BRUXELAS - Os governos da zona do euro não podem proteger totalmente suas economias do aumento dos preços da energia e se concentrarão em proteger os mais vulneráveis por meio de medidas de renda excepcionais, direcionadas e temporárias, de acordo com o esboço de comunicado dos ministros das Finanças da zona do euro.
O esboço, preparado para discussões dos ministros dos 19 países que compartilham o euro em Luxemburgo nesta segunda-feira, disse que medidas nacionais serão coordenadas para proteger a concorrência na União Europeia.
"É nossa responsabilidade mitigar o impacto adverso desse choque externo em nossas economias", disse o esboço do comunicado, visto pela Reuters.
"No entanto, tais medidas pesarão cada vez mais em nossos orçamentos nacionais e podem, em alguns casos, retardar o ajuste necessário da demanda de energia", afirmou.
Jan Strupczewski / REUTERS
FRANKFURT - O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a aumentar as taxas de juros de forma decisiva, pois é alto o risco de a inflação ficar estagnada em níveis acima de sua meta de 2%, disse o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, nesta segunda-feira.
A inflação da zona do euro, já acima de 9%, deve se aproximar do território de dois dígitos no fim deste ano e permanecerá acima de 2% até 2024, período excepcionalmente longo que aumenta o risco de um rápido aumento dos preços se consolidar.
"O risco de que as expectativas de longo prazo sejam desancoradas permanece alto", disse Nagel em discurso. "Mais ações decisivas são necessárias para reduzir a taxa de inflação para 2% no médio prazo."
Quando as expectativas ficam desancoradas, os negócios e as empresas perdem a confiança na disposição do banco central de controlar a inflação e ajustam com um maior crescimento salarial, perpetuando assim o rápido aumento dos preços.
O BCE já elevou sua taxa básica em 125 pontos-base, para 0,75%, ritmo mais acelerado de sua história. Investidores agora esperam que sua taxa de depósito ultrapasse 3% no próximo ano, nível mais alto desde 2008, antes do auge da crise financeira global.
Por Balazs Koranyi / REUTERS
ALEMANHA - A agência de classificação de risco Fitch Ratings, uma das três maiores do mundo, cortou drasticamente as previsões para o desempenho da economia mundial neste e no próximo ano. A reavaliação ocorre em meio ao agravamento da crise energética na Europa, à escalada da inflação e ao movimento global de aperto de juros.
Em relatório divulgado ontem, a agência revela ter reduzido a estimativa para alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022, de 2,9% para 2,4%, e em 2023, de 2,7% para 1,7%. A piora nos números se deve, em parte, às expectativas de que a Zona do Euro e o Reino Unido entrem em recessão no fim deste ano e os Estados Unidos, no ano que vem.
A instituição revisou para baixo a projeção de avanço da atividade econômica nos EUA em 2022 (de 2,9% para 1,7%) e em 2023 (de 1,5% para 0,5%). Para a Zona do Euro, o cálculo é de uma queda de 0,1% no próximo ano, 2,2 pontos porcentuais a menos do que o previsto anteriormente.
A Fitch também diminuiu a estimativa para expansão do PIB chinês em 2022, de 3,7% para 2,8%, e em 2023, de 5,3% para 4,5%. “Tivemos uma tempestade perfeita para a economia global nos últimos meses, com a crise do gás na Europa, uma forte aceleração nos aumentos das taxas de juros e uma queda cada vez maior no mercado imobiliário na China”, disse Brian Coulton, economista-chefe.
Projeções para o Brasil
A Fitch também revisou as projeções de crescimento do PIB do Brasil tanto para este ano quanto para o próximo. De acordo com as estimativas da agência, em 2022, a atividade econômica brasileira deve ter expansão de 2,5%, ante 1,4% estimado anteriormente. Para 2023, contudo, segundo projeta a Fitch, deve haver uma desaceleração forte, baixando a estimativa para 0,8%. Antes, a taxa esperada era de 1,0%.
Segundo a agência de risco, a revisão de 2022 se deu por causa de dados mais fortes do que o esperado no segundo trimestre. “A recuperação foi apoiada por um maior fortalecimento do mercado de trabalho, pela reabertura do setor de serviços, pela recuperação da produção hidrelétrica após a seca do ano passado, por algumas medidas políticas e pelos altos preços das commodities”, disse.
Para 2023, a desaceleração é esperada por causa dos seguintes fatores: o efeito defasado do aperto da política monetária doméstica (o salto na taxa básica da economia, a Selic), o crescimento global também mais lento, as condições de financiamento externo mais apertadas e as incertezas relacionadas ao ciclo eleitoral do próximo mês.
Entre as incertezas no caminho do crescimento do PIB no ano que vem, a agência de risco coloca a política fiscal, tema de preocupação do mercado já no atual governo, com medidas que tiraram o poder do teto de gastos (regra fiscal que limita o avanço das despesas do governo à inflação do ano anterior). “As perspectivas de crescimento também dependerão dos planos e sinais econômicos do próximo governo, principalmente no que diz respeito à política fiscal e ao envolvimento do Estado na economia”, informou a Fitch.
André Marinho e Mateus Fagundes / ESTADÃO
ALEMANHA - Os painéis solares fotovoltaicos geraram, durante o verão no hemisfério norte, 12% da energia elétrica da União Europeia (UE), um nível recorde, segundo um relatório do 'think-tank' Ember, que será publicado nesta quinta-feira.
Esta produção permitiu ao bloco evitar a importação de 20 bilhões de metros cúbicos de gás, a um preço potencial de 29 bilhões de euros, acrescenta o informe.
Entre maio e agosto, a produção solar da UE alcançou 99,4 terawatts-hora (TWh), 25% a mais do que em 2021.
No mesmo período do ano passado, a cota de energia solar na produção de eletricidade da UE foi de 9% (77,7 TWh), segundo o organismo, especializado em questões energéticas.
Segundo este relatório, 18 dos 27 países da UE registraram neste verão recordes de produção solar, especialmente em Holanda (23% do fornecimento elétrico), Alemanha (19%) e Espanha (17%).
A Polônia teve o maior aumento da energia solar desde 2018, pois a produção fotovoltaica se multiplicou por 26, seguida de Finlândia e Hungria (cinco vezes mais de energia solar), segundo o Ember.
Apesar deste avanço da energia solar, sua produção ainda é claramente insuficiente.
Segundo projeções do Ember, a UE gerará nos próximos anos menos da metade do que seria necessário para cumprir os objetivos energéticos e climáticos da UE em 2030.
ALEMANHA - As importações de carvão da Rússia pelos países-membros da União Europeia (UE) estão proibidas a partir de quarta-feira (10/08). A medida integra o quinto pacote de sanções imposto pelo bloco devido à invasão russa da Ucrânia, anunciado ainda em abril.
A proibição faz parte de uma série de ações da UE que visam enfraquecer o setor energético da Rússia. Em abril, a Comissão Europeia disse que o embargo ao carvão poderia custar a Moscou cerca de 8 bilhões de euros por ano.
À época do anúncio, ficou estipulado que as nações do bloco teriam 120 dias para buscar carvão em outros países ou encontrar alternativas para a geração de energia.
A União Europeia depende fortemente de carvão mineral para a geração de energia: por ano, o bloco importava em torno de 20% do total do carvão produzido na Rússia – o que representa, por outro lado, cerca de metade de todo o carvão importado pela UE, que agora precisará ser substituído.
Os maiores compradores dentro do bloco são usinas e indústrias da Alemanha, Polônia, Itália, Holanda, Espanha e França.
Brian Ricketts, secretário-geral da Associação Europeia de Carvão e Lignito (Eurocoal), acredita que a UE passará a importar ainda mais carvão do que antes para substituir as centrais a gás.
"Acreditamos que isso [o aumento da importação de carvão a partir de outros mercados] vai acontecer porque até 120 terawatts-hora de produção de eletricidade a partir do gás devem ser substituídos por carvão e lignito. Isso economizaria cerca de 22 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, muito mais do que qualquer outra medida", afirmou Ricketts.
Importação de outros países
A UE já tem intensificado o abastecimento de carvão a partir de outros países, como Colômbia, Austrália e Estados Unidos, segundo dados da Braemar, empresa especializada em transporte marítimo e gerenciamento de risco.
Em junho, países europeus adquiriram 7,9 milhões de toneladas de carvão mineral, mais do que o dobro do mesmo período do ano passado.
Ricketts também aponta que países como "Polônia, Austrália, Indonésia, EUA, Colômbia e África do Sul aumentaram a produção de lignito" em pelo menos nove Estados-membros da UE.
As importações a partir da Colômbia chegaram a 1,2 milhão de toneladas em junho, contra apenas 287 mil toneladas no mesmo período no ano passado.
Também em junho, a UE importou cerca de 1,1 milhão de toneladas da Austrália, a taxa mais alta já registrada.
Já as importações de carvão proveniente dos Estados Unidos aumentaram quase 28% em junho deste ano em relação ao mesmo mês de 2021.
Outros embargos a caminho
Além do carvão, a UE também já estipulou datas para o início de embargos a outros produtos, incluindo um embargo parcial ao petróleo russo, que será proibido de ser adquirido por via marítima a partir de 5 de dezembro deste ano.
A sanção parcial ocorre porque as importações de petróleo através de oleodutos ainda serão permitidas, principalmente a países muito dependentes do produto, como Hungria e Eslováquia.
Já o embargo a produtos derivados do petróleo passará a valer a partir de 5 de fevereiro de 2023.
Se o embargo ao carvão russo será de fato respeitado, Ricketts presume que isso só será possível afirmar quando os portos e alfândegas apresentarem estatísticas sobre o tema: "A alfândega está muito atrasada com seus números", disse o secretário da Eurocoal.
Além disso, há a responsabilidade direta dos Estados-membros da UE em cumprir o que foi acordado. "É claro que se espera que os países implementem o que eles próprios decidiram. Acompanharemos a situação, mas não temos dúvidas de que o embargo será implementado", opinou Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia, na sexta-feira passada.
Nesta semana, também entrou em vigor o plano de contingência em relação ao fornecimento de gás para o inverno. Por isso, apesar do crescimento nas importações de carvão, a Agência Internacional de Energia pede que a Europa aumente a eficiência na geração de energia por meio de outras fontes, inclusive a nuclear, para arcar com uma possível crise energética.
ALEMANHA - A taxa de desemprego na zona do euro permaneceu em 6,6% da população ativa em junho, mesmo resultado de maio, quando registrou seu menor nível histórico, anunciou nesta segunda-feira o instituto Eurostat.
O índice permanece em seu menor nível desde a agência europeia de estatísticas começou a registrar a série em abril de 1998.
Em junho, em ritmo anual, a taxa de desemprego registrou queda de 1,3 ponto na Eurozona e de 1,2 na União Europeia (UE).
Entre os jovens (pessoas com menos de 25 anos), no entanto, a taxa aumentou 0,4 ponto na comparação com maio na zona do euro e 0,3 na UE, atingindo o índice de 13,6% no bloco e nos países que compartilham a moeda.
Um total de 12,93 milhões de pessoas permanecem desempregadas nos 27 países da UE, incluindo 10,92 milhões que moram nos 19 países com a moeda única.
Na UE, as taxas de desemprego mais elevadas em junho foram registradas na Espanha (12,6%), Grécia (12,3%), Itália (8,1%) e Suécia (7,6%).
República Tcheca (2,4%), Polônia (2,7%) e Alemanha (2,8%) registraram os menores índices.
GEÓRGIA - Dezenas de milhares de pessoas voltaram a se manifestar no domingo,03, em Tbilisi, capital da Geórgia, para pedir a renúncia do governo, que acusam de não ter conseguido obter o status de candidato à União Europeia (UE).
Mais de 35.000 manifestantes se concentraram em frente ao Parlamento da Geórgia, bloqueando o tráfego na principal via da capital. "Nossas manifestações não irão parar até que tenhamos um novo governo, capaz de implementar as reformas necessárias para nos tornar um membro da UE", afirmou a estudante Marina Sanodze, 19.
Protestos em massa abalam a pequena ex-república soviética desde que os líderes da UE descartaram, em 21 de junho, admitir o país como candidato, à espera de reformas políticas profundas, entre elas o fim da paralisia política no país, avanços na liberdade de imprensa e mudanças nos sistemas jurídico e eleitoral.
A Geórgia aspira há anos a se somar à UE e à Otan.
UCRÂNIA - A Ucrânia sofre "uma brutalidade nunca vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", declarou nesta terça-feira (28) o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, no primeiro dia da cúpula do bloco em Madri, com a presença de chefes de Estado e de Governo.
Por isso, "é muito importante que continuemos dispostos a fornecer ajuda", disse Stoltenberg, assegurando que a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte chegará a um acordo sobre "um novo pacote completo de assistência" à Ucrânia.
Stoltenberg fez essas declarações no dia seguinte ao bombardeio de um shopping center em Kremenchuk, no centro do país, que deixou pelo menos 18 mortos, segundo a Ucrânia.
Outro capítulo importante do encontro de Madri é a entrada na Aliança de dois vizinhos da Rússia, Suécia e Finlândia, solicitada após a invasão da Ucrânia e que enfrenta oposição da Turquia - que considera os dois países amigos dos separatistas curdos.
"Esperamos avançar na adesão da Finlândia e da Suécia", disse Stoltenberg, que tentará desbloquear a situação no encontro que realizará hoje com os três países mencionados.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, que acompanha Stoltenberg, afirmou que pretende transmitir uma mensagem sobre a guerra na Ucrânia.
O objetivo da cúpula é transmitir "uma mensagem de unidade entre as democracias, que se reúnem para defender a democracia, para defender os valores que nos unem, que são os valores da liberdade, pluralidade política, respeito aos direitos humanos e também da defesa de uma ordem internacional baseada em regras", afirmou o presidente anfitrião.
por AFP
DINAMARCA - Relatório divulgado nesta 3ª feira (28) pela AEE (Agência Europeia para o Meio Ambiente) mostra que 10% dos casos de câncer identificados na Europa estão relacionados à contaminação de diversas formas. Entre elas, poluição do ar, fumo passivo, raios ultravioleta e exposição ao amianto e a produtos químicos.
Os riscos, segundo a agência, “podem ser reduzidos ao se diminuir a poluição e mudar comportamentos”.
De acordo com o órgão europeu, são 3 milhões de novos casos de câncer e 1,3 milhão de mortes devido à doença por ano na UE (União Europeia).
“O relatório da AEE destaca que muitos casos de câncer têm uma causa ambiental subjacente. A boa notícia é que podemos agir agora para reduzir a poluição e evitar mortes”, declarou Virginijus Sinkevičius, comissário da UE para o Meio Ambiente, Pescas e Oceanos.
Conforme o relatório, a poluição do ar –tanto interior como exterior– está associada a 1% dos casos de câncer na Europa e a 2% das mortes pela doença no continente. Ao se considerar apenas o câncer de pulmão, a percentagem de mortes é elevada para 9%.
“Estudos recentes detectaram associações entre a exposição de longo prazo ao material particulado, um importante poluente do ar, e leucemia em adultos e crianças”, declarou a agência.
A exposição interna ao radônio –gás radioativo natural que pode surgir em locais pouco arejados– está ligada a até 2% dos casos da doença e a 1 em cada 10 casos de câncer de pulmão na Europa. Já a radiação ultravioleta natural é responsável por até 4% dos casos de câncer. “Em particular, a incidência de melanoma, uma forma grave de câncer de pele que aumentou em toda a Europa nas últimas décadas”, disse a AEE.
Segundo a agência, a exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco de todos os cânceres em até 16% em pessoas que nunca foram fumantes. A AEE calcula que em torno de 31% dos europeus estejam expostos ao fumo passivo do tabaco.
“Certos produtos químicos usados nos locais de trabalho da Europa e liberados no meio ambiente são cancerígenos e contribuem para o aparecimento do câncer”, informou a agência. Entre eles, chumbo, arsênico, cromo, cádmio, acrilamida, pesticidas, bisfenol A e as chamadas PFAS (substâncias perfluoroalquiladas).
“O longo período de latência de diversos cânceres significa que muitos casos futuros serão devidos à poluição e à exposição ocupacional que ocorrem hoje”, declarou a AEE.
FRANÇA - A UE anunciou o lançamento de uma nova taxa, que será lançado em maio de 2023. Embora o ETIAS não seja o mesmo que um visto – é mais rápido, feito on-line e não requer informações biométricas – ainda há um procedimento e um custo para obtê-lo.
O ETIAS, que significa Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem, já havia sido planejado para ser lançado no final de 2022. Contudo, deve começar a valer para viagens a partir de maio de 2023.
Os viajantes da UE estão isentos e têm liberdade de movimento em todo o bloco, permitindo que passem o tempo que quiserem em muitos países. Os residentes da UE também estarão isentos.
Mas para todos que entrarem no bloco vindos de um país que não exigia visto anteriormente, o ETIAS será obrigatório. A medida afeta cerca de 60 países, incluindo o Brasil.
O processo de inscrição será por meio de um “sistema de TI amplamente automatizado”, com aprovação concedida “em minutos”, para cerca de 95% dos candidatos, de acordo com um novo memorando emitido pela UE. O tempo máximo necessário para aprovação pode ser de até um mês em “casos muito excepcionais”. Qualquer pessoa que não consiga a autorização terá o direito de recorrer.
Quais são as regras e o preço do ETIAS?
A autorização do ETIAS é válida para várias entradas na Europa ao longo de três anos. No entanto, os titulares devem respeitar as regras de imigração e overstay. Ou seja, atualmente, os brasileiros não podem permanecer mais de 90 dias em sua totalidade, para cada período de 180 dias.
O custo da taxa: € 7 (quase R$ 40) para aqueles com idade entre 18 e 70 anos. Ainda não está claro se outros terão uma tarifa reduzida ou poderão se inscrever gratuitamente.
Renata Jordão / DESEJO DE LUXO
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