PERU - A 10 dias de completar seu primeiro ano de governo, a desaprovação à gestão do presidente do Peru, Pedro Castillo, subiu para 74%, quatro pontos a mais que em junho e a segunda mais alta desde que tomou posse do cargo.
Apenas 20% dos peruanos aprovam o governo Castillo, segundo o levantamento do instituto Ipsos divulgado no domingo (17) pelo jornal El Comercio.
A desaprovação do presidente havia chegado a 76% em abril, o índice mais elevado desde que ele assumiu o poder em 28 de julho de 2021.
"A desaprovação ao governo se dá em todos os aspectos avaliados, especialmente por seu mau desempenho diante da inflação, da delinquência e da pobreza", disse o presidente do Ipsos, Alfredo Torres.
"Sem dúvida, também afetam Castillo as sérias investigações que o envolvem em casos de corrupção", acrescentou.
O Ministério Público peruano investiga o presidente por supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio agravado por um caso que envolve o seu entorno político e familiar.
Contudo, Castillo não pode ser levado aos tribunais por ter imunidade como chefe de Estado. Seu mandato termina em 2026.
Por sua vez, o Congresso, que tentou destituir Castillo em duas ocasiões, também é rejeitado pelos peruanos, já que 79% desaprovam o desempenho dos parlamentares, segundo o Ipsos.
"A principal razão de desaprovação aos parlamentares é que a maioria percebe que eles apenas se importam com seus interesses pessoais", explicou Torres.
A pesquisa tem margem de erro de 2,8% e entrevistou 1.243 pessoas maiores de idade em diversas cidades do Peru, nos dias 14 e 15 de julho.
SÃO CARLOS/SP - A ciência e a tecnologia trabalham para melhorar o homem como um todo, bem como seu entendimento de tudo ao seu redor. Este processo constante de investimento e acumulo de conhecimento, tem permitido que a humanidade supere crises severas que já ocorreram em sua existência e que continuam ocorrendo. Mais recentemente viveu-se uma crise (que ainda persiste) com um novo vírus que nos atingiu. Novamente, aqui a ciência se mostrou soberana, preparando vacinas com uma rapidez nunca vista, desenvolvendo testes de diagnóstico e, principalmente, tecnologias que permitem evitar que o mal se torne ainda maior.
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), inseridos no Centro Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) e em conjunção com empresas parceiras dentro do programa EMBRAPII, desenvolveram diversas tecnologias para ajudar neste período. Ocorre, que a Covid não é apenas uma gripe que vem e vai; ela deixa sequelas de diversas naturezas. Há quem entenda que a denominada “Covid-Longa” se refere aos diversos efeitos colaterais que acabam ficando. Dores musculares, dores articulares, fadiga, dificuldades respiratórias, formigamento ou parestesia, tonturas e diversas alterações, como de equilíbrio, olfato, paladar e zumbido no ouvido, além de problemas circulatórios e perda de memória, dentre outros, são sequelas da doença.
Preocupados com estas situações Pós-Covid, os pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de novas tecnologias para reabilitação, utilizando laser como elemento principal, desenvolveram equipamentos e protocolos para reabilitação destas sequelas. As técnicas e procedimentos já foram aprovados pela ANVISA e estão sendo disponibilizados aos profissionais da saúde.
Através de uma parceria CEPOF-INOVA (Parque Tecnológico Damha) dentro do programa CITESC (Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde de São Carlos), os pesquisadores estão agora expandindo a iniciativa nascida em São Carlos, do criado Centro de Reabilitação Pós-Covid, para outros municípios do estado de São Paulo. Este é o caso da parceria criada com o Consórcio CISMETRO, que envolve mais de vinte e cinco municípios da região de Campinas.
Criação de novos centros para tratamento de sequelas Pós-Covid no Estado de São Paulo
Convidada por esse Consórcio, a equipe de pesquisadores da USP apresentou no dia 08 de julho, na cidade de Holambra (SP), para mais de vinte prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais na área de saúde, as novas tecnologias e as possibilidades de avançarem com a criação de centros em seus respectivos municípios.
A equipe, liderada pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e constituída pelos pesquisadores Drs. Antonio Aquino e Vitor Panhoca, acompanhados pela Dra. Bruna Boasorte (INOVA), mostraram as novas tecnologias e deram início ao processo de treinamento de profissionais daquela região para que o Consórcio possa também disponibilizar os protocolos de reabilitação Pós-Covid em toda a região.
Segundo Vanderlei Bagnato, esta é uma das oportunidades de aproveitar a experiência do IFSC/USP para a expansão dos avanços científicos e tecnológicos desenvolvidos no Instituto para outros municípios e regiões do Estado de São Paulo. ”Quando a ciência transborda e oferece soluções para a sociedade, é como se fizéssemos uma verificação de que todo investimento e esforço feito em ciência valeu a pena”, diz Bagnato.
Para o pesquisador, o CITESC é um esforço iniciado há já algum tempo e que agora começa a dar seus resultados e com atividades concretas e decisivas para beneficiar a saúde da população. “Esforços conjuntos público-privados estão cada vez mais permitindo avanços consideráveis na solução de problemas de nossa sociedade. Quando fazemos ciência de alta qualidade, sempre encontramos uma forma de colocá-la ao serviço da sociedade. Às vezes, realizamos pesquisas e geramos conhecimentos que se tornarão fundamentais para a solução de problemas muitos anos depois. O importante é que a detenção do conhecimento é que garante ir adiante, e isto nosso Instituto tem feito muito bem. Aos poucos, São Carlos, com seus desenvolvimentos, torna-se uma peça importante no cenário nacional no tratamento da Pós-Covid e isso nos deixa muito orgulhosos”, enfatizou Bagnato.
Rui Sintra - IFSC/USP
Aplicação congrega laser e liberação miofascial
SÃO CARLOS/SP - Um novo equipamento portátil desenvolvido no IFSC/USP apresenta a particularidade de combater as lesões causadas por esforços repetitivos, a maioria deles adquiridos na vida profissional das pessoas.
Em um artigo científico publicado na revista internacional “Journal of Novel Physiotherapies”, os pesquisadores do IFSC/USP conseguiram relatar os resultados obtidos com a utilização desse equipamento em cinco pacientes com patologias diferentes e resultantes de lesões causadas por esforços repetitivos.
O equipamento, já aprovado pela ANVISA e que será lançado ainda este ano, consegue fazer a aplicação conjugada e simultânea de laser com liberação miofascial, como explica a pesquisadora Ana Carolina Negraes Canelada, co-autora do artigo científico: “Este equipamento é composto por duas esferas e um laser, que têm ações complementares quando aplicadas nas áreas lesionadas. Os músculos são encapados por membranas chamadas fáscias musculares e as lesões ocorrem quando elas se grudam nos músculos, impedindo que estes executem os movimentos, provocando uma incapacidade de movimentação. A ação das esferas, que é deslizante, provoca a liberação dessas fáscias, enquanto o laser tem uma ação analgésica e anti-inflamatória”, explica a pesquisadora.
Dentre as principais lesões causadas por esforços repetitivos contam-se a cervicalgia (dor e inflamação cervical), tendinite do ombro, epicondilite lateral e medial (antebraço), túnel do carpo e nervo mediano (mãos) e os designados pontos de gatilho, caracterizados por pequenos nódulos visíveis que surgem nos músculos.
As ações realizadas nos cinco pacientes mencionados no artigo científico compreenderam quinze minutos de aplicação, duas vezes por semana, ao longo de dez sessões, tendo os pesquisadores verificado uma diminuição de cerca de 70% nos índices de dor e na recuperação dos movimentos.
Segundo a literatura científica, as designadas lesões causadas por esforços repetitivos costumam aparecer em pessoas com idades entre os 40 e 50 anos, sendo mais comuns no sexo feminino e em profissões onde a variedade de movimentos físicos é menos frequente. Por outro lado, este equipamento apresenta-se como uma ferramenta bastante útil para os profissionais de fisioterapia, pois ele substitui a tradicional, demorada e cansativa ação manual utilizada para tratar estas lesões, com um claro benefício para os pacientes.
Para conferir o artigo científico, acesse https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2022/07/esforcos-repetitivos.pdf
Rui Sintra - Jornalista do IFSC/USP
Nanofármaco é estratégia antiviral com grande potencial para tratamento de COVID-19
SÃO CARLOS/SP - Em um artigo científico publicado neste mês de junho na revista internacional “ACS Applied Bio Materials”, pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP) e do Instituto de Ciências Biomédicas II, ICB-II/USP, São Paulo, divulgaram uma possível estratégia de combate à COVID-19, com o reposicionamento de um medicamento já comercializado, dedicado aos pacientes com esclerose múltipla - o Fingolimode.
De fato, o que os pesquisadores fizeram foi desenvolver uma nanopartícula polimérica e encapsular a substância, tranformando-a em uma nanocápsula. No contexto geral, os pesquisadores identificaram que a introdução da nanotecnologia, aliada ao conceito de “reaproveitamento” ou reposicionamento de fármacos, representa uma combinação valiosa e que a utilização do Fingolimode pode representar uma estratégia antiviral para tratamento de COVID-19.
Desenvolvimento das pesquisas com o apoio da CAPES
É óbvio que o desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 foi - e é - uma importantíssima medida para travar a transmissão do vírus, mas o certo é que ele continua a se disseminar, agora de forma mais branda, apresentando-se distribuído em diferentes linhagens, provocando novos casos que necessitam de cuidados médicos e por isso de novas terapias, muitas delas ainda em estudo, ou em testes experimentais, sendo que poucos foram já aprovados pelo FDA, como são os casos do Remdesivir, o Baricitinib, e o coquetel de anticorpos monoclonais, RegenCov.
Verificando a literatura científica, os pesquisadores do IFSC/USP constataram que pacientes portadores de esclerose múltipla e tratados com Fingolimode manifestaram apenas leves sintomas de COVID-19, o que pressupõe que esse medicamento pode, efetivamente, ser considerado como um potencial terapêutico candidato contra o SARS-CoV-2.
Segundo as pesquisadoras Renata Miranda e Natália Ferreira, co-autoras do Trabalho, “A nanotecnologia é capaz de potencializar o efeito biológico do fingolimode sem trazer efeitos adversos nas células saudáveis”.
Na sua versão em nanocápsula, o Fingolimode demonstrou uma alta atividade contra o vírus da COVID-19, sendo sua atividade quase setenta vezes maior do que o tratamento medicamentoso convencional.
Para o prof. Valtencir Zucolotto, coordenador do GNano/USP e supervisor da pesquisa, “O trabalho ilustra o poder da nanotecnologia ao demonstrar que princípios ativos encapsulados em nanopartículas são adequadamente direcionados, aumentando assim o seu poder terapêutico”.
Adicionalmente, a tecnologia proposta garante um custo acessível uma vez que a dose necessária para o efeito biológico é bastante reduzida. Esta nanocápsula de Fingolimode proporciona ainda um tempo prolongado de ação, evitando a necessidade de administrações repetidas aos pacientes.
A pesquisadora Edmarcia Elisa do ICB-II/USP, ressalta a importância de instalações, como é o caso do Laboratório “BSL3 Cell Culture Facility for Vector and Animal Research” de Nível de Biossegurança 3 (NB3), coordenado pelo pesquisador Carsten Wrenger, do ICBII/USP, onde foram desenvolvidos os testes de carga viral que compõem o trabalho. "Apenas em ambientes de alta biosseguranca, é possível manusear organismos com alto grau de patogenicidade, como é o caso do SARS-CoV-2", salienta.
Com base nessas descobertas através da pesquisa apoiada pela CAPES, a combinação do reaproveitamento de fármacos e da nanotecnologia representa uma nova linha de frente na luta contra o COVID-19.
Zucolotto ressalta, ainda, que efeitos semelhantes têm sido observados em vários sistemas nanoestruturados para liberação de outros princípios ativos, tanto em medicina, quanto em agricultura e veterinária, garantindo maior eficácia, segurança, e menor custo.
Para acessar o artigo científico relativo a esta pesquisa, clique neste link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2022/07/Fingolimode-proof.pdf
Rui Sintra - jornalista do IFSC/USP
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