UCRÂNIA - Equipes de resgate estavam ativas na manhã desta quinta-feira (2) para tentar encontrar sobreviventes nos escombros de um prédio de apartamentos em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, destruído por um ataque russo que deixou pelo menos dois mortos. Kiev diz esperar uma grande ofensiva de Moscou para o primeiro aniversário da invasão do país, em 24 de fevereiro.
O ataque contra oito prédios no centro de Kramatorsk ocorreu por volta das 21h45 (pelo horário local, 16h45 em Brasília), na quarta-feira (1°). Um dos edifícios desabou completamente, disse a polícia de Donetsk em sua conta no Facebook. Cerca de 100 policiais foram mobilizados nas buscas por sobreviventes.
O governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse que o ataque deixou duas pessoas mortas e 21 feridas, oito das quais foram hospitalizadas e duas estão em estado crítico. Kyrylenko revisou para baixo um número inicial de vítimas, que registrava três mortes. Duas pessoas ainda estavam presas na madrugada de quinta-feira nos escombros do prédio, disse ele.
Batalha de Stalingrado
A Rússia comemora nesta quinta-feira o 80º aniversário da vitória soviética na Batalha de Stalingrado, um ponto de virada na Segunda Guerra Mundial e um símbolo de patriotismo. Esta celebração assume uma importância simbólica crescente à medida que se aproxima o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
As comemorações acontecem em meio a combates intensos entre forças russas e soldados ucranianos na ex-república soviética, cenário há quase um ano de uma guerra lançada, segundo o Kremlin, para "desmilitarizar" e "desnazificar" este país vizinho.
O presidente russo Vladimir Putin viajará a Volgogrado, ex-Satlingrado, para participar das comemorações, informou o Kremlin.
Considerada uma das mais sangrentas da história, com cerca de 2 milhões de mortos, somando as vítimas de ambos os lados, a Batalha de Stalingrado (1942-1943) mudou o rumo do conflito na União Soviética, desmoralizada até então por diversas derrotas avassaladoras.
A batalha ainda é glorificada pela Rússia, que reivindica o legado da União Soviética, como o evento que salvou a Europa do nazismo.
Em Volgogrado, cidade de 1 milhão de habitantes às margens do Volga, o governo decretou feriado nesta quarta e quinta-feira.
Na quarta-feira, véspera do 80º aniversário da vitória em Stalingrado, um busto de Stalin foi inaugurado na cidade, ao lado de dois líderes militares famosos por seu papel na batalha, Georgy Zhukov e Alexander Vasilyevsky.
As autoridades russas têm uma posição ambivalente em relação a Stalin desde a queda da URSS: denunciado oficialmente pelo Terror de Estado que orquestrou na década de 1930 e até sua morte em 1953, o ex-ditador e revolucionário comunista foi enterrado em frente ao Kremlin, na Praça Vermelha.
Apesar de controverso, seu nome ainda é reverenciado por muitos russos que destacam seu papel na derrota da Alemanha nazista contra a URSS. Com a homenagem, Putin continua usando o legado de Stalin como propaganda política para fortalecer seu governo e sustentar a narrativa de invasão da Ucrânia.
Nova ofensiva
As forças russas obtiveram recentemente seu primeiro sucesso em meses ao tomar Soledar, uma cidade no leste da Ucrânia. Muitos observadores acreditam que Moscou está preparando uma nova grande ofensiva por volta de 24 de fevereiro.
"Nós também precisamos estar prontos o mais rápido possível, e é por isso que precisamos de armas, para conter o inimigo", insistiu o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiï Reznikov, em entrevista na noite de quarta-feira no canal francês BFMTV.
Data simbólica
"Não subestimamos nosso inimigo. Vemos que ele está se preparando muito seriamente para a ofensiva", continuou Reznikov. “Achamos que, como eles vivem no simbolismo, tentarão algo por volta de 24 de fevereiro”, continuou. O ministro acredita que os russos "podem tentar uma ofensiva em dois eixos: no Dombass e no sul".
Depois de uma série de reveses humilhantes no outono do Hemisfério Norte, a Rússia mobilizou centenas de milhares de reservistas. Associado ao grupo paramilitar Wagner, o exército russo também intensificou os combates, em particular para tomar Bakhmut, uma cidade do Leste que vem atacando desde o verão.
Mais ao sul, a Rússia também empreendeu uma ofensiva em Vugledar. "Quanto mais o tempo passa, mais a situação piora", disse Oleksandre, 45, soldado ucraniano em seu posto de combate instalado a 5 km desta cidade.
Diante da ameaça, a Ucrânia está empenhada em uma corrida contra o tempo para obter armamentos mais poderosos. Em particular, deseja mísseis de alta precisão com alcance de mais de 100 km para destruir as linhas de abastecimento russas, a fim de superar seu déficit de mão de obra e armamento.
Até agora, o Ocidente se recusou a entregar esses sistemas e aeronaves de combate, temendo uma escalada da Rússia. O presidente dos EUA, Joe Biden, no entanto, disse na terça-feira (31) que discutiria o assunto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Uma empresa de defesa dos EUA disse na quarta-feira que deseja fornecer dois drones de combate sofisticados para a Ucrânia por apenas US$ 1 simbólico. A proposta é sujeita à aprovação do governo dos EUA. Já o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, declarou estar disposto a enviar aviões de combate do tipo F-16, caso haja um consenso sobre o assunto na Otan.
Após longa procrastinação, europeus e americanos já deram sinal verde para entregas de tanques pesados modernos, mesmo que seu número ainda esteja abaixo do que a Ucrânia reivindica.
Total apoio da UE
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu à Ucrânia o total apoio da União Europeia (UE). Ela chegou a Kiev nesta quinta-feira (2), acompanhada por comissários europeus, para participar de uma reunião na véspera da cúpula UE-Ucrânia.
“É bom estar de volta a Kiev, minha quarta vez desde a invasão russa e desta vez com minha equipe de comissários”, escreveu ela no Twitter. "Estamos aqui juntos para mostrar que a UE está firme com a Ucrânia", acrescentou.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, acusou nesta quinta-feira o Ocidente de apoiar a Ucrânia para pôr fim à "questão russa", acusando nominalmente a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Von der Leyen "disse que o resultado da guerra deve ser a derrota da Rússia, e uma derrota da qual ela levará décadas para se recuperar", disse Sergei Lavrov em entrevista à televisão russa.
“Isso não é racismo, nazismo e uma tentativa de resolver a questão russa?”, disse ele, frisando que nessas observações ecoam “a solução final da questão judaica”, o Holocausto orquestrado pelos nazistas.
Lavrov insistiu que considera as declarações dos apoiadores ocidentais da Ucrânia "como uma tentativa de resolver definitivamente 'a questão russa'".
(Com informações da AFP)
UCRÂNIA - O governo da Rússia afirmou nesta quarta-feira (1º) que a possível entrega de mísseis de longo alcance à Ucrânia por parte dos Estados Unidos "não mudará" nada e afirmou que Moscou prosseguirá com a ofensiva.
O fornecimento de mísseis com alcance de 150 km provocaria "um aumento das tensões, uma escalada" (do conflito)", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"Significaria esforços adicionais para nós, mas não mudará o curso dos acontecimentos, a operação militar especial continuará", acrescentou.
Há vários meses, a Ucrânia pede centenas de tanques pesados modernos, mísseis de longo alcance de mais de 100 km e aviões para executar contraofensivas com a capacidade de reconquistar os territórios ucranianos ocupados pela Rússia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na terça-feira que conversaria com o colega ucraniano, Volodimir Zelensky, sobre as necessidades de armas de Kiev.
A Ucrânia afirma que precisa de mísseis de alta precisão com mais de 100 quilômetros de alcance para destruir as linhas de abastecimento e os depósitos de munições da Rússia, a única maneira para Kiev superar o déficit de tropas e armamento.
Até o momento, os aliados ocidentais se recusaram a ceder estes sistemas devido ao temor de provocar uma nova escalada da ofensiva russa.
Ao mesmo tempo, depois de uma hesitação de várias semanas, europeus e americanos aprovaram as entregas de tanques pesados modernos, mas o número continua abaixo do que Kiev deseja.
A Rússia insiste que as entregas de armamentos à Ucrânia demonstram um "envolvimento direto" do Ocidente no conflito.
KIEV - Kiev continua a pressionar os seus aliados para obter aviões F-16 e misséis de longo alcance, mas o Presidente norte-americano, Joe Biden, veio dizer não a um possível envio destes aparelhos a Kiev.
"Não", foi a resposta de Joe Biden aos jornalistas norte-americanos que o interrogaram na noite de segunda-feira sobre o possível envio de aviões F-16 para a Ucrânia. O Presidente norte-americano vem assim frustrar as esperanças de Kiev para uma escalada do conflito com Moscovo, possivelmente com incursões no território russo com armamento mais pesado.
Ao lado do Presidente norte-americano está Olaf Scholz, chanceler alemão, que na segunda-feira lembrou que uma escalada do conflito teria consequências graves para o mundo inteiro, e apelou a um "debate sério" sobre a guerra. Estes dois países cederam já a Kiev na semana passada ao concordarem enviar tanques militares para reforçar o exército ucraniano.
Joe Biden não deu sequer certeza sobre a sua presença na Europa para assinalar o primeiro ano da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, dizendo apenas que estava previsto vir à Polónia, mas que não há data certa para esta deslocação.
Do seu lado, Kiev insiste que vai conseguir os aviões, como garantiu um dos conselheiros de Volodymyr Zelensky, Yuriy Sak. Para Emmanuel Macron, Presidente francês, que se reúne hoje no Palácio do Eliseu com o ministro da Defesa ucraniano, "nada está fora de questão" no que diz respeito ao armamento a Kiev. No entanto, o chefe de Estado francês disse que a Ucrânia ainda não formulou este pedido a Paris e que os caças não podem servir para atacar solo russo.
Os aviões F-16 são produzidos pela empresa Lockheed Martin, o maior produtor de armamento dos Estados Unidos e cabe ao Governo norte-americano aprovar as vendas e transferências de qualquer caça construído nos Estados Unidos. Mesmo se os Estados Unidos estivessem dispostos a ceder os aviões F-16 ou a deixar um país fornecer a sua frota de F-16 à Ucrânia, o treino de um piloto para este tipo de aviões dura meses ou anos, atrasando a possibilidade deste engenho entrar imediatamente na guerra em solo ucraniano.
por RFI
UCRÂNIA - O Presidente ucraniano Volodimir Zelenski advertiu no domingo que a Rússia está a tentar quebrar a linha da frente em Bajmut e Vuhledar, na região de Donetsk.
"Tive outra reunião hoje na sede. O tema principal foi obviamente a situação na linha da frente, na região de Donetsk e no sul. A situação é muito complicada. Em Bajmut e Vuhledar há constantes ataques russos, constantes tentativas de romper as nossas defesas", explicou Zelenski numa mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.
Zelenski salientou que apesar das "numerosas perdas" dos russos, os "ataques de alta intensidade" continuam, e elogiou a "extraordinária resistência dos defensores ucranianos". "Cada passo que aqui impedimos o inimigo são dezenas de passos inaceitáveis dos ocupantes em outras direções", disse ele.
Entretanto, o Ministro da Defesa ucraniano Oleksei Reznikov salientou a necessidade de aviões de combate e mísseis de longo alcance atacarem a logística russa na retaguarda.
"No ano passado, escrevi uma carta ao Pai Natal. Na lista estão caças e mísseis semelhantes ao ATACMS com capacidade para atingir os depósitos russos de combustível e munições e também os seus postos de comando", disse Reznikov numa entrevista com a CBS.
Também salientou que os tanques de batalha a serem enviados pelos seus aliados para a Ucrânia representam um "ponto de viragem" na guerra. "Os sistemas HIMARS foram um ponto de viragem no Verão. Os tanques serão outro ponto de viragem, e depois seguir-se-ão aviões de combate", argumentou ele.
Reznikov assegurou que 2023 será "o ano da vitória". "O nosso objetivo é libertar todos os territórios ocupados, mas veremos a rapidez com que isso será alcançado", disse ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
KIEV – A Rússia está violando os “princípios fundamentais de proteção infantil” em tempos de guerra ao dar passaportes russos a crianças ucranianas e colocá-las para adoção, disse o chefe da agência de refugiados da ONU (Acnur) à Reuters em entrevista.
Falando no escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Kiev após uma viagem de seis dias à Ucrânia, Filippo Grandi disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu à sua agência para “fazer mais” para ajudar as crianças das regiões ocupadas nas quais isso estava acontecendo.
“Dar a eles nacionalidade (russa) ou adotá-los vai contra os princípios fundamentais de proteção infantil em situações de guerra”, disse Grandi. “Isso é algo que está acontecendo na Rússia e não deve acontecer”.
Zelenskiy, depois de se encontrar com Grandi na quarta-feira, pediu o estabelecimento de mecanismos para “defender e devolver” crianças e adultos deportados para a Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado, assim como para punir os responsáveis.
Grandi disse que sua agência não conseguiu estimar o número de crianças que receberam passaportes ou foram colocadas para adoção, já que o acesso na Rússia é extremamente limitado.
“Estamos buscando acesso o tempo todo, e o acesso tem sido bastante raro, esporádico e restrito”, disse.
Em Moscou, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou Grandi de ficar em silêncio quando crianças morreram como resultado do que ela disse serem bombardeios ucranianos na região de Donbass depois que separatistas pró-Moscou declararam independência em 2014.
“Eu também gostaria que tais funcionários da ONU tivessem notado a colossal assistência humanitária” que a Rússia forneceu aos habitantes da região, disse Zakharova a jornalistas.
Por Max Hunder / REUTERS
KIEV - A Rússia intensificou as tentativas de romper as defesas da Ucrânia com combates pesados no norte e no leste do país, destacando a necessidade de Kiev por mais armas ocidentais, disseram autoridades ucranianas nesta sexta-feira, 26.
Os militares ucranianos disseram que batalhas ferozes estavam em andamento, um dia depois que mísseis e drones russos mataram pelo menos 11 pessoas, no que pareceu ser uma resposta às promessas de nações ocidentais de fornecer tanques à Ucrânia.
Depois de semanas de negociações, Alemanha e Estados Unidos prometeram à Ucrânia dezenas de tanques modernos para ajudar a repelir as forças russas, abrindo caminho para Canadá, Polônia, Finlândia, Noruega e outros seguirem o exemplo.
A Rússia acusou os Estados Unidos de "despejar armas na Ucrânia" e repreendeu o presidente Joe Biden, dizendo que ele tinha a chave para encerrar o conflito na Ucrânia, mas não a usou.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu aos aliados por seu apoio, mas renovou os apelos por sanções mais duras contra Moscou e mais armas para repelir os invasores no 12º mês da guerra.
"Este mal, esta agressão russa pode e deve ser detida apenas com armas adequadas. O Estado terrorista não entenderá nada além disso", disse Zelenskiy em seu discurso noturno na televisão na quinta-feira.
Autoridades locais relataram nesta sexta-feira intensos bombardeios no norte, nordeste e leste da Ucrânia, cenário de alguns dos combates mais pesados desde a invasão russa em 24 de fevereiro do ano passado.
"A luta feroz continua nas linhas de frente. Nossos defensores estão mantendo firmemente suas posições e infligindo perdas ao inimigo", disse Oleh Synehubov, governador da região de Kharkiv, no nordeste.
A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
As linhas de frente ficaram praticamente congeladas nos últimos dois meses, com a Rússia tentando ganhar terreno no leste depois de ocupar faixas de território lá e proteger um corredor de terra que tomou no sul da Ucrânia.
Espera-se que ambos os lados lancem uma ofensiva de primavera, embora os Estados Unidos tenham aconselhado publicamente a Ucrânia a não a fazer isso até que as armas mais recentes estejam instaladas e o treinamento seja fornecido --um processo que deve levar vários meses.
Por Tom Balmforth e Ivan Lyubysh-Kirdey / REUTERS
ISRAEL - Dez palestinos morreram na quinta-feira (26) em uma incursão do Exército de Israel por Jenin, Cisjordânia, que deixou um dos maiores números de mortos dos últimos anos no enclave palestino, ocupado por Israel.
Entre os mortos estava uma idosa, e 20 pessoas ficaram feridas durante a operação militar no campo de refugiados da cidade, localizada no norte da Cisjordânia ocupada, informou o Ministério da Saúde palestino.
Pouco depois da meia-noite, dois foguetes foram lançados da Faixa de Gaza em direção ao território israelense, segundo testemunhas e fontes da segurança locais. De acordo com Israel, eles foram interceptados por seu sistema de defesa aérea.
Israel respondeu aos foguetes com um bombardeio contra vários pontos de Gaza, informaram as Forças Armadas. Fontes da segurança do enclave palestino informaram que não houve feridos.
A Autoridade Palestina classificou a incursão pela Cisjordânia como um massacre e anunciou que não irá mais cooperar com Israel em matéria de segurança.
Os Estados Unidos lamentaram essa decisão por parte do órgão dirigido por Mahmud Abbas. "Obviamente, não achamos que este seja o passo correto neste momento", disse Barbara Leaf, a principal diplomata americana para o Oriente Médio.
Desde o início do ano, até 30 palestinos, civis ou membros de grupos armados, morreram em incidentes de violência envolvendo as forças de segurança e também cidadãos civis de Israel.
Um porta-voz militar israelense disse que o Exército realizou "uma operação antiterrorista" contra a organização armada Jihad Islâmica, envolvida em vários ataques contra Israel.
Antes de se retirar, as forças israelenses "jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo" na ala pediátrica de um hospital de Jenin, "o que provocou a asfixia de algumas crianças", denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila.
"Ninguém disparou gás lacrimogêneo deliberadamente contra um hospital [...], mas a operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta", disse um porta-voz do Exército israelense à AFP, rejeitando as acusações palestinas.
Além disso, as forças de segurança israelenses mataram outro palestino nesta quinta em Al Ram, perto de Jerusalém. As circunstâncias deste óbito não foram detalhadas.
- 'Suspeitos' -
Durante a incursão em Jenin, os soldados israelenses dispararam contra vários "terroristas" em uma troca de tiros, afirmou o Exército israelense, e entraram em um prédio onde havia "suspeitos", acrescentou.
"A resistência está por toda parte e está preparada para o próximo confronto caso o governo fascista [israelense] e seu exército criminoso continuem atacando nosso povo, nossa terra e nossos lugares sagrados", disse Tariq Salmi, porta-voz da Jihad Islâmica.
No final da manhã, efetivos do serviço de emergência trabalhavam entre os escombros, no campo de Jenin, onde as paredes de vários prédios estavam enegrecidas pelos incêndios, apurou um fotógrafo da AFP.
Uma das vítimas se chamava Majeda Obeid, uma mulher de 61 anos, e sua filha contou à AFP como ela faleceu durante a operação militar israelense.
"Quando terminou de rezar, olhou pela janela por um momento e, então, foi atingida por uma bala no pescoço. Seu corpo tombou contra a parede e depois caiu sobre o chão", disse Kefiyat Obeid, de 26 anos.
O acampamento de Jenin, criado em 1953, é como uma cidade dentro da cidade e abriga cerca de 20 mil refugiados, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos
O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, realiza operações quase diárias nesse território palestino, principalmente no norte, nos setores de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados palestinos.
"O Exército israelense destrói tudo e atira em tudo que se move", disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu Al Rub, acrescentando que os moradores vivem "em estado de guerra".
Segundo a Cruz Vermelha, a retirada de muitos feridos foi difícil, disse a ministra Al Kaila.
- Visita de Blinken -
A ministra palestina convocou uma "reunião de emergência" com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"O que está acontecendo em Jenin e em seu campo é um massacre perpetrado pelo governo de ocupação israelense", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina.
O secretário-geral da Liga Árabe denunciou um "massacre sangrento" perpetrado "sob as ordens diretas de [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu", que retornou à chefia de governo do Estado judeu no fim do ano passado.
O Departamento de Estado americano anunciou hoje que o titular da pasta, Antony Blinken, viajará para Israel e Cisjordânia na semana que vem, para "reduzir as tensões" entre ambos os lados.
Forças Armadas ucranianas explicaram que foram abatidos 24 drones enviados pela Rússia em direção ao país vizinho.
UCRÂNIA - Esta foi uma noite de muitos ataques aéreos levados a cabo pelas tropas russas sobre diversas cidades ucranianas, como reporta a imprensa ucraniana e internacional.
Como explicou, inicialmente, a Administração Militar de Kyiv, "cerca de 15 drones inimigos foram abatidos no espaço aéreo" da capital ucraniana durante a noite, explica o The Guardian. O autarca da cidade, Vitali Klitschko, confirmou também já, entretanto, que foram efetivamente ouvidas explosões no local.
Já como reporta o The Kyiv Independent, "pelo menos seis explosões foram ouvidas na cidade de Vinnytsia, no centro-oeste do país".
Também há, por sua vez, registo de mísseis russos a sobrevoar Mykolaiv, ao passo que na região de Dnipropetrovsk há mesmo registo de bombardeamentos no terreno. Em Odessa e Zhytomyr, as investidas russas também obrigaram as defesas aéreas ucranianas a entrar em ação.
⚡️ Missiles reportedly downed in several regions as Russia conducts yet another mass attack.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) January 26, 2023
Local authorities and Telegram channels reported air defense was heard working over Kyiv, Vinnytsia, Dnipropetrovsk, Odesa, Zhytomyr oblasts.
por Ema Gil Pires / NOTÍCIAS AO MINUTO
UCRÂNIA - Relatos na imprensa alemã afirmam que a Alemanha decidiu, após meses de hesitação, enviar à Ucrânia os modernos tanques de guerra Leopard 2, além de permitir que outros países, como a Polônia, possam adotar a mesma medida para reforçar a defesa das tropas ucranianas contra aos invasores russos.
A notícia, inicialmente divulgada nesta terça-feira (24/01) pela revista alemã Der Spiegel, também afirma que os Estados Unidos deverão fornecer tanques Abraham a Kiev. Antes mesmo da confirmação oficial, autoridades ucranianas já comemoravam o que avaliam como sendo um fator de mudança nas frentes de batalha, na guerra que já dura 11 meses.
"Algumas centenas de tanques para nossas equipes, as melhores equipes de tanques do mundo. Isso sim se tornará um punho golpeante para a democracia contra a autocracia do pântano", afirmou Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, no aplicativo de mensagens Telegram.
Há meses Kiev vem insistindo para que o Ocidente envie os tanques de que tanto precisa para dar mais poder de fogo e mais mobilidade a suas tropas, para romper as linhas de defesa russas e recapturar territórios no leste e no sul do país.
Até o início da noite, o governo alemão ainda não havia comentado a notícia, assim como os Ministérios da Defesa e do Exterior. Segundo a Spiegel, a decisão de enviar os blindados envolveria ao menos uma companhia de tanques Leopard 2 A6, o que representa 14 unidades.
"O fato de a Alemanha apoiar a Ucrânia com os tanques Leopard é um forte sinal de solidariedade" afirmou Christian Duerr, líder parlamentar do Partido Liberal Democrata (FDP), uma das siglas que forma a coalizão de governo na Alemanha, ao lado do Partido Social-Democrata (SPD) e dos Verdes.
Facilidades de envio e manutenção
As frentes de batalha na Ucrânia, que se estendem por mais de mil quilômetros através do leste e do sul do país, estão, em grande parte, estagnadas há pelo menos dois meses, apesar de várias perdas sofridas nos dois lados no conflito.
As conversas em torno do envio dos tanques de guerra dominou as discussões entre os aliados de Kiev no Ocidente nos últimos dias.
Berlim possui um papel central nesse debate, uma vez que os tanques Leopard de fabricação alemã – utilizados por Exércitos de vários países da Europa – são amplamente considerados como a melhor opção para a Ucrânia, por estarem disponíveis em grande quantidade, além de serem de fácil manutenção e envio.
Os social-democratas do chanceler alemão, Olaf Scholz, temem que o envio possa gerar um acirramento das agressões russas em solo ucraniano e um aumento do risco de que a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) seja arrastada para o conflito.
Scholz vinha sendo cada vez mais pressionado para tomar uma decisão. O presidente Zelenski chegou a afirmar que a hesitação de Berlim estava custando vidas ucranianas. O primeiro pedido ucraniano pelo envio de tanques Leopard foi feito pouco depois do início da invasão russa ao país, em 24 de fevereiro do ano passado.
Na terça-feira, 24, a Polônia disse ter enviado um pedido formal ao governo alemão para que permitisse que as Forças Armadas polonesas pudessem enviar seus próprios tanques Leopard 2 para a Ucrânia. Regulamentações de defesa estabelecem que o país que produziu os equipamentos deve aprovar as reexportações dos armamentos dos países da Otan para os aliados.
EUA devem enviar tanques Abrahams
Segundo a Der Spiegel e a agência de notícias Reuters, os Estados Unidos estariam dispostos a abandonar sua oposição ao envio de tanques M1 Abrahams à Ucrânia. O equipamento é considerado menos adequado do que os Leopard devido ao alto consumo de combustível e pelas dificuldades de manutenção.
Se confirmada, essa medida parece ter sido elaborada de modo a facilitar o envio dos Leopard pela Alemanha, que havia pedido uma frente unida entre os aliados na defesa da Ucrânia.
rc (Reuters)
por dw.com
Em quase um ano de combates, a guerra na Ucrânia já deixou cerca de 180.000 mortos ou feridos nas fileiras do Exército russo e 100 mil do lado ucraniano, sem contar as 30.000 mortes de civis, segundo cálculos divulgados neste domingo pelo chefe do Exército norueguês.
"As perdas russas se aproximam de 180.000 soldados mortos ou feridos", afirmou o comandante do estado-maior norueguês, Eirik Kristoffersen, em entrevista à rede TV2, sem informar a origem desses números.
A Noruega faz fronteira com a Rússia e integra a Otan desde a sua fundação, em 1949. "As perdas ucranianas provavelmente ultrapassam 100.000 mortos ou feridos. Além disso, a Ucrânia registra 30.000 civis mortos nessa guerra espantosa", indicou o general norueguês. Rússia e Ucrânia não divulgam balanços confiáveis de suas perdas há meses.
Apesar desses números expressivos, "a Rússia está em condições de prosseguir por muito tempo", assinalou o comandante norueguês, citando a capacidade de mobilização e produção de armas de Moscou
"O mais preocupante é até quando a Ucrânia será capaz de manter a aviação russa fora da guerra", uma vez que isso foi possível "graças às defesas antiaéreas ucranianas". O fundamental dos bombardeios russos nos últimos meses foi realizado com mísseis de longo alcance.
O general norueguês pediu o fornecimento urgente de tanques à Ucrânia, assunto bloqueado no momento principalmente pela Alemanha.
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.