TURQUIA - O candidato opositor laico da Turquia, Kemal Kiliçdaroglu, conseguiu impedir a reeleição do presidente conservador Recep Tayyp Erdogan no primeiro turno de domingo, mas suas possibilidades de ganhar o segundo turno em 28 de maio são remotas.
As pesquisas previam bons resultados para Kiliçdaroglu, à frente de uma coalizão de seis partidos, mas o candidato de 74 anos obteve menos de 45% dos votos.
Erdogan, no entanto, ficou a poucos décimos da maioria absoluta, o que teria lhe permitido ganhar as eleições no primeiro turno de domingo.
"O segundo turno será mais fácil para nós", afirmou, na terça (16), Ibrahim Kalin, o porta-voz de Erdogan.
"Há uma diferença de cinco pontos, cerca de 2,5 milhões de votos. Parece que não há possibilidade de que isso [a diferença] diminua", acrescentou.
Para desbancar Erdogan, que está há duas décadas no poder, Kiliçdaroglu está de olho nos eleitores jovens.
Mais de cinco milhões eleitores estreantes - que cresceram sem conhecer outro líder que não Erdogan - tinham direito ao voto. Considera-se que são os mais propensos a querer uma mudança.
Kiliçdaroglu, um laico de 74 anos, tratou de dar um novo impulso à sua campanha, nesta terça, com uma mensagem destinada diretamente para esse setor da população.
"Não podem pagar nada. Nem sequer podem pensar em uma xícara de café. Roubaram-lhes a alegria de viver, quando a juventude deveria ser sinônimo de despreocupação", escreveu no Twitter.
- O apoio dos curdos: uma faca de dois gumes? -
Os curdos, uma minoria étnica que representa aproximadamente 10% dos eleitores, poderiam impulsionar também a vitória de Kiliçdaroglu.
O líder opositor, membro da comunidade alevita, historicamente uma das mais reprimidas da Turquia, recebeu inclusive o apoio do partido pró-curdo HDP no final de abril.
A taxa de participação nas províncias de maioria curda, porém, chegou a apenas 80%, muito menor do que a média nacional, de 89%.
Um maior apoio dessa minoria poderia, no entanto, se tornar uma faca de dois gumes.
Uma das estratégias de Erdogan foi vincular a oposição ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo armado que luta uma guerra contra o Estado há décadas. O método parece ter alcançado os setores mais nacionalistas e conservadores.
"No geral, a aliança eleitoral de Kiliçdaroglu com o pró-curdo HDP o prejudicou", apontou Soner Cagaptay, analista do Washington Institute.
"Alguns eleitores do HDP em províncias de maioria curda ficaram em casa no dia das eleições, enquanto que alguns votantes nacionalistas decidiram não votar em Kiliçdaroglu, reprovando sua aliança com o HDP", analisou.
Resta saber quem o terceiro colocado apoiará. O nacionalista laico Sinan Ogan obteve 5,2% no primeiro turno.
Seu apoio poderia se tornar crucial, ainda que também tenha centrado sua campanha contra o "terrorismo", uma palavra que muitos políticos usam para condenar os curdos.
- "Erdogan terá mais facilidade" -
"O nacionalismo anticurdo dessa vertente representada por Ogan (...) torna muito difícil um acordo com Kiliçdaroglu", declarou à AFP Kursad Ertugrul, da Univerdade Técnica do Oriente Médio de Ancara.
Inclusive se Kiliçdaroglu ganhar o apoio de Ogan, isso provavelmente afastaria o voto curdo, disse Berk Esen, professor de ciências políticas da Universidade Sabanci de Istambul.
Outro desafio que o opositor enfrenta é a unidade dos seis partidos que formam sua aliança, após a decepção de domingo.
"Erdogan terá mais facilidade que Kiliçdaroglu para atrair os eleitores, especialmente os de Ogan", analisou Emre Peke, da consultora Eurasia Group.
"Também é provável que os partidários do presidente apareçam em maior número para votar no segundo turno que os partidários de Kiliçdaroglu, já que a oposição (...) perde impulso", continuou.
A campanha de Erdogan seguirá se centrando com toda probabilidade nos temas de segurança, uma questão que preocupa a classe trabalhadora turca "conservadora-nacionalista", apesar dos impactos da crise econômica, disse Ertugrul à AFP.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social, recebeu nesta semana a visita do Prof. Dr. Mehmet Akşit no Centro de Controle Operacional (CCO) da Guarda Municipal, tendo como objetivo auxiliar no desenvolvimento de projetos para o Governo da Turquia relacionados a desastres naturais.
Docente na Universidade de Twente, nos Países Baixos (Holanda), Akşit tem larga experiência com sistemas complexos de grande escala e atualmente lidera a construção de uma rede de colaboração para o projeto de uma plataforma para desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de desastres. O principal motivo são os recentes terremotos que a Turquia e a Síria enfrentaram há alguns meses, resultando em mais de 50 mil mortes.
Desta forma, a vinda de Akşit decorre do fato de as enchentes são-carlenses também se enquadrarem na categoria desastre natural, o que fez o professor conferir presencialmente o trabalho que a Prefeitura realiza para monitoramento das enchentes. No Brasil, ele também pretende fazer uma reunião com a Prefeitura de São Paulo sobre o mesmo assunto para angariar conhecimento e aprimorar seus estudos.
O secretário-adjunto de Segurança Pública e Defesa Social, Paulo César Belonci, fez parte do encontro e destacou a importância desta integração de conhecimento. “Participamos desta reunião a convite do Prof. Rafael Aroca, da UFSCar, pois o governo turco, após o último terremoto, contratou o Prof. Akşit para desenvolver um software de gerenciamento de desastre. Esse software está sendo desenvolvido em parceria com o Departamento de Computação da UFSCar e prevê simulações de desastres, como o que pode acontecer em cada situação, quantas ambulâncias precisam estar no local, quando deve ser chamado o Corpo de Bombeiros, entre outras questões”, explica Belonci.
Neste sentido, o CCO da Guarda Municipal chamou atenção especial do professor turco por conta de seus mecanismos e serviços abrangidos. “Mostramos os equipamentos e também as imagens das enchentes, pois a ideia é passar algumas informações do município para que ele possa desenvolver este estudo. Para nós, é importante saber que os equipamentos que dispomos no CCO, como o monitoramento das escolas, rios e vias públicas, a leitura de placas e a sala de gerenciamento de crise, bem como a integração aos sistemas estaduais e federais, têm sido assunto de interesse e de reconhecimento da cidade em todo o mundo”, acrescenta o secretário-adjunto.
TURQUIA - Um novo terremoto atingiu a Turquia nesta segunda-feira (27) e causou a morte de uma pessoa. Desta vez, o tremor foi de magnitude 5,2, segundo o Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGS), e também deixou dezenas de prédios destruídos.
Há três semanas, o país e a Síria foram atingidos por um terremoto de magnitude 7,8. O fenômeno foi tão forte que gerou milhares de réplicas e matou mais de 50 mil pessoas.
O epicentro do novo tremor aconteceu na região leste do país, que foi fortemente afetada pelo terremoto de 6 de fevereiro. A prefeitura de Yesulyurt informou que diversos prédios foram destruídos e ainda contabiliza o número exato.
TURQUIA - A Turquia, que contou com a generosidade de alguns sócios ricos para se recuperar, terá que arcar com as consequências do terremoto de 6 de fevereiro, que devastou dezenas de cidades e deixou milhões de pessoas sem casa e sem trabalho.
O país terá que destinar bilhões de dólares para a reconstrução de 11 províncias do sudeste destruídas pela pior catástrofe de sua história contemporânea.
O presidente, Recep Tayyip Erdogan, também prometeu milhões de liras turcas às populações afetadas, em clima pré-eleitoral para as eleições presidenciais e legislativas marcadas para 14 de maio.
Esse dinheiro poderia estimular o consumo e a produção industrial, dois indicadores-chave do crescimento econômico. Mas a Turquia está ficando sem fundos.
As reservas do banco central, praticamente reduzidas a nada, puderam ser repostas graças à ajuda da Rússia e dos países petrolíferos do Golfo.
Mas vários economistas dizem que o dinheiro mal será suficiente para manter as finanças da Turquia à tona e evitar que a moeda nacional entre em colapso até as eleições de maio, se confirmadas.
Erdogan deve reparar danos de 78,9 bilhões de euros (cerca de 84,5 bilhões de dólares), segundo cálculos de um grupo de empresários.
- Impulso à reconstrução -
O presidente prometeu fornecer casas para milhões de pessoas dentro de um ano.
Se conseguir dinheiro de novos fundos de doadores estrangeiros, o chefe de Estado terá que investir muito na reconstrução de partes inteiras do país que foram destruídas.
Mas, precisamente, o setor da construção está agora no centro das atenções, acusado de ser o responsável pelos desmoronamentos em massa de edifícios residenciais que não cumpriam as normas antiterremotos.
"O trabalho de reconstrução pode compensar em grande parte o impacto negativo (do terremoto) na atividade econômica", disse o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
Antes do terremoto, a região afetada contribuía com 9% do PIB da Turquia, principalmente devido à atividade das zonas industriais de Gaziantep e do porto de Iskenderun.
A produção agrícola também será afetada. De acordo com Unay Tamgac, professor associado de economia da Universidade TOBB-ETU de Ancara, a região fornece 14,3% da produção agrícola da Turquia, incluindo pesca e silvicultura.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertou que a produção de alimentos básicos na Turquia e na Síria pode ser interrompida.
- Melhor que em 1999 -
O terremoto também afetou a infraestrutura de energia, transporte e canais de irrigação, acrescentou Tamgac.
Mahmoud Mohieldin, diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), calculou que esse terremoto, de magnitude 7,8, será menos prejudicial à economia do que o terremoto de 1999 (7,6), que causou 17 mil mortes. O FMI esclareceu que o responsável falava a título pessoal.
A economia turca perdeu entre 0,5% e 1% do PIB em 1999, mas esse terremoto atingiu o coração industrial do país, incluindo sua capital econômica, Istambul.
O país se recuperou rapidamente e alcançou um crescimento de 1,5% no ano seguinte, graças ao esforço de reconstrução, disse o BERD.
O turismo, "transformado numa das principais fontes de divisas da Turquia", deverá sair relativamente ileso, uma vez que a região afetada pelo terremoto não é o principal destino dos turistas estrangeiros, segundo nota de Wolfango Piccoli, analista da consultora Teneo.
- Ventos contrários -
"Está claro que haverá necessidade de moedas estrangeiras", Baki Demirel, professor associado de economia da Universidade Yalova, insistiu sobre o assunto, observando que a Turquia terá que importar mais.
Felizmente, a dívida soberana do país é relativamente baixa, o que deixa alguma margem de manobra ao governo.
Por outro lado, os investidores estrangeiros estão se afastando do país por causa das políticas de Erdogan, que provocaram o aumento da inflação ao baixar constantemente as taxas de juros.
Quando ocorreu a catástrofe, a Turquia acabava de anunciar uma taxa oficial de inflação de 58%. Em 2022, havia ultrapassado 85%.
Ainda assim, vários ventos contrários enfrentados pela Turquia podem bloquear seu crescimento este ano, concordam os especialistas.
NOVA YORK - O saldo do terremoto de 6 de fevereiro na Turquia e na Síria ultrapassou 41.000 mortos na quinta-feira (16), segundo o balanço oficial atualizado, enquanto as Nações Unidas pediram US$ 1 bilhão para enfrentar a crescente crise humanitária.
Onze dias após o terremoto - um dos mais mortais dos últimos 100 anos - equipes de resgate conseguiram retirar uma adolescente de 17 anos e uma mulher de 20 anos dos escombros.
"Ela parecia bem de saúde. Ela abria e fechava os olhos", disse Ali Akdogan, um mineiro de carvão, depois de ajudar a resgatar Aleyna Olmez em Kahramanmaras, uma cidade perto do epicentro do terremoto.
No entanto, a esperança de encontrar sobreviventes diminuiu dramaticamente.
Muitos nas áreas afetadas enfrentam uma emergência paralela enquanto tentam recolher seus pertences no frio intenso, sem comida, água ou banheiros, aumentando as chances de que o desastre se agrave devido a doenças.
"As necessidades são enormes, as pessoas estão sofrendo e não há tempo a perder", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em comunicado, pedindo fundos para ajudar as vítimas.
Guterres disse que as contribuições forneceriam alívio por três meses para 5,2 milhões de pessoas.
O dinheiro "permitiria que as organizações de ajuda aumentassem rapidamente o suporte vital" em áreas como segurança alimentar, proteção, educação, água e abrigo, acrescentou.
"Peço à comunidade internacional que intensifique e financie totalmente esse esforço crucial em resposta a um dos piores desastres naturais de nosso tempo."
- "No terceiro dia ela morreu"-
Autoridades e médicos informam que 38.044 pessoas morreram na Turquia e 3.688 na Síria desde o terremoto de 6 de fevereiro, totalizando 41.732 mortes confirmadas.
O terremoto, que ocorreu em uma das maiores zonas sísmicas do mundo, atingiu áreas altamente povoadas enquanto as pessoas dormiam e casas que não foram construídas para suportar as fortes vibrações do solo.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, rejeitou as acusações de que seu governo falhou em responder ao desastre natural mais mortal do país nos últimos tempos.
Para cada história milagrosa de sobrevivência, há outras de desilusão, nas quais entes queridos morrem nos escombros.
Hasan Irmak viu cinco parentes, incluindo sua filha Belinda, de seis anos, enterrados sob os escombros de sua casa na Síria, na cidade fronteiriça de Samandag.
"Ela estava viva por dois dias", disse o homem de 51 anos. "Falei com ela entre os escombros. E então ela perdeu toda a sua energia. No terceiro dia ela morreu. A ajuda veio no quarto dia."
A Turquia suspendeu as operações de resgate em algumas regiões e o governo sírio fez o mesmo em áreas sob seu controle.
Nesta quinta-feira, a Cruz Vermelha triplicou seu pedido de fundo de emergência para mais de US$ 700 milhões.
A situação no noroeste da Síria, controlado pelos rebeldes, é particularmente difícil, já que a ajuda demora a chegar a uma região devastada por anos de conflito.
"Não há eletricidade, nem água, nem saneamento", disse Abdelrahman Haji Ahmed à AFP em Jindayris, na fronteira com a Turquia, em frente à sua casa destruída.
"As vidas de todas as famílias são uma tragédia."
VATICANO - O papa Francisco fez um apelo na quarta-feira (8) por solidariedade internacional com Turquia e Síria, dois dias após o terremoto devastador que provocou mais de 11.200 mortes.
"Encorajo todos a se solidarizarem com estes territórios, alguns deles já martirizados por uma longa guerra", disse o pontífice ao final da audiência geral.
Francisco também pediu orações para os integrantes das equipes de emergência, que enfrentam condições meteorológicas adversas e rodovias com graves danos.
"Oremos juntos para que estes irmãos e irmãs possam avançar diante da tragédia", afirmou.
"Meus pensamentos estão voltados neste momento para as populações da Turquia e da Síria, muito afetadas pelo terremoto que provocou milhares de mortos e feridos", acrescentou.
"Com emoção eu rezo por eles e expresso minha proximidade com estas populações, com as famílias das vítimas e todos os que sofrem com esta calamidade devastadora".
O pontífice também pediu que a comunidade internacional não esqueça o "sofrimento do povo ucraniano, tão martirizado por este frio, sem luz, sem calefação e em guerra".
Na segunda-feira, o líder da Igreja Católica expressou condolências à Turquia e Síria, ao mesmo tempo que expressou "profunda tristeza" com as consequências do terremoto de 7,8 graus de magnitude.
As equipes de emergência na Turquia e Síria enfrentam horas "cruciais" nesta quarta-feira para encontrar sobreviventes entre os escombros.
TURQUIA - Um terremoto de magnitude 7,8 matou mais de 4.300 pessoas na Turquia e na Síria. Segundo tremor mais forte em um século e mais letal dos últimos 24 anos, teve seu epicentro registrado em uma área já sensível a calamidades. Naturais, devido à região com alta concentração de eventos sísmicos, e humanas, notadamente devido aos agrupamentos de refugiados e deslocados internos pela guerra civil síria.
O abalo foi registrado na madrugada de segunda-feira (6), ainda noite de domingo (5) no Brasil. A princípio, vieram os primeiros relatos de prédios destruídos, já acompanhados pela expectativa de muitas mortes. Estas foram notificadas às dezenas por autoridades locais. Depois, às centenas e aos milhares cada novo anúncio fazia disparar o número de óbitos, sem contar as vítimas ainda presas nos escombros e não contabilizadas oficialmente.
Ao menos 2.379 pessoas morreram na Turquia, de acordo com a agência de desastres turca, no pior evento do tipo no país desde 1939. Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad somou 1.300 mortos até aqui.
Houve, ainda, 700 mortes em áreas controladas por rebeldes, de acordo com os Capacetes Brancos, grupo formado por voluntários da Defesa Civil Síria, organização acostumada a realizar resgates de sobreviventes em edifícios atingidos por ataques aéreos durante a guerra civil que já dura 12 anos no país.
Segundo o governo turco, 14,4 mil pessoas ficaram feridas e 4.748 prédios desabaram. Na Síria, o número de feridos chega a 1.431 nas áreas controladas pelo regime e a mil em porções dominadas por rebeldes.
O epicentro do sismo foi registrado na região entre as cidades turcas de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, de acordo com os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha. Os tremores puderam ser sentidos na capital turca, Ancara, no Chipre, no Líbano e também no Iraque.
Este primeiro tremor já mostrou ao mundo imagens como as vistas na cidade síria de Jandaris, onde barras de aço e roupas de residentes se misturavam aos escombros de um prédio em ruínas. Um jovem com a mão enfaixada disse que 12 famílias viviam no local. Nenhuma havia saído desde o tremor. Para Abdul Salam al Mahmoud, um sírio de Atareb, o cenário parecia de apocalipse.
Horas depois do episódio, a mídia estatal ligada ao regime de Assad informou que novo tremor foi sentido na capital, Damasco, sem fornecer detalhes sobre a magnitude. Por volta das 8h desta segunda-feira, no horário de Brasília, um novo sismo de magnitude 7,5 também foi detectado no sudeste da Turquia.
O terremoto atingiu uma zona remota e pouco desenvolvida da Turquia, o que agrava o desafio das equipes de emergência. Autoridades relataram mais de 50 réplicas dos tremores nas primeiras dez horas seguintes ao sismo inicial e alertaram que outras devem ser registradas durante os próximos dias.
Imagens nas redes sociais logo mostraram os efeitos imediatos da tragédia, com o desabamento de construções, resgates dramáticos de crianças e o trabalho delicado dos socorristas. A transmissão da rede de TV estatal TRT exibiu moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais como em Damasco, Aleppo e Hama.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, manifestou solidariedade às vítimas e destacou que os serviços de emergência e resgate atuarão em conjunto, sob coordenação da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências. "Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rapidamente possível." Ele declarou luto oficial de sete dias no país pelas vítimas do terremoto.
A região de Gaziantepe, muito atingida, é um importante centro industrial da Turquia. Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores no mundo. Em 1999, um sismo de 7,4 sacudiu Izmit, no noroeste, deixando mais de 17 mil mortos e 500 mil desabrigados.
Em 2011, um tremor de 7,1 na província de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram depois de um sismo de magnitude 6,8 na província de Elazing. Meses depois, em novembro, novo episódio em Esmirna fez quase cem vítimas e provocou um minitsunami que inundou cidades próximas e provocou danos severos na costa da Grécia.
A Turquia está sobre o encontro de duas placas tectônicas uma espécie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra. As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em direções contrárias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois últimos movimentos costumam causar terremotos.
Diversos países se prontificaram a enviar ajuda. Em nota, o Itamaraty manifestou solidariedade às autoridades turcas e sírias e disse que, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, providenciará formas de oferecer ajuda humanitária para os atingidos. O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que não há, até o momento, notícias de brasileiros mortos ou feridos e que as embaixadas do Brasil em Ancara e Damasco, assim como o consulado em Istambul, estão acompanhando os desdobramentos.
O governo de Vladimir Putin, na Rússia, disse que dois aviões Ilyushin-76, da era soviética, estão com equipes de resgate disponíveis para voar à Turquia. O russo tem importantes laços com Assad, a quem apoia na guerra civil síria, e com Erdogan, que flerta entre a Otan, a aliança militar ocidental, e Moscou.
Na mesma toada, o governo da Ucrânia se prontificou a enviar "um grande grupo de resgate". O americano Joe Biden disse estar profundamente entristecido pelo terremoto, e a Casa Branca anunciou o envio de duas equipes de resgate, com 79 pessoas cada uma, para ajudar Ancara nas buscas por sobreviventes.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, também anunciou o envio de equipes de emergência à Turquia e disse que pretende fazer algo semelhante pela Síria. A União Europeia, por sua vez, afirmou que dez grupos de resgate foram mobilizados de Bulgária, Croácia, República Tcheca, França, Grécia, Holanda, Polônia e Romênia para apoiar os esforços na Turquia.
SUÉCIA - As autoridades turcas adiaram "indefinidamente" uma reunião trilateral com a Suécia e a Finlândia para discutir a adesão à NATO para ambos os países, após uma série de protestos em Estocolmo em que foram queimadas efígies do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan e mesmo cópias do Corão.
A Turquia solicitou o cancelamento deste mecanismo trilateral, que se destina a impulsionar a adesão dos dois países à Aliança Atlântica. As conversações, que datam de Agosto de 2022, estavam previstas para Fevereiro, de acordo com o Daily Sabah.
As tensões aumentaram nas últimas semanas à medida que a Turquia condenou a Suécia por permitir a realização de protestos fora da embaixada turca no país, e continuou a acusar Estocolmo de permitir que apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - que Ancara considera uma organização terrorista - realizassem protestos contra a Turquia.
Desde que apresentaram o seu pedido oficial de adesão em Maio de 2022 no auge da invasão russa da Ucrânia, a Suécia e a Finlândia têm procurado a aprovação turca para aderir ao bloco. No entanto, Ancara solicitou uma série de garantias, especialmente da Suécia, relacionadas precisamente com dissidentes e alegados membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Acusou o país de "abrigar terroristas".
No entanto, durante o mês passado, o apoio público aos grupos curdos que a Turquia considera terroristas aumentou, levando a um aumento da tensão entre os dois países, o que parece estar a comprometer as conversações.
A situação levou mesmo o governo finlandês a colocar sobre a mesa a possibilidade de avançar com o processo de adesão sem a Suécia. Na terça-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês Pekka Haavisto reconheceu pela primeira vez que os dois países deveriam repensar a estratégia de avançar em conjunto, se necessário. "Temos de estar preparados para reavaliar a situação", disse ele.
A Suécia sustenta ter cumprido todos os seus compromissos ao abrigo do pacto, mas Erdogan advertiu que, na situação atual, o governo sueco não pode "esperar" por um endosso final da adesão da Suécia.
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
UCRÂNIA - A Comissária Russa dos Direitos Humanos Tatiana Moskalkova confirmou na segunda-feira, 09, que planeia encontrar-se com o seu homólogo ucraniano Dmitry Lubinez na Turquia esta semana.
Questionado sobre a possibilidade de se encontrar com o seu homólogo ucraniano, Moskalkova disse que o encontro teria lugar entre 12 e 14 de Janeiro na Turquia, que tem vindo a mediar entre a Rússia e a Ucrânia desde o início da invasão russa, informou a TASS.
"Confirmo que estou a planear uma tal reunião. Um grande fórum organizado pelo Provedor de Justiça da Turquia será realizado na Turquia. E falámos sobre a possibilidade de uma reunião e de uma agenda aproximada", disse o Comissário russo dos Direitos Humanos.
No entanto, Moskalkova não desenvolveu as questões que serão discutidas nas conversações com Lubinez. A Ucrânia ainda não confirmou a reunião.
A 8 de Dezembro, Moskalkova anunciou que estava a negociar com a Lubinets o regresso mútuo dos cidadãos contra os quais tinha sido iniciado um processo penal, de acordo com a "Kommersant".
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
TURQUIA - O governo da Turquia negou sexta-feira que os seus bombardeamentos contra grupos curdos no norte do Iraque e na Síria pudessem prejudicar as forças da coligação internacional liderada pelos EUA, depois do Pentágono ter dito que as suas tropas na Síria estão "directamente ameaçadas" pela ofensiva turca.
O Ministro da Defesa turco Hulusi Akar salientou que "está totalmente excluído que vamos causar danos às forças da coligação ou aos civis", informou a agência noticiosa estatal turca Anatolia. "Temos apenas um alvo, que são os terroristas", disse, acrescentando que Ancara "fez e continuará a fazer o que for necessário para acabar com o terrorismo e garantir a segurança do país".
O porta-voz do Pentágono Patrick Ryder afirmou na quarta-feira que "os recentes ataques aéreos na Síria ameaçaram directamente a segurança do pessoal dos EUA que trabalha na Síria com parceiros locais para derrotar o Estado islâmico". "Além disso, acções militares descoordenadas ameaçam a soberania do Iraque", disse ele.
Entretanto, Akar aumentou o número de membros suspeitos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Milícias Curdas-Sírias de Protecção do Povo (YPG) "neutralizados" desde o início da ofensiva para 326. A Turquia utiliza o termo "neutralizado" para significar que os suspeitos foram mortos, capturados ou entregues às autoridades. No caso dos bombardeamentos, implica que Ancara os considera mortos.
O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan salientou na quarta-feira que a nova campanha de bombardeamentos contra grupos curdos no Iraque e na Síria "é apenas o início" e reiterou que Ancara lançaria operações terrestres "quando o considerar apropriado". Disse também que não excluiu uma conversa com o seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, para abordar a situação.
A operação turca, apelidada de "Garra de Espada", foi lançada na sequência do ataque de 13 de Novembro em Istambul, que deixou seis pessoas mortas e que a Turquia culpa o PKK. No entanto, tanto o grupo como as Forças Democráticas Sírias (SDF) - uma coligação de milícias liderada pelo YPG e apoiada pela coligação internacional - dissociaram-se do ataque e expressaram as suas condolências às vítimas.
por Pedro Santos / NEWS 360
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