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SÃO CARLOS/SP - As perdas e desperdícios agroalimentares gerados em volumes maciços a partir de operações e consumo agroindustriais poderiam ser transformados em diversos produtos de alto valor agregado, como bioplásticos e materiais avançados, para movimentar a chamada bioeconomia circular. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e de instituições da Finlândia, Áustria e Canadá.

Parte da biomassa dos resíduos agroalimentares (FLW, sigla em inglês para food loss and waste) é atualmente reaproveitada, mas geralmente para aplicações de baixo valor agregado, como alimentação para o gado. Isso pode ser considerado uma subutilização, já que a versatilidade dos FLW permite a sua reutilização para produção de materiais avançados, com potencial de aplicação em dispositivos biomédicos, sensores, atuadores e dispositivos de conversão e armazenamento de energia.

O estudo ressalta a importância dos resíduos agroalimentares para o mercado de embalagens, principalmente, de alimentos, para o qual é bastante promissor, devido ao crescimento contínuo do setor, acompanhando a demanda cada vez maior por alimentos de conveniência e o aumento da população urbana.

De linear para circular

De acordo com os pesquisadores, a bioeconomia é baseada na transformação de recursos renováveis em produtos finais, incluindo materiais. No entanto, a economia circular propõe a transformação da atual cadeia de abastecimento linear (“pegue, faça, use, descarte”) em um modelo circular (“pegue, faça, use, recicle”), focado na otimização da eficiência de recursos e processos por meio da reutilização e dos diferentes tipos de reciclagem de produtos.

Eles acreditam que isso possibilitaria um ciclo cada vez mais perto de ser fechado, conduzindo a um sistema idealmente livre de resíduos e, assim, contrabalançar as deficiências socioeconômicas e ambientais existentes no modelo linear atual.

Para o engenheiro de materiais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Daniel Souza Corrêa, um dos autores do estudo, os FLW representam desperdício de recursos, incluindo água, trabalho e energia usados para produzir alimentos.

Os três eixos, que compreendem o nexus água-energia-alimento, exigem uso mais eficiente, equitativo e adequado frente ao possível esgotamento de recursos do ecossistema de produção. Até pouco tempo água-energia e alimentos eram gerenciados de forma independente, mas em emergente abordagem, passaram a ser tratados de forma conectada.

O conceito nexus - palavra de origem latina – vem demandando integração entre os três elementos, uso racional e governança de diferentes setores, considerando que o uso em excesso de uma das variáveis causa perda de outra e, consequentemente, nas cadeias de produção.

“Além disso, os resíduos agroalimentares contribuem para agravar o cenário das mudanças climáticas, com o aumento dos gases de efeito estufa (GEE). O gás metano, por exemplo, principal contribuinte para a formação do ozônio, é liberado durante a decomposição de matéria orgânica (como restos de alimentos encontrados em lixões e aterros”, diz o pesquisador.

Geração de bioplástico

O estudo “O nexus alimentos-materiais: bioplásticos de próxima geração e materiais avançados de resíduos agroalimentares”, foi publicado em 2021, na edição 43 na contracapa da Advanced Materials. A revista é uma das de maior impacto na área. No artigo, os cientistas avaliaram os avanços recentes na valorização dos FLW.

Além disso, exploraram aspectos de sustentabilidade associados às demandas de fabricação de materiais e dispositivos avançados e funcionais, bem como os desafios e estratégias para obter bioplásticos a partir desses resíduos agroalimentares.

Entre as aplicações apontadas está a transformação de perdas e resíduos agroalimentares em materiais “verdes”, uma opção emergente que utiliza biomassa residual e fluxos secundários da cadeia de abastecimento alimentar.

O professor do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, Caio Otoni, primeiro autor do estudo, explica que a maioria dos bioplásticos atuais é de primeira geração, ou seja, produzidos a partir de plantas ricas em carboidratos ou proteínas que, pelo menos em alguns casos, poderiam ser usados como alimento ou ração animal. Entre elas, destacam-se milho, cana-de-açúcar, soja, trigo e batata, o que leva a divergências em torno de aplicações alimentares e não alimentares.

Por outro lado, o pesquisador diz que os bioplásticos de segunda geração são derivados de matérias-primas que não se destinam ao uso alimentar, incluindo celulose de madeira e FLW. Uma terceira geração de bioplásticos, ainda em desenvolvimento, envolve a produção direta de plásticos, ou seus blocos de construção, a partir de organismos vivos.

“Portanto, a utilização de resíduos agroalimentares (FLW) para obter materiais é compatível com os bioplásticos de segunda e terceira gerações, representando uma alternativa sustentável para as estratégias atuais de produção massiva de plásticos, sobremaneira os ditos de uso único”, avalia Otoni.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o Brasil produz quase 37 milhões de toneladas de lixo orgânico anualmente, mas apenas 1% do que é descartado é reaproveitado. O lixo orgânico não tratado gera gás metano, nocivo à atmosfera, quando entra em decomposição nos aterros sanitários.

Desafio Global

A perda e o desperdício de alimentos são considerados um problema generalizado em todo o globo, um desafio à segurança alimentar, à economia e à sustentabilidade ambiental.

Reduzir o desperdício alimentar global per capita é uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como meta diminuir em 50% os FLW até 2030 (a meta foi definida em 2015).

De acordo com o estudo global Food Waste Index, divulgado em março do ano passado, a estimativa é de que 931 milhões de toneladas de alimentos, ou 17% do total de alimentos disponíveis para os consumidores em 2019, foram despejados por residências, varejos, restaurantes e outros serviços de alimentação.

Iniciativas promissoras

Na Embrapa Instrumentação, pesquisas para aproveitamento de subprodutos agroalimentares já vêm sendo realizadas há mais de duas décadas, frequentemente em parceria com grupos da UFSCar, de outras unidades da Embrapa, entre elas, a Embrapa Agroindústria Tropical, e de outras instituições do Brasil e do exterior, como o Departamento de Agricultura dos EUA, o USDA.

Segundo a engenheira de alimentos da Embrapa, Henriette M. C. Azeredo, coautora do estudo, além do reaproveitamento de subprodutos ou resíduos, existem casos em que se utilizam as partes comestíveis dos alimentos para a produção de materiais, neste caso, materiais comestíveis. Um exemplo são os filmes comestíveis à base de frutas, hortaliças e legumes.

Estas películas finas têm potencial para servir como embalagem primária e embalar de pizzas a sushi e, a depender da formulação, podem apresentar características físicas semelhante aos plásticos convencionais, como resistência mecânica e capacidade de barreira, além de igual capacidade de proteção dos alimentos. Esta linha de pesquisa, iniciada na Embrapa pelo pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso, pode ajudar a reduzir o desperdício de alimentos.

O uso de embalagens comestíveis é fundamental para a proteção dos alimentos, para evitar agentes de deterioração, danos mecânicos, desidratação, entre outros. Assim, o principal objetivo deve ser a minimização de FLW com o uso de materiais de longa duração, considerando a circularidade e a persistência dos recursos naturais dentro do ciclo econômico.

Barreiras ao uso

No entanto, os custos econômicos e diferenças de desempenho permanecem como barreiras importantes para o uso dos resíduos agroalimentares. Azeredo diz que, embora mais vantajoso do ponto de vista ambiental, a maioria dos bioplásticos tem desempenho inferior nas suas propriedades, comparados aos plásticos convencionais.

“Além de apresentarem desafios na processabilidade, requerendo adaptações de engenharia ou novos métodos, esses materiais geralmente têm propriedades mecânicas e de barreira inferiores aos dos plásticos convencionais. Estes são desafios a serem enfrentados com pesquisa e criatividade. Por outro lado, os materiais derivados de alimentos podem ter propriedades funcionais (como antimicrobianas e antioxidantes, por exemplo) que não são apresentadas pelos plásticos convencionais”, afirma a engenheira de alimentos.

Azeredo explica que a composição química complexa e heterogênea da biomassa derivada dos resíduos agroalimentares é um desafio, mas também pode oferecer grandes oportunidades, por exemplo, se táticas de fracionamento apropriadas forem aplicadas.

Bruno Dufau Mattos, pesquisador da Universidade de Aalto, na Finlândia, e coautor do trabalho, complementa que as estratégias de última geração usadas para reciclar FLW em materiais multifuncionais e avançados dependem da desconstrução e remontagem, síntese e engenharia de blocos de construção monoméricos, poliméricos e coloidais derivados de resíduos agroalimentares.

Azeredo enfatiza, no entanto, que os bioplásticos representam apenas uma pequena fração, cerca de 1% da produção total de plásticos. A principal aplicação são as embalagens, mais de 53%, o que representou 1,14 milhão de toneladas em 2019.

Para a pesquisadora, os bioplásticos poderiam substituir contrapartes tradicionais não renováveis ou criar soluções para os desafios tecnológicos atuais, melhorando assim os aspectos de sustentabilidade e circularidade da fabricação de materiais. 

Comunidade externa pode se inscrever em cursos de Libras e Português para Estrangeiros

 

SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Línguas (IL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, de 14 a 17 de março, inscrições para cursos de Inglês, Espanhol, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Português para Estrangeiros, na modalidade online.
Os cursos de Inglês e Espanhol são destinados apenas à comunidade interna da UFSCar (alunos, professores e técnico-administrativos). Os cursos de Libras e Português para Estrangeiros podem ser solicitados também pela comunidade externa da Universidade.
Palestras serão online e gratuitas

 

SÃO CARLOS/SP - No dia 15 de março, acontece o II Workshop Meninas nas Ciências, cujo objetivo é incentivar o ingresso de jovens no Ensino Superior, destacando a presença de mulheres nas diferentes áreas da Ciência. A ação busca também motivar o interesse de meninas pelas Exatas e Tecnologias, para minimizar a lacuna histórica da presença feminina nessas áreas. O evento é gratuito e contará com duas palestras transmitidas ao vivo pelo YouTube no canal Meninas nas Ciências (https://bit.ly/3hQZ5jW). 
Às 19 horas, ocorre a primeira palestra com a pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Ceará e doutora em Química de Produtos Naturais, Margareth Borges Coutinho Gallo, que abordará o tema "Superando desafios". Em seguida, às 19h40, a pesquisadora do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e doutora em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ingrid David Barcelos, ministrará a segunda palestra com o tema "A importância da diversidade na ciência".
As inscrições devem ser feitas pelo site do Workshop (https://bit.ly/35JRJvX). Haverá emissão de certificado de participação para os inscritos que obtiverem pelo menos 75% de presença nas atividades, e sorteio de livros, patrocinado pela EdUFSCar.
Dispositivo, disponível para comercialização, traz mais segurança a profissionais de Saúde em procedimentos de intubação

 

SÃO CARLOS/SP - Em mais uma resposta da Ciência diante da pandemia da Covid-19, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um adaptador que ajuda a diminuir o risco de transmissão do vírus em casos de intubação, principalmente a profissionais da área da Saúde.
A intubação de pacientes é realizada pela inserção de um tubo que vai da boca à traqueia, com o intuito de manter uma via aberta até o pulmão e, assim, garantir respiração adequada.
No entanto, é comum que, no procedimento, gotículas das vias aéreas do paciente sejam liberadas através do tubo traqueal, se espalhando facilmente, trazendo riscos de contaminação à equipe de Saúde e a outros pacientes ao redor. "Foi com base neste cenário que pensamos em uma forma de obstruir essa passagem de ar e trazer mais segurança àquele ambiente", contextualiza Rafael Luis Luporini, docente do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar e um dos inventores da tecnologia.
Ele conta que, inicialmente, os pesquisadores criaram uma tampa para o tubo, mas ela soltava facilmente; decidiram, então, desenvolver o adaptador, que se assemelha a uma "casinha" fechada e, assim, consegue travar a tampa do tubo traqueal. Ao ser encaixado, o dispositivo impede que a tampa do tubo solte antes, durante ou após a intubação. "Seu uso é simples, não precisa de treinamento e soluciona facilmente o problema", sintetiza o docente.
O método e o dispositivo foram registrados como patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com o apoio da Agência de Inovação (AIn) da Universidade, e são inéditos para este tipo de uso. "Fizemos uma extensa busca em bases de patentes e não existe nada semelhante, que sirva como uma trava para o conector do tubo. As intubações são comumente feitas sem trava, o que torna o ambiente mais suscetível à contaminação", ressalta Luporini.
Para o paciente, o método de intubação continua seguro, pois não há contato direto com o organismo da pessoa.
Após o desenvolvimento de protótipos, produzidos em escala laboratorial via impressão 3D, os pesquisadores disponibilizaram o dispositivo para uso em hospitais na cidade de São Carlos, como Santa Casa e Hospital Universitário da UFSCar, e outros do interior do estado de São Paulo.
Apesar de ter sido desenvolvido no cenário da pandemia, os pesquisadores asseguram que o adaptador pode ser utilizado em outros procedimentos envolvendo as vias aéreas - além de intubações, em traqueostomias, por exemplo.
Daniel Braatz, docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP), também um dos inventores e líder do grupo de pesquisa "Centro de Desenvolvimento e Prototipagem Maker para Inovação em Engenharia e Saúde" (CDPRO), conta que o adaptador tem como matéria-prima o polímero Acrilonitrila butadieno estireno (ABS), um dos plásticos mais conhecidos e utilizados para impressão 3D.
"É fácil de encontrar no mercado e possui boas resistências mecânica e térmica, sendo leve e simples de produzir; um material bem seguro de trabalhar", analisa.
Outra preocupação dos pesquisadores foi chegar em um design que se adaptasse facilmente a diferentes modelos de tubos. "Os equipamentos da área médica comumente precisam de adaptadores para funcionar; muitas vezes, quando não encontram, chegam até a ser inutilizados. Nossa tecnologia foi projetada para eliminar esta limitação; por isso, focamos em um material flexível e que se ajusta a qualquer conector. Além disso, ele é reutilizável e durável, bastando esterilizá-lo após o uso", registra Braatz.
O custo da tecnologia também é baixo: ao adquirir um quilo do polímero para sua produção - um gasto aproximado de R$130 -, é possível produzir cerca de 100 adaptadores.
Instituições e empresas podem produzir o material em larga escala. "Neste caso, recomendamos o processo de injeção polimérica, pois seu custo sai ainda mais baixo e a produção é bem maior: em uma impressora 3D, é possível imprimir de 50 a 100 dispositivos por dia; uma injetora, usando molde, pode produzir de 5 a 10 mil peças por dia, com maior controle e padronização", exemplifica Braatz.
Empresas interessadas em realizar a transferência da tecnologia e viabilizar sua produção em larga escala podem entrar em contato com a Agência de Inovação da UFSCar, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Planos individuais são elaborados para as necessidades de cada paciente

 

SÃO CARLOS/SP - Teve início no último mês de fevereiro o Ambulatório de Gerontologia do Hospital Universitário da UFSCar (HU-UFSCar/Ebserh/MEC), voltado ao atendimento exclusivo de pacientes a partir de 60 anos, encaminhados pela rede pública de saúde de São Carlos.
O ambulatório está inserido na média complexidade e tem por objetivos evitar o agravamento de problemas de saúde que o idoso apresenta e manter e/ou melhorar a capacidade funcional desse paciente, preservando o máximo possível a sua independência e autonomia para as atividades de vida diária. "Ao pensar em atenção integral em saúde para a população idosa, considera-se que, durante o processo de envelhecimento, cada indivíduo pode apresentar características singulares e complexas e, dentro desse contexto, as ações do ambulatório do HU podem aperfeiçoar o monitoramento e planejamento de ações voltadas aos idosos no contexto ambulatorial", aponta Aline Gratão, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e coordenadora do ambulatório no HU. 
As ações desenvolvidas no ambulatório também possibilitam a organização de prioridades de intervenção em saúde, auxiliando inclusive em medidas preventivas e de promoção à saúde. "É nesta linha que o ambulatório contribui para o atendimento à população idosa na nossa cidade, se diferenciando dos serviços ambulatoriais já existentes na rede, que atendem por especialidades com foco no diagnóstico e tratamento", acrescenta Gratão.

Público e atendimento
O serviço do Ambulatório de Gerontologia do HU é voltado a idosos frágeis a partir de 60 anos de idade. São considerados frágeis aqueles que apresentam três ou mais das situações a seguir: emagrecimento nos últimos meses sem ter feito dieta; cansaço constante; fraqueza muscular; baixo nível de atividade física; e lentidão da caminhada. Além disso, outro critério é que o paciente deve ter presença de duas ou mais doenças diagnosticadas por médico, ou fazer uso regular de cinco ou mais medicamentos diariamente, ou ter ficado internado em hospital nos últimos seis meses. 
A partir da inclusão do idoso no serviço ambulatorial, a equipe de Gerontologia inicia uma avaliação multidimensional do paciente que permite a identificação das dimensões de saúde que precisam de investigação. Posteriormente, é elaborado um plano de cuidado e acompanhamento do quadro de saúde, incluindo o envolvimento do cuidador, quando houver, de forma que a equipe acompanhe também as necessidades do processo de cuidar.
O atendimento é realizado exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e os pacientes devem ser encaminhados pelas unidades da Rede de Atenção à Saúde de São Carlos ou pelo sistema da Central de Regulação da Oferta de Serviços de Saúde (CROSS).
Pesquisa, que considera as diferenças culturais, convida pais e mães para participação online

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo da UFSCar está convidando pais e mães brasileiros e estrangeiros para uma pesquisa sobre como eles lidam com as discordâncias na criação dos filhos. O objetivo é identificar as semelhanças e diferenças nos cuidados de filhos em dois tipos de casais: de nacionalidade mista (mãe ou pai brasileiros e o outro estrangeiro) e casais brasileiros, considerando os efeitos das diferenças culturais.
"Atualmente há milhões de pessoas saindo de seus países de origem em busca de novas oportunidades, e essa realidade cria demandas para lidar com diferenças culturais e também com a adaptação sociocultural", analisa Melissa Giannina Sueros Torres, graduanda do curso de Psicologia da UFSCar e responsável pelo estudo. "Dentro da Psicologia, e no cenário brasileiro, não existem pesquisas sobre o processo de adaptação cultural de imigrantes em contextos familiares e penso que a minha pesquisa será de muita importância para podermos entender como acontecem essas negociações entre os pais no cuidado de uma criança e como estes lidam com as diferenças culturais como, por exemplo, a linguagem e a religião", explica Torres.
A pesquisa "A criação de filhos em casais com um parceiro imigrante e em casais brasileiros" tem orientação da professora Elizabeth Joan Barham, do Departamento de Psicologia (DPsi), e apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Melissa Sueros Torres conta que o tema da pesquisa, relacionado à adaptação cultural, surgiu porque a pesquisadora é estrangeira. Além disso, "ao me aprofundar no tema, entendi como esse fenômeno de adaptação sociocultural faz com que a pessoa desenvolva diversas habilidades para poder lidar com diferenças culturais. E, no contexto familiar, não é diferente, já que para construir e manter a relação coparental é necessário ter habilidades para lidar com diferenças. Mas essa demanda pode ser ainda maior em relacionamento entre pessoas que cresceram em dois países diferentes", conta.

Como participar
Para participar do estudo, é preciso ter domínio de leitura e fala do Português (nível básico); ser pai ou mãe de uma criança; residir no Brasil; ser brasileiro ou estrangeiro; e ter acesso a um dispositivo com conexão com Internet.
A participação consiste em preencher um formulário online, com duração de 30 minutos. Em seguida, será agendada uma entrevista, pela plataforma Google Meet, com duração de 10 a 15 minutos. Os pais e mães interessados devem preencher o respectivo formulário, disponível pelos links https://bit.ly/3M0A3MQ (pais) e https://bit.ly/3vf3zsf (mães) ou, então, entrar em contato com a pesquisadora Melissa Sueros Torres, pelo e-mail melissa.sueros@estudante.ufscar.br, que também pode esclarecer dúvidas sobre o trabalho. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 50251921.0.0000.5504).
Plataforma, desenvolvida pela UFSCar e pelo IFSP, estabelece vínculos entre necessidade da empresa e qualificação desses profissionais

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) buscam parceria com empresa para viabilizar o funcionamento do JobSkills, aplicativo que tem como objetivo evidenciar a qualificação de estudantes e profissionais com deficiências e sua adequação às oportunidades oferecidas no mercado de trabalho. 
Além disso, o intuito é que empregadores e demais atores da sociedade possam, gradualmente, repensar e modificar seus contextos na perspectiva inclusiva e da acessibilidade.
"O cenário ideal é que as empresas do País estejam aptas a receber todas as pessoas de maneira igualitária e com as mesmas oportunidades, oferecendo todo tipo de acessibilidade. No entanto, esta não é a realidade; enxergamos o ideal como um processo. Nesta direção, o aplicativo visa, em curto prazo, já incluir pessoas com deficiências no mercado de trabalho a partir de suas competências, com base na acessibilidade que existe hoje nas empresas, e, assim, contribuir com esse processo de mudança de cultura nas instituições", registra Lucas Bueno, docente do Campus São Carlos do IFSP.
A empresa que decidir manter a ferramenta, além de ter acesso a todo o processo de desenvolvimento do software, poderá compor uma base de dados nacional de pessoas com deficiências com competências nas mais diversas áreas, bem como de empresas usuárias que estão comprometidas com a promoção da inclusão laboral.
Após a transferência de tecnologia, a empresa parceira definirá a melhor forma de disponibilização do aplicativo e já poderá manter o sistema de informação ativo, sendo responsável pelo seu gerenciamento. Com isso, os próximos passos envolvem disponibilizar a plataforma para cadastro de pessoas e de empresas usuárias, dando início ao processo de match making entre elas.
Ao se cadastrarem na plataforma, as pessoas poderão detalhar três componentes: localização geográfica, competências e acessibilidade necessária. Neste último, mencionarão o que precisam - como rampas, pisos táteis ou leitores de tela, por exemplo. As empresas, por sua vez, trarão informações sobre as vagas disponíveis e esclarecerão se oferecem serviços ou tecnologias de acessibilidade em seu ambiente de trabalho.

Processo de construção
A concepção do JobSkills teve início em 2011, tendo como base os dados coletados por Leonardo Santos Amâncio Cabral, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar e coordenador do projeto, ainda em sua tese de doutorado, com desenvolvimento do software a partir de 2016. Em 2020, foi lançado como projeto piloto pelo grupo de pesquisa Identidades, Deficiências, Educação e Acessibilidade (IDEA/CNPq) da UFSCar. 
No mesmo ano, a tecnologia foi finalizada por Matheus Rodrigues, especialista em Desenvolvimento de Sistemas para Dispositivos Móveis pelo IFSP, e registrada como software junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com o apoio da Agência de Inovação (AIn) da UFSCar.
A ferramenta visa dialogar diretamente com a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto nº 6.949, de 2009), com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 2015) e com o momento atual, em que as pessoas com deficiências têm ingressado na Educação Superior por meio de ações afirmativas e, assim, adquirido competências profissionais e titulação acadêmica em diversas áreas do conhecimento. 
De acordo com Cabral, mesmo existindo diretrizes normativas que asseguram a reserva de vagas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho (Lei nº 8.213/91), na Educação Superior (Lei nº 13.409/2016) e em concursos públicos (Decreto nº 9.508/2018), quando esta população acessa estes espaços frequentemente é alocada em cargos com salários inferiores e/ou não compatíveis com sua qualificação/formação profissional.
"Além disso, os processos de contratação ou ingresso ocorrem predominantemente com base em laudos médicos, desconsiderando as potencialidades e competências das pessoas com deficiências. Ao apresentar este laudo, são muitas vezes vistas como pacientes. Está aí um desafio a ser enfrentado o quanto antes: que a gestão de pessoas nas empresas supere eventuais perspectivas capacitistas e compreenda as competências e habilidades dos sujeitos", destaca Cabral.
O docente lembra que, além das políticas de reserva de vagas, essa população pode se candidatar à ampla concorrência. "Ainda assim, muitas empresas continuam desconsiderando estas possibilidades em seus respectivos quadros funcionais."
O JobSkills sai desta perspectiva: o aplicativo não se baseia em laudos médicos, tampouco na mera aplicabilidade da Lei de Cotas. "A ferramenta se diferencia das demais plataformas e processos justamente por priorizar a concepção biopsicossocial da deficiência, que considera as dimensões biológica, psicológica e social do indivíduo, incluindo suas competências e interações com o ambiente", explica Cabral.
Segundo o pesquisador, todos os processos de pesquisa e de design da ferramenta foram desenvolvidos junto a pessoas com deficiências, e não somente para elas. 
Para ter um aprimoramento constante e condizente com a realidade, o aplicativo também permitirá avaliações e retornos de seus usuários. "Como o software é fruto de pesquisas, é por meio de novas pesquisas que ele poderá ser aprimorado e atender, cada vez mais, as demandas de seu público", finaliza Cabral.
O JobSkills foi desenvolvido com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Mais informações estão disponíveis no site do IDEA (https://bit.ly/jobskillsufscarifsp).
Empresas interessadas em comercializar o software e colocá-lo em funcionamento devem entrar em contato com a AIn pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Interessados devem se inscrever entre os dias 10 e 11 de março

 

SOROCABA/SP - Entre os dias 10 e 11 de março, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP-So), do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), estará com inscrições abertas para pessoas interessadas em cursar disciplinas isoladas no primeiro semestre de 2022, na condição de alunos especiais.
Podem se inscrever portadores de diploma de nível Superior e estudantes de graduação com 80% dos créditos do curso completos.
São seis disciplinas a serem ofertadas neste semestre, cujos detalhes, inclusive horários e docentes responsáveis, podem ser conferidos no site do PPGEP-So (https://bit.ly/3HR8mmk), onde também estão as informações completas sobre o processo de inscrição de alunos especiais e outros dados sobre o Programa.
Episódio está disponível em diferentes plataformas online

 

SÃO CARLOS/SP - O novo capítulo do podcast "Bamo Proseá?", intitulado "Mulheres em movimento no campo caipira", presta uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado neste dia 8 de março. A entrevistada é Amanda Lino que fala sobre o papel da mulher no seio da cultura caipira, a partir da sua experiência em assentamentos rurais na região de Sorocaba. O episódio está disponível em diferentes plataformas online, acessíveis via https://linktr.ee/BamoProsea.
O projeto de extensão "Bamo Proseá? Cotidiano e Cultura Caipira", do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove uma série de podcasts voltados ao universo caipira e que tratam de assuntos relacionados à música, à viola, à culinária, à literatura, às crenças e à religiosidade, entre outros.
Além das conversas do "Bamo Proseá?", o projeto também produz a seção "Dedo de Prosa", em podcasts menores e divertidos. Todo o material está em https://linktr.ee/BamoProsea.
A equipe é coordenada por Neusa de Fátima Mariano, professora do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So) da UFSCar. Dúvidas e sugestões de temas podem ser enviadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Edital é aberto para mestrado e doutorado a candidatos com bolsa integral

 

SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEQ) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) abriu, no dia 28 de fevereiro, as inscrições para o Edital n° 1/2022 - Modalidade para Exame de Ingresso em Fluxo Contínuo nos cursos de Mestrado ou de Doutorado, destinado a candidatos com Bolsa Integral.
O exame de ingresso para os cursos de Mestrado ou de Doutorado poderá ser solicitado a qualquer momento durante a vigência do Edital (até 28 de novembro) por candidato portador de diploma de graduação ou de título de mestre e que já tenha bolsa de mestrado ou de doutorado com duração de no mínimo 24 ou 36 meses, respectivamente, aprovada por agência de fomento à pesquisa ou instituição externa de ensino e pesquisa ou empresa.
Outras informações como documentação e seleção podem ser obtidas no edital, disponível no site do PPGEQ (https://bit.ly/3JyoPNJ).

PPGEQ
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química objetiva qualificar pessoal para trabalhar em pesquisa e desenvolvimento de processos químicos, vinculando a formação dos mestres e doutores a trabalhos científicos e tecnológicos de interesse do nosso País, através de projetos entre áreas básicas e aplicadas da Engenharia Química, como o desenvolvimento e utilização de fontes de energia e aproveitamento de matérias-primas nacionais. O Programa tem conceito 7 da Capes, nota máxima, correspondendo à excelência internacional.

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