FRANKFURT - O Banco Central Europeu estabeleceu uma nova meta de inflação nesta quinta-feira e adotou um papel na luta contra as mudanças climáticas após uma revisão de estratégia que marca a maior reforma até hoje na instituição financeira mais poderosa da Europa.
O banco central dos 19 países que compartilham o euro já assumiu uma série de funções ao longo dos anos, desde supervisão bancária até infraestrutura de pagamento, especialmente após a crise da dívida do bloco há uma década.
Sua primeira revisão de estratégia desde 2003 estava atrasada há tempos e a presidente do BCE, Christine Lagarde, fez dela uma prioridade ao assumir o lugar de Mario Draghi no final de 2019. O projeto de revisão estava programado para durar um ano, mas foi estendido para 18 meses, já que as autoridades estavam concentradas em responder à pandemia de Covid-19.
Em decisão que já havia sido sinalizada por autoridades de política monetária, o BCE fixou sua meta de inflação em 2% no médio prazo, abandonando uma formulação anterior que almejava inflação "abaixo, mas perto de 2%", o que deu a impressão de que o banco central da zona do euro estava mais preocupado com o aumento dos preços acima de sua meta do que abaixo dela.
Mas, após quase uma década de inflação abaixo do objetivo, a principal questão para os investidores era se o BCE estaria disposto a deixar o aumento dos preços ultrapassar sua meta no futuro ou se seguiria o Federal Reserve, que tem como meta alcançar uma inflação média num período mais longo de tempo para "compensar" momentos de avanço fraco dos preços.
Resolvendo o que era uma das questões mais polêmicas entre as autoridades, o BCE disse que a inflação acima e abaixo de sua meta é indesejável e não terá como objetivo ultrapassá-la após um longo período de inflação baixa.
"Esta meta é simétrica, o que significa que desvios negativos e positivos da inflação em relação ao objetivo são igualmente indesejáveis", afirmou o BCE.
Mas o banco admitiu que, em certas situações, quando um suporte monetário especialmente forte ou persistente é necessário, a inflação pode exceder moderadamente sua meta por um período transitório.
A nova política não se comprometeu com superar a inflação depois de longos períodos de inflação baixa, uma possível decepção para os investidores que buscavam um compromisso com a tolerância da inflação acima da meta após períodos de baixo crescimento dos preços, o que garantiria estímulos mesmo em meio à recuperação.
O BCE também disse que não está satisfeito com a medida atual da inflação, uma vez que omite grandes parcelas dos custos de habitação, de modo que as autoridades também examinarão outros indicadores da alta dos preços.
"Em suas avaliações de política monetária, o Conselho vai levar em conta medidas de inflação que incluem estimativas iniciais do custo de moradias ocupadas pelo proprietário para suplementar suas medidas de inflação mais amplas", disse.
Em sua talvez maior mudança, o BCE disse que fará mais para ajudar na luta contra as mudanças climáticas e vai incluir considerações sobre isso nas operações de política monetária nas áreas de comunicação, avaliação de risco e decisões sobre garantias e compras de ativos do setor corporativo.
*Por Balazs Koranyi / REUTERS
Copenhagen - A presença de público nos estádios de futebol durante a Eurocopa e nos pubs e bares das cidades-sede dos jogos estão impulsionando o atual aumento nas infecções pelo novo coronavírus (covid-19) na Europa, disse a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta quinta-feira (1º de julho).
Um período de dez semanas de queda nas novas infecções por coronavírus em toda a região chegou ao fim e uma nova onda de infecções é inevitável caso torcedores e demais pessoas baixem a guarda, segundo a OMS.
Na semana passada, o número de novos casos aumentou 10%, impulsionado pelas multidões nas cidades-sede da Eurocopa, viagens e pela flexibilização das restrições em combate à covid-19, afirmou a OMS.
"Temos que olhar para muito além dos próprios estádios", disse Catherine Smallwood, autoridade responsável pelas situações de urgência da OMS, a jornalistas. "Precisamos ver como as pessoas chegam lá, será que viajam em grandes trens e ônibus lotados? E quando saem dos estádios, vão a bares e pubs cheios de gente para assistir aos jogos?". "São esses pequenos eventos recorrentes que estão impulsionando a propagação do vírus", disse Smallwood.
O ministro de Interior da Alemanha, Horst Seehofer, chamou de "totalmente irresponsável" a decisão da Uefa, entidade reguladora do futebol europeu, de permitir grandes públicos durante a Eurocopa.
*Por Nikolaj Skydsgaard e Jacob Gronholt-Pedersen / REUTERS
FRANKFURT - A economia da zona do euro pode muito bem evitar o cenário mais pessimista previsto no início da pandemia de Covid-19, mas ainda enfrenta riscos devido às mutações do vírus, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, nesta quinta-feira.
O BCE está começando a debater se deve reduzir seu enorme programa de compra de títulos conforme a economia sai da crise induzida pelo coronavírus, com divergências aparecendo entre as autoridades em diferentes países.
"A melhoria das perspectivas econômicas com o rápido progresso nas campanhas de vacinação reduziu a probabilidade de cenários graves", disse Lagarde ao Parlamento Europeu.
"É claro que a recuperação nascente ainda enfrenta incertezas também devido à disseminação de mutações do vírus."
*Por Francesco Canepa / REUTERS
REINO UNIDO - A Uefa não planeja substituir Wembley por outro estádio nas semifinais e na final da Euro 2020, disse o organismo gestor do futebol europeu depois que o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, pediu que a final seja transferida do Reino Unido devido ao aumento de casos de covid-19.
O Reino Unido registrou 10.633 casos novos de covid-19 e cinco mortes na segunda-feira, o que eleva sua cifra para 4,63 milhões de casos confirmados e 127.976 mortes, de acordo com uma contagem da Reuters.
O número de casos tem aumentado devido à disseminação da variante delta, mais contagiosa, identificada pela primeira vez na Índia.
Na sexta-feira (18), a Uefa disse ter um plano de contingência para tirar a decisão de Wembley, a menos que o Reino Unido concorde em isentar torcedores estrangeiros de uma quarentena de dez dias.
"A Uefa, a Associação Inglesa de Futebol e as autoridades inglesas estão trabalhando estreita e bem-sucedidamente para sediar as semifinais e a final da Euro em Wembley, e não há planos para mudar o local destes jogos", disse um porta-voz da entidade em um comunicado enviado por email nesta terça-feira.
Wembley deve receber as semifinais em 6 e 7 de julho e a final em 11 de julho.
A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu à Uefa nesta terça-feira que aja com responsabilidade em relação aos planos de realizar a final da Eurocopa em Londres, devido a preocupações de segurança com a disseminação do coronavírus por lá.
A principal autoridade da União Europeia em questões de saúde ecoou os comentários da chanceler.
"Nossa saúde é prioridade. A disseminação da variante Delta torna impossível 40 mil espectadores assistirem à partida final no estádio de Londres", disse Peter Liese.
Na segunda-feira, Draghi disse que é a favor de sediar a final em Roma, e não "em um país onde as infecções estão aumentando rapidamente".
Na sexta-feira, o jornal Times noticiou que Budapeste é o local alternativo sendo cogitado se Wembley não puder acolher torcedores visitantes.
Por Manasi Pathak / REUTERS
FRANKFURT - A inflação na zona do euro foi acima da meta do Banco Central Europeu em maio, acentuando o desafio de comunicação para autoridades que devem conviver bem com preços mais altos por enquanto, mas podem enfrentar a reação de consumidores.
A inflação anual nos 19 países que usam o euro acelerou a 2% em maio de 1,6% em abril, devido aos preços mais elevados dos custos de energia desde o final de 2018 e acima do objetivo do BCE de “abaixo, mas perto de 2%".
No entanto, maio não deve representar o pico. A inflação pode ficar mais perto de 2,5% no final do ano conforme a recuperação da pandemia e os aumentos recentes nos preços das commodities somam-se à pressão de preços.
Passar por esse período será um exercício de comunicação para o BCE. O banco já deixou claro que esse não é o tipo de inflação que busca após quase uma década abaixo da meta, portanto a política monetária permanecerá frouxa por anos à frente.
O núcleo da inflação, ou os preços excluindo os custos voláteis de alimentos de energia, acelerou apenas a 0,9% de 0,8%.
*Reportagem de Balazs Koranyi / REUTERS
BRUXELAS - A inflação na zona do euro acelerou como esperado em abril devido a uma forte alta nos custos de energia e serviços, informou a agência de estatísticas europeia, Eurostat, nesta quarta-feira (19).
A Eurostat informou que os preços ao consumidor nos 19 países que usam o euro subiram 0,6% em abril sobre o mês anterior e 1,6% na base anual, de 1,3% em março sobre o ano anterior.
O Banco Central Europeu quer ver a inflação perto de 2% no médio prazo, mas alertou que o aumento mais rápido se deve principalmente a efeitos de comparação, com preços de energia muito baixos um ano antes.
Os preços de energia, como petróleo e gás, subiram 10,4% em abril sobre o ano anterior, acrescentando 0,96 ponto percentual ao dado final. Por outro lado, os custos de alimentos não processados, outro componente volátil, caíram 0,3% nessa base de comparação.
Sem esses dois fatores, ou o que o BCE chama de núcleo da inflação, os preços subiram 0,5% no mês e 0,8% na comparação anual, desacelerando sobre a alta anual em março de 1,0%.
Mas os preços de serviços, que respondem por quase dois terços do Produto Interno Bruto da zona do euro, avançaram 0,9% na base anual em abril, colaborando com 0,37 ponto percentual para o número final da inflação e dando continuidade à forte tendência desde o início do ano.
*Reportagem de Jan Strupczewski / REUTERS
LONDRES - A atividade empresarial da zona do euro acelerou em abril uma vez que o setor de serviços do bloco voltou a crescer apesar dos renovados lockdowns, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
O PMI Composto final do IHS Markit, considerado uma boa medida da saúde econômica, subiu a 53,8 no mês passado de 53,2 em março. O resultado ficou acima da preliminar de 53,7 e da marca de 50 que separa crescimento de contração.
"Os dados da pesquisa de abril fornecem evidências encorajadoras de que a zona do euro sairá de sua recessão de duplo mergulho no segundo trimestre", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
"O salto da indústria, alimentado pela alta da demanda tanto no mercado doméstico quanto no de exportações conforme muitas economias saem dos lockdowns, está sendo acompanhado por sinais de que o setor de serviços retornou também ao crescimento."
O PMI do setor de serviços subiu a 50,5 de 49,6, superando a preliminar de 50,3. Isso após um PMI de indústria na segunda-feira que mostrou que o crescimento do setor saltou para uma máxima recorde em abril.
Mas problemas na cadeia de oferta provocados pela pandemia levaram a um aumento dos preços para a indústria. O subíndice composto de preços de insumos saltou a 64,0 de 61,9, nível mais alto em 10 anos.
*Reportagem de Jonathan Cable / REUTERS
LONDRES - O crescimento da atividade industrial da zona do euro atingiu máxima recorde no mês passado, impulsionado pelo aumento da demanda e levando a aumento nas contratações, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI final do IHS Markit para a indústria da zona do euro subiu a 62,9 em abril de 62,5 em março, abaixo da preliminar de 63,3 mas a leitura mais alta desde que a pesquisa começou em junho de 1997.
O subíndice de produção caiu a 63,2 ante a máxima recorde de março de 63,3. Leitura acima de 50 indica crescimento.
"A indústria da zona do euro está em expansão", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit. "Entretanto, restrições de oferta também estão em níveis sem precedentes, levando a um aumento recorde nas encomendas não acabadas nas fábricas."
O índice de trabalhos não acabados subiu a 61,5 de 60,4, máxima da pesquisa.
Com o custo de matérias-primas subindo a um ritmo quase recorde, as fábricas foram forçadas a elevar seus próprios preços no ritmo mais forte desde que o IHS Markit começou a coletar os dados.
*Reportagem de Jonathan Cable / REUTERS
BRUXELAS - A produção industrial da zona do euro foi muito mais forte do que o esperado em janeiro e foi revisada para cima também em dezembro, informou o escritório de estatísticas da União Europeia na sexta-feira, apontando para uma virada melhor do ano, apesar da pandemia da Covid-19.
O Eurostat disse que a produção industrial nos 19 países que compartilham o euro subiu 0,8% no comparativo mensal em janeiro, com alta de 0,1% sobre o mesmo período do ano anterior, superando as expectativas do mercado de 0,2% ao mês e -2,4% ao ano.
O Eurostat também revisou para cima os números da produção de dezembro para -0,1% no comparativo mensal e -0,2% no comparativo anual, ante -1,6% e -0,8% relatados anteriormente, respectivamente.
A maior produção em termos mensais em janeiro ocorreu em todas as categorias, com os maiores ganhos de 0,8% em bens de consumo duráveis, seguido por 0,6% em bens não duráveis e 0,4% em energia e bens de capital.
O Eurostat disse na terça-feira que a economia da zona do euro contraiu mais do que o estimado anteriormente no último trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior, com o consumo das famílias despencando devido aos bloqueios da Covid-19.
*Por Jan Strupczewsk / REUTERS
BRUXELAS - O sentimento econômico na zona do euro subiu mais do que o esperado em fevereiro, impulsionado por mais otimismo na indústria, nos serviços e entre consumidores, aumentando as expectativas de inflação, mostraram dados nesta quinta-feira.
A pesquisa mensal de sentimento da Comissão Europeia mostrou que o otimismo econômico nos 19 países que usam o euro subiu a 93,4 pontos este mês de 91,5 em janeiro, superando as expectativas em pesquisa da Reuters de alta a 92,0.
O sentimento industrial melhorou a -3,3 em fevereiro de -6,1 pontos e contra expectativas de -5,0. No setor de serviços, o maior da zona do euro, o sentimento foi a -17,1 de -17,7 e expectativa de queda para -18,1.
Entre os consumidores, o otimismo subiu a -14,8 pontos de -15,5.
O cenário mais otimista se traduziu também em expectativas de preços de venda mais fortes entre os produtos -- 9,7 pontos de 4,8--, e entre consumidores -- a 15,7 de 15,4.
*Reportagem de Jan Strupczewski / REUTERS
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