UCRÂNIA - Um ataque russo a áreas residenciais, incluindo escolas, na cidade de Chernigov, no norte da Ucrânia, deixou nove mortos e quatro feridos, informou o governador da região Vyacheslav Chaus, nesta quinta-feira (3).
As tropas russas, que conquistaram Kherson, sua primeira grande cidade ucraniana desde o início da invasão, intensificaram o bombardeio de outros centros urbanos, forçando mais de um milhão de civis a fugir de suas casas.
Em meio ao conflito, representantes da Rússia e da Ucrânia estão reunidos para uma nova rodada de negociações, em Belarus. O novo encontro visa um eventual cessar-fogo na guerra, já que na primeira reunião os países não chegaram a um acordo.
por AFP
BRASÍLIA/DF - O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoly Tkach, confirmou hoje (25), em Brasília, o abatimento de 7 aviões, 6 helicópteros, mais de 30 tanques, 130 veículos blindados e aproximadamente 800 soldados russos.
Tkach confirmou ainda a informação de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu para a população se armar para defender o país. "Exatamente o que eu comentei sobre a defesa territorial. São civis, homens e mulheres, que pegam em armas para proteger as suas casas dos invasores".
Ele afirmou que a Ucrânia impôs a lei marcial, que impede homens de 18 a 60 anos, naturalizados ou não, de deixarem o país e que, na capital, foram introduzidos toques de recolher.
"Neste momento estamos pedindo aos nossos parceiros para que imponham as sanções, incluindo expulsar a Rússia do Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais). Também pedimos que adotem as seguintes medidas: resoluções nos foros internacionais, apoio financeiro, apoio com armas defensivas para a Ucrânia, e condenação das ações da Rússia", afirmou Tkach.
Ele disse ainda que a atual situação é muito mais grave do que a anexação da Crimeia, em 2014. "Neste momento, a guerra é para ocupar todo o território ou alguns territórios do nosso país, é uma guerra de grande escala".
O encarregado ucraniano agradeceu o apoio "sem precedentes" recebido até agora e citou a Polônia, que emprestou quase US$ 1 bilhão à Ucrânia. Ele agradeceu também o apoio prestado pelo Canadá, pela Austrália, União Europeia, pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido e reforçou que os ucranianos estão precisando de ajuda humanitária e esperam sanções pesadas contra a Rússia. Ele disse ainda contar com o apoio do Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Tkach afirmou que Chernobyl está intacta e que o aumento no nível de radiação se deu pela poeira levantada pelas máquinas pesadas que circulam na região.
MOSCOU - O segundo dia da campanha militar russa contra a Ucrânia começou com uma intensificação do cerco à capital do país, Kiev. Forças de Vladimir Putin voltaram a bombardear a cidade, desta vez com efeitos mais claros sobre civis, e se aproximam por dois flancos.
O movimento parece confirmar a hipótese de que a Rússia de fato mira Kiev como seu principal alvo nesta guerra, ainda que haja combates e ataques ocorrendo em quase todas as partes do país --inclusive o oeste, área considerada mais imune devido à sua proximidade da fronteira com a membro da Otan (aliança militar ocidental) Polônia.
Os moradores da capital acordaram com sons de explosões de mísseis balísticos, provavelmente modelos Iskander lançados de Belarus, e de cruzeiro, disparados de aviões. Um caça Su-27 ucraniano, modelo soviético usado por Moscou e Kiev, foi abatido sobre a cidade e caiu sobre um bloco residencial, deixando um número incerto de vítimas.
A imagem correu a internet, com o avião em chamas iluminando o céu da madrugada. A Ucrânia fala em 137 mortos de seu lado e talvez 800 baixas russas, o que não é aferível. Enquanto isso, a batalha pelo aeroporto Antonov, em Hostomel (25 km a noroeste do centro de Kiev) seguiu noite adentro, após forças aerotransportadas russas o terem tomado na véspera.
As informações são confusas, como sempre são em guerras. Os ucranianos dizem ter retomado a pista, enquanto em Moscou analistas militares dizem que a 76ª Divisão Aerotransportada de Pskov já está pronta para ser levada em aviões de transporte Il-76 para estabelecer uma cabeça de ponte no aeródromo.
Seja como for, de lá já saíram forças especiais russas infiltradas nas periferias da capital, segundo disse em pronunciamento o presidente Volodimir Zelenski, que significativamente se disse abandonado pelo Ocidente na crise e apelou aos manifestantes pró-paz na Rússia, que estão sendo reprimidos pela polícia.
A outra frente de ataque se forma a leste da capital. Os russos tomaram a central nuclear de Tchernóbil, infame pelo desastre de 1986, estabelecendo assim um corredor entre suas forças estacionadas na vizinha Belarus e a capital.
Segundo informações de Washington, os russos chegaram a 32 km da capital por essa via. Diplomatas ocidentais em Moscou falaram à reportagem em menos de 8 km. Já os ucranianos dizem ter parado o avanço a 50 km, tendo nesta versão estabelecido uma linha de defesa contra tanques usando mísseis americanos Javelin.
Com isso, se tornam alvo provável de mais bombardeios, já que a destruição de 11 aeroportos e 14 baterias defesas antiaéreas na quinta (24) parece ter dado vantagem decisiva a Moscou nos céus do país. Nesta manhã, Moscou disse ter destruído 118 alvos militares e derrubado cinco caças.
Enquanto isso, o terror recomeçou para os civis, e o governo decretou medidas para tentar proteger civis, estabelecendo toque de recolher noturno, orientando a estocagem de alimentos e o uso de abrigos antiaéreos. Por volta das 10h (5h em Brasília), o Ministério da Defesa disse haver registrado a infiltração de russos no bairro de Obolon e pediu para que moradores avisem a polícia e joguem coquetéis molotov se avistarem suspeitos.
"Tudo começou de novo por volta das 4h (23h em Brasília). Minha mãe lembrou de 1941", disse por celular o engenheiro Piotr Timotchenko, morador da periferia da capital. Ela não foi a única. "A última vez que a capital experimentou algo assim foi em 1941, quando foi atacada pela Alemanha nazista", escreveu no Twitter o chanceler Dmitro Kuleba.
Como conta Timotchenko, "todo ucraniano e todo russo lembra da frase: '4h. Kiev é bombardeada'". Essa foi a mensagem de rádio anunciando o início da Operação Barbarossa, a invasão nazista da União Soviética, no dia 22 de julho daquele ano.
As lembranças da Segunda Guerra pairam sobre o conflito. Putin, no seu discurso anunciando o que seria uma operação para "proteger o Donbass", disse que precisava "desnazificar" e desarmar a Ucrânia. A associação entre elementos militares ucranianos e inspiração neonazista é conhecida, e explorada pelo russo na sua propaganda, ainda que Zelenski seja judeu.
Donbass é o nome genérico do leste ucraniano, onde há duas áreas rebeldes pró-Rússia que foram reconhecidas como países por Putin, após oito anos de guerra civil apoiada pelo Kremlin, iniciada após a anexação promovida pelo russo da Crimeia para evitar que o então novo governo de Kiev aderisse ao Ocidente.
Essa questão, a adesão à Otan e, por tabela, à União Europeia, estava no centro do ultimato de Putin feito em 17 de dezembro ao Ocidente, em meio a seus quatro meses de preparação para a ação --que sempre negou, até justificá-la com uma ameaça militar ucraniana aos 4 milhões de moradores do Donbass, 800 mil com passaporte russo, considerada inexistente por analistas.
À medida que a campanha avança, o objetivo inicial russo parece mais claro. Resta saber se Putin pretende atacar de forma destrutiva a capital, provando a fala de Zelenski de que ele é o "alvo número 1", ou se manterá a pressão.
Segundo a reportagem ouviu de uma pessoa com acesso ao Kremlin nesta sexta, há um rumor palaciano de que Putin fez um ultimato a Zelenski numa comunicação intermediada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que falou com ambos na noite passada. Nesta versão, Putin teria dito para ele se render ou enfrentar um ataque direto.
Como seria previsível, é impossível comprovar isso a esta altura, embora haja lógica no relato. Mas coisas ilógicas já se apresentaram até aqui: esta mesma pessoa dizia na semana passada que Putin nunca arriscaria matar civis ucranianos, dada a interligação e origem comum dos dois países.
E, ainda que suas forças de fato estejam privilegiando ações militares, depois do início de uma guerra ataques mais precisos costumam ceder lugar a combates mais sujos, nos quais surge o eufemismo dano colateral --cadáveres de não combatentes. Zelenski já usou isso em seu discurso, enfatizando as vítimas civis.
De todo modo, no meio diplomático em Moscou, é consenso que o que Putin quer agora é uma mudança rápida de regime, fazendo valer sua versão 2022 da "blitzkrieg" nazista. Nesse cenário, Zelenski cederia o poder em troca de algum tipo de anistia ou exílio, e algum político de partidos mais alinhados à Rússia na Rada (Parlamento) assumiria um governo interino.
Enquanto tais hipóteses se desenham, a ação continua no resto da Ucrânia. Há relatos de grandes bombardeios na costa do mar Negro, em Odessa a Mariupol, e em Karkhiv, no nordeste do país. Esses movimentos parecem confirmar a hipótese de que Putin irá, além de buscar derrubar Zelenski, desmembrar parte do país.
Assim, as repúblicas do Donbass poderiam acabar ligadas à Crimeia, estabelecendo uma ponte física entre a Rússia e sua Frota do Mar Negro baseada em Sebastopol, principal cidade da península anexada. O status político de tal território, até por ser uma excisão militar de uma área estrangeira, não é sabido.
Há o custo. Putin gastou cerca de US$ 5 bilhões para ajeitar a infraestrutura crimeia, e o valor cinco vezes maior estimado para fazer o mesmo só com o Donbass sempre foi visto como um incentivo a deixar a região como área independente. Ele fez o mesmo com duas áreas autônomas russas na Geórgia, em uma curta guerra em 2008 com o mesmo objetivo antiocidental da atual.
Enquanto isso, o Ocidente faz o que pode: sanções. Depois do anúncio do americano Joe Biden na noite anterior, nesta madrugada União Europeia fechou seu pacote de sanções contra Moscou, incluindo agora medidas para impedir a venda de equipamentos para o setor de refino de petróleo e manutenção de aviões.
Segundo postou no Twitter a chefe executiva do bloco, a alemã Ursula von der Leyen, isso irá prejudicar a indústria petrolífera russa --algo a ver, dado que 1/3 do óleo consumido na Europa vem do país de Putin. Nenhuma palavra sobre gás natural, cuja fatia russa do mercado continental é de 40%, com projetos enormes envolvendo a Alemanha.
No caso dos aviões, a fama de lugar perigoso para voar pode piorar para a Rússia. Sua principal empresa, a Aeroflot, tem 120 de suas 187 aeronaves de modelos da europeia Airbus. Assim, manutenção e peças, caso as sanções se mantenham, terão de ser buscadas em mercado secundários.
IGOR GIELOW / FOLHA
UCRÂNIA - A Ucrânia relata pelo menos oito mortes e mais de uma dezena de feridos nas primeiras horas da invasão russa ao país, segundo o assessor do Ministério do Interior, Anton Gueraschenko.
"Uma mulher e uma criança ficaram feridas na região de Konopot, onde um carro se incendiou. Na cidade de Podolsk, na região de Odessa, há sete mortos, sete feridos e 19 desaparecidos como resultado do bombardeio. Na cidade de Mariupol, região de Donetsk, há um morto e dois feridos", relatou o responsável, na plataforma Telegram.
O presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, anunciou hoje o início de uma operação militar no leste da Ucrânia, alegando que se destina a proteger civis de etnia russa nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, que reconheceu como independentes na segunda-feira.
LUSA
ALEMANHA - Pelo menos três pessoas foram mortas e outras seis ficaram feridas após um ataque com faca na tarde desta sexta-feira (25) em Wurtzburgo, na região central da Alemanha, informou a polícia local no Twitter.
O agressor foi preso, informou a polícia, que garantiu que já não há mais perigo para a população. Ela não forneceu detalhes sobre as motivações do agressor.
De acordo com o jornal Bild, que não cita suas fontes, pelo menos três pessoas foram mortas e seis ficaram feridas no ataque com faca cometido por um homem que se lançou contra transeuntes na cidade bávara. O vídeo abaixo mostra alguns momentos do ataque, com uma vítima tentando afastar o agressor antes da chegada dos policiais.
Passanten stellen sich einem geistig Verwirrten in #Wuerzburg#amoklauf #würzburg pic.twitter.com/2Imfd98yVR
— Burek Shakur ?? (@BurekShakur) June 25, 2021
Após ser cercado pela polícia, o homem foi atingido por um tiro na perna efetuado por um dos agentes, segundo a mesma fonte. Ele então foi algemado e preso.
A polícia tuitou que não tinha indicações sobre outro possível agressor.
Um grande reforço policial foi mobilizado no centro da cidade.
*Do R7, com AFP
ISRAEL - Israel e Hamas estabeleceram um acordo de cessar-fogo a partir das 2h de sexta-feira no horário local, afirmaram uma autoridade da facção islâmica palestina e a TV estatal egípcia, suspendendo o conflito mais feroz entre as duas partes em anos.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu gabinete de Segurança havia votado de maneira unânime a favor de uma trégua "mútua e incondicional" em Gaza proposta pelo Egito, mas acrescentou que o horário da implementação do pacto ainda precisava ser acertado.
Minutos após o anúncio, já na contagem regressiva para o cessar-fogo, as duas partes ainda trocavam ataques. Sirenes alertavam sobre a vinda dos foguetes em comunidades de Israel na fronteira, e um repórter da Reuters escutou um ataque aéreo em Gaza. Não houve informações imediatas sobre vítimas.
Em meio à crescente indignação global com o derramamento de sangue, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu na quarta-feira que Netanyahu buscasse uma maneira de desacelerar o conflito, enquanto Egito, Catar e a Organização das Nações Unidas arriscavam uma mediação.
Uma autoridade do Hamas disse à Reuters que o cessar-fogo seria "mútuo e simultâneo".
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, enviou duas delegações de segurança para os territórios israelense e palestino para trabalhar em busca da suspensão do conflito, conforme reportou o canal estatal egípcio de televisão, que também confirmou o horário marcado para às 2 da manhã.
Os ataques de foguetes do Hamas e da aliada Jihad Islâmica foram retomadas após uma pausa de oito horas no início da quinta-feira, enquanto Israel diz que continua a bombardear Gaza com o intuito de destruir as capacidades militares dos grupos e impedir futuros combates após o atual conflito.
O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, disse no Twitter que a ofensiva de Gaza havia produzido "ganhos militares sem precedentes"
Desde o início do conflito, no dia 10 de maio, autoridades de saúde de Gaza dizem que 232 palestinos, entre eles 65 crianças, foram mortos, e mais de 1.900 ficaram feridos em ataques aéreos. Israel diz ter matado pelo menos 160 combatentes em Gaza.
Autoridades colocam o número de mortos total em Israel em 12, com centenas de feridos sendo atendidos após ataques de foguetes que causaram pânico e fizeram pessoas correrem em busca de abrigos.
Na quinta-feira, Biden discutiu a questão com o presidente egípcio e a Casa Branca informou que as informações sobre a aproximação das partes em direção a um cessar-fogo eram "animadoras".
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, confirmou que o enviado da ONU para o Oriente Médio Tor Wennesland está no Catar, acrescentando: "estamos ativamente engajados com todas as partes relevantes por um cessar-fogo imediato".
*Por Nidal al-Mughrabi e Dan Williams - Repórteres da Reuters
ISRAEL - Israel realizou um ataque e destruiu uma torre de 12 andares em Gaza que abrigava os escritórios da Associated Press e de outros meios de comunicação dos Estados Unidos no sábado (15), alegando que o prédio também foi usado pelo grupo militante islâmico Hamas.
O prédio al-Jalaa na Cidade de Gaza, que também abriga os escritórios da emissora Al Jazeera, do Catar, bem como outros escritórios e apartamentos, foi evacuado depois que o proprietário recebeu um aviso prévio do ataque iminente.
Um jornalista palestino foi ferido no ataque, informou a mídia palestina. Destroços e estilhaços voaram a dezenas de metros de distância.
Os militares israelenses disseram que seus "aviões de combate atingiram um prédio de vários andares que continha ativos militares pertencentes aos escritórios de inteligência da organização terrorista Hamas".
Eles disseram que haviam fornecido um aviso prévio aos civis no prédio, permitindo que todos saíssem.
*Por Nidal al-Mughrabi e Rami Ayyub - Repórteres da Reuters
NOVA YORK - O governo dos Estados Unidos e a principal operadora de oleodutos do país trabalhavam nesta segunda-feira para assegurar operações de uma rede de dutos que transporta quase metade do suprimento da costa leste do país e foi paralisada após um ataque cibernético, com o fechamento das instalações entrando em seu quarto dia.
O ataque sobre a Colonial Pipeline na semana passada, um dos mais impactantes já registrados, gerou efeitos através do setor de petróleo, afetando a oferta de combustíveis pelo leste dos EUA, gerando até algumas restrições sobre vendas nos postos para os consumidores e pressionando os preços de referência da gasolina para máxima em três anos.
Parlamentares norte-americanos pediram proteções mais fortes para infraestruturas criticas do setor de energia do país, enquanto a Casa Branca colocou a retomada das operações dos dutos como prioridade, organizando uma força-tarefa federal para avaliar o impacto e evitar novas e mais severas interrupções dos serviços.
O sudeste dos EUA deve ser a primeira região a sentir aumentos de preços nas bombas, e a demanda já aumentou, com motoristas buscando encher seus tanques. A região é mais dependente dos dutos impactados e tem menor alternativas de suprimento que Estados do norte. Ela já foi mais afetada em problemas anteriores nos dutos.
Embora investigações do governo dos EUA sobre o ataque estejam em estágio inicial, um ex-membro do governo e três fontes do setor disseram que suspeita-se que os hackers sejam de um grupo de ciber-criminosos chamado "DarkSide".
Especialistas em cibersegurança disseram que o grupo parece ser formado por veteranos de crimes virtuais focados em arrancar o máximo dinheiro possível de seus alvos.
A Colonial disse que retomou no domingo as operações de algumas linhas menores entre terminais de combustíveis e pontos de entrega a consumidores, mas que os principais dutos seguem fechados. A empresa não divulgou projeções sobre uma retomada total das instalações atingidas, que somam 8.850 quilômetros.
O sistema de oleodutos é a principal artéria de distribuição de combustíveis de refinarias na Costa do Golfo para Estados do médio Atlântico e do sudeste. Movimenta mais de 2,5 milhões de barris por dia em gasolina, diesel e combustível de aviação, abastecendo motoristas e importantes aeroportos.
O Departamento de Transporte anunciou medidas de emergência no domingo para facilitar entregas, suspendendo restrições para motoristas de caminhões de combustível em 17 Estados afetados pela paralisação. O órgão ainda pode tomar medidas adicionais se a interrupção continuar.
Operadores do mercado de combustíveis, por sua vez, reservaram provisoriamente pelo menos seis navios-tanque para enviar gasolina da Europa para destinos nos Estados Unidos após o ataque. Dois traders europeus de gasolina, no entanto, disseram que o mercado está adotando uma abordagem cautelosa para ver quanto tempo o fechamento durará.
*Por: REUTERS
KYIV - O Serviço de Segurança do Estado da Ucrânia (SBU) disse na terça-feira que impediu um ataque cibernético em grande escala por hackers russos visando dados confidenciais do governo.
A SBU disse que o objetivo era “obter acesso a dados confidenciais das mais altas instituições do poder estatal da Ucrânia” e acusou o Serviço Federal de Segurança Russo (FSB) de estar por trás dos hackers que, segundo ele, realizaram o ataque.
Kiev já havia acusado Moscou de orquestrar grandes ataques cibernéticos como parte de uma “guerra híbrida” contra a Ucrânia, mas a Rússia nega. O FSB não comentou imediatamente a última acusação.
A SBU não disse se algum dano foi causado no último incidente.
Em fevereiro, as autoridades cibernéticas ucranianas acusaram redes russas não identificadas de ataques a sites de segurança e defesa ucranianos e de tentar disseminar documentos maliciosos por meio de um sistema baseado na web.
A Ucrânia e a Rússia estão em desacordo desde a anexação da Crimeia da Ucrânia pela Rússia em 2014 e o envolvimento em um conflito na região oriental de Donbass, que Kiev diz ter matado 14.000 pessoas.
*Reportagem de Pavel Polityuk / REUTERS
ERBIL - Um ataque de foguete contra forças lideradas pelos EUA no norte do Iraque matou na segunda-feira um empreiteiro civil e feriu um militar dos EUA, disse a coalizão dos EUA no Iraque, no ataque mais mortal em quase um ano.
A barragem de foguetes atingiu uma base aérea militar ocupada pela coalizão liderada pelos EUA no Aeroporto Internacional de Erbil. Duas autoridades americanas disseram que o empreiteiro morto não era americano. A coalizão disse que outras cinco contratadas foram feridas, sem dar mais detalhes.
O ataque, reivindicado por um grupo pouco conhecido que algumas autoridades iraquianas dizem ter ligações com o Irã, aumenta a tensão no Oriente Médio, enquanto Washington e Teerã exploram um possível retorno ao acordo nuclear iraniano.
Grupos armados alinhados com o Irã no Iraque e Iêmen lançaram ataques contra os Estados Unidos e seus aliados árabes nas últimas semanas, incluindo um ataque com drones a um aeroporto saudita e foguetes contra a embaixada dos EUA em Bagdá.
A maioria dos incidentes não causou baixas, mas manteve a pressão sobre as tropas e aliados dos EUA na região nos primeiros dias da presidência de Joe Biden.
O governo de Biden está avaliando um retorno ao acordo nuclear com o Irã, que seu antecessor Donald Trump abandonou em 2018, que tinha como objetivo conter o programa nuclear iraniano.
Aliados dos EUA, como a França, disseram que qualquer nova negociação deve ser estrita e incluir a Arábia Saudita, o principal inimigo regional do Irã. O Irã insiste que só retornará ao cumprimento do acordo de 2015 se Washington suspender as sanções paralisantes.
A tensão EUA-Irã frequentemente se manifestou em solo iraquiano.
Um ataque de drones dos EUA que matou o mentor militar do Irã, Qassem Soleimani, em Bagdá, em janeiro de 2020, colocou a região à beira de um confronto em grande escala.
Um ataque de foguete a uma base no norte do Iraque em março do ano passado matou um britânico e dois americanos.
O ataque de foguete de segunda-feira em Erbil, capital da região autônoma curda no Iraque, foi o mais mortal contra as forças da coalizão desde então.
Fontes de segurança curdas disseram que três foguetes atingiram o aeroporto e pelo menos outros dois pousaram nas proximidades. Repórteres da Reuters ouviram várias explosões e viram um incêndio começar perto do aeroporto.
As tropas dos EUA ocupam uma base militar adjacente ao aeroporto civil. Uma terceira autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que o ferimento do militar americano foi uma concussão.
Um grupo que se autodenomina Saraya Awliya al-Dam assumiu a responsabilidade pelo ataque à base liderada pelos EUA, dizendo que tinha como alvo a “ocupação americana” no Iraque. Ele não forneceu evidências para sua afirmação.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na segunda-feira que os Estados Unidos ficaram "indignados" com o ataque.
Em um comunicado, Blinken disse que havia entrado em contato com o primeiro-ministro do Governo Regional do Curdistão, Masrour Barzani "para discutir o incidente e prometer nosso apoio a todos os esforços para investigar e responsabilizar os responsáveis".
Grupos que algumas autoridades iraquianas dizem ter ligações com o Irã reivindicaram uma série de ataques com foguetes e bombas nas estradas contra as forças da coalizão, empreiteiros que trabalham para a coalizão e instalações dos EUA - incluindo a embaixada em Bagdá - nos últimos meses.
O governo do Iraque, sob o primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi, aliou-se aos Estados Unidos contra as milícias alinhadas com o Irã, mas tem lutado para colocar os poderosos grupos paramilitares sob controle.
*Reportagem de John Davison em Erbil, Ahmed Rasheed; reportagem adicional de David Shepardson / REUTERS
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.