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Objetivo é dar mais transparência ao projeto e facilitar a integração com as atividades acadêmicas

 

BURI/SP - O projeto de extensão Fazenda Escola Lagoa do Sino (FELS) acaba de lançar sua página institucional (www.fels.ufscar.br). A página foi elaborada para promover a divulgação, de forma transparente e contínua, de informações sobre tudo o que ocorre no projeto e disponibilizar ferramentas que vão facilitar a integração com as atividades acadêmicas do Centro de Ciências da Natureza (CCN). 

Além das informações gerais, notícias e vídeos sobre o projeto, o site possui uma seção sobre transparência com todos os boletins informativos já publicados e disponibilizará, conforme forem sendo produzidos, outros relatórios e informações relevantes. Há também seções destinadas ao Programa de Estágios, aos dados de produção, aos projetos que promovem a agrobiodiversificação dos sistemas produtivos, dentre outras.

Para Alberto Carmassi, Diretor do Campus Lagoa do Sino e Coordenador do projeto, a página atende uma antiga demanda da comunidade acadêmica. "Desde que assumimos o projeto, estamos trabalhando para dar mais transparência ao que acontece dentro da FELS e aproximá-la da comunidade. O novo site vai disponibilizar todos os boletins, regimentos, publicações e demais informações para que nossos estudantes, servidores e a comunidade local saibam o que de fato está sendo realizado no projeto" finaliza.

A página foi desenvolvida pelo Departamento WebSites e Hospedagem (DeWeb) da Secretaria Geral de Informática (SIn), em parceria com a equipe gestora da FELS. Dúvidas e sugestões podem ser enviadas ao e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Fazenda Escola Lagoa do Sino A Fazenda Escola Lagoa do Sino (FELS) é um projeto de extensão de produção e comercialização agropecuária que visa dar suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão do Campus Lagoa do Sino da UFSCar. Com aproximadamente 370 hectares de área de cultivo e uma infraestrutura voltada à produção de grãos, a FELS tem o objetivo principal de funcionar como um laboratório a céu aberto, que busca proporcionar mais efetividade na integração das atividades produtivas e acadêmicas do Campus, assim como colaborar na redução dos impactos ambientais e no desenvolvimento sustentável do sudoeste paulista.

Acesse a página e conheça mais sobre o projeto (www.fels.ufscar.br).

UFSCar já trabalha também em diagnóstico da extensão da área atingida, bem como em apoio à investigação das causas do fogo

 

SÃO CARLOS/SP - Como muitos já devem saber, uma área de vegetação no Campus São Carlos da UFSCar, junto a outras áreas adjacentes, foi atingida na tarde de ontem (5/9) pelos incêndios que, infelizmente, têm sido comuns na região.

Equipes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, bem como do Parque Ecológico, da Embrapa, de usinas da região e da própria UFSCar atuaram intensamente para conter o fogo. A UFSCar já trabalha também em diagnóstico da extensão da área atingida, bem como em apoio à investigação das causas do fogo e demais medidas que venham a ser necessárias.

Mesmo com o acesso ao Campus restrito e controlado, alguns locais seguem frequentados para prática de atividades físicas e de lazer. Assim, é importante destacar que, devido aos danos provocados pela queimada, há alto risco de queda de árvores em várias áreas de vegetação. Assim, a Reitoria da UFSCar reforça a importância de não haver, em nenhuma hipótese, visita ao local, reiterando o alto risco envolvido, não apenas às pessoas, mas também ao ambiente e ao trabalho das equipes que buscam controlar a situação.

Psicóloga do HU-UFSCar fala sobre o tema e aponta a importância do apoio da família, amigos e profissionais de saúde

 

SÃO CARLOS/SP - A campanha Setembro Amarelo é organizada nacionalmente, desde 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), e tem o objetivo de sensibilizar e informar os diferentes públicos sobre a temática do suicídio, formas de acolhimento, abordagem dos pacientes e a prevenção com o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde.  

Lara Rosa Cobucci é psicóloga do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh/MEC) e acredita que a campanha de prevenção ao suicídio é importante por promover espaços de fala aberta sobre o tema, já que apenas por meio do conhecimento é possível ofertar ajuda e prevenir que esse ato ocorra. "O suicídio segue sendo um assunto pouco falado, por se tratar de um grande tabu e estigma. Mas, ao contrário do que comumente se pensa, falar sobre ele não aumenta seu risco, mas, sim, promove acolhimento e possibilita a obtenção de ajuda adequada", avalia Cobucci.    

Dados

De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem, por ano, em todo o mundo por causa do suicídio. Ele também é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Dados da ABP indicam que são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil, com casos cada vez mais frequentes entre os jovens. De acordo com a Associação, cerca de 96,8% dos suicídios estão relacionados a transtornos mentais.  

Para Lara Cobucci, o suicídio, assim como o pensamento e as tentativas, não tem uma causa única ou pontual. "Esse comportamento ocorre como um resultado da interação de diversos fatores psicológicos, sociais, culturais, ambientais, biológicos e genéticos. Dentre os principais fatores de risco para o suicídio está a presença de doença mental, como depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool ou outras drogas. Sabe-se que praticamente todos os indivíduos que tentam suicídio têm alguma doença mental pregressa, porém muitas vezes tais doenças nunca foram diagnosticadas ou tratadas", explica.       

Prevenção

Como o suicídio ocorre por uma junção de fatores, Lara Cobucci explica que há diversas estratégias que podem e devem ser empregadas como prevenção. Uma delas, de acordo com a psicóloga do HU-UFSCar, é a identificação e avaliação do risco do indivíduo, considerando tentativas prévias, quadro de saúde mental, a presença de planos de morte e características sociais e psicológicas. "Embora haja o mito de que as pessoas que ameaçam se matar não irão concretizar o plano e querem ‘apenas chamar atenção’, sabe-se que a maioria dá sinais, expressa seus pensamentos e planos de morrer antes de tentar e cometer o suicídio", alerta. Uma vez identificado o risco, a pessoa deve ser acolhida, ouvida de forma empática e encaminhada para serviços de referência em saúde mental. Além disso, deve-se buscar garantir a presença do suporte social.   

Nesse contexto, a psicóloga aponta que a família e amigos são essenciais na prevenção ao suicídio. "Eles têm o papel de ouvir, dar suporte e acolher, além de incentivar a buscar ajuda profissional e evitar que a pessoa tenha acesso a meios de se autolesionar".   

Por fim, Lara complementa que a pandemia de Covid-19 está afetando a saúde mental de muitas pessoas e que diversos estudos já apontam para o aumento de depressão, ansiedade, angústia, violência e abuso de álcool e outras drogas. "Além do contexto do isolamento social, esses sintomas se juntam a dificuldades financeiras e perdas ocasionadas pela pandemia, e se tornam grandes fatores de risco ao comportamento suicida. Diante disso, mais do que nunca, são necessários a conscientização e o desenvolvimento de estratégias de produção de cuidado, a fim de evitar um aumento nas taxas já muito altas de comportamento suicida no Brasil e no mundo", conclui.  

Em caso de necessidade, o indivíduo poderá buscar ajuda em um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de sua cidade - em São Carlos são três tipos de Caps (Mental, Álcool e Drogas e Infantil e Juvenil) -, além do Centro de Valorização da Vida (CVV), que também é um importante canal de comunicação para quem precisa conversar, disponível 24 horas pelo telefone 188.    

HU-UFSCar

Durante este mês de setembro, serão realizadas ações específicas sobre o tema com funcionários e pacientes da Saúde Mental do Hospital. O HU-UFSCar possui oito leitos de internação exclusivos para Saúde Mental, com atendimento multidisciplinar e estrutura específica para esse serviço, sendo referência para encaminhamentos na cidade e região.

UFSCar oferece 20 vagas, distribuídas entre os campi São Carlos e Sorocaba

 

SÃO CARLOS/SP - De 8 de setembro até 25 de outubro (às 17 horas), estarão abertas as inscrições no Exame Nacional de Acesso (ENA 2022) para ingresso em 2022 no Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat). O curso tem como objetivo proporcionar formação matemática aprofundada relevante para o exercício da docência na Educação Básica, a professores em exercício da docência de Matemática das redes pública ou privada

O Profmat é desenvolvido por meio de uma rede de instituições de Ensino Superior que, para 2022, estão oferecendo um total de 1.400 vagas. Destas, 20 são para a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sendo 10 no Campus São Carlos e 10 no Campus Sorocaba. O curso é semipresencial, e as aulas estão previstas para acontecer às segundas-feiras em São Carlos e às sextas-feiras em Sorocaba. O mestrado profissional foi avaliado com conceito 5 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nota máxima para programas com apenas curso de mestrado.

O Exame consistirá numa prova presencial, a ser realizada no dia 4 de dezembro. Entretanto, caso seja verificada a impossibilidade de realização da prova presencial, em razão da pandemia da Covid-19, a prova fica adiada para o dia 8 de janeiro de 2022.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela Internet, em www.profmat-sbm.org.br, onde também estão mais informações sobre o Profmat e o edital do processo seletivo. O Profmat é oferecido no contexto do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), da Capes, sob a coordenação da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e com apoio do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).

 

São 67 vagas. Interessados devem se inscrever até 14 de setembro

 

SÃO CARLOS/SP - A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (ProGPe) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com seleção aberta para 67 vagas de estágio - nível superior, regime de 20 horas semanais - para o Campus São Carlos. 

Para concorrer, o aluno deve estar matriculado e frequentando regularmente cursos do Ensino Superior nas seguintes áreas de formação: Administração, Biblioteconomia/Ciência da Informação, Ciências Biológicas/Ciências Ambientais, Imagem e Som, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Informática, Letras/Linguística, Pedagogia, Psicologia, Nutrição, Estatística, Ciências Sociais, Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais. 

Os interessados deverão se inscrever até 14 de setembro, por meio do site de concursos da UFSCar (https://concursos.ufscar.br), no link Fase de Inscrição - Estagiários, onde também constam os editais. Mais informações neste mesmo site ou com o Departamento de Provimento e Movimentação pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

São três vagas de nível superior nas áreas de Administração e Psicologia

 

BURI/SP - A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFSCar publicou edital do processo seletivo para contratação de estudantes de nível superior, vinculados às instituições públicas e privadas, para realizar estágio não-obrigatório no Campus Lagoa do Sino. O estágio conta com bolsa de R$787,98 e deverá ser realizado de segunda a sexta-feira de forma exclusivamente remota. A carga horária de 20 horas semanais será cumprida por meio de quatro horas diárias de estágio. 

São duas vagas para a área de Administração, uma matutina e a outra vespertina, destinadas para estudantes a partir do 2º semestre dos cursos superiores em Administração, Tecnologia em Gestão da Produção Industrial e Tecnologia em Gestão Empresarial. Para a área de Psicologia, há uma vaga para atuação no período vespertino destinada a estudantes a partir do 5º semestre do curso de Psicologia. 

As inscrições estão abertas até o dia 9 de setembro, exclusivamente via internet, no endereço eletrônico https://concursos.ufscar.br. Detalhes sobre o processo seletivo podem ser consultados no edital. Para mais informações, os interessados deverão entrar em contato com o Departamento de Gestão de Pessoas do Campus Lagoa do Sino pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Formação da UFSCar tem encontros virtuais, é gratuita e aberta ao público

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas para o curso "Histórias em quadrinhos: panorama", que tem como objetivo apresentar um panorama histórico e teórico sobre os quadrinhos. A iniciativa visa oferecer subsídios para que estudantes e profissionais possam compreender os debates em torno das HQs. Para isso, será abordado o potencial dos quadrinhos para a discussão de momentos históricos, movimentos sociais, linguagem, mídia e arte.

O curso é destinado a alunos de graduação e pós-graduação, docentes, técnico-administrativos e público externo. Com carga horária de 40 horas, a formação conta com atividades assíncronas (pelo Google Classroom) e síncronas (via Google Meet, às sexta-feiras, nos dias 17 e 24/9 e 1º e 8/10, das 10 às 12 horas).  

São ofertadas 35 vagas, a serem preenchidas por ordem de inscrição. As inscrições podem ser feitas até 8 de setembro, através do link https://bit.ly/3mNxp37. A confirmação de aceite será feita no dia 13/9. O curso é coordenado pela professora Rosa Yokota, do Departamento de Letras (DL) da UFSCar, e será ministrado pelo professor Edmar Neves da Silva, graduado em Letras pela UFSCar e mestrando em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para quem podem ser solicitadas mais informações pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Evento é gratuito e destinado ao público interessado em Astronomia

 

SÃO CARLOS/SP - O Programa de Educação Tutorial (PET) Biologia, em parceria com o Observatório, ambos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove uma visita virtual ao Observatório Paranal, guiada por Gustavo Rojas, astrofísico do Observatório da Universidade, e por Márlon Pessanha, coordenador do Núcleo de Formação de Professores da UFSCar. O evento é direcionado a pessoas, dentro ou fora do meio acadêmico, que tenham interesse em Astronomia. 

O tour virtual é gratuito e ocorrerá pelo YouTube (https://youtu.be/IBqq1kLZ1_4) no dia 15 de novembro, às 19 horas, com previsão de término às 22 horas. Ao final, haverá certificado aos participantes que preencherem um formulário disponibilizado durante a transmissão. Inscrições e mais informações pelo link www.even3.com.br/observatorioparanal.

Operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), o Observatório Paranal está entre os maiores observatórios astronômicos do mundo. É um respeitado centro de estudos astrofísicos que apresenta um conjunto de telescópios localizados na montanha do Cerro Paranal, no deserto do Atacama, no Chile. 

Em uma gravação realizada via Google Meets, Gustavo Rojas "anda" pelo Google Maps nas instalações do Paranal enquanto Márlon Pessanha participa com comentários. A gravação conta com um tour virtual do Observatório Paranal, curiosidades sobre o funcionamento do local e instalações dos trabalhadores, além da divulgação científica de como ocorrem os trabalhos por lá e do funcionamento mecânico dos telescópios. No evento do dia 15/11, após a transmissão dessa gravação, Rojas e Pessanha estarão ao vivo para responder perguntas.

Saiba mais no site do PET Biologia (www.petbioufscar.com) e no Instagram do Observatório da UFSCar (@observatorioufscar).

Estudo analisou motivos e identificou que a própria cultura, a legislação brasileira e a falta de comunicação contribuem para que milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras sejam jogadas fora todos os anos

 

SÃO CARLOS/SP - O Brasil, quarto maior produtor mundial de alimentos e apontado como principal exportador do planeta na próxima década, ainda enfrenta sérios desafios relacionados ao desperdício. De acordo com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), das 140 milhões toneladas produzidas por ano, 26,3 milhões vão para o lixo. No mundo, o desperdício atinge 931 milhões de toneladas de alimentos por ano, seja na produção rural, seja na indústria, no supermercado, em feira livre, restaurantes ou mesmo na casa do consumidor. De acordo com os pesquisadores, caso esse problema não seja resolvido a tempo, o bem-estar das gerações futuras pode estar ameaçado, pois enquanto a população mundial aumenta, o desperdício não diminui. Logo, a segurança alimentar se torna uma questão cada vez mais urgente.

Para apontar ações que possam reduzir o prejuízo, uma pesquisa de doutorado realizada na UFSCar pela professora e pesquisadora Camila Moraes, sob a orientação de Andrea Lago da Silva, docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP), estudou as causas do desperdício de alimentos que ocorre entre fornecedores e supermercados e apontou que a própria cultura e a legislação brasileira, além da falta de comunicação entre diferentes setores da cadeia produtiva, contribuem para que milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras sejam jogadas fora todos os anos. Camila Moraes, que desenvolveu sua tese - "Mitigação do desperdício de alimentos: práticas e causas na díade fornecedor-supermercado" - junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade, analisou, em sua pesquisa, quatro redes de supermercados de diferentes estados do Brasil e dois fornecedores de cada uma delas, sendo três redes no estado de São Paulo e uma em Santa Catarina. Com base nessa análise, ela mapeou 27 causas do desperdício.

Principais causas do desperdício

O estudo avaliou atividades de distribuição, armazenagem, exibição, manuseio e descarte de frutas, legumes e verduras em lojas e centros de distribuição. "Os supermercados não dizem para os fornecedores quanto eles esperam vender ou mesmo quanto eles costumam vender daquele produto. Essa falta de informação e medição gera problemas gigantescos. Há muita dificuldade em prever a demanda e planejar a produção. Os fornecedores, em geral, acabam se baseando apenas no que venderam de cada alimento, sem saber, de fato, quanto está sendo comprado pelo cliente final", destaca Moraes. Já dentro dos supermercados, uma das situações identificadas é a divergência de dados. Além disso, muitas pessoas que trabalham com o manuseio dos alimentos não o fazem corretamente quando vão limpar ou organizar as gôndolas. "Esses profissionais precisam de treinamento. Muitos não sabem, mas determinadas frutas e legumes quando ficam próximos demais têm seu processo de maturação acelerado. Faltam embalagens e transporte adequados, e muitas vezes refrigeração", ressalta.

Os padrões rígidos de aparência e forma de frutas, legumes e verduras impostos pelos supermercados também influenciam diretamente no desperdício dos fornecedores. De acordo com a pesquisa, a própria cultura do consumidor brasileiro, como apertar os alimentos na hora da compra e exigir uma estética perfeita, também contribui para a alta quantidade de alimentos que vão para o lixo. "Embora os alimentos sejam desperdiçados em todos os estágios da cadeia, suas causas não ocorrem necessariamente no mesmo estágio que o próprio desperdício. De acordo com a pesquisa, quando o desperdício aparece nos elos finais, isso indica que, provavelmente, todos os processos anteriores também tiveram perdas", explica a pesquisadora.

Do total de alimentos desperdiçados todos os dias no país, 40%, ocorre na distribuição após o processamento, sendo que o varejo é responsável por 12% desse total. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, os principais motivos do desperdício para produtos perecíveis são validade vencida (36,9%), impropriedade para venda (30%), avaria dos produtos (18,2%) e danos em equipamentos (4,8%), seguidos de furto externo (19,8%) e erros de inventário (13,5%). Entretanto, Moraes ressalta que a taxa de 12% não reflete a realidade, pois o varejo centra suas ações na redução do seu próprio desperdício, transferindo custos para outros elos da cadeia.

"A pesquisa identificou um comportamento individualista dos supermercados. Devido ao seu grande poder de mercado, o setor empurra o desperdício. Ou o supermercado faz uma promoção para o consumidor ou ele pede para devolver o produto", explica.

Além de identificar as causas do desperdício, a pesquisa realizada na UFSCar ainda analisou quais são as barreiras que impedem que o cenário seja alterado. E um dos principais obstáculos é a própria legislação brasileira sobre doação de alimentos. "É um fator que gera receio em algumas redes de supermercados, dificultando o trabalho de doação que poderia evitar que o alimento fosse para o lixo. Órgãos como Procon e Anvisa têm critérios rígidos e, muitas vezes, divergentes entre si. Faltam incentivos fiscais e governamentais para a realização de doações e compostagem, por exemplo. Se o que não fosse vendido no supermercado, que não é pouco, fosse para doação, a gente começaria a ter uma mudança no panorama da fome no Brasil", lembra a pesquisadora.

Os aspectos culturais também foram caracterizados como barreiras. Pesquisadora da área de Cadeia de Suprimentos há 30 anos, a docente da UFSCar Andrea Lago da Silva ressalta que o próprio comportamento do consumidor brasileiro gera um alto volume de desperdício. "É uma questão cultural. Crescemos acreditando que precisamos ter a mesa farta e abundante, que muitas vezes gera sobra e desperdícios, e preferimos, de modo geral, comprar alimentos perfeitos, sem defeitos. Essa tendência aumenta o desperdício. Até 15% das frutas, legumes e verduras produzidas são desperdiçadas no varejo", comenta Silva.

Desafios e perspectivas

O desperdício de alimentos no Brasil gera impactos sociais, econômicos e ambientais, por exemplo, com a emissão de gases do efeito estufa durante a produção de um alimento que não é consumido e vai para o lixo. A professora do DEP lembra que, quando o alimento é jogado fora, os recursos naturais e da sociedade não são recuperados. Explica ainda que a troca de informações com fornecedores, previsão de demanda mais precisa, treinamentos e o acesso à tecnologia podem ajudar a criar ações que diminuam o desperdício. Incentivos à redução do desperdício nos restaurantes e lares também são uma ação relevante.

De acordo com a pesquisa da UFSCar, o baixo estímulo à cooperação entre os elos da cadeia e empresas é uma das principais barreiras para adoção das práticas de redução do desperdício, principalmente quando dependem da ação em conjunto. Para Silva, o início da solução desse problema está nos supermercados, que são o centro do sistema alimentar moderno e têm o poder de ensinar as pessoas a pensarem diferente, atingindo tanto o público consumidor quanto os fornecedores. "O desperdício é um problema complexo, do qual as práticas para mitigação devem seguir uma visão sistêmica e integrada. Devido ao seu grande poder de mercado e à possibilidade de influenciar as decisões na cadeia de suprimentos, os supermercados podem disseminar inovações e informações, exercendo também um papel de coordenador desse processo e importante elo de comunicação", afirma.

O combate também deve passar pelo treinamento de funcionários do varejo para a redução do desperdício nas atividades ligadas a frutas, legumes e verduras. Ainda de acordo com a docente, supermercados que contam com nutricionistas e outros profissionais que usam alimentos que já estão machucados, porém continuam saudáveis, para criar produtos, como sucos e compotas na própria loja, desperdiçam bem menos. "Uma cenoura machucada, por exemplo, continua com todos os seus nutrientes, apesar de estar feia", lembra Silva. De acordo com a tese de doutorado da UFSCar, o varejo brasileiro (em especial, as redes de grande e médio portes) dispõe de acesso a pesquisas, metodologias, tecnologias e bons exemplos de trabalhos desenvolvidos no que diz respeito à redução do desperdício. Porém, as práticas que necessitam de maiores investimentos dependem diretamente do interesse desses agentes, que preconizam o retorno financeiro imediato, mais do que a redução.

Para Camila Moraes, a atenção do público sobre a dimensão ética do desperdício de alimentos pressiona cada vez mais as empresas a mostrarem seus esforços de redução, sob uma perspectiva de responsabilidade social. "As descobertas do estudo podem ajudar os gerentes a identificarem e mapearem as causas do desperdício de alimentos em suas operações, bem como analisar quais as melhores práticas de redução de acordo com as particularidades de cada organização", defende. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), ressaltam a urgência de padrões de produção e consumo sustentáveis e a necessidade de reduzir pela metade o desperdício de alimentos no nível de varejo e consumidor, além de reduzir as perdas ao longo da cadeia de produção e fornecimento.

Em 2050, a população mundial deve ultrapassar os 9,5 bilhões de habitantes. Esse aumento criará um desafio para atender à demanda estimada de alimentos. O Brasil tem capacidade para expandir sua produção em 41%, enquanto os Estados Unidos em apenas 10%, União Europeia em 12% e China em 15%, de acordo com levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Isso pode ser visto como uma oportunidade do ponto de vista político-econômico.

No Departamento de Engenharia de Produção da UFSCar, outras pesquisas são desenvolvidas para analisar o desperdício de alimentos. Para o futuro, a professora Andrea Lago da Silva acredita que inovações tecnológicas direcionadas ao rastreio de produtos, compartilhamento de dados, embalagens, além de uma discussão sobre o conceito de prazo de validade também podem ajudar a enfrentar o desperdício. "Desde já, precisamos ter a consciência e mudar o comportamento dentro de casa. Quando for jogar um alimento fora, se questione se não daria para fazer outra receita com ele. Temos que buscar alternativas", ressalta.

 

* O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processo nº 2017/00763-5, do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil (305819/2016-0) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), código de financiamento 001

Pesquisa envolveu revisão sistemática e metanálise de 134 estudos, envolvendo 46.978 crianças

 

SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa liderada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de gerar um dado inédito e preocupante: a prevalência de 33% de anemia ferropriva (por falta de ferro) em crianças brasileiras de zero a sete anos (ou seja, 1/3 das crianças do País). Este é o maior levantamento já publicado sobre anemia ferropriva em idade pediátrica no Brasil.

A análise, coordenada por Carlos Alberto Nogueira-de-Almeida, docente do Departamento de Medicina (DMed) da Instituição, levou em consideração 134 estudos anteriores (publicações), envolvendo 46.978 crianças, divulgados de 2007 a 2020.

No Brasil, estima-se que 90% dos casos de anemia são por falta de ferro, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a doença como um indicador de pobreza de nutrição e de saúde, que compromete a qualidade de vida e contribui para a mortalidade infantil.

"No nível populacional, uma prevalência de anemia maior que 4,9% é considerada uma importante questão de saúde pública; quando há prevalência superior a 40%, é classificada como grave problema de saúde pública", informa Nogueira-de-Almeida.

Os dados por regiões brasileiras também não mostram diferenças significativas entre elas. "A diferença entre as regiões foi menor do que esperávamos; mesmo nas regiões mais ricas do País - Sul e Sudeste -, a prevalência é alta. Estamos diante de um quadro preocupante, tendo em vista que o Brasil é um país em desenvolvimento, mas não de extrema miséria", analisa Nogueira-de-Almeida.

Além disso, os resultados não sugerem uma tendência temporal da doença (maior ou menor prevalência com o passar dos anos). O pesquisador da UFSCar explica que o dado é importante ao considerarmos que o Brasil vem adotando ações para prevenir e controlar a anemia, como a criação, em 2015, da Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) - NutriSUS.

"As curvas dos gráficos obtidos na pesquisa comprovam que a prevalência da anemia se mantém estável de 2007 para cá, sem aumentar ou diminuir. Isso significa que as iniciativas para controle da doença parecem não ter tido impacto, o que também nos causa preocupação", registra.

Causas, desafios e ações

A partir dos resultados obtidos, Nogueira-de-Almeida lista diversas hipóteses que podem explicar o fato de a prevalência de anemia ferropriva no Brasil ser tão alta: elevado índice de mães com anemia, o que acarreta passagem de quantidade insuficiente de ferro para a placenta e, depois, ao amamentar, que o leite seja mais pobre; baixo índice de aleitamento materno, algo que faria a criança já ter reserva de ferro; e recebimento de fórmula infantil e, posteriormente, alimentação inadequadas.

"Muitas vezes, as crianças que não recebem leite materno acabam consumindo leite de vaca antes de um ano, idade imprópria para isso. Além de não ter ferro, este leite ajuda a perdê-lo do organismo, já que provoca pequenas hemorragias na mucosa intestinal e o seu cálcio também acaba levando o ferro para as fezes", esclarece o docente.

A alimentação complementar, introduzida a partir dos seis meses, pode também ocasionar anemia. "Não temos hábito de usar cereais fortificados, por exemplo. Muitas famílias utilizam uma alimentação com base na farinha de fubá e outros ingredientes caseiros, que não contêm ferro."

Além disso, quando a criança cresce, o ideal é consumir ferro de origem animal, proveniente das carnes, algo que também não ocorre com frequência. "As carnes no Brasil possuem altos custos e o seu consumo é baixo. O ferro na alimentação da criança brasileira acaba vindo muito dos vegetais, do feijão. É importante, mas é um ferro que o corpo humano não aproveita tão bem quanto o da carne", analisa.

Segundo o pesquisador, uma criança com baixos índices de ferro e considerada anêmica pode ter muitos prejuízos, como falta de disposição para brincar e isolamento; déficit de aprendizado e prejuízos para o desenvolvimento intelectual; além de prejuízo imunológico. "Crianças com anemia têm maior probabilidade de desenvolver outras doenças na forma mais grave; uma pneumonia em criança não anêmica, por exemplo, costuma ser muito mais branda do que em uma anêmica."

Por isso, os dados alarmantes são essenciais para se pensar em políticas públicas nacionais, que consigam diminuir esses índices de prevalência. "A anemia não se resolve com estratégias individuais. Algumas ações urgentes consistem na criação e no fortalecimento de políticas públicas - de distribuição de renda, para se obter recursos para compra de alimentos fortificados em ferro; e de educação nutricional, para fomentar uma conscientização sobre a importância dos alimentos, seus nutrientes e vitaminas, que muitas famílias não têm", sintetiza o pesquisador.

Além disso, são imprescindíveis ações de saúde, como, por exemplo, disponibilizar pré-natal gratuito e de boa qualidade às mães sem condições financeiras e estimular o aleitamento materno sempre que possível, por meio de campanhas de conscientização e disseminação de conhecimento.

"As crianças brasileiras passam por riscos de danos à saúde física e psicossocial. Há uma urgente necessidade de o governo brasileiro entender essa urgência e implementar estratégias que sejam realmente adequadas de saúde pública", finaliza o docente da UFSCar.

Metodologias

O pesquisador explica que o diferencial do estudo para a obtenção dos resultados inéditos foi a combinação de duas metodologias: a revisão sistemática e a metanálise, essenciais para a confiabilidade do dado final.

Na revisão sistemática, foi feita a análise de publicações científicas de qualidade. "Nesta etapa, revisamos mais de mil publicações científicas, que tentaram medir a prevalência de anemia ferropriva em crianças em âmbito local. A metodologia permitiu que selecionássemos apenas trabalhos considerados de excelente qualidade, de acordo com parâmetros científicos pré-existentes - como serem de instituições consideradas confiáveis, com estatísticas validadas, dentre outros fatores", exemplifica o docente.

Ao chegar na seleção de 134 estudos, a pesquisa partiu para o segundo passo, a metanálise, metodologia estatística de extrema complexidade, que realiza ponderações de acordo com os dados obtidos.

"Cada estudo traz a sua especificidade: alguns analisaram 100 crianças; outros, 2.000. Em alguns casos, foram crianças de São Paulo; em outros, de Sergipe, que tem uma população infinitamente menor. Além disso, cada trabalho analisou uma determinada faixa etária específica de crianças. Ou seja, foi preciso levar em consideração cada umas dessas variáveis, e não simplesmente fazer uma média dos números. Com a metanálise, trabalhamos os dados em uma ferramenta complexa e informatizada de estatística, conseguindo dados extremamente confiáveis de prevalência da doença em âmbito nacional", detalha o pesquisador.

Os resultados do estudo - intitulado "Prevalence of childhood anemia in Brazil: still a serious health problem. A systematic review and meta-analysis" - foram publicados em julho de 2021, na revista Public Health Nutrition, da Cambridge University Press, e pode ser acessado em https://bit.ly/3jkQjfG.

Assinam o artigo, além de Nogueira-de-Almeida, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e profissionais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) - Fábio da Veiga Ued, Luiz Antonio Del Ciampo, Edson Zangiacomi Martinez, Ivan Savioli Ferraz, Andrea Aparecida Contini, Franciele Carolina Soares da Cruz, Raquel Farias Barreto Silva, Maria Eduarda Nogueira-de-Almeida e Joel Alves Lamounier.

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