Nova funcionalidade teve início nesta semana e vai agilizar o acesso a imagens e laudos dos exames
SÃO CARLOS/SP - Na última segunda-feira, dia 23 de novembro, os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Carlos e região podem acessar, via celular ou por computador conectado à Internet, os resultados de exames de imagem realizados no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh). A medida agiliza a entrega dos resultados e o paciente não precisará mais se deslocar até o Hospital para retirar os exames.
Com a implantação do PACS/RIS - softwares que controlam e distribuem as imagens radiológicas e as informações de pacientes - imagens e laudos de exames como tomografia, ultrassonografia, ecocardiografia, endoscopia e radiografia serão acessados por QR-Code ou no site do HU-UFSCar, podendo ser consultados a qualquer tempo pelo paciente. Já o médico que solicitou o exame terá acesso ao resultado apenas quando o paciente lhe der permissão. Essa restrição de acesso aos resultados está em consonância com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), vigente desde agosto de 2020. As informações clínicas do paciente estão entre os dados sensíveis previstos pela LGPD e seu armazenamento é de responsabilidade do Hospital, e apenas o próprio paciente pode fornecer os seus resultados a terceiros.
Para Valéria Gabassa, Gerente de Atenção à Saúde do HU-UFSCar, além do armazenamento seguro dos dados, a implantação do PACS/RIS resultará em diversos benefícios. "Agilidade no acesso aos resultados e diagnóstico de saúde dos pacientes; redução do custo com transporte dos resultados de exames entre o Hospital e as unidades básicas de saúde; redução do risco de perda ou extravio dos resultados. O paciente não precisará mais se deslocar até o HU para buscar exames de imagem e haverá economia de recursos do Hospital que não precisará imprimir exames ou ter espaço físico para guardá-los. Além disso, os processos assistenciais mais eficientes contribuem com o ambiente e com o sistema de saúde público, satisfazendo pacientes e sociedade", enumera Gabassa. Atualmente, o HU realiza 2.730 exames de imagem por mês.
Esse novo formato de entrega dos resultados é válido para os exames solicitados a partir de hoje, 23 de novembro. Pacientes que não têm acesso a celular ou a computador com Internet poderão solicitar as imagens dos exames no HU, que serão entregues gravadas em DVD.
Implantação e capacitação
Os profissionais do HU foram capacitadas para trabalharem internamente com o novo sistema de emissão dos resultados dos exames de imagem. Além disso, o Hospital realizou encontros online com profissionais de todas as unidades de saúde e gestores de saúde do município de São Carlos, para capacitação sobre a nova ferramenta.
Até agora foram lançados seis episódios disponíveis para o público
SÃO CARLOS/SP - O projeto de extensão "Bamo Proseá? Cotidiano e Cultura Caipira" do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem lançado, quinzenalmente, uma série de podscasts voltados ao universo caipira. O projeto, que em 2019 foi realizado no formato de curso, agora está disponível quinzenalmente nas redes sociais e em plataforma de música digital. Os episódios tratam de assuntos relacionados à música caipira e à viola, culinária, literatura, crendices e religiosidade, entre outros.
Já estão no ar seis episódios - "Puxando a prosa!", "Viola proseada", "Prosa enviolada", "Caipira sertanejo", "Numa perna só!" e "Já cumpri minha promessa" -, que podem ser acessados nas páginas do projeto no Instagram (instagram.com/bamoprosea), Facebook (facebook.com/bamo.prosea.7) e no Spotify (https://spoti.fi/33Adold). Os links das plataformas também estão disponíveis no site https://anchor.fm/proseano.
A equipe é formada pela geógrafa Neusa de Fátima Mariano, professora do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So) da UFSCar; pelo historiador Elton Bruno Ferreira, professor da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSul); pelo geógrafo e professor Henrique Pazetti; pelo mestre em Geografia Paulo Lopes, técnico de laboratório do DGTH-So; e por Mayre Carriel, graduanda em Geografia do Campus Sorocaba da Universidade.
"Deixamos aqui o convite, não só para nos ouvir como também para participar enviando suas histórias caipiras em nossas redes sociais", convida a equipe. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Pesquisa convida voluntários, a partir de 20 anos e de todo o Brasil, para responderem questionário online
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está buscando voluntários para avaliar se as pessoas usam a tecnologia na intenção de atingir hábitos saudáveis diante do distanciamento social, necessário em virtude da pandemia de Covid-19. O estudo "Uso de tecnologias para atingir hábitos saudáveis durante a pandemia da Covid-19" é realizado por Letícia Fernanda Belo, graduanda em Gerontologia da UFSCar, sob coordenação das professoras Grace Angélica de Oliveira Gomes e Paula Costa Castro, ambas do DGero.
O objetivo é investigar se as pessoas estão recorrendo à tecnologia para melhorar seus hábitos relacionados a atividade física, alimentação, controle de estresse, interação e diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e do tabaco. Em caso afirmativo, a ideia é levantar também quais tecnologias estão sendo utilizadas.
De acordo com as pesquisadoras, o isolamento social pode interferir na saúde das pessoas e a importância deste projeto está na análise do impacto do distanciamento no estilo de vida da população com mais de 20 anos. Além disso, a pesquisa permitirá o conhecimento sobre o uso de tecnologia durante a pandemia, inclusive para atingir hábitos saudáveis, o que mostrará o quão recorrente é o uso de ferramentas digitais no dia a dia.
A expectativa é que os resultados possam auxiliar na elaboração de políticas públicas voltadas à manutenção do estilo de vida e envelhecimento saudáveis, além da possibilidade da inserção de ferramentas e-health em prol da saúde da população, visando promoção de bem estar e prevenção de agravos. "Nossa expectativa é atingir indivíduos residentes de outros estados do Brasil, bem como indivíduos de diversas idades em uma amostra diversificada que permita a análise, comparação e desfechos de dados para o nosso grande número de variáveis", declaram as pesquisadoras.
Para realizar o estudo estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 20 anos, de qualquer região do Brasil. Os participantes devem apenas responder este questionário online (encurtador.com.br/yHIKL), que tem duração média de 10 minutos, e que ficará disponível até o dia 30 de novembro. Mais informações sobre a pesquisa podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Produção de divulgação científica do CDMF busca oferecer visão mais abrangente das pesquisas realizadas
SÃO CARLOS/SP - O Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), acaba de lançar nova série de vídeos de divulgação científica, intitulada "Estado da Arte". A produção tem o objetivo de apresentar o estágio atual de conhecimento sobre os temas nos quais atuam os pesquisadores do Centro.
Na estreia, Jussara Soares da Silva, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar e integrante do CDMF, fala dos avanços obtidos em suas pesquisas com compósitos de hidroxiapatita com vanadato de prata, materiais que apresentam propriedades bactericidas e luminescentes.
Já são três os episódios veiculados. No segundo, Marcelo de Assis, também doutorando no PPGQ, fala de pesquisas com parceiros em outros países sobre modificações das propriedades de semicondutores pela irradiação com laser de femtosegundo. No vídeo divulgado mais recentemente, Amanda Fernandes Gouveia, pesquisadora de pós-doutorado atualmente na Universitat Jaume I, na Espanha, fala do controle de morfologia dos materiais e das relações entre morfologia e propriedades em semicondutores.
Todos os vídeos podem ser conferidos no canal do CDMF no YouTube (https://www.youtube.com/
O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A série "Estado da Arte" vem integrar um conjunto abrangente de outros materiais destinados à difusão do conhecimento junto a diferentes públicos, desenvolvidos pelo CDMF em parceria com o Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento (LAbI) da UFSCar. As produções podem ser conferidas nos sites do CDMF (http://cdmf.org.br/) e do LAbI (www.labi.ufscar.br).
Quarta edição do projeto acontece em novembro no Loteamento Habitacional São Carlos I
SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), por meio do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm), em parceria com o Rotary Club de São Carlos - Pinhal (RCSCP) e RPS Engenharia, está realizando mais um projeto de plantio para arborização de espaços públicos em São Carlos. Nesta edição, serão plantadas 100 mudas de espécies nativas, incluindo frutíferas, no Loteamento Habitacional São Carlos I, próximo ao Campus II da Universidade de São Paulo (USP).
O local foi indicado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação de São Carlos, que também é parceira no projeto. Esta edição ganhou a participação especial da construtora RPS Engenharia, que irá executar benfeitorias no local, entre elas, o calçamento de um caminho de terra já utilizado pela população, facilitando a circulação nos dias de chuva.
A iniciativa é vinculada ao projeto de extensão "Valorização de espaços verdes públicos urbanos: integração universidade e sociedade", coordenado pelas professoras Andréa Lúcia Teixeira de Souza e Renata Bovo Peres, ambas do DCAm, com a participação dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm) da Universidade, Gustavo Galetti e Pedro Henrique Godoy Fernandes. Na ação, a UFSCar é responsável pela elaboração do projeto técnico, seleção das espécies a serem plantadas, crescimento das mudas e, também, divulgação. Já o Rotary Club é responsável pela aquisição das mudas, solicitação e obtenção da autorização junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, captação de recursos, contratação da mão-de-obra para execução do projeto - incluindo adubação do solo, coroamento das mudas para evitar competição com gramíneas, combate a formigas, plantio e manutenção da área pós-plantio.
Esta é a quarta edição do projeto de arborização das áreas verdes públicas de São Carlos. A primeira foi realizada em 2017, com a ação "Praça das Mães e das Mulheres" (na Praça João Paulo II - em frente à pista de skate do bairro Santa Felícia); em 2018, foi realizado plantio com o projeto "Praça dos Pais e dos Filhos" (próxima ao Shopping Iguatemi). A terceira edição ocorreu em 2019, com a inauguração da "Praça dos Advogados", no Jardim Araucária, em parceria com a Associação dos Moradores do bairro (Amja) e a Subseção de São Carlos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ao todo, as quatro edições somam 450 árvores plantadas, com manutenção posterior.
Captação de recursos
Até agora, para esta edição, os parceiros conseguiram captar recursos para o plantio e melhorias de estrutura no local, mas estão buscando outros patrocinadores - que terão suas marcas associadas ao projeto - para ajudar nos custos de manutenção do plantio pelo período de dois anos. Pessoas e empresas interessadas em participar podem entrar em contato com o rotariano Celso Rizzo, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo WhatsApp (16) 99101-2384.
O plantio acontece no dia 24 de novembro, e contará com a presença do Governador do Distrito 4540 do Rotary Internacional, José Francisco Rodrigues Filho, por ocasião de sua visita ao RCSC - Pinhal. A data também segue a indicação técnica da UFSCar, por ser no período de chuvas, favorecendo o desenvolvimento das mudas. A inauguração, no entanto, ainda será marcada pelos parceiros, e deverá contar com food trucks e apresentação musical, em evento aberto ao público.
Iniciativa da UFSCar abre espaço para a expressão infanto-juvenil a partir de suas vivências durante a pandemia
SÃO CARLOS/SP - O Festival Cultural Virtual SemeAR-TE, organizado pelo InformaSUS da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo apresentar diferentes vivências cotidianas de crianças e adolescentes durante a pandemia de Covid-19, valorizando a multiplicidade de formas de expressão artístico-cultural, a partir da voz infanto-juvenil e da sensibilidade e percepção dos seus cuidadores. Nesse sentido, a iniciativa recebe obras como desenhos, pinturas, apresentações de dança e de música e outros tipos de expressão artística para exposição virtual. O Festival acontece até o dia 28 de novembro, a inscrição das peças é gratuita e as obras já inscritas estão expostas na galeria virtual do projeto (https://bit.ly/
A ideia do SemAR-TE é dar cor, voz e forma aos sentimentos, ações e pensamentos de crianças e adolescentes a partir da arte. O Festival está dividido em três eixos: Agir, para crianças entre 0 e 6 anos; Pensar, para o público entre 7 e 12 anos incompletos; e Sentir, para adolescentes entre 12 anos completos e 17 anos.
As obras devem ser inscritas conforme as orientações do edital, disponível no site do InformaSUS (www.informasus.
Novo centro cirúrgico amplia a atuação do Hospital.
SÃO CARLOS/SP - O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), vinculado à Rede Ebserh, realizou nesta quarta-feira (18), a primeira cirurgia do Hospital. O procedimento foi para a retirada de lesões vegetativas cutâneas de um paciente de 84 anos, que passa bem e já teve alta.
O centro cirúrgico do HU-UFSCar/Ebserh foi inaugurado em outubro e, neste primeiro momento, irá realizar cirurgias gerais e ambulatoriais, em pacientes de baixo risco, incluindo algumas cirurgias dermatológicas e vasculares. "Ao longo dos últimos anos, o HU-UFSCar cresceu, organizou seus serviços e desponta como um hospital de referência para a população de São Carlos", contou a superintendente do HU, Ângela Leal.
Com uma infraestrutura moderna, o novo espaço possui 5 salas cirúrgicas, salas de recuperação pós-cirúrgicas, prescrição médica e para guarda de equipamentos; além de posto de enfermagem, vestiários, sanitários, farmácia satélite e recepção. Para o próximo ano há expectativa de ampliação de especialidades cirúrgicas, como cirurgias urológicas, oftalmológicas, ginecológicas, dentre outras.
"O início dos procedimentos cirúrgicos no HU-UFSCar demonstra que o Hospital está cumprindo sua missão de prestar assistência de excelência aos moradores da região em um ambiente de formação profissional e de geração de conhecimento", afirmou a reitora Wanda Hoffmann.
Todo o atendimento realizado pelo HU-UFSCar é referenciado pela Secretaria Municipal da Saúde.
Realizada por alunos da UFSCar e da USP, projeto faz doações para instituições da cidade.
SÃO CARLOS/SP - A Operação Natal, projeto de extensão desenvolvido por alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade São Paulo - São Carlos (USP), realiza até sábado (21), a SemaNatal. O evento é uma adaptação ao "Dia de Mercado", ação realizada anualmente pelo grupo para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação e arrecadação de donativos para instituições de São Carlos.
Durante toda a semana, qualquer pessoal pode fazer doações de alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e limpeza em caixas identificadas, nos supermercados das redes Jaú e Savegnago e no Supermercado Arco-Íris. No sábado (21), os estudantes também vão promover um drive thru, das 10h às 19h, no Kartódromo.
"Devido a pandemia, adaptamos o nosso projeto. No sábado, faremos arrecadação de donativos, venda de produtos do projeto e de pães feitos pela instituição ACORDE e entrega de algumas lembrancinhas como forma de agradecer à população", afirmou Murilo Destro, um dos coordenadores da Operação Natal.
Todas as ações estão sendo realizadas cumprindo as orientações de distanciamento social e protocolos sanitários. Mais informações do projeto podem ser obtidas no Facebook @operacaonatalsc.
Operação Natal - A Operação Natal é um projeto de extensão criado em 2006, pelo Programa de Educação Tutorial (PET), da Engenharia de Produção, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), organizado por estudantes da UFSCar e da USP. Na UFSCar, o projeto de extensão nº 23112.009333/2020-94 é coordenado pela docente Denise Balestrero Menezes, do Departamento de Engenharia Civil (DECiv), da (UFSCar). Na USP-São Carlos, o projeto é coordenado pela docente Solange Rezende, do ICMC-USP. O projeto tem como missão espalhar a magia do Natal por meio de uma atuação sinérgica do grupo e impactar a vida de pessoas carentes por meio de ações de responsabilidade social.
Trabalho pioneiro apresenta cerca de 3,7 milhões de genes microbianos e fornece informações para estudos ecológicos, evolutivos e prospecção de genes de interesse biotecnológico
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Institut de Ciències del Mar (ICM) do Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) de Barcelona, na Espanha, caracterizou o conteúdo gênico da microbiota do Rio Amazonas e usou essas informações para entender como a matéria orgânica terrestre é processada no Rio à medida que deságua no oceano. Isso foi realizado a partir de um conjunto de 106 metagenomas do Rio Amazonas, que cobrem mais de 2 mil quilômetros de seu curso, incluindo a região da pluma, que deságua no oceano Atlântico. O levantamento deu origem ao maior Catálogo de Genes Microbianos Não Redundantes da Bacia do Rio Amazonas (AMnrGC), com cerca de 3,7 milhões de genes, a maioria deles pertencente a bactérias.
Os resultados foram publicados na revista científica Microbiome, uma das mais importantes da área (com Fator de Impacto de 11,6). O catálogo inclui, por exemplo, sequências para enzimas que podem ser utilizadas para a produção de etanol de segunda geração, uma delas já estudada pelo grupo. "Há milhares delas disponíveis no catálogo. Também genes de resistência a antibióticos, codificadores de enzimas para uso industrial etc. Uma infinidade de informações", comenta Flavio Henrique Silva, docente do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, um dos coautores do estudo. O artigo é fruto da pesquisa de doutorado de Célio Dias Santos-Júnior - primeiro autor do artigo -, no Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva (PPGGEv) da UFSCar, sob orientação de Henrique Silva, desenvolvido entre 2016 e 2019, com período na Espanha.
O trabalho é pioneiro e fornece grande número de informações para estudos ecológicos, evolutivos e prospecção de genes de interesse biotecnológico. "Os genes microbianos estudados pertencem a organismos microscópicos, principalmente bactérias e archaeas. No trabalho, especificamente, foram estudados mais profundamente os de bactérias", explica o docente. O público de interesse envolve microbiologistas, bioquímicos, biologistas moleculares, biotecnologistas, geneticistas, ecologistas, geoquímicos, químicos etc.
Os genes catalogados têm diversas aplicações biotecnológicas, pois podem ser usados para produzir biocombustíveis, produtos antimicrobianos e até agentes anticâncer. O catálogo também inclui genes que podem ser úteis para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas à reciclagem. Finalmente, o AMnrGC deve ajudar a entender como os microrganismos tratam metais pesados, armazenam carbono ou sequestram íons, o que é de interesse da biotecnologia.
A ideia de elaborar o catálogo surgiu como "uma continuidade dos estudos de diversidade microbiana que fizemos no Amazonas e dos sequenciamentos de DNA em larga-escala que lá realizamos", afirma o professor da UFSCar. "Nós obtivemos um grande número de informações que, junto a outras já disponíveis em bancos de dados, poderiam ser reunidas em um grande catálogo contendo um número enorme de genes. Essas sequências de DNA eram apenas disponíveis, mas os genes ainda não eram organizados e catalogados - ou 'anotados', como se diz na linguagem científica. Eles ainda não tinham função atribuída, nem eram relacionados com rotas metabólicas específicas, como foi feito em nosso trabalho", conta Henrique Silva.
"Esse estudo também é importante para as ações de conservação, pois conhecer a microbiota do Rio é o primeiro passo para entender se ele está ameaçado pelas mudanças climáticas, bem como para traçar estratégias e informar os responsáveis pela formulação de políticas hídricas e de conservação ", sublinha Santos-Júnior. Para ele, "conhecer o microbioma do Rio Amazonas permite compreender processos universais como a degradação da matéria orgânica gerada no solo, explicando outros fenômenos importantes como a desgaseificação que se observa no Rio".
Após o processamento dos dados genéticos, os autores perceberam que micróbios do Rio Amazonas são capazes de degradar a matéria orgânica terrestre em regiões com baixas concentrações de oxigênio, temperatura e carbono inorgânico dissolvido. Outra conclusão do estudo é que a degradação da matéria orgânica derivada das plantas ocorre de forma diferenciada ao longo do Rio, o que permitiu aos cientistas identificar as principais famílias de enzimas envolvidas nesse processo em diferentes trechos. Essas enzimas foram utilizadas para entender as rotas pelas quais a matéria orgânica é degradada e as espécies microbianas que realizam esses processos no Rio Amazonas.
Pesquisas futuras
De acordo com o docente da UFSCar, as pesquisas futuras se concentrarão no estudo dessas enzimas, pois podem ter propriedades úteis para indústrias como as de papel e celulose e etanol de segunda geração. O especialista trabalha com enzimas específicas para a degradação da celulose proveniente dos metagenomas do Rio Amazonas e, em sua opinião, os resultados são promissores, pois apresentam maior resistência à inibição por seus produtos finais, o que é de interesse para as indústrias de biocombustíveis de segunda geração.
"Nosso trabalho é um primeiro passo, e abre caminho para pesquisas futuras mais ambiciosas com o objetivo de compreender a expressão dos genes do microbioma do Rio Amazonas envolvidos na degradação da matéria orgânica terrestre e a estrutura das proteínas correspondentes. Nos permitirá entender melhor como parte do carbono orgânico sintetizado na floresta tropical pelas plantas é transferida por microbiomas aquáticos para finalmente ser liberada na atmosfera na forma de gás carbônico", finaliza o pesquisador do ICM, Ramiro Logares, que foi coorientador de Santos-Junior e, juntamente com Henrique Silva, é autor do trabalho.
Artigo
O trabalho foi financiado pela Petrobrás, em convênio de pesquisa com a UFSCar, no âmbito de projeto de extensão do Laboratório de Biologia Molecular, coordenado pelo professor Flavio Henrique Silva, além de financiamento pelos projetos Interactomics, do Ministerio de Economía y Competitividad (Mineco), da Espanha, do projeto MicroEcoSystems, da Research Council of Norway (RCN), da Noruega, e da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Além de Santos-Junior, Henrique Silva e Logares, o artigo "Descobrindo o potencial genômico do microbioma do Rio Amazonas para degradar a matéria orgânica da floresta tropical", publicado na Microbiome, tem como autores Hugo Sarmento, professor do Departamento de Hidrobiologia (DHb) da UFSCar, e Fernando Pellon de Miranda, da Petrobras.
O trabalho é de acesso aberto e está disponível na íntegra em https://bit.ly/2Uw2clv. Mais informações também estão disponíveis no site do ICM-CSIC, em https://bit.ly/35A4F4T.
Pesquisa também alerta para a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz da doença
SÃO CARLOS/SP - Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que o Brasil tem o dobro da prevalência de diabetes (diagnosticado e não diagnosticado) em pessoas acima dos 50 anos em comparação com a Inglaterra. A pesquisa utilizou uma amostra representativa de ingleses e brasileiros entre os anos de 2012 e 2015. O trabalho é fruto de um projeto de iniciação científica conduzido pela gerontóloga Eilane Souza Marques dos Santos e pela fisioterapeuta Roberta de Oliveira Máximo, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp - Processo 2017/22820-0).
O diabetes está relacionado a um conjunto de complicações que comprometem a saúde e habilidades de autocuidado, principalmente em pessoas com mais de 50 anos. No entanto, duas outras condições também têm chamado a atenção da comunidade científica devido à sua relação com resultados adversos nessa população: o pré-diabetes (condição que antecede o diabetes) e o diabetes não diagnosticado (situação em que a pessoa tem o diabetes, mas desconhece). "Já se sabe que o pré-diabetes é um estado de alto risco para o desenvolvimento do diabetes mellitus e o diabetes não diagnosticado aumenta o risco de complicações devido ao descontrole dos níveis de glicose no sangue; assim é fundamental a implementação de políticas de saúde e realização de triagens para minimizar ou evitar os danos causados por essas condições", destaca Alexandre.
Baseada nessas evidências, a pesquisa comparou a prevalência e os fatores associados ao pré-diabetes, diabetes não diagnosticado e diabetes diagnosticado em amostra representativa de ingleses e brasileiros com 50 anos ou mais. Utilizando dados de estudos harmonizados sobre o envelhecimento, o projeto contou com 5.301 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (Elsa) em 2012 e 1.595 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi) em 2015.
Para o projeto, os indivíduos foram questionados sobre o conhecimento do diagnóstico médico de diabetes (sim ou não) e realizaram exames de sangue para confirmar o nível de hemoglobina glicada (HbA1c), sendo classificados em quatro grupos: não diabéticos - aqueles que apresentaram níveis normais de hemoglobina glicada (<5.7%) e não relataram diabetes; pré-diabéticos - aqueles que apresentaram níveis limítrofes de hemoglobina glicada (≥5.7% e <6.5%) e não relataram diabetes; diabéticos não diagnosticados - aqueles que apresentaram níveis alterados hemoglobina glicada (≥6.5%) e que não relataram diabetes; e diabéticos diagnosticados - aqueles que relataram diabetes, independente dos valores de hemoglobina glicada.
Os resultados apontaram que o Brasil e a Inglaterra apresentam diferenças nas prevalências e fatores associados a três condições de saúde, sendo que a Inglaterra possui maior prevalência de pessoas na condição limítrofe (pré-diabéticos) enquanto o Brasil possui maior prevalência de pessoas doentes, sejam eles diabéticos diagnosticados ou não diagnosticados. Em números, a prevalência de pré-diabetes, diabetes não diagnosticado e diabetes diagnosticado foi de respectivamente 48,6%, 3% e 9,6% na Inglaterra e 33%, 6% e 20% no Brasil.
Em relação aos fatores associados, os resultados indicaram que elementos-chave para o surgimento de doenças crônicas incluindo a obesidade abdominal, hipertrigliceridemia, tabagismo e sedentarismo foram comuns em ambos os países, embora a amostra inglesa tivesse mais condições adversas de saúde relacionadas aos três estados de diabetes, como por exemplo acidente vascular cerebral (AVC), doença cardiovascular, níveis baixos de HDL e hipertensão. "Contudo, o fato do Brasil concentrar o maior número de pessoas com diabetes, diagnosticado ou não, pode ser devido a mudanças de hábitos de vida e ao elevado consumo de alimentos com baixa qualidade nutricional e de alto valor energético, uma vez que o diabetes teve forte associação com o sedentarismo e com a obesidade", acrescenta o docente.
Aliado a isso, existe o desafio da Atenção Primária à Saúde em lidar com a dupla carga de doenças (em que doenças infectocontagiosas coexistem com doenças crônicas não transmissíveis), exercendo efeitos negativos no estabelecimento de medidas preventivas voltadas ao diabetes tipo 2, com uma triagem menos oportuna do público mais velho e dificuldades no diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
De acordo com o orientador, a pesquisa oferece uma oportunidade valiosa para comparações entre os países e gera discussões importantes para aprimorar as estratégias voltadas à melhoria dos serviços de saúde. "Os resultados são particularmente relevantes, dado que o diabetes é uma doença crônica que pode desencadear outros problemas, sendo essencial para os gestores dos serviços de saúde, bem como para os usuários desse serviços, ou seja, para a comunidade como um todo, o reconhecimento dos fatores que podem levar ao aparecimento do pré-diabetes, diabetes não diagnosticado e diabetes diagnosticado", conclui ele.
A realização do estudo foi aprovada pelo London Multicentre Research Ethics Committee (MREC/01/2/91) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Centro de Pesquisas René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (certificado: 886-754). Recentemente, a pesquisa foi publicada na Public Health Nutrition (https://bit.ly/3pccS70)
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