brilhando. Agora sabem que são capazes de entrar em qualquer universidade do país”, sublinha a docente.
Para a diretora da E.E. Vespasiano Martins, Patrícia Cardoso (40), este é um momento muito especial, já que foi a primeira vez que uma escola de Mato Grosso do Sul veio até à USP. “Este projeto foi apresentado pela Profª Amandha, a convite da USP de São Carlos, e para isso fizemos todo o processo burocrático. A Secretaria de Estado da Educação abraçou completamente este projeto e deu todo o apoio necessário. Sabendo que o nosso Estado tem cerca de duzentos mil alunos, para a nossa escola foi um privilégio ter sido dada a possibilidade de nossos alunos verem como é relativamente fácil ingressarem no ensino superior e prepararem de forma adequada seu futuro, demonstração essa que é uma prioridade para a própria Secretaria de Educação. Os alunos estão encantados com esta permanência e contato com alunos e professores universitários, vendo que é possível alcançarem o que quiserem. Por seu turno os professores estão extremamente entusiasmados”, relata a docente.
O sucesso do “Universitário por Um Dia”
O “Universitário por Um Dia”, que se insere no programa “Vem Saber”, coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, ocorre regularmente no Conjunto Didático localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, visando não só informar e entusiasmar os alunos do ensino médio a ingressarem no ensino superior, como, também, apoiar os professores e responsáveis escolares para essa trilha que visa abrir as portas para oportunidades de jovens estudantes. Nesta edição especial do “Universitário por Um Dia”, que ocorreu no dia 07 de novembro, os alunos de Mato Grosso do Sul participaram de uma programação intensa que só terminaria no dia 09. As atividades ao longo de todo o dia 07 incluíram a permanência na “Sala do Conhecimento”, com atividades coordenadas pelo Prof. Herbert João Alexandre, visitas aos laboratórios do IFSC/USP e ao Observatório “Dietrich Schiel” (CDCC), sendo que a programação estipulada para o dia 08 foi totalmente preenchida com visitas aos laboratórios do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP).
“Graças à visibilidade que este programa tem tido, estamos já organizando a programação para o próximo ano. A demanda de visitas para este ano foi muito intensa e estamos completamente lotados até o próximo mês de dezembro, já que muitas escolas querem trazer seus alunos aqui e já tem lista para o próximo ano”, relata o Prof. Hernandes, sublinhando que desde agosto passado, até o presente momento (três meses), participaram do programa 1.674 alunos de escolas sediadas no Estado de São Paulo.
Iniciado em 2010, o “Universitário por Um Dia” já recebeu, até esta data, trinta e sete mil alunos oriundos de oitocentas e sessenta e seis escolas diferentes do Estado de São Paulo, o que faz com que Antonio Carlos Hernandes programe o futuro com uma visão mais abrangente. “Em termos da “Sala do Conhecimento”, estamos tentando um planejamento mais dilatado com o intuito de congregar um maior número de escolas e alunos, principalmente às sextas-feiras, criando assim uma programação especial e mais intensa para esses dias, cujo nosso objetivo é poder receber entre cem e cento e cinquenta alunos em simultâneo, mantendo a programação normal nos restantes dias. E a nossa expectativa é que possamos receber cerca de dez mil alunos no próximo ano. Atividades práticas na “Sala do Conhecimento”, visita aos laboratórios e à Biblioteca do IFSC/USP, palestras e shows de física estão entre as particularidades dessa programação”, enfatiza o docente.
Para o coordenador do “Universitário por Um Dia”,o balanço deste programa traduz-se em um verdadeiro sucesso, já que o intuito maior foi atingido: entusiasmar os alunos a ingressarem no ensino superior e criar oportunidades para que os jovens conheçam os mecanismos de acesso. Para o Coordenador Acadêmico do “Programa Vem Saber”, esse objetivo tem sido plenamenmte alcançado, uma vez que os bolsistas que colaboram com o programa têm tido a possibilidade de, através de um contato muito próximo, explicar aos jovens estudantes todos os pormenores de acesso ao ensino superior, sanar dúvidas e medos: ou seja, um bate papo entre estudantes do ensino médio e universitários. ”Hoje foi uma visita de vinte e sete alunos de uma escola de Mato Grosso do Sul, sendo que, desse total, vinte deles já indicaram que pretendem ingressar na USP. Fornecemos a todos esses jovens as informações essenciais de como ingressar na Universidade, tiramos as dúvidas todas relativas à permanência estudantil - moradia, alimentação e subsistência -, quais os tipos de bolsas que eles podem obter, etc.. Estamos muito felizes com este contato que foi estabelecido”, comenta Herbert João.
Em sua estada na USP São Carlos, os alunos e professoras da E.E. Vespasiano Martins cumpriram a seguinte programação:
07/11 - Chegada e início do programa “Universitário por Um Dia” - Edição Especial com atividades na “Sala do Conhecimento”;
Práticas experimentais nos Laboratórios de Física - LEF (IFSC/USP);
Visita aos hangares do Curso de Engenharia Aeronáutica (EESC/USP);
Visita aos Laboratórios de Biofísica e Biologia Estrutural “Prof. Sérgio Mascarenhas” - Participação do docente colaborador do programa “Universitário por Um Dia”, Prof. João Renato Muniz;
Visita à Biblioteca do IFSC/USP;
Visita ao Observatório “Dietrich Schiel” (CDCC), com o apoio do Prof. Valter Líbero e do técnico André Luiz da Silva
08/11 - Visita e atividades nos laboratórios do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP);
09/11 - Regresso a Campo Grande;
SÃO PAULO/SP - O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) reciclou itens do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para garantir que as provas aplicadas neste ano tenham questões inéditas.
Desde o início de 2021, a área técnica do instituto vem alertando para a escassez do BNI (Banco Nacional de Itens), que reúne as questões aprovadas para serem usadas na prova. Em março deste ano, um documento interno previa a possibilidade de utilização de itens utilizados em edições anteriores do Enem.
O exame será aplicado nos próximos dias 13 e 20 de novembro para cerca de 3,3 milhões de estudantes em todo o país.
Servidores do órgão relataram à reportagem que a reciclagem dos itens garante a qualidade da prova. Questionado sobre a inclusão de questões sem pré-teste no Enem, o Inep respondeu que "qualquer informação sobre a entrada de itens novos no BNI é de caráter sigiloso, não podendo ser fornecida, como forma de não colocar em risco futuras edições do exame".
Eles explicam que são questões feitas e pré-testadas em anos anteriores, mas que ficaram de fora das provas oficiais por terem apresentado alguma fragilidade nas informações piscométricas que são as informações estatísticas que permitem a calibragem para a medição de diferentes proficiências entre os candidatos.
Segundo os servidores, as falhas dos itens foram identificadas e corrigidas para torná-los adequados. São perguntas que poderiam, por exemplo, ter algum problema no enunciado ou nas alternativas de resposta.
Ou seja, são itens que tinham seu conteúdo pedagogicamente aprovado, mas apresentavam alguma falha, que foi corrigida pelos elaboradores.
Em nota, o Inep disse que "todas as questões que compõem os cadernos de prova do Enem apresentam qualidade técnico-pedagógica" e que a prova desta edição foi construída "seguindo os mesmos critérios e procedimentos das edições anteriores".
Ocimar Alavarse, coordenador do Gepave (Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional) da USP, diz que a reciclagem foi uma solução encontrada pelo Inep diante de uma limitação severa do banco de itens. No entanto, diz que a medida não segue o que está previsto no protocolo de elaboração da prova.
"Existem dois tipos de reprovação no pré-teste: quando é encontrada uma falha severa e ele precisa ser descartado ou quando há um pequeno problema que pode ser ajustado. Mesmo nessa segunda opção, o protocolo prevê que o item volte para a pré-testagem."
"A reciclagem não é a melhor solução, mas era a possível diante dessa situação. É melhor do que reutilizar itens", diz.
Em edições anteriores do Enem, algumas questões já haviam sido utilizadas sem passar por pré-teste. Quando isso ocorre, o peso de cada uma delas na composição da nota final é calibrado de acordo com o desempenho dos estudantes na prova.
"Não é o ideal, já que o correto seria que todos tivessem passado por pré-teste. Mas reformular um item que apresentou problema na pré-testagem é uma solução. Os elaboradores identificam a falha e reconstroem o item", diz Tufi Machado, especialista em avaliação e professor da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Segundo os especialistas, a reciclagem dos itens também é uma forma de evitar desperdício de recursos públicos. Estima-se que cada item do Enem custe de R$ 2.000 a R$ 3.000 para ser elaborado, já que eles são feitos por uma banca de especialistas de cada área, passam por até quatro revisores e depois seguem para o pré-teste.
Desde 2009, quando o Enem ganhou o formato atual e virou vestibular, há dificuldade de produzir itens adequados em número suficiente para a compor a prova. O problema foi agravado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), já que nos três primeiros anos de gestão não foram produzidas novas questões para compor o BNI.
O último pré-teste de questões aconteceu em 2019, no primeiro ano do governo de Bolsonaro.
O Enem é elaborado com base em um modelo matemático, a TRI (Teoria de Resposta ao Item), que exige questões calibradas com relação a parâmetros como o de dificuldade. Antes de serem utilizadas nas provas, elas devem ser respondidas por um grupo similar àquele que normalmente faz o exame (nos chamados pré-testes) para essa calibragem.
Os itens "também passam por uma análise de adequabilidade por parte das equipes pedagógicas e pela equipe psicométrica". Segundo o documento interno de março deste ano, a carência de itens considerados adequados atingia as quatro áreas da prova, mas era mais grave em linguagens.
Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, foi a escassez de questões disponíveis para compor a prova que evitou a intenção da equipe do ex-ministro Milton Ribeiro de interferir nos conteúdos do Enem 2021.
No ano passado, às vésperas do exame, o governo passou por uma crise que envolveu denúncias de interferência em conteúdo e assédio moral de servidores. A Folha de S.Paulo ainda revelou que Bolsonaro chegou a pedir para Ribeiro questões que tratassem o golpe de 1964 por revolução, em consonância com o revisionismo histórico que ele e seus apoiadores defendem.
ISABELA PALHARES / FOLHA de S.PAULO
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