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BALAKLIIA - A Ucrânia estabeleceu o objetivo de libertar todo o território ocupado pelas forças invasoras russas depois de expulsá-las em uma rápida contraofensiva no nordeste do país, e há indicações de que mais ajuda militar dos Estados Unidos está a caminho para apoiar a missão.

Em um discurso na noite desta terça-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que cerca de 8 mil quilômetros quadrados foram liberados até agora, aparentemente todos na região de Kharkiv, no nordeste.

"Medidas de estabilização" foram concluídas em cerca de metade desse território, disse Zelenskiy, "e em uma área liberada que tem aproximadamente o mesmo tamanho, as medidas de estabilização ainda estão em andamento".

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a dimensão do sucesso alegado pela Ucrânia no campo de batalha.

Desde que Moscou abandonou seu principal bastião no nordeste do país, no sábado, marcando sua pior derrota desde os primeiros dias da guerra, as tropas ucranianas recapturaram dezenas de cidades em uma impressionante mudança no ímpeto do campo de batalha.

Em Washington, a Casa Branca afirmou que os Estados Unidos provavelmente anunciarão um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia nos "próximos dias". As forças russas deixaram posições defensivas principalmente em torno de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, disse um porta-voz dos EUA.

As forças russas ainda controlam cerca de um quinto do território da Ucrânia, no sul e no leste, mas Kiev está agora na ofensiva em ambas as áreas.

Falando na praça central de Balakliia, um importante centro de abastecimento militar tomado pelas forças ucranianas no final da semana passada, a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, disse que 150 mil pessoas foram libertadas do domínio russo na área.

Bandeiras ucranianas foram hasteadas e uma grande multidão se reuniu para receber pacotes de ajuda humanitária. Um shopping center foi destruído, mas muitos prédios permaneceram intactos, com lojas fechadas e lacradas.

"O objetivo é libertar a região de Kharkiv e além - todos os territórios ocupados pela Federação Russa", disse Malyar na estrada para Balakliia, que fica 74 km a sudeste de Kharkiv.

 

 

(Reportagem adicional de Pavel Polityuk, Olzhas Auyezov, Aleksandar Vasovic, Miranda Murray e outros repórteres da Reuters)

RÚSSIA - A propaganda russa sobre a guerra na Ucrânia teve de se adaptar rapidamente ao revés militar dos últimos dias imposto por Kiev. A mudança de tom é registrada pela imprensa francesa.

Em sua edição desta terça-feira (13), o jornal Libération relata as críticas de nacionalistas russos contra o presidente Vladimir Putin, após a retomada pelo Exército ucraniano de uma parcela importante de território antes ocupada pelas tropas russas ao redor da cidade de Kharviv (nordeste). O Kremlin precisou de 24 horas para ajustar uma propaganda na qual a Rússia não aparece mais como invencível, com armas mágicas capazes de destruir o oeste. Agora, Moscou vende a ideia de que não luta apenas contra a Ucrânia, mas contra todo o Ocidente. E afirma que os soldados russos foram enviados para o sul da Ucrânia não por terem sido expulsos ou fugido diante do contra-ataque ucraniano, mas para retornarem mais fortes, mais tarde, escreve o jornal.

Moscovitas nacionalistas não se conformam com a mudança de tom da redatora-chefe do canal de TV Russia Today, Margarita Simonyan - veículo financiado pelo Estado - que de repente passou a evocar o "passado comum" entre a Rússia e a Ucrânia, depois de passar meses propagando a violência contra os ucranianos nas redes sociais.

Para justificar a debandada das tropas russas de Kharkiv, os jornais russos agora falam de "operação de reagrupamento de soldados", assinala o Parisien. O diário registra outras críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, inclusive de aliados muito próximos, como o presidente checheno, Ramzan Kadyrov. Ele enviou soldados para a linha de frente na Ucrânia e agora diz que a Rússia "errou em sua estratégia militar".

 

Embaixador francês em Kiev considera vitória ucraniana "possível"

Em entrevista ao site France Info, o embaixador da França na Ucrânia, Étienne de Poncins, disse que a Ucrânia tem chances de vencer a guerra contra a Rússia. "Esta hipótese não pode mais ser excluída", afirmou o diplomata.

Em um vídeo divulgado na noite de segunda-feira (12), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou que seu Exército liberou da ocupação russa 6.000 quilômetros quadrados, no leste e sul do país, desde o início de setembro. O dobro da área divulgada no domingo.

Os Estados Unidos continuam cautelosos. "É muito cedo para dizer exatamente onde isto vai levar", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, durante uma visita à Cidade do México.

A Rússia bombardeia as áreas recém-liberadas, principalmente nos setores de Kupiansk e Izium. Informação que é confirmada pelas autoridades ucranianas, que evocam 40 explosões em instalações civis e militares na segunda-feira.

 

 

Adriana Moysés / RFI

UCRÂNIA - O exército ucraniano anunciou nesta segunda-feira (12) que retomou "mais de de 20 localidades" em 24 horas como parte de sua contraofensiva para afastar o exército russo.

"A libertação de localidades que estão nas mãos dos invasores russos continua nas regiões de Kharkiv e Donetsk", no leste do país, afirmou o exército em um comunicado.

"Em toda a linha de frente, as forças ucranianas conseguiram expulsar o inimigo de mais de 20 localidades em 24 horas", acrescenta a nota.

"Durante sua retirada, as tropas russas estão abandonando de maneira apressada suas posições e fugindo", destaca o exército no comunicado. 

A Ucrânia afirma ter retomado desde o início de setembro quase 3.000 quilômetros quadrados de território, principalmente na região de Kharkiv.

No domingo, várias regiões do leste, norte, sul e centro do país sofreram cortes de energia elétrica, que as autoridades ucranianas atribuem a ataques russos

Perto de Kharkiv, a central térmica número 5, a segunda maior do país, foi afetada, informou a presidência.

O abastecimento de energia elétrica foi rapidamente restabelecido em algumas regiões afetadas.

Em Kharkiv, 80% do fornecimento de energia e de água foram restabelecidos, informou o vice-chefe de gabinete da presidência, Kyrylo Tymoshenko, nesta segunda-feira.

 

 

AFP

UCRÂNIA - A situação evolui rapidamente na Ucrânia, no front nordeste. As linhas de defesa russas começam a ceder na região de Izium, situada entre Kharkiv e o Donbass. A contra-ofensiva das forças armadas ucranianas já liberou dezenas de cidades e deixou o Exército russo em posição delicada.

Enquanto todos estavam preocupados com a situação em Kherson, os ucranianos aproveitaram que os russos perderam soldados no nordeste do país e lançaram um contra-ataque relâmpago na região de Izium, pegando o Exército russo desprevenido.

Em 48 horas, o exército ucraniano fez as linhas russas retrocederem entre 50 e 70km. A ofensiva visou primeiramente a cidade de Balakliia, de 27.000 habitantes, depois os grupos de infantaria, apoiados por colunas de blindados e pela artilharia, progrediram rapidamente para o oeste em direção de Kupiansk, eixo rodoviário e ferroviário importante.

 

A batalha continua nas proximidades de Kupiansk

Imagens de cidades liberadas e vídeos de civis saindo de imóveis, cumprimentando e abraçando soldados ucranianos, se multiplicam nas redes sociais.

Mas a batalha continua nas proximidades de Kupiansk e as forças de Kiev tentam tomar o controle do rio Oskil, onde pretendem cercar 10.000 soldados russos em uma zona em volta de Izium.

Se conseguir, a Ucrânia infligirá uma derrota militar importante a Moscou.

 

Reforços russos

O Exército russo enviou veículos blindados e canhões de reforço para a região de Kharkiv, de acordo com agências de notícias russas, publicando imagens transmitidas pelo ministério da Defesa, nesta sexta-feira (9).

Nas imagens, são mostrados caminhões militares puxando canhões pesados e veículos blindados em estradas de terra e asfaltadas.

Um responsável da administração russa na zona ocupada, Vitali Gantchev, afirmou no canal de tevê russo Rossiia 27 que “intensos combates” estavam acontecendo nas proximidades da cidade de Balakliia, situada na província de Kharkiv. 

 

 

RFI

UCRÂNIA - Depois do anúncio da reconquista de mais de 20 localidades às forças russas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, usou a rede social Telegram para fazer uma análise destes ganhos.

Numa declaração curta, Zelensky sublinhou que "a Ucrânia não duvida nem por um momento de si mesma, do seu futuro, da sua vitória" e assumiu acreditar que sairá vitorioso.

Ainda assim, o presidente da Ucrânia é cauteloso e assumiu que o país tem ainda um "longo caminho" pela frente para conseguir libertar o território integralmente. "Mas não há dúvidas de que vai acontecer", garantiu.

Recorde-se que o exército ucraniano anunciou hoje ter reconquistado mais de 20 localidades controladas por Moscovo na região de Kharkiv, onde reclama ter avançado 50 quilómetros nas defesas russas.

 

 

NOTÍCIAS AO MINUTO

RÚSSIA  - O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, assegurou nesta quarta-feira (7), que suas tropas reconquistaram localidades no nordeste ocupadas pela Rússia, à qual a ONU atribuiu "acusações confiáveis" de translado forçado de menores durante a guerra.

"Esta semana, temos boas notícias da região de Kharkiv", no nordeste, onde há "localidades nas quais a bandeira ucraniana voltou" a ser hasteada, disse Zelensky em seu discurso vespertino, sem dar maiores detalhes.

Depois de mais de um semestre de resistência à invasão, o exército ucraniano lançou contraofensivas no nordeste e no sul, na região de Kherson que, segundo os especialistas , podem perturbar as rotas de abastecimento das tropas da Rússia.

Ainda assim, o Kremlin mantém o controle sobre uma ampla faixa do território ucraniano, nos arredores de Kharkiv, nas regiões de Donetsk e Lugansk na bacia mineira do Donbass e na costa do Mar de Azov.

Nestas áreas ocupadas, o partido do presidente russo, Vladimir Putin, o Rússia Unida, propôs organizar referendos de anexação em 4 de novembro.

"O mundo russo, atualmente dividido por fronteiras formais, vai recuperar sua integridade", afirmou o secretário do Conselho Geral do partido, Andrei Turchak, em alusão às regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

Donetsk e Lugansk são controladas em sua maior parte por separatistas pró-russos desde 2014. Antes de lançar sua ofensiva, em 24 de fevereiro, o governo russo reconheceu sua independência.

 

- Translado forçado -

Em um encontro do Conselho de Segurança, a vice-secretária-geral da ONU para os direitos humanos disse existirem "acusações confiáveis" sobre o translado forçado de menores da Ucrânia para a Rússia.

"Preocupa-nos que as autoridades russas tenham adotado um procedimento simplificado para conceder a cidadania russa às crianças que não estão sob a custódia de seus pais, e que estas crianças sejam elegíveis para adoção por famílias russas", disse Ilze Brands Kehris.

Ela também ressaltou que a Rússia faz controles de segurança nas regiões que ocupa que violam numerosos direitos e que pessoas próximas do governo ou do exército ucraniano foram torturadas e provavelmente enviadas a centros de detenção.

O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, refutou as acusações, às quais considerou "sem fundamento", enquanto disse que os ucranianos deixaram seu país "para se salvar do regime criminoso", em alusão ao governo de Kiev.

 

- Capacetes azuis em Zaporizhzhia? -

Também permanece aberta a disputa pela usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, ocupada pelas forças russas e alvo de uma inspeção recente da instância de vigilância atômica da ONU.

A Rússia pediu "esclarecimentos adicionais" nesta quarta-feira após a publicação do relatório da missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que pediu o estabelecimento de uma "zona de segurança" em Zaporizhzhia para evitar um acidente nuclear.

Contrariando o informe da AIEA, Putin declarou que a Rússia não mobilizou equipamento militar nesta central nuclear, a maior da Europa.

Ocupada no começo de março pelas tropas russas, a usina é, há semanas, alvo de bombardeios, dos quais Moscou e Kiev se acusam mutuamente.

A Ucrânia, por sua vez, apoiou nesta quarta o envio de capacetes azuis da ONU para a central.

"Pode ser um dos meios de criar a zona de segurança na usina nuclear de Zaporizhzhia", declarou Petro Kotin, diretor da Energoatom, operadora nuclear estatal ucraniana.

 

- Tensão sobre a energia -

Além de milhares de mortos e milhões de deslocados, a guerra provocou uma crise energética mundial e de abastecimento de grãos, dos quais Ucrânia e Rússia são grandes exportadores.

Com a proximidade do inverno, as tensões sobre a energia aumenta entre Moscou e a União Europeia, que planeja estabelecer limites aos preços dos combustíveis russos.

"Temos que cortar a renda da Rússia, que Putin usa para financiar sua guerra atroz contra a Ucrânia", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em um cenário assim, a Rússia suspenderá completamente o fornecimento de hidrocarbonetos à UE, alertou Putin. "Nem gás, nem carvão.... Nada", disse em um fórum econômico em Vladivostok, no extremo leste russo.

O dirigente do Kremlin também negou que esteja usando a energia como arma e assegurou que o corte do fornecimento de gás para a Europa pelo gasoduto Nord Stream se deve à escassez de peças, provocada pelas sanções ocidentais.

No mesmo fórum, Putin denunciou que a maioria dos cereais exportados pela Ucrânia em virtude de um acordo patrocinado pela ONU se dirigia a países europeus e não a países pobres.

"Isso poderia levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes", afirmou.

A Ucrânia respondeu que estas acusações são "mentiras" e seu chefe da diplomacia, Dmitro Kuleba, assegurou que dois terços das embarcações vão para a Ásia, África e Oriente Médio.

Segundo dados de um centro de Istambul que monitora o acordo, um terço dos cereais vai para países europeus, 20% para a Turquia e outros 30% a países de renda baixa e média-baixa.

No entanto, parte das exportações enviadas a Europa e Turquia são encaminhadas a outros destinos, mediante acordos comerciais não controlados por este organismo.

 

 

AFP

LONDRES - O comandante nomeado pela Rússia para uma cidade no sul da Ucrânia ficou gravemente ferido em uma explosão nesta terça-feira, disse uma autoridade local, na mais recente de uma série de aparentes tentativas de assassinato em áreas ocupadas na região ucraniana.

Vladimir Rogov, um funcionário do governo regional de Zaporizhzhia, que é apoiado pela Rússia, disse inicialmente à Reuters e a duas agências de notícias russas que o líder de Berdiansk, Artyom Bardin, havia morrido, e culpou o governo ucraniano.

Mais tarde, Rogov postou uma mensagem online dizendo que Bardin estava lutando por sua vida depois de perder muito sangue e uma perna no ataque.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente qual é a condição de Bardin.

A imprensa russa disse que Bardin estava hospitalizado e em estado grave depois que seu carro explodiu do lado de fora do prédio do governo municipal de Berdiansk, na região de Zaporizhzhia, uma cidade portuária no Mar de Azov com população de cerca de 100 mil pessoas que foi capturada pelas tropas russas em fevereiro.

O vice-diretor da polícia de trânsito da cidade morreu em 26 de agosto depois de ser ferido em uma explosão de bomba, disseram autoridades locais.

Em 30 de agosto, Alexei Kovalev, um ex-parlamentar do partido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que mudou de lado e se tornou uma autoridade regional de Kherson com o apoio da Rússia, foi morto a tiros.

 

 

 

Reportagem da Reuters

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, viajou nesta terça-feira (6) ao extremo leste do país para acompanhar a parte final dos exercícios militares com a participação de vários países aliados, incluindo a China, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Putin chegou à base militar de Sergueievski, onde estava reunido com o ministro da Defesa Serguei Shoigu e o comandante do Estado-Maior, Valeri Guerassimov, informou Peskov.

Após a reunião, Putin observaria "a fase final dos exercícios", disse o porta-voz.

As manobras militares denominadas Vostok-2022 começaram no dia 1 de setembro e prosseguirão até quarta-feira, 7, em vários campos de treinamento do extremo leste russo e no mar da região.

Moscou informou que mais de 50.000 soldados e mais de 5.000 equipamentos militares, incluindo 140 aviões e 60 navios, participam nas manobras.

Entre os países participantes estão vários Estados com fronteira com a Rússia, além da Síria, Índia e da aliada crucial China.

A Rússia havia organizado exercícios do tipo pela última vez em 2018.

 

 

AFP

UCRÂNIA - O bombardeamento constante das forças ucranianas provocou o colapso parcial de parte da ponte Antonovsky na região de Kherson, isolando as tropas russas.

De acordo com relatórios, citados pelos meios locais, as forças ucranianas voltaram a atacar a ponte estratégica na província de Kherson neste domingo, 4 de setembro. A ponte vital para os ocupantes russos desmoronou-se parcialmente após uma série de ataques de artilharia.

Imagens de vídeo publicadas nas redes sociais por Anton Yuriovich Gerashchenko, conselheiro oficial e anterior vice-ministro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, mostraram o momento em que a ponte Antonovsky arde.

Segundo o Euromaidan Press, o colapso parcial desta ponte será um revés para as forças russas. Uma unidade está localizada entre os rios Ingulets e Dnipro, e estes ataques ucranianos estão a torná-los ainda mais isolados.

 

 

Notícias ao Minuto

UCRÂNIA - A Ucrânia acusou hoje a Rússia de "manipular" a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central nuclear de Zaporíjia, situada no sudeste do território ucraniano e atualmente sob controlo das tropas russas.

Para Kyiv, os especialistas da AIEA, organismo que integra o sistema da ONU, vão ter muitas dificuldades na elaboração de um relatório imparcial sobre a situação na central que está "sob constantes" ataques.

"O Exército russo mente, manipula e altera a realidade na central nuclear ao difundir - apenas - informações à AIEA que lhe são benéficas", denunciou a empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia (Energoatom) através de uma mensagem divulgada na rede social Telegram.

De acordo com a Energoatom, a presença de veículos militares russos na sala das turbinas (onde se encontram os reatores) "foi explicada aos especialistas da AIEA como equipamento das 'forças de defesa química'"

"Os russos não permitiram à missão a entrada no centro crise da central, onde estão presentes militares russos e que a AIEA não devia ver (...) ocultando a presença de invasores russos armados", acrescentou o mesmo texto.

A entidade estatal ucraniana alegou que os russos que ocupam a central nuclear desde o dia 04 de março, poucos dias depois do início da ofensiva militar contra a Ucrânia (a 24 de fevereiro), "bloquearam as comunicações de telemóvel e de Internet" em Energodar, a localidade onde se situa a infraestrutura, para evitarem o envio de "fotografias e vídeos" das instalações e da "cidade dormitório".

A empresa ucraniana referiu ainda que os militares russos limitaram a presença de "pessoal operacional da central" durante a visita dos peritos da AIEA.

A entidade disse também que a "maior parte dos jornalistas" presentes na entrada da central nuclear eram "propagandistas russos" e que os militares impediram a entrada de repórteres ucranianos e estrangeiros que não foram autorizados a passar os postos de controlo.

A Energoatom considera que a missão acabou por ser um "espetáculo planeado" porque estavam presentes residentes de Energodar, povoação ocupada pela Rússia e que "se queixaram de bombardeamentos por parte das Forças Armadas da Ucrânia".

"Os ocupantes mentem, alteram os factos e as provas sobre o bombardeamento da central, assim como as consequências e danos na infraestrutura das instalações. Como era esperado, culpam as Forças Armadas da Ucrânia", acusou a Energoatom.

"Nestas condições, é evidente que vai ser difícil para a AIEA fazer uma avaliação imparcial da situação da central nuclear de Zaporíjia", referiu.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse na quinta-feira, após a visita ao local, que "é óbvio que a central e a integridade física das instalações foram violadas várias vezes, de forma casual ou deliberada".

"Não temos elementos para fazer esta avaliação, mas é uma realidade que temos de reconhecer. É algo que não pode continuar a acontecer", pelo que a AIEA, afirmou o representante, está a "tratar de acionar certos mecanismos e estabelecer uma presença permanente" de alguns especialistas da agência das Nações Unidas na central.

O chefe da missão, que visitou "três ou quatro áreas chave que queria inspecionar pessoalmente" - como unidades de energia nuclear, geradores a diesel e salas de controlo - e que afirmou ter falado com trabalhadores e moradores de Energodar, reiterou que a "AIEA está na central e não sai do local".

Os especialistas da AIEA "vão permanecer (no local) até domingo ou segunda-feira" para aprofundarem a inspeção no sentido da elaboração de um relatório, segundo referiu Grossi, que posteriormente irá apresentar o documento à direção da agência da ONU com sede em Viena.

Sem ter especificado um número exato, o diretor-geral da AIEA indicou que um grupo de especialistas vai permanecer na central.

"Com a esperança de que possam facultar-me e a todos uma avaliação imparcial, neutral e tecnicamente sólida do que possa estar a acontecer", indicou.

Por sua vez, a Energoatom disse, na quinta-feira, que atualmente permanecem cinco técnicos da AIEA na central.

O chefe da administração provisória pró-russa de Energodar, Alexandr Volga, disse hoje à televisão estatal russa Rossia-24 que "neste momento na central ficaram oito pessoas da AIEA" mais "outras quatro que as acompanham".

 

 

 

Lusa

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