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SINGAPURA - Pouco menos de dois segundos. Era o tempo que o Sesi Franca tinha no relógio para dar fim a uma espera de mais de 60 anos pelo primeiro título intercontinental da equipe mais tradicional do basquete brasileiro. Parecia pouco, mas foi suficiente. Com um arremesso no estouro do cronômetro, a equipe bateu o Telekom Baskets Bonn, da Alemanha, por 70 a 69 e conquistou a tão sonhada taça. Lucas Dias, autor da cesta decisiva, foi eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) da final, com 14 pontos e seis rebotes, enquanto o americano David Jackson foi coroado como o melhor jogador da competição, disputada em Singapura.

Depois de vencer Al-Ahly, do Egito, e o G-League Ignite, dos Estados Unidos, Franca teve pela frente o campeão da Champions League europeia de basquete e atual vice-campeão alemão (a Alemanha acabou de se sagrar campeã do mundo entre as seleções).

Durante três quartos, Franca e Bonn trocaram golpes e, com uma esticada no final do terceiro quarto, a equipe brasileira chegou com boa vantagem aos 10 minutos finais (58 a 50). No entanto, o time alemão se recompôs e apagou a liderança de Franca rapidamente, deixando o duelo extremamente nervoso em sua reta final. A liderança mudou de mãos algumas vezes. No último minuto, Márcio Santos - cestinha de Franca na partida com 15 pontos - fez uma jogada de três pontos (cesta mais a falta) para colocar Franca na liderança, por 68 a 67, mas logo na sequência Glynn Watson colocou a equipe alemã novamente na frente.

No fim, o time comandado por Helinho Garcia apostou na defesa e conseguiu forçar os adversários a uma violação dos 24 segundos de posse de bola. No entanto, restavam apenas 1.8 segundos para a buzina final do jogo. O técnico desenhou uma jogada na saída lateral. O ala-pivô Lucas Dias, capitão da equipe, recebeu a bola na cabeça do garrafão, girou, e com um belo arremesso fade-away (caindo para trás), fez a cesta histórica que deu a vitória e o título a Franca.

O título intercontinental, além de inédito, coroou uma temporada perfeita da equipe da cidade conhecida como a capital do basquete no Brasil. O torneio em Singapura foi o último episódio da temporada 2022-23, que teve Franca vencendo os títulos do Campeonato Paulista, da Copa Super 8, do NBB e da Champions League Américas. Este último, que credenciou o time à disputa da Copa Intercontinental da FIBA, foi conquistado de maneira invicta, com dez vitórias em dez jogos. Além disso, no decorrer da temporada, a equipe estabeleceu a maior sequência invicta da história do basquete brasileiro, ganhando 46 partidas consecutivas.

 

 

Por Igor Santos - Repórter da EBC

NÍGER - O golpe de Estado de 26 de julho no Níger - um dos oito ocorridos na África Ocidental e Central desde 2020 - chamou atenção de potências mundiais, também preocupadas com uma mudança para o regime militar em toda a região.

A França foi a mais afetada, pois, nos últimos anos, a sua influência sobre as suas antigas colónias diminuiu na África Ocidental, ao mesmo tempo que cresce a hostilidade popular.

As forças francesas foram expulsas dos países vizinhos Mali e Burkina Faso desde os golpes de Estado nesses países, o que reduziu o seu papel na luta regional contra as insurreições islâmicas.

 

Sentimento antifrancês

No Níger, o sentimento antifrancês aumentou desde o golpe de Estado, mas agravou-se ainda mais na semana passada, quando a França ignorou a ordem da junta para que o seu embaixador, Sylvain Itte, abandonasse o país africano. A polícia recebeu instruções para o expulsar, informou a junta.

Este sábado, em frente à base militar, manifestantes cortaram a garganta de uma cabra vestida com as cores francesas e transportaram caixões cobertos com bandeiras do país europeu, enquanto uma fila de soldados nigerianos os observava.

Outros carregavam cartazes apelando à saída da França.

 

Maior concentração desde golpe

Os repórteres da Reuters no local afirmaram que se tratou da maior concentração de pessoas desde o golpe de Estado, o que sugere que o apoio à junta - e uma certa rejeição à França - não está a diminuir.

"Estamos prontos a sacrificar-nos hoje, porque estamos orgulhosos", disse o manifestante Yacouba Issoufou.

"Eles saquearam os nossos recursos e nós tomámos consciência. Por isso, eles vão sair", disse.

Até ao início da noite, hora local, não se registaram surtos de violência.

A França mantinha relações cordiais com o Presidente deposto Mohamed Bazoum e tem cerca de 1.500 soldados estacionados no Níger.

Na sexta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que falava com Bazoum todos os dias e que "as decisões que tomaremos, sejam elas quais forem, serão tomadas em intercâmbio com o deposto".

 

Comentários

A junta militar do Níger denunciou os comentários como divisivos, e que serviam apenas para perpetuar a relação neocolonial.

Mas a França não é o único país preocupado.

O bloco regional da África Ocidental, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), impôs sanções ao Níger e ameaçou com uma ação militar como último recurso.

Os Estados Unidos e as potências europeias também têm tropas estacionadas no país.

O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que detém a presidência rotativa da CEDEAO, disse na semana passada que uma transição de nove meses para o regime civil poderia satisfazer as potências regionais.

A junta do Níger tinha proposto anteriormente um prazo de três anos.

 

 

por: Reuters

FRANÇA - Associações que lutam contra a pobreza na França alertam para o aumento acentuado dos pedidos de ajuda. A Restos du Coeur, uma das mais tradicionais instituições filantrópicas do país, com quase 40 anos de atuação, anunciou que já não têm capacidade para atender a demanda e decidiu reduzir o número de pessoas acolhidas.

Depois de verificar o cartão de registo de uma mulher acompanhada de seu bebê, Corine Lemeunier reúne uma lata de leite infantil, alguns potinhos de alimentos e um pacote de fraldas, que rapidamente coloca na bolsa da beneficiária. “É muito intenso, não podemos parar”, desabafa esta voluntária do Restos du Coeur (Restaurantes do Coração, tradução livre).

Este centro de distribuição do 11º distrito de Paris, projetado para receber 1,4 mil pessoas por semana, acomoda hoje 3,5 mil. “Houve uma alta de pedidos de ajuda durante a pandemia e que depois não diminuiu, pelo contrário, continua a aumentar”, relata Philippe Blanc, vice-gerente da instituição. O centro recebeu 37% mais pessoas este ano em relação a 2022.

Os beneficiários, a maioria mulheres com filhos pequenos, se aglomeram ao longo de um pequeno acesso central. Voluntários, instalados junto às pilhas de caixotes de batatas, tomates e melancias, fornecem a cada pessoa a devida quantidade, de acordo com a composição da família.

Noëlle, de 32 anos, sai com embalagens de conservas, iogurtes e produtos para bebê. “Com custos elevados, os produtos de uso diário já não estão mais ao nosso alcance”, admite esta mãe. “A inflação vira tudo de cabeça para baixo, não conseguimos mais comer normalmente”, ela lamenta.

 

Inflação

A inflação anual na França apresentou uma alta de 4,8% em agosto, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee, na sigla em francês). Um dos seus principais impulsionadores continua a ser o preço dos produtos alimentares, que apresentou alta de 11,1% no intervalo, um aumento mais lento do que em julho (12,7%), mas ainda significativo.

Neste contexto, os Restos du Coeur também registam um aumento significativo no número de pedidos de ajuda em todo o país: a associação já acolheu 1,3 milhão de pessoas em 2023, contra 1,1 milhão em todo o ano passado. Ao mesmo tempo, seus custos operacionais apresentam aumento, especialmente os das compras de produtos alimentares, que são redistribuídos gratuitamente aos beneficiários.

“É uma situação extremamente complexa, que nunca vivemos nos Restos”, desde sua criação, em 1985, pelo comediante e ator Coluche, e que mergulhou as contas no vermelho, revela seu presidente, Patrice Douret.

A associação, que fornece 35% da ajuda alimentar na França, se vê obrigada a reduzir o número de beneficiários. Para isso, a instituição irá diminuir a média de despesas de subsistência (montante do rendimento após dedução de encargos fixos, como aluguel, eletricidade) para permitir o registo.

“É uma imensa tristeza, vamos ter de dizer não massivamente às pessoas que poderíamos acolher antes da inflação”, mas “não temos escolha”, insiste Douret, que apela a “uma grande mobilização” dos poderes políticos e econômicos para ajudar a associação “ultrapassar este momento difícil”.

 

Uma situação “muito preocupante”

Outras grandes associações que lutam contra a pobreza também observam este aumento de pedidos de ajuda, mas não consideram por enquanto restringir suas ações. A demanda no Secours Populaire vem aumentando “de 20% a 40%, dependendo da região do país”, uma situação “muito preocupante”, afirma Houria Tareb, secretária nacional da entidade. “Nos faltam recursos humanos e financeiros.”

Na Cruz Vermelha, os pedidos de ajuda alimentar aumentaram 7% no primeiro semestre do ano, face ao mesmo período de 2022, também marcado por um salto nas demandas. “A tendência continua, ainda somos capazes de responder graças aos nossos doadores, mas isto não pode continuar assim”, alerta Audrey Boursicot, chefe do programa de combate à insegurança alimentar.

Diversas associações buscam soluções para continuarem a atuar dentro de suas limitações financeiras. O Exército da Salvação, que “praticamente duplicou” a ajuda alimentar que fornece em comparação com o período anterior à crise sanitária, tenta, por exemplo, chegar a acordos com agricultores.

 

 

 

(Com informações da AFP)

por RFI

PARIS - O setor manufatureiro da França contraiu pelo sétimo mês consecutivo e em um ritmo ligeiramente mais acentuado do que o inicialmente previsto em agosto, mostrou uma pesquisa empresarial nesta sexta-feira.

O Índice de Gestores de Compras (PMI) final do HCOB para o sector industrial francês em Agosto – compilado pela S&P Global – atingiu 46,0 pontos, ligeiramente abaixo dos 46,4 pontos observados numa estimativa preliminar inicial.

“O setor de bens intermediários é o principal obstáculo à indústria, compensando confortavelmente o crescimento marginal observado no segmento de bens de consumo”, disse o economista do HCOB, Norman Liebke, num comunicado de imprensa.

Qualquer valor abaixo de 50 pontos marca uma contração da atividade, enquanto um valor acima de 50 mostra uma expansão.

Num sinal de que a indústria francesa pode estar a caminhar para uma recessão total, um subíndice para novas encomendas caiu a um ritmo acelerado em Agosto, para 42,5, de 42,9 pontos em Julho.

A perspectiva pessimista também está a afectar cada vez mais o humor no mercado de trabalho, mostrou o inquérito, uma vez que um subíndice que mede o sentimento de recrutamento atingiu o seu valor mais baixo desde Agosto de 2020, no meio da pandemia de COVID-19.

“Não há muitos sinais que sugiram que haja uma melhoria na produção nos próximos meses”, disse Liebke.

 

 

Repórter ADVFN

FRANÇA - O governo da França irá proibir que as alunas de escolas do país usem a abaya, túnica comum em países do Norte da África e árabes, anunciou neste domingo o ministro da Educação francês, Gabriel Attal.

“Não será mais possível usar abaya na escola”, declarou Attal em entrevista ao canal de TV TF1, na qual considerou que a vestimenta vai de encontro às normas estritas de laicidade no ensino francês.

A abaya cobre o corpo e deixa de fora rosto, mãos e pés. Seu uso por adolescentes gerou polêmica na França, sobretudo devido a críticas da direita.

“Quando o aluno entra em uma sala de aula, não se deve poder identificar a sua religião ao olhar para ele", disse o ministro.

O deputado Éric Ciotti, presidente do partido de oposição Republicanos (direita), saudou a decisão, enquanto a deputada de esquerda Clémentine Autain a considerou inconstitucional e criticou "a política da vestimenta".

Embora o Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) considere que a peça não representa um símbolo islâmico, o Ministério da Educação francês divulgou, no ano passado, uma circular autorizando as escolas a proibir a abaya, bem como bandanas e saias muito longas.

“As instruções não estavam claras, agora estão, e nós as saudamos”, disse à AFP Bruno Bobkiewicz, secretário-geral do sindicato que representa os diretores de instituições de ensino.

Em 2004, a França proibiu em escolas e institutos qualquer símbolo religioso ostensivo, como o véu islâmico e quipá.

 

 

Redação Itatiaia

PARIS - O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou contra um "novo imperialismo" no Pacífico durante uma visita histórica à região, denunciando o comportamento predatório das grandes potências em uma região onde a China está ampliando os laços comerciais e de segurança.

A França, que tem territórios insulares no Indo-Pacífico, incluindo a Polinésia Francesa, tem reforçado os laços de defesa com a Índia e outros países da região como parte de um movimento para combater a influência chinesa.

Em um discurso em Vanuatu, Macron, o primeiro presidente francês a pisar no país insular do Pacífico desde Charles de Gaulle, disse que a França trabalhará "ombro a ombro" com os Estados da região para preservar sua independência.

"Há no Indo-Pacífico, especialmente na Oceania, um novo imperialismo aparecendo e uma lógica de poder que ameaça a soberania de muitos Estados, os menores e muitas vezes os mais frágeis", disse Macron, sem citar nenhum país.

"O mundo moderno está abalando a soberania e a independência do Indo-Pacífico. Primeiro, pela predação das grandes potências. Navios estrangeiros pescam ilegalmente aqui. Na região, muitos empréstimos com condições leoninas estrangulam o desenvolvimento."

Os países das Ilhas do Pacífico estão sendo cortejados pela China, um grande credor de infraestrutura que firmou um pacto de segurança com as Ilhas Salomão no ano passado, e pelos Estados Unidos, que está reabrindo embaixadas fechadas desde a Guerra Fria.

A China tem sido um importante credor de infraestrutura para os países das Ilhas do Pacífico, incluindo Vanuatu, na última década. O maior credor de Vanuatu é o banco Exim da China, responsável por um terço da dívida, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Washington tem intensificado as patrulhas da Guarda Costeira dos EUA e a vigilância da pesca ilegal nas ilhas do Pacífico, após preocupação com as ambições navais da China.

Depois de Vanuatu, Macron deve chegar a Papua Nova Guiné nesta quinta-feira, logo após o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que esteve no país na quinta-feira.

Os Estados Unidos e seus aliados estão tentando impedir que os países das Ilhas do Pacífico estabeleçam laços de segurança com a China, uma preocupação crescente em meio à tensão sobre Taiwan.

 

 

por Por Michel Rose / REUTERS

PARIS - A França comemorou seu feriado nacional na sexta-feira (14) com um grande destacamento policial, semanas depois que a morte de um jovem baleado pela polícia provocou várias noites de tumultos.

Caças sobrevoaram o céu de Paris pela manhã durante o tradicional desfile militar na Champs Elysées, com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi como convidado de honra do presidente Emmanuel Macron.

Antes do desfile, o chefe de Estado francês percorreu a avenida rumo ao Arco do Triunfo a bordo de uma viatura militar, sob aplausos e algumas vaias do público.

Macron viveu um início de 2023 tenso, com vários meses de protestos contra a reforma da Previdência e, em junho, pela morte de Nahel, um menino de 17 anos, morto a tiros por um policial, que desencadeou nove noites de violência urbana.

Diante do risco de incidentes, a França organizou um dispositivo de 45.000 policiais e gendarmes desde a noite de quinta-feira até o início da manhã de sábado.

As festividades na noite de 13 de julho foram "relativamente tranquilas", disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, nesta sexta-feira.

“As festas populares transcorreram dentro da normalidade na França e constatamos menos danos em relação a 2022”, tuitou.

Um primeiro balanço oficial informou 218 carros incendiados, contra 326 na mesma noite do ano passado. Quase 100 pessoas foram detidas e três policiais ficaram feridos (34 em 2022).

Também nesta sexta-feira, o presidente Macron condecorou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com a Grã-Cruz da Legião de Honra durante sua visita à França como convidado de honra do feriado nacional, informou a presidência nesta sexta-feira. Trata-se da mais alta distinção que um presidente francês pode conceder.

“Esta condecoração presta uma homenagem ao papel do primeiro-ministro na excelente relação de amizade e confiança que une entre França e Índia”, acrescentou a mesma fonte.

"Aceito, com muita humildade, a Grã-Cruz da Legião de Honra", tuitou o primeiro-ministro indiano, que iniciou ontem uma viagem oficial à França.

A entrega oficial ocorreu na noite desta quinta-feira, durante uma recepção no Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.

França e Índia comemoram este ano o 25º aniversário de sua parceria estratégica, que Paris quer reforçar para influenciar a região da Ásia-Pacífico.

"A Índia terá um papel decisivo para o nosso futuro. É um parceiro estratégico e um país amigo", declarou Macron, ontem, durante um discurso às Forças Armadas.

Nesse mesmo dia, a Índia deu seu acordo de princípio para a compra de 26 caças Rafale e três submarinos Scorpène.

 

 

AFP

FRANÇA - O Senado francês acaba de publicar um relatório elaborado por cinco representantes da Comissão de Relações Exteriores. Os autores do documento incitam a França a reconstruir e fortalecer rapidamente os laços com seus vizinhos sul-americanos, especialmente o Brasil.

"A França é uma nação global. Por meio da Guiana Francesa, o país também é uma nação sul-americana e amazônica", aponta o senador centrista Philippe Folliot. Ele assina o relatório ao lado dos colegas Joëlle Garriaud-Maylam e Catherine Dumas, do partido de direita Os Republicanos, do socialista André Vallini e da senadora governista Nicole Duranton. Os cinco representantes eleitos da Comissão de Relações Exteriores elaboraram 20 propostas de políticas para estreitar as relações com a América Latina; em que 13 se referem às relações entre a França e o Brasil.

Com o retorno do presidente Lula à presidência, o Brasil espera voltar a seu apogeu, revela o documento, que teve a consultoria do geógrafo François-Michel Le Tourneau, diretor de pesquisas no CNRS. Na avaliação deste brasilianista, se o país retomar o caminho do crescimento, irá recuperar parte de sua influência global.

O documento assinala pontos de divergência, como o posicionamento do governo brasileiro ante a invasão russa na Ucrânia e a demora na implementação do acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia, mas incentiva a França a avançar em áreas de potencial estratégico. Assim que tomou posse, o presidente Lula anunciou sua intenção de lutar contra o desmatamento e a mineração ilegal de ouro.

 

Proteção e cooperação

Nesse contexto, os senadores franceses propõem, por exemplo, patrulhas conjuntas para proteger os 730 km de fronteira com a Guiana Francesa, a intensificação da cooperação judicial para "prender os autores de atos ilícitos" e consolidar acordos para combater o desmatamento na Amazônia.

Essa política de aproximação também possibilitaria a conclusão de novas parcerias estratégicas e militares. O documento lembra que o Brasil é um cliente importante para o setor de defesa da França. Além dos contratos já concluídos de construção de cinco submarinos e de uma base naval em Itaguaí, no Rio de Janeiro, o Senado francês pede ao governo que renove as parcerias nos setores terrestre, cibernético e espacial, e que continue seus esforços no setor naval.

No entanto, de acordo com o senador Philippe Folliot, nada disso será possível até que o presidente Emmanuel Macron faça uma visita simbólica ao Brasil.

 

 

por Adriana Moysés / RFI

PARIS - Manifestantes dispararam fogos de artifício contra a polícia e incendiaram carros no subúrbio parisiense de Nanterre, horas depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou na quarta-feira a morte "indesculpável" de um adolescente de 17 anos a tiros durante uma abordagem policial no trânsito.

O uso da força letal pelos policiais contra o adolescente, que era de origem norte-africana, alimentou uma percepção profundamente enraizada da brutalidade policial nos subúrbios etnicamente diversos das maiores cidades da França.

Na Avenida Pablo Picasso, em Nanterre, uma trilha de veículos capotados queimava enquanto fogos de artifício explodiam nas fileiras da polícia.

A polícia entrou em confronto com manifestantes na cidade de Lille, no norte, e em Toulouse, no sudoeste. Também houve agitação em Amiens, Dijon, e no departamento administrativo de Essone, ao sul da capital francesa, disse um porta-voz da polícia.

Mais cedo, o presidente Emmanuel Macron classificou o incidente como "inexplicável e indesculpável".

Um policial está sendo investigado por homicídio voluntário por atirar contra o jovem. Os promotores dizem que o jovem não cumpriu uma ordem para que parasse seu carro.

O Ministério do Interior pediu calma e disse que 2 mil policiais foram mobilizados na região de Paris.

Grupos de direitos humanos alegam racismo sistêmico dentro das forças policiais na França, uma acusação que Macron já negou anteriormente.

 

 

Reportagem de Antony Paone, Stephanie Lecoq / REUTERS

PARIS - A visita do príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, a Paris, é analisada pela imprensa francesa na sexta-feira (16). "MBS", como é chamado na França, tem um almoço de trabalho com o presidente Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.

Apesar das controvérsias na área de direitos humanos, que geram protestos de ONGs e personalidades francesas, a atual visita de Bin Salman demonstra que o bárbaro assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, na Turquia, em 2018, é coisa do passado. Riad exerce hoje um papel relevante nas relações internacionais, depois de se aproximar da China e restabelecer laços com antigos rivais regionais, como Irã e Israel.

A crise libanesa e as relações com a Síria estarão no cardápio do almoço. Mas o principal ponto da agenda, para o presidente francês, é convencer os países não alinhados a pressionar Moscou a acabar com a guerra na Ucrânia. Segundo o jornal Le Figaro, Macron irá enfatizar "a importância da questão da Ucrânia" e como ela tem implicações em todo o mundo. O líder francês pedirá ao saudita para exercer sua influência sobre a Rússia.

Há algum tempo, a França vem tentando ampliar seu protagonismo no Oriente Médio, explica Le Figaro. Nesse contexto, Riad é um ator de primeiro plano por manter grande influência no Líbano, assim como o Irã. O príncipe saudita se posicionou a favor da estabilidade regional e Macron pedirá a ele que entre em negociações com os iranianos e outros países da região para criar condições favoráveis à eleição de um presidente no Líbano, destaca o diário. Paris também quer ter uma avaliação de Mohamed bin Salman sobre a intensidade da ameaça iraniana.

O jornal Libération chama a atenção para o "hiperativismo diplomático" e a "bulimia de investimentos" do príncipe saudita, que deseja "transformar seu reino arcaico em um país futurista".

 

Diversificação econômica

Domingo passado, a Arábia Saudita anunciou acordos de investimentos entre a China e o mundo árabe no valor de US$ 10 bilhões. No projeto estratégico Visão 2030, o país do Golfo estabeleceu metas para diversificar sua economia baseada na exploração de petróleo, buscando investimentos em outros setores, descreve o Libération. "No turismo, por exemplo, a ambição declarada é atrair 100 milhões de visitantes para o reino e gerar 10% de seu PIB, em comparação com menos de 4% atualmente, principalmente graças às peregrinações a Meca."

O príncipe saudita faz uma longa estadia na França. Ele tem várias residências no país, incluindo um suntuoso castelo em Louveciennes, perto de Paris. Entre outros compromissos, nos próximos dias, ele participará, na segunda-feira (19), da recepção oficial para apresentar a proposta de candidatura da Arábia Saudita para sediar a Exposição Mundial de 2030, que tem o apoio de Paris. Nos dias 22 e 23, ele participa da Cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global, que também contará com a presença do presidente Lula.

 

 

por RFI

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