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SÃO PAULO/SP - Principal aposta da Globo para o segundo semestre, o reality show Estrela da Casa já é um sucesso comercial. Dois meses antes de sua estreia, marcada para o dia 13 de agosto, o programa já vendeu todas as suas principais cotas de patrocínio e precisou abrir um espaço extra devido à alta demanda.

A arrecadação ultrapassa R$ 300 milhões. O F5 teve acesso aos contratos já firmados e ao pacote entregue ao mercado publicitário. A cota Melodia, a principal do reality, foi comprada pelo banco digital Mercado Pago, L'Oreal, Budweiser, Perdigão e Mercado Livre. Esta última, dona do Mercado Pago, pagou pelo espaço de duas cotas.

Cada uma das marcas desembolsou R$ 45,9 milhões, o que somados, dá R$ 229,5 milhões. A cota de Top 5 segundos, dividida em duas, com os nomes Acorde e Compasso, também já foi negociada.

O amaciante Confort, da Unilever, pagou R$ 22,1 milhões pelo Top acorde. A Compasso ainda está disponível, mas já há uma negociação em curso.

A lista de parceiros comerciais do programa, até o momento, conta ainda com L'Oreal e Brilhante, em combos de Segmento, dedicados a ações especiais dentro da casa, e Budweiser e Mercado Pago, em combos Dinâmica, que falará diretamente com participantes.

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Somados, os dois combos foram vendidos por R$ 57,1 milhões. Contabilizando todas as vendas realizadas até aqui, a Globo já tem garantidos R$ 308,7 milhões com o programa, o que já lhe rende lucro. A expectativa é superar R$ 400 milhões.

O fato de o reality show ser de confinamento, e ter entregas semelhantes ao que o BBB faz, além de ser dirigido por J.B de Oliveira, o Boninho, foi considerado um facilitador para as vendas no mercado.

O bom desempenho financeiro foi comemorado por Manzar Feres, diretora de negócios da Globo, na Rio2C, em painel realizado pela emissora nesta quarta-feira (5).

Estrela da Casa será apresentado pela ex-BBB Ana Clara Lima, e tem direção artística de Creso Eduardo Macedo e Rodrigo Dourado, produção de Maiana Timoner e direção de gênero de Boninho. A atração terá exibição na TV Globo, com desdobramentos no Multishow, e confinamento transmitido 24 horas por dia no Globoplay.

 

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - Na última semana, foi aprovado na Câmara dos Deputados o projeto de lei com a revisão da Lei de Cotas, que garante a reserva de vagas nas universidades e institutos federais para estudantes negros, pardos, indígenas, com deficiência e de baixa renda da escola pública. O projeto de lei nº 5384/20 segue para avaliação do Senado Federal.

A Lei 12.711/12, que criou o sistema de cotas, já previa a reformulação da política após dez anos de implantação, o que deveria ter ocorrido em 2022.

 

Veja as mudanças previstas no projeto de lei:

Redução da renda 

Metade das vagas reservadas aos cotistas será destinada aos estudantes com renda familiar de até um salário mínimo (R$ 1.320) por pessoa. Atualmente, a renda familiar exigida é de um salário mínimo e meio per capita.

 

Quilombolas

Está prevista a inclusão de estudantes quilombolas nas cotas das universidades e institutos federais de ensino. Até o momento, os alunos beneficiados são negros, pardos, indígenas, com deficiência e de baixa renda da rede pública.

 

Preenchimento das cotas

O projeto traz um novo critério para o preenchimento das cotas. Primeiro, os candidatos cotistas vão concorrer às vagas da ampla concorrência. Se a nota não for suficiente para ingressar por meio desta modalidade, irão concorrer às vagas destinadas aos seus subgrupos (pretos, pardos, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e alunos da escola pública). Com isso, os cotistas terão mais de uma opção para entrar no curso universitário.

 

Auxílio estudantil

Os estudantes que optarem pelas cotas terão prioridade para receber bolsa de permanência e outro tipo de auxílio estudantil.

 

Pós-graduação

Pelo projeto de lei, as instituições deverão promover ações afirmativas para inclusão de negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação. O projeto não define qual política deve ser adotada, dando autonomia às entidades. De acordo com o Ministério da Igualdade Racial, até dezembro de 2021, mais da metade dos programas de pós-graduação das universidades públicas tinham algum tipo de ação afirmativa no processo seletivo.

 

Revisão

A cada dez anos, a política de cotas deverá passar uma avaliação, com monitoramento anual.

Para o Ministério da Igualdade Racial, que atuou para a aprovação do PL, a previsão de ações afirmativas nos programas de pós-graduação é um avanço.

"A inclusão da pós-graduação é um avanço significativo, especialmente porque a redação não prevê necessariamente a modalidade de cotas. O projeto de lei reconhece a autonomia inerente aos programas de pós-graduação e estabelece como regra a proposta de ações afirmativas com flexibilidade para que cada programa possa propor e executar suas políticas afirmativas de maneira a atender às suas especificidades e às diferenças em seus processos seletivos”, destaca a diretora de Políticas de Ações Afirmativas do ministério, Anna Venturini.

A diretora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e relatora da política de cotas raciais na instituição em 2003, Dione Moura, avalia que a renovação das cotas é necessária no país, porém não se pode perder de vista que é uma política temporária.

“A universidade é a metade do caminho para formação de pessoal qualificado para o mercado de trabalho. Esse trajeto começa com cinco anos de idade, quando precisa ter creche. Depois, tem que ter pré-escola, ensino fundamental, médio para chegar na universidade. Nesse percurso, estamos perdendo crianças e jovens.  A questão que impressiona e deixa a gente com a necessidade contundente de clamar, de reivindicar e destacar que a política de cotas é uma ação regulatória provisória. Permanente é a educação para todos”, disse a pesquisadora e pioneira na implantação de políticas afirmativas no ensino superior do país.

 

O que diz a lei hoje

Sancionada em agosto de 2012, a Lei 12.711 estabeleceu reserva de 50% das matrículas nas universidades federais e institutos federais de ensino a alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. A outra metade continua com a ampla concorrência.

Dentro das cotas, metade é para estudantes de escolas públicas com renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio por pessoa. Os 50% restantes para alunos da rede pública com renda familiar acima desse valor. Nas duas situações, há reserva de vagas para autodeclarados pretos, pardos e indígenas a partir da proporção desses grupos na população total da unidade da Federação onde a instituição está localizada, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em 2017, as pessoas com deficiência passaram a ter também acesso às cotas, com base na proporcionalidade da população do estado e Distrito Federal.

 

 

Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil

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