CABO VERDE - O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu que o "choque" económico da Covid-19 em Cabo Verde "foi mais forte do que o previsto", mas que as medidas de apoio tomadas pelas autoridades cabo-verdianas ajudaram a "conter o impacto".
Num relatório, o FMI alerta para as "incertezas" sobre a duração da pandemia, que continuam a pesar sobre a economia do arquipélago, dependente da retoma do turismo, que ameaça a recuperação económica esperada em 2021.
"O choque da Covid-19 foi mais forte do que o previsto e as perspetivas económicas estão sujeitas a incertezas e riscos de revisão em baixa. Embora as medidas de apoio tomadas pelas autoridades tenham ajudado a conter o impacto do choque, a contração em 2020 foi significativa", diz o relatório.
O FMI estimava uma recessão económica equivalente a 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde em 2020, previsão revista agora para 14%, em larga medida pelo impacto da ausência de turismo desde março, num setor que garante 25% do PIB do arquipélago.
Turismo suspenso na ilha da Boa Vista
As autoridades da ilha cabo-verdiana da Boa Vista suspenderam temporariamente, a partir de sábado (03/04), todas as atividades desportivas, culturais e de lazer que promovam aglomerações face ao aumento de casos de Covid-19.
A Câmara Municipal da Boa Vista justifica que a situação epidemiológica atual "requer o reforço das medidas de prevenção e o cumprimento rigoroso de todas as recomendações sanitárias".
"As autoridades apelam à compreensão dos atletas, clubes, associações, agentes desportivos, músicos, artistas interpretes, promotores e agentes culturais e de toda a população", lê-se no comunicado da autarquia da Boa Vista, onde em 19 de março de 2020 foi registado o primeiro caso confirmado de Covid-19 no arquipélago.
Na sexta-feira (02/04), as autoridades de Cabo Verde começaram a reforçar a fiscalização do cumprimento das medidas de prevenção à Covid-19, como aglomerações nas praias ou festas privadas.
*Agência Lusa, kg
*DW